The Cruel Beauty escrita por Tsu Keehl


Capítulo 17
Capítulo 17


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal, tudo bom com vocês?
Finalmente trago o novo capítulo da fanfic!!! o/
Tentei meio que postá-lo dentro do prazo que costumo impor para mm mesma. Esse mês que passou foi bem atribulado e creio que será assim até o final do ano. É legal mas ás vezes fico sobrecarregada. XD
Enfim..quero convidar vocês a participarem do sorteio que está rolando na Page do Cruello! Corre que ainda dá tempo de participar!
https://www.facebook.com/cruellocruel/photos/a.710303069064060.1073741828.710287512398949/905404896220542/?type=3&theater
Mas chega de papo e vamos ao que interessa não é? Eis a fanfic!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/491872/chapter/17

Capítulo 17

Assim que Cruello entrou na pequena garagem e desligou a moto, Igraine tirou o capacete e desceu do veículo revoltada.

— MAS O QUE SIGINFICA ISSO?! QUE LUGAR É ESSE QUE VOCÊ ME TROUXE?!
— Fala baixo, vai incomodar os vizinhos.
Igraine olhou aturdida ao redor enquanto Cruello descia da moto.
— Venha, vamos subir.
— Que lugar é esse?!
— Eu reservei este espaço para podermos conversar. – ele falou pegando o capacete e as chaves da moto. – E aqui poderemos conversar sem ter o risco de Patrick Star ficar sabendo. Venha! Temos apenas duas horas disponíveis aqui.
— Mas..mas...

Igraine viu que ele já subia as escadas e, irritada, o seguiu. Estava encharcada, com frio e ele parecia não dar a mínima. Mas, quando entrou no local e percebeu onde ele a havia levado, ela sentiu as pernas bambearem e o coração acelerar.
Aquilo era uma cama king size, uma poltrona, espelho no teto, balde de gelo, sanduíche e vinho sob a mesa e até um ferro de pole dance.
A garota torceu a alça da bolsa na mão e lançou o objeto contra a cabeça do rapaz.

— AIE!
— Seu tarado idiota! Como ousa me trazer para um motel?! Você disse que íamos conversar! Eu não vou ficar aqui!
— E-ei, espere! Espere!
— Me solta! Me solta!! Eu não vou transar com você! Não pode me forçar! Me solta!

Cruello a havia pego no colo, jogado-a na cama e trancado a porta. Ela se levantou furiosa e ele espalmou ambas mãos, parecendo assustado.

— Calma! Calma, criatura! Não tire conclusões precipitadas! Aqui era o melhor lugar para conversarmos sem correr o risco de sermos vistos!
— Mas não aqui!!!
— O que tem de errado?! As pessoas não vem em motéis só para transar!
— Mas vem PRINCIPALMENTE para isso!
— E que mal teria se depois da conversa rolasse alguma coisa?! Somos ambos maiores de idade e estamos tendo um caso!

Igraine abriu a boca para responder, mas não conseguia encontrar argumentos. Só agora conseguia notar a calça e a jaqueta de couro que Cruello usava. Era uma roupa justa, que deixava muitos contornos visíveis. E ele ficava realmente muito bem vestido de preto. Subitamente Igraine foi acometida por uma avalanche de espirros altos e descontrolados que fizeram Cruello se afastar enojado.

— Que nojo! Caramba, você está encharcada! Vai lá tomar um banho!
— Se estou encharcada é por sua culpa! – ela fungou. - Você veio me buscar de moto e nem avisou! Além de ter passado uma vergonha enorme usando vestido em cima de uma moto, posso correr risco de pegar pneumonia!
— Não é minha culpa se você estava usando trajes inadequados para andar de moto!
— Como eu ia saber que você não viria de carro?! Não tenho bola de cristal!
— Eu não tinha como vir de carro porque seria suspeito! Sempre uso carro então usando a moto as chances de eu despistar Patrick Star é maior! Ainda mais porque depois de sair da Devil’s eu tive que passar na minha casa para me arrumar!
— V-você poderia ter me avisado... Eu poderia ter usado outra roupa. ... Eu nunca andei em um troço desses!
— Hum...e o que achou? Aposto que gostou.
— Não! Além de ficar toda encharcada e quase congelar de frio, você dirige a moto como se fosse um maníaco pior do que quando dirige um carro! E eu vou tomar banho antes que eu fique gripada!

Com passos fortes, Igraine foi até o banheiro, trancando a porta atrás de si.

“Não acredito que estou aqui!!”

Apoiou-se na pia, notando que tremia. Jogou a bolsa no chão e olhou para o próprio reflexo. A maquiagem que passara havia sumido, sua roupa estava encharcada deixando o vestido semi transparente e o cabelo...estava pior do que uma vassoura de piaçaba. Estava horrível.

“Como pude encarar Cruello nesse estado?! Ele deve estar me achando uma doida!”

Molengamente, Igraine retirou as roupas, desfez as tranças com dificuldade e entrou debaixo do chuveiro. Era loucura estar ali em um motel com Cruello Devil. Mas no momento a única coisa que pensava era em um banho quente. A s gotas de água sobre seu corpo foram um tremendo alívio e quando começou a massagear os cabelos toda a irritação foi temporariamente embora.
Mas não podia ficar ali para sempre. E teve consciência disso quando ouviu batidas na porta.

— Ei! - era a voz de Cruello. – Está viva aí ou já foi para o ralo?
— ... o-o que você quer?!
— Não pode ficar três horas nesse chuveiro! Precisamos conversar!
— Já estou saindo!

Furiosa, Igraine desligou o chuveiro e pegou uma toalha cuidadosamente dobrada e protegida por um invólucro plástico. Secou-se e então se lembrou da situação delicada em que se encontrava.

“ Eu estou em um motel com Cruello Devil! Em um motel! Em um motel com esse tarado! E o pior disso tudo é que eu quero que ele me pegue e faça coisas que...não! Eu não posso! Não posso ceder á esse tipo de desejo! Se ele pensa que vou me deixar seduzir como das outras vezes está enganado! Temos muitos assuntos sérios para conversar e é só isso que iremos fazer!”

Igraine vestiu o robe cedido pelo motel (que, como a toalha, estava em um saco plástico) e olhou para si mesma através do vidro embaçado pelo vapor do chuveiro. Ajeitou os cabelos molhados da melhor forma que pôde e notando que suas mãos estavam trêmulas, repreendeu á si mesma.

“Minha Deusa! Eu tenho de parar de ser tão estúpida! Não sou mais uma adolescente! Se eu não quiser nada, ele não pode me forçar! Sim! Não acontecerá nada aqui exceto uma conversa! Cruello pode ser o que for, mas não acho que ele seja realmente capaz de me fazer algum mal. Se quisesse, já teria feito. Oportunidades foi o que não faltou. Talvez por trás de toda essa postura ele, realmente, tenha um certo bom caráter.”

Pegou o vestido encharcado e o colocou encima do box para que secasse. De uma última ajeitada no cabelo e pegou a bolsa em mãos, respirando profundamente. Tinha de manter a calma, agir com racionalidade e deixar bem claro que haveriam apenas de conversar. Já estava com uma péssima fama perante a mídia (ainda que por sorte as pessoas não soubessem que era Ela a garota atracada com Cruello em um beco) e não queria piorar ainda mais as coisas. Além do mais, não seria dessa forma que desejava ter uma primeira experiência.
Decidida, Igraine abriu a porta do banheiro, pronta para começar a conversa e tentar resolver tudo aquilo de uma vez por todas. Já ia começar a falar quando viu. E o que viu a fez esquecer completamente tudo o que tinha programado e que deveria dizer. Pois aquela visão a fez ser acometida por um misto de surpresa, deleite e indignação.

Cruello Devil estava escorado na enorme cama de lençóis cor de vinho, rodeado por almofadas e travesseiro da mesma cor. No móvel ao lado da cama, abrira uma garrafa de vinho e enchera uma taça. Ele vestia apenas uma cueca boxer preta, e fumava um cigarro (colocado em uma piteira para que a fumaça não impregnasse em seu corpo) de uma maneira tão relaxada, que parecia estar á vontade na própria casa.
Percebendo a presença da garota, ele a encarou, Os cabelos castanho-avermelhados úmidos em contraste com os olhos azuis arregalados e o corpo delicado envolto em um robe bege o fizeram sorrir de forma provocativa e, com um gesto, falou:

— Venha cá.
— ....não....
— Relaxa. Eu não sou o Lobo Mau. – os olhos dele faiscaram entre o sorriso ordinário. – Não te farei mal algum...
— E-eu...e-eu... – Igraine procurava as palavras enquanto seus olhos o percorriam. – E-eu...e-eu...
— ...você o quê, Igraine?
— E-eu...e-eu estou mui-muito bem aqui...obr-obrigada! – apertou a bolsa contra si e então tomou fôlego. – O que diabos você está fazendo?!
— ...relaxando. Estou cansado.
— Poderia pelo menos estar vestido! Nós viemos aqui para conversar!- a voz de Igraine afinou levemente enquanto ela tentava controlar o rubor.
— Minhas roupas estavam úmidas e não quero correr o risco de ficar gripado. - com um gesto ele indicou as roupas de couro colocadas sobre um aparador. - Tem algum problema se eu quiser ficar assim?
—Tem... - Igraine desviou o olhar, incomodada - Tira a minha concentração... e... Temos que resolver logo como vão ficar as coisas!

Cruello passou a língua pelos lábios em sinal de deboche e apagou o cigarro sobre o cinzeiro da mesa de cabeceira. Levantou-se, caminhando como um felino em direção á jovem.

— Eu já sei como resolver toda a situação.
—S-sabe?! - Igraine foi afastando sutilmente até esbarrar na parede espelhada. – O que vai fa-fazer?!

Cruello podia ser a visão dos deuses naquela situação. Igraine percebeu que ele estava perigosamente próximo e aquilo era realmente agradável. Cruello era tão bonito que chegava a ser um atentado ao pudor ambulante. Ele enlaçou a cintura dela em seus braços, fazendo o corpo delicado encostar no seu e Igraine sentiu os próprios batimentos cardíacos acelerarem.
Mas o que ouviu dos lábios de Cruello Devil era algo que ela não estava preparada e fez seu coração quase dar um salto dentro do peito.

— Namora comigo?

Silêncio. Igraine estava estática nos braços de Cruello, encarando-o com olhos vagos. Aquilo não fazia sentido, ele não poderia ter dito aquilo, não era do seu feitio. Os pensamentos tentavam se articular em sua mente com dificuldade, era como se o seu cérebro houvesse travado e o processamento da realidade operasse em ritmo lento. A única coisa que conseguia fazer era encará-lo com os lábios entreabertos.

— Vou entender esse silêncio como um sim.

Sentiu os lábios dele contra os seus e soltou um suspiro. Aquilo estava bom demais para ser verdade.
E o melhor...era. Dessa vez não era um sonho. Retribuiu o beijo.
E logo já estavam trocando beijos cada vez mais intensos. As mãos começaram a acariciar seu corpo por cima do robe e isso fez Igraine esquecer o nervosismo e agarrar Cruello com desejo. Suas mãos apertaram os braços bem torneados do rapaz e sentindo a rigidez dos músculos e, quando uma das mãos dele afundou-se em seus cabelos, massageando-os suavemente, Igraine desceu suas próprias mãos pelo tórax bem definido até chegar na cintura, onde massageou e apertou com os dedos. Absurdamente o corpo de Cruello Devil lhe causavam uma fome de desejo anormal.

Cruello estava adorando aquela situação. Se soubesse que era só preciso fazer aquela pergunta para deixar Igraine tão voraz, teria feito isso muito antes. Agora não haveria razões e possibilidades para serem interrompidos. E, com destreza e cuidado, Cruello foi guiando Igraine em direção á cama enquanto trocavam carinhos e beijos intensos.
Podia notar que ela melhorara muito nos beijos desde a primeira vez que haviam se beijado. Apesar de agir como uma boba, ela aprendia rápido. As mãos de Igraine subiram por sua nuca e deslizaram até seu rosto. Cruello abandonou os lábios dela para beijar as mãos delicadas e, em um gesto instintivo e na procura de retomar os lábios dele aos seus, Igraine, lambeu o pulso esquerdo do rapaz, fazendo-o gemer baixinho e largar sua mão.

Ela o encarou confusa e com desejo estampado nos olhos. Queria falar sobre o pedido que ele fizera, precisava dar uma resposta. Mas não conseguia. A única coisa que sua mente pensava era em como ele era lindo e como estava louca de desejo.

— Cruello... – murmurou, segurando os braços dele e entreabrindo os lábios como um convite.

Porém, ele não a beijou. Mantendo o contato visual como uma serpente hipnotizando a presa, Cruello desafrouxou a faixa do robe e com um movimento rápido das mãos arrancou-o de Igraine, dando alguns passos para trás.
E o que viu o deixou deveras satisfeito. Igraine era linda. O corpo bem formado, com cintura delineada, coxas grossas, seios fartos e uma bunda que – ele via no espelho atrás dela – era muito tentadora.
E era realmente uma ordinária. Pois não havia colocado nada por baixo do robe e parecia ter realmente se arrumado para encontrá-lo. Passou sutilmente a língua nos lábios e foi só depois de alguns segundos que Igraine percebeu o estado em que se encontrava.

— AIEEE!! M-mas o que...o que é isso?! - gritou, cobrindo o corpo com as mãos. – O- o que você está fa-fazendo, tarado?!

O sorriso de Cruello desfez e ele soltou um suspiro, colocando ambos mãos na cintura. Como ela podia ser tão boba e estragar aquele momento sexy? Óbvio que estava querendo alguma coisa!
Observou Igraine trêmula, pegando o robe e tentando vesti-lo ao mesmo tempo que procurava esconder a própria nudez.

— Eu já vi tudo, Igraine. Não tem por quê esconder.
—M - mas você não p-pode fazer isso! E-eu não deixei!! E...e.... – o rosto dela adquiria um rubror intenso. –E-eu não me sinto..,
— Você tem vergonha do seu próprio corpo?

Ela não respondeu e tampouco o encarou. Cruello tencionou se aproximar e ela recuou alguns passos, até encostar em um espelho que cobria metade da parede.

— Não acho que deveria ter. Seu corpo é bem atraente. Confesso que no começo eu pensei que não era tanto mas depois eu comecei a notar.
— E-eu...eu não sou nenhuma modelo ou atriz com as quais você está acostumado!

Ele sorriu, cínico. Igraine parecia um tomate maduro de tão vermelha, abraçada a si própria e com o robe colocado de qualquer jeito.

— ...você ficava assim com os outros caras ou é só comigo?
—N-não. ... e-eu... Cruello. ... por favor! - Igraine não conseguia conter o rubor.
— O quê? Não tem porque ficar acanhada! - ele tornou a envolver o corpo dela com os braços. - O que acha de namorarmos um pouco antes conversarmos? Temos tempo de sobra e ninguém irá nos incomodar dessa vez.
—E -eu realmente n-não acho uma boa idéia... e...Eu preciso ir para casa... você disse que ia ser breve. - ela encolheu-se trêmula.
— Você aceita meu pedido e agora não quer namorar comigo?! Qual é o teu problema?
—Cruello... Não é assim... V-você precisa entender...
— Entender o quê?! Você teve algum...trauma?
—N-não...
— Então por quê?! Eu quero, você quer...todo mundo quer! Não tem porque ficar fazendo esse drama como se fosse uma garota virgem!

Igraine o encarou com um olhar assustado, enquanto sentia os olhos arderem e uma lágrima teimosa pairar na pálpebra. Era mesmo uma idiota. E agora teria que acabar falando.


— ...e-eu... – ela sussurrou, cabisbaixa. – Eu sou.
— Você é o quê?!

Silêncio. Igraine encarou Cruello, que a encarou de volta. Ela baixou os olhos para que o rapaz não notasse que havia começado a chorar. E então Cruello se deu conta da situação. Primeiro ele piscou. Então olhou para os lados, como se estivesse procurando colocar antigos pensamentos em ordem. Um sorriso começou a tremer em seus lábios e ele tratou de detê-lo respirando profundamente.
Aquilo era difícil de acreditar. Mas pensando bem agora, fazia sentido. Porque só isso como uma das poucas justificativas plausíveis para uma garota como Igraine recusar um homem como ele.

Cruello sentia vontade de lançar um de seus comentários irônicos mas por alguma razão, mesmo que tivesse uma resposta ótima que poderia dar, não conseguia dizer. Isso porque...porque...
Sua mão tocou a cabeça de Igraine com ternura, afagando os cabelos castanhos. Ela o encarou, confusa. Os grandes olhos azuis marejados porém desejosos observaram a expressão soturna de Cruello e o discreto sorriso que tentava pairar em seus lábios. Mas não era o sorriso provocador de sempre. Era um sorriso semelhante á quando haviam se encontrado no parque.

Os lábios dele tocaram os seus delicadamente, avançando para um beijo lento e demorado. Aquele jeito era muito diferente do habitual de Cruello e, á medida que retribuía o gesto, Igraine começava a relaxar. Ela se perguntava como aquela criatura conseguia mudar completamente de atitude em questão de segundos.
Enquanto mantinha uma das mãos entre os cabelos da jovem, Cruello moveu a outra por seu rosto, acariciando-a com as costas da mão e, em seguida afastou os lábios dos dela para beijar-lhe o pescoço. Igraine suspirou ao sentir os lábios dele roçarem em sua pele e em seguida a ponta da língua dele deslizou até o lóbulo de sua orelha, mordiscando-a devagar.
Seu corpo relaxou e as mãos dela tocaram seu peito, permitindo que as mãos de Cruello retirassem seu robe com cuidado.

— Huuum....o que está...fazendo..?
— Está na hora de começar a confiar em mim, Igraine.

Dizendo isso, Cruello guiou a jovem até a cama. Sentou-se na beirada, trazendo Igraine á sua frente e observando o corpo tentador dela á poucos centímetros de si. Sentia o desejo dominar seu corpo apertando a cintura da jovem.

— ...como você pode achar que não é bonita? – ele comentou, com a voz embargada.
— ...e-eu...
— Venha cá.

Ele fizera o pedido, mas já a puxava para que sentasse na cama. Igraine obedeceu mas toda aquela situação, a proximidade dele e sua nudez conspiravam para que ela estivesse em um misto de curiosidade e apreensão. Embora desejasse o contato de Cruello em seu corpo, algo dentro de si parecia gritar que aquele não era o momento.
Mas estar sozinha em uma cama de hotel, com o homem por quem ela estava apaixonada e após ele pedi-la em namoro era demais para seu bom senso aguentar. E com um rápido olhar, pôde notar o quanto ele já estava excitado.

“Não...como as coisas chegaram á esse ponto?! Não está dando para acreditar, parece um sonho. Cruello me pedindo em namoro? Eu em um quarto de motel com o Cruello? Eu NUA na frente do Cruello? Eu prestes á transar com ele?!” Isso não pode! Mesmo que eu queria, não posso! Não programei nada, não estou prepara...”

Seus pensamentos foram interrompidos com o avanço de Cruello que lançou-se para cima dela e a fez cair de costas no colchão macio. Os beijos retomaram com intensidade e lascívia e Igraine apenas conseguiu retribuir o gesto, passando os braços em torno do pescoço dele para que os beijos não parassem.
As mãos de Cruello passeavam por seu corpo e quando apertava seus seios, ela sentia todo seu corpo acender. Devagar, começou a explorar o corpo dele com suas próprias mãos mas carecendo da experiência que ele tinha. Arranhou suavemente as costas largas quando os lábios de Cruello abandonaram seu pescoço e capturou um dos mamilos o saboreando demoradamente.

Ela gemeu alto, apertando os cabelos de Cruello para instigá-lo á continuar o que ele fez, repetindo a mesma coisa no outro seio. Os braços dele envolveram seu corpo como se desejasse devorá-la. Igraine grudou-se á ele, descendo as mãos até os quadris e chegando as coxas, onde as apertou com vontade.

— Ei... – ele murmurou, a encarando. – O que você está querendo de mim, hein?
— ...e-eu... – ela fechou os olhos e disse, sem pensar. - ...tu..tudo...
— Ma que ordinária! – ele riu, provocador. – Então, não vai poder voltar atrás.

Aquelas palavras fizeram o corpo de Igraine estremecer e sentir um arrependimento assolar sua mente. Cruello voltou a beijá-la e seus lábios logo desceram por seu pescoço, seios, demorou-se em sua barriga. Toda a pele da jovem se arrepiou quando a língua dele deslizou por aquela região e ela encolheu a barriga. Os lábios dele continuaram a traçar um caminho tortuoso enquanto as mãos dele apertavam suas coxas e afastavam suas pernas sutilmente.

— O...o...
— Shh...feche os olhos e relaxe, Igraine.

Igraine não conseguiu fechar os olhos, apenas segurou o lençol com força, como se esperasse o que iria acontecer. Mas não... Cruello não faria aquilo que ela estava pensando. Não ele. Não era do estilo de uma pessoa entojada fazer aquilo sem que tivesse muita intimidade com alguém e...

“Minha santa deusa!”

Igraine gemeu alto, deixando toda aquela sensação gostosa dominar seu corpo. Um sorriso escapou de seus lábios e ela fechou os olhos. Aquilo era bom e loucura demais para ser verdade. Os lábios de Cruello deslizando por sua região mais sensível a faziam estremecer mas sentir a língua dele dentro de si fez com que qualquer sanidade que ainda lhe restasse sumisse completamente.

“Dane-se o receio. Eu quero esse homem! Como o quero!”

Moveu as mãos para os cabelos dele, massageando-os no ritmo da carícia. Nunca em seus sonhos mais intensos com ele pensara em algo assim. Abriu os olhos quando sentiu que ele havia parado.
O rosto de Cruello estava há poucos centímetros do seu e havia um brilho e uma malícia naqueles olhos azuis que pareciam uma visão do nirvana. Como ele podia ter olhos tão bonitos?
Então ele começou a mover os dedos em seu íntimo e isso fez Igraine se agarrar á ele com força.

— ...está gostando...?
— ..s-sim.....hum...
— Quer que eu continue?
— ...s-sim...
— ...Então...faça um pouco em mim agora.
— QUÊ?!


Ele soltou uma risada e deitou-se na cama, puxando Igraine para que ela ficasse sobre ele. A garota conseguiu ficar mais corada do que estava e, ao sentir um certo volume, ela recuou sutilmente.

— ..e-eu...e-eu não...
— Relaxe, Igraine. – ele falou, colocando as mãos atrás da própria cabeça. – É só seguir o instinto.
— In-...instinto..?!

“O..o que diabos ele está pensando?! Porque fica me olhando com esse sorriso ordinário no rosto?! Eu nunca fiz essas coisas, eu não sei como e...acho que não é uma boa coisa fazer isso, eu não estou preparada e...”

O sorriso de Cruello se desfez e ele encarou a garota. Ela sentada em seu colo era uma verdadeira tentação. Por ele, já a teria pegado, jogado na cama e deixando tudo seguir pelo instinto. Mas não podia. Não era desse jeito que queria que acontecesse. Não havia esperado tanto tempo e brindado com tamanha ironia do destino, para acabar em apenas uma noite.

— ...eu te agradei. Agora é sua vez de me agradar.

Dizendo isso, Cruello se livrou da última peça de roupa que lhe restava e aquilo fez todo o corpo da garota estremecer. Igraine engoliu em seco. Ele tinha razão, mas ela era totalmente inexperiente naquele assunto e por um momento odiou-se por isso.

— Fe...feche os olhos. –pediu.
— Por quê?
— ...porque sim.

Com um suspiro, Cruello fez o que ela pediu, não sem antes murmurar “só dessa vez e tome cuidado!”.
Igraine sentia seu corpo tremer e enquanto o acariciava, procurava se lembrar mentalmente daquele filme que ela e Yumie haviam assistido pela internet tempos atrás.Sentia-se constrangida porém fazer aquilo não era difícil, só precisava não ficar pensando. Mas o membro de Cruello era tão grande e...


— ...não consegue?
— O quê?
— Você nunca sequer teve contato mais íntimo com alguém. – ele falou, abrindo os olhos com um sorriso. – Sendo assim, ter o primeiro contato com um homem como eu deve ser algo que mexe muito com seu psicológico, não é mesmo?

O rosto de Igraine ficou lívido. Como Cruello conseguia ser tão arrogante? Ele não fazia idéia do quanto ela estava nervosa ou se fazia ainda a provocava. Tencionou sair do colo dele, mas em um rápido movimento ele se ergueu, envolveu-a nos braços e a jogou novamente na cama. Lhe estapeou a bunda de leve e manteve-se por cima dela. Em um gesto instintivo, Igraine levou ambas mãos no peito dele, fechando as pernas, constrangida.

— Sabe que eu poderia fazê-la ficar comigo, não é?

Igraine sentiu seu corpo gelar. Cruello Realmente, que chances ela tinha contra ele? Será que depois de tudo, era assim que iria acontecer? Fechou os olhos e pensou em Devs. Se fosse com ele, seria diferente. Por que o destino não permitiu que se encontrassem de novo? Gostava de Cruello mas não queria que as coisas acontecessem daquele jeito.
As mãos dele seguraram seus braços contra o colchão e Igraine percebeu que agora não teria como reagir. As lágrimas começaram a brotar em seus olhos, mesmo fechados.

“Pare, Cruello, pare...eu...eu não quero que seja desse jeito! Eu ainda não estou preparada, eu...queria que fosse com calma, eu não tenho experiência, eu gosto de você mas desse jeito, eu não quero!”

Sentiu os lábios de Cruello tocarem em sua testa e o corpo dele afastar-se do seu, percebendo que ele a soltava e deitava ao seu lado. Aturdida, abriu os olhos, notando que ele a observava com um sorriso sarcástico nos lábios.

— E não é que você estava com medo mesmo? – ele falou. – Achou mesmo que eu iria te violentar?

Igraine virou-se para o lado dele, procurando esconder os seios com os próprios braços e abaixou os olhos, constrangida.

— ...Heh, como se Cruello Devil precisasse fazer uma coisa dessas! – resmungou, sentando-se na cama e pegando o maço de cigarros sobre a mesa de cabeceira. – Devo dizer que estou com um desejo louco, mas não chego á esse ponto.

Ela observou ele acender um cigarro e dar uma longa tragada, recostando-se na cama. Aquela visão dele era uma beleza, tinha de admitir. Porém Igraine sentia-se um lixo. Tinha Cruello Devil em sua cama, totalmente cheio de desejo, após ter-lhe feito a proposta que por tanto tempo ela queria ouvir, ele havia lhe dado um prazer que até então não conhecia e...o que ela fez?
Nada. Havia travado.

“Estúpida, estúpida! É por isso que ninguém me quer, eu sou uma estúpida! Vou morrer virgem, gorda, velha e rodeada de animais! Porque sou uma idiota! Nenhum cara legal vai me querer...se eu fosse homem também não iria me querer!”


— ...des...desculpa...
Ele fez um gesto para que não se preocupasse e, após dar uma última tragada no cigarro, se levantou. Igraine observou o quadril avantajado dele e sentiu-se ainda pior por não ter conseguido seguir adiante. Qualquer pessoa em são consciência iria estapeá-la por ter recusado aquele deus grego.

— Vou tomar um banho para abaixar isso aqui. – falou, pegando o robe e jogando sobre a cama. – É melhor se vestir. Tenho caráter mas sabe como é...tentação não é bom.
Ao fechar a porta do banheiro atrás de si, Cruello apoiou-se na pia.

“MALDIÇÃO!!! O que diabos está acontecendo?! Porque não consegui fazê-la transar comigo?! Droga! Droga! Igraine sua virgem estúpida! Porque tinha de chorar?! Eu não ia te machucar, sua burra!
E eu sou o quê?! Desde quando fiquei sentimental desse jeito, carralho?!”
Esse tipo de coisa não era para acontecer comigo, ainda mais ter que ser sentimental !Não entendo como Eu, Cruello Devil, posso estar desse jeito patético por causa de uma garota tão comum! Todos esses anos deveriam acabar com esse tipo de estupidez minha! Foi só uma vez, caramba! 
Eu ainda a satisfaço e ela me deixa nesse estado?! Droga!Isso não é normal, eu sou um Devil! Não estou me reconhecendo! Essa maluca vai me deixar doido e sentimental igual á ela se eu não tomar uma atitude definitiva! E COMO DIABOS ela não percebe quem eu sou?!”

Bufando, foi até o chuveiro. Com a água sobre seu corpo, procurou se acalmar. A tensão percorria todo seu corpo, mesclando ao desejo que sentia. Fechou os olhos e procurou aliviar o stress e se concentrar nos próprios pensamentos.

~*~

Quando ouviu o chuveiro ser desligado, Igraine limpou as lágrimas e colocou-se de pé, fechando o robe. Cruello apareceu com os cabelos molhados, a toalha envolta na cintura e um olhar péssimo. Encarou Igraine e colocou as roupas dela sobre a cama enquanto ia até o aparador em que colocara as próprias roupas e começava a se vestir.

Com um certo arrependimento e tristeza, Igraine o observou se vestir e tratou de fazer o mesmo. Trocou-se na presença dele, sabendo que ele a olhava. Como Cruello mesmo dizia “já vi tudo” não tinha porque ela ficar constrangida. Afinal...estava mais constrangida pela péssima atitude que tivera minutos atrás.

— Já está tarde. – a voz dele ecoou no quarto. – Vou levá-la até sua casa. Vista minha jaqueta. Se pegar uma pneumonia, vai sobrar pra mim.

Ela não retrucou. Após terminarem de se vestir, saíram do local. Cruello já estava subindo na moto e prestes á colocar o capacete quando Igraine tocou seu braço.

— ..me...me desculpa... – falou. – Eu...eu gosto muito de você, mas não sei o que me deu...eu...eu nunca fiz nada e...
— Deu pra notar.
— .............você....tinha me feito uma proposta e...eu aceitei mas...mas se quiser, pode desfazer. Você tem todo direito e razão pra fazer isso.
— Isso é verdade. Mas não vou desfazer nada. – respondeu, sentado na moto. - Se não era para acontecer hoje, que seja. Mas eu tenho uma condição: eu vou ser o primeiro, Igraine. E isso não vai demorar para acontecer. Certo?
— ...- s-sim.
— Muito bem. – ele colocou o capacete. – Agora suba. Já está tarde e tenho de ir para a empresa no começo da manhã.

~*~

No caminho de volta, Igraine não sentiu o medo de sempre por ter Cruello no volante. Não que ele estivesse dirigindo com prudência, pelo contrário. Parecia mais ousado do que o normal e não foram poucas ás vezes que ele, por segundos, não desviava á tempo de provocar um acidente. Mas Igraine mal notou isso. Logo que subiu na moto, agarrou-se á ele e fechou os olhos. Magoada e irritada com tudo o que havia acontecido. Fazia tempo que não se odiava tanto.

Assolada pelas próprias auto repreensões, Igraine só prestou atenção á sua volta quando a moto diminuiu a velocidade e ela percebeu que estava na rua de casa.Notou então que em frente da residência estava o carro da ONG, pertencente á Yumie e uma lambreta, que ela sabia ser de Valder. O que eles estavam fazendo ali sendo que já havia passado das dez horas da noite?
Desceu da moto ainda com o capacete em mãos enquanto Cruello fazia o mesmo. Seus olhos se encontraram e ela sentiu-se corar.

— ...o-obrigada. Digo, pela carona.

Lhe entregou o capacete, o qual Cruello colocou sob o banco da moto junto com o seu. Se aproximou da jovem, segurando-a por ambos os braços. A rua estava silenciosa áquela hora e o ar fresco depois da chuva era agradável. A luz do poste iluminava o suficiente para que ambos se encarassem. Cruello notou os olhos vermelhos da garota – ela havia chorado durante o caminho. Como conseguia chorar tanto.
Cruello pensou se deveria perguntar aquilo. Será que Igraine estava fingindo que não sabia (assim como ele) por algum motivo? Talvez houvesse se esquecido afinal, passara-se muitos anos. Ou...será que ela realmente não conseguia reconhecê-lo? Isso seria muito bizarro, mas vindo dela era algo bem provável. Entretanto, precisava sanar aquela dúvida.

— Igraine, olhe pra mim. – ela obedeceu e sentiu o toque da mão dele em seu rosto. - Você sabe quem sou eu?
— ...quê..?
— Você sabe quem realmente eu sou? Não está me reconhecendo?

Igraine o encarou, confusa. Mas o que raios ele estava tentando dizer?
A feição intrigada dela fez Cruello perceber que ela realmente era uma tapada, em sua opinião. Segurou uma parte do cabelo da garota em mãos , enrolando-o em torno de seu pulso. Um sorriso diferente começou a se formar nos lábios de Cruello e por alguma razão aquilo fez o coração de Igraine acelerar e um frio instaurar em seu peito como se algo em sua mente começasse a funcionar.

— Igraine sou eu, o...
— CRUELLO DEVIL!!!

O casal virou-se assustado para trás. Trajando um conjunto social e a inseparável gravata roxa e os óculos de aro branco estava Patrick Star.

— Agora não tem mais como negar. – o jornalista falou com uma mini câmera lilás em mãos. – Eu agora tenho provas!

O semblante de Cruello escureceu. Nenhm percebeu, mas a porta da casa de Igraine foi aberta e dali saía Yumie e Valder, seguidos por Nanny que recomendava que eles colocassem o pedaço de bolo na geladeira para não estragar.
Irritado com o olhar sarcástico do jornalista, ele puxou Igraine para perto de si. Se Patrick Star achava que iria estressá-lo novamente com suas reportagens sensacionalistas e depreciativas, desta vez estava enganado.

— Não vou negar. E mais...vou te dar a foto que você tanto quer!
Dizendo isso, Cruello virou o rosto de Igraine em sua direção e lhe beijou com desejo.

~*~


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Aeeeee finalmente uma pegação entre esses dois sem interrupção! o/ Bom...meio que houve mas enfim...
Demorou, mas aconteceu! O único problema é que a Igraine sendo virgem fica cheia de frescura XD. Mas acho que o que ocorreu nesse capítulo foi um verdadeiro avanço.
Espero que as cenas tenham ficado razoáveis. Não tenho muita prática com esse tipo de abordagem escrita e tentei tomar o máximo de cuidado para não ficar vulgar. Porém não sou boa escritora para fazer uma cena de erotismo usando descrições, mas procurei fazer o meu melhor. Esse capítulo deu um trabalho danado e eu realmente fiquei travada em diversos momentos.
Então por favor..não me cobrem demais por cenas assim é fácil fazer e não fácil de escrever! Enfim...deixem seus comentários e sugestões!