The Cruel Beauty escrita por Tsu Keehl


Capítulo 15
Capítulo 15


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal, como vocês estão?
Primeiramente quero agradecer IMENSAMENTE á todo o retorno que estão me dando pelo cosplay do Cruello Devil através da fanpage (HTTP://www.facebook.com/cruellocruel) cada like já me deixa feliz! Usei o Cruello no Anime Friends desse ano e o retorno foi ótimo (apesar do calor enorme que passei porque agora me uCruello tem casaco de peles ostentação)! E agora o Cruello está como cosplayer convidado no evento Ilumanime que vai ocorrer em setembro ^^.
Em segundo lugar, quero pedir milhões de desculpas pela demora em atualizar a fanfic. Fiquei mais de m mês sem atualizá-la! Mas isso ocorreu porque o mês de Julho foi mega atribulado para mim por conta de 3 eventos que precisei ir (2 dias de AF + Festival do Japão), e eu tinha que conciliar meu emprego com a correria das coisas que faltavam para o evento (para mim e para outros membros do grupo de cosplay) e nem tive cabeça para escrever nada.

Esse capítulo é um capítulo crucial da fanfic The Cruel Beauty. É o capítulo do Flash-Back acerca de um acontecimento no passado de nossa protagonista e como ela conheceu o misterioso punk Devs.
Então..chega de papo e boa leitura!



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~*~

Londres – 10 anos atrás

Ela desceu do ônibus e caminhou apressada para a saída da rodoviária, seguindo o fluxo de pessoas. Parou então em um canto próximo á entrada, sentindo o coração acelerado.

Havia conseguido! Pela primeira vez conseguira viajar completamente sozinha e sem ninguém ter conhecimento. Havia pego todas as suas economias que mantinha em casa e vindo até a capital. Não se lembrava da última vez que viera até ali. E tudo que tinha em mãos para poder se localizar era um guia turístico de bolso. Mas tudo bem. Isso era mais do que o suficiente para passear pela cidade. Já tinha quinze anos, não era mais uma criança. Poderia muito bem se cuidar sozinha.

Ou pelo menos era isso que ela achava.
Quando finalmente saiu da rodoviária e se deparou com o movimento intenso de uma grande metrópole, Igraine estremeceu e por um momento desejou embarcar no ônibus e voltar para a fazenda. Aquele lugar era tão grande e cheio de pessoas que, para uma garota como ela, acostumada a frequentar apenas a pequena cidade na qual seus avós possuíam a fazenda em que vivia, parecia uma outra realidade.

“Não posso desistir agora! Eu viverei aqui quando começar a faculdade! Tenho que começar a me acostumar desde já!”

Estava convicta disso. Porém, como não conhecia nada do lugar, encostou-se na parede próxima á uma escadaria e abriu o pequeno guia de viagens. Passara boa parte da noite folheando-o e assinalando lugares que gostaria de visitar e tentando traçar possíveis rotas para chegar até eles. O importante era não perder tempo e voltar para pegar o último ônibus de volta á sua cidade.

Sua atenção foi interrompida quando avistou um rapaz descendo as escadas, parecendo indiferente á qualquer movimentação ao seu redor. Era alto e imponente, usando calça e jaqueta de couro, botas de combate, correntes na calça e uma coleira de espinhos no pescoço. Mas o que realmente chamava atenção era seu cabelo. Um gigantesco moicano de quinze centímetros de altura nas cores preto e branco que o tornavam um fácil ponto de referência.
Igraine o acompanhou com o olhar, se perguntando como alguém poderia andar desse jeito pelas ruas sem ligar para os olhares que lhe eram lançados. Era a primeira vez que Igraine via um punk ao vivo e, quando notou que ele havia percebido que ela o olhava, tratou rapidamente de voltar a folhear o guia de viagens.

O punk havia encostado na parede á poucos metros dela, com ambas mãos no bolso da jaqueta e a encarando sem qualquer pudor. Igraine olhou com o canto dos olhos e estremeceu.
Porque diabos ele a estava encarando daquele jeito? Não estava sério, parecia tentar segurar um sorriso provocador. Seria um maníaco?

Ela havia ouvido na TV muitas histórias de ataques de tarados contra mulheres inocentes e, nervosa, Igraine fechou o guia de viagens e subiu rapidamente as escadas sem olhar para trás.

~*~

Incomodada com o punk que vira na rodoviária, Igraine caminhou á passos apressados e á esmo pelas ruas da cidade. Não prestava atenção á sua volta, de modo que não percebeu quando adentrou em uma rua estreita e vazia, tampouco que dois homens estranhos a seguiam. Só percebeu que estava em uma situação complicada quando notou que os barulhos da avenida pareciam distantes. Olhou ao redor.

“ Onde estou?”

– A gracinha se perdeu?
Igraine virou-se de súbito para trás, sentindo todo o corpo gelar ao ver os homens que a encaravam de uma forma que ela não gostou nem um pouco. E seu instinto ficou em alerta.

– E-...eu...
– O que foi? – um deles perguntou. – Podemos te ajudar a ir para um lugar que você jamais vai esquecer.
– ..n-não...
– Tão mexendo com a minha namorada por quê?!

Igraine estremeceu ao sentir uma presença atrás de si e olhou rapidamente para trás. Ali, estava o estranho punk que vira na rodoviária. Um braço dele circundou sua cintura e ela sentiu todo o corpo estremecer de medo. Os dois homens encararam o casal: ela toda recatada e tímida com aquele punk esquisito?

– ...você está mentindo. – um deles provocou.
– Por que eu ia mentir?
– ...vocês não combinam! Ela é uma caipirinha e você é um punk!
– ..e daí?
– Pára de mentir, seu otário! Tá defendendo essa putinha pra quê?! A gente sabe que ela não estava com você. Aliás, ela até fugiu de você!
–... Não importa! Ela vai estar melhor comigo do que com vocês! E quem aqui é otário, seus broxa? ! São incapazes de conquistar uma mulher e ficam querendo pegá-las á força?!
– Tá se importando?! Beleza então! – rosnou um deles. - - Vamos enrabar sua putinha e depois vamos te enrabar também, sua cacatua!
– Cacatua é o caralho, seus abortos de prostituta!

Um dos homens avançou e rapidamente o punk empurrou Igraine para trás de si e avançou.
– Corre.

Igraine tentou correr, mas quis fazer isso ao mesmo tempo que olhava para trás e acabou por tropeçar no próprio cadarço do tênis e foi ao chão. Aturdida, assistiu estática á batalha corporal que se iniciava. O punk sacou um canivete suíço e começou a luta bem, mas logo teve seus braços imobilizados por um dos homens e outro que aproveitou isso para lhe aplicar um soco no estômago.

– ..pa..parem!
– Sossega caipirinha! – falou um dos homens, divertido. – Acabando com esse aqui vamos cuidar direitinho de você.

Quando o homem avançou para pegar o rapaz pelos cabelos, o punk foi tomado por uma força e ódio anormal.
– NÃO OUSE TOCAR NO MEU CABELO!

O homem sentiu a dor lancinante quando o punk chutou violentamente seus genitais e com destreza, ele conseguiu livrar-se do outro homem não sem antes receber um corte na região do estômago. Com o soco de direita e um de esquerda que recebeu do rapaz, o homem cambaleou atordoado, dando tempo para o punk recuperar o canivete e se aproximar de Igraine.

– Vamos cair fora daqui!
– M-mas...
– Anda logo! Não quero me meter em encrenca!
– Mais ainda?!

Irritado, o punk a puxou com força, obrigando Igraine a se pôr de pé e ambos correram por entre algumas ruas estreitas até finalmente chegarem á uma avenida mais movimentada para recuperar o fôlego.

– ...acho que o problema está resolvido. – murmurou ele se endireitando. – Você está bem?
– ..s-sim...
– Cada dia que passa está pior para as meninas ficarem andando sozinhas na rua. – ele comentou, tirando um maço de cigarros do bolso da jaqueta e notando a mancha de sangue que aumentava sobre a camisa branca, na região da cintura. – Merda! O desgraçado me acertou!
– Céus! Você precisa cuidar disso!

Igraine observava horrorizada o desdém do rapaz, que deixou o ferimento de lado e acendeu o cigarro dando uma longa tragada.
– Relaxa, trancinha. Foi só um corte de raspão e além do mais um pouco de sangue na camisa agrega status!

A garota olhou horrorizada para o punk enquanto ele dava uma longa tragada no cigarro, indiferente ao machucado.
– Não, não não! Precisa limpar isso! – prontamente Igraine tirou da sua bolsa uma pequena necessárie rosa.
– O que você está fazendo?! - indagou ele olhando horrorizado para a bolsinha infantil com estampa de princesas Disney que ela segurava.
– Eu vou tratar esse ferimento! E depois seria bom passar no Pronto Socorro! Se te cortaram, a lâmina pode estar infectada e você vai contrair tétano!
– Não vou contrair nada! Eles me cortaram com meu próprio canivete, está tudo bem! O cara era tão ruim que nem conseguiu me cortar direito, só pegou de raspão!

Ele deu mais uma tragada no cigarro e então viu o próprio reflexo na vitrine de uma loja.
– Caralho ! Desfizeram meu moicano! Vou ter que arrumar de novo!
– Com um corte sangrando e você se preocupa com o cabelo?! É mesmo um inconsequente!
– Já disse que não precisa se preocupar!

Seus olhos se encontraram com os dele pela primeira vez e Igraine sentiu uma agitação no estômago. Ele era realmente bonito, mesmo com aquele cabelo e o cigarro nos lábios.

– É que...que... – ela começou incerta, abaixando os olhos. – Vo-você me salvou e...e...se machucou por minha causa então e-eu...
– Está bem, está bem! – ele suspirou. – Eu deixo você “cuidar de mim”. – ele enfatizou as palavras. – Mas não aqui no meio da rua. Vamos até o parque.
– ..o quê?!
– O Hyden Park é duas quadras daqui. Vamos lá que é mais sossegado e eu posso sentar e arrumar meu cabelo.

~*~

“Não, não! Isso não pode estar acontecendo!”

Igraine estava sentada em uma parte do gramado do parque, de frente para o belíssimo lago, irritada e frustrada consigo mesma. Definitivamente, não estava sendo uma boa idéia ter vindo para Londres sem o conhecimento dos avós. Ela não conhecia nada ali, era um local perigoso e como se não bastasse, por sua causa um desconhecido havia se machucado. Mesmo que não fosse nada grave, ainda sim havia prejudicado alguém.

Sua avó Anita ia lhe dar um sermão infindável e seu avô Roger não a deixaria sair de casa sozinha até que completasse dezoito anos. Apertou as próprias tranças com força. Deveria ter ficado em casa. Seu lugar era na fazenda e não ali. Tinha de aceitar isso de uma vez por todas.
Algo gelado tocou sua nuca e ela deu um pulo, sentindo todos os pelos do corpo se arrepiarem.

– Hum... ficou sensível só com isso?
O punk a encarava com um sorriso provocador no rosto e tendo nas mãos duas latas de refrigerantes. Ofereceu uma para Igraine e abriu outra para si, sentando-se ao seu lado no banco.

– O que é isso? – indagou ela agitando a lata.
– Refrigerante. Eu estou com sede. Beba você também. Aproveitei e comprei cachorro-quente, pega aí!
– ...quanto é?
– Não precisa pagar! Já vai me fazer o curativo, não é?

Dizendo isso, ele tirou a jaqueta de couro repleta de bottons e spikes e fez o mesmo com a camisa que usava. Igraine não pôde deixar de notar o tórax definido do rapaz, mas logo tratou de voltar sua atenção para o ferimento.

– B-bom, primeiro eu vou desinfetar o ferimento, limpar e então faço o curativo!

Igraine abriu sua necessárie e começou a retirar o que iria usar. O punk estava terminando de passar gel e laquê (produtos que mantinha no bolso interno da jaqueta) nos cabelos para manter as pontas do moicano eretas quando notou as coisas que ela levava.

– Você sempre carrega tudo isso na bolsa? – perguntou quando terminou de erguer as pontas do moicano.
– ...bom, eu gosto de estar sempre precavida. – ela resmungou começando a cuidar do ferimento. – E no fim, mostrou que é bem útil eu andar com essas coisas!
– ...eu acho que seria mais útil você não andar sozinha em uma cidade que não conhece. Não é sempre que vou aparecer pra te salvar.
– Como sabe que eu não conheço a cidade?!
– Eu notei assim que te vi na rodoviária. É só olhar para essas roupas simples de garota do campo e essas tranças de ordenhadora de vacas. Sem falar que andando com um guia turístico de Londres nas mãos e não percebendo nada ao redor, dá para notar que você veio da fazenda.

Igraine espirou anti séptico no ferimento dele e colocando o curativo com mais força do que o necessário, fazendo-o soltar um resmungo.

– Você tem idéia do risco que correu enfrentando aqueles homens?
– ...se eu não tivesse enfrentado, você estaria em uma situação pior. Bem vinda á realidade da cidade, caipira!
– Eu não sou caipira!
– ...Ah tá. E de onde você veio?
– ...de...Bibury....
– Nossa! Você mora em um vilarejo feudal?!
– Não é um vilarejo feudal! A cidade tem uma aparência medieval mas é meio turística e...eu não moro na cidade, eu moro em uma fazenda próxima.
– Vocês possuem eletricidade lá? Água encanada? Algum meio de comunicação? O mercado lá funciona á base de trocas e não com dinheiro?
– Essas piadas não tem graça! – rosnou ela abrindo o lacre da lata de refrigerante e sorvendo um gole mas, por estar gelado demais, ela sentiu o arrepio nos dentes.
– O que fez uma camponesa como você vir para Londres?
– Eu não sou camponesa!

O punk olhou a garota. Ela estava irritada e isso a deixava corada.
– Você me chama de camponesa mas você é o quê? Um punk exibido!

Ela cruzou os braços, emburrada. O rapaz arqueou uma sobrancelha divertido e segurou uma das tranças. Ao sentir a aproximação, Igraine recuou sutilmente. Ele riu.
– O que foi?
– Você parece uma raposinha...como se chama?
– ...é...e-eu...Igraine.
– Que tipo de nome é esse?
– É o nome da mãe do rei Arthur. Foram meus pais que escolheram esse nome.

Incomodada com a conversa, Igraine desembrulhou o lanche e comeu um pedaço, observando ele vestir a camisa e a jaqueta e pegar o próprio lanche.

– ...obrigada por me ajudar. E sinto muito por ter se machucado. Hãn...e você...como se chama?
– Pode me chamar de Devs.
– Devs?! Isso não é um nome. Me diga o seu nome!
– É melhor me chamar de Devs. Todo mundo que eu conheço me chama assim! É bem melhor do que o meu nome.

Igraine pareceu decepcionada com a reação do jovem, mas... o que ela poderia fazer? Apesar dele ser um punk maluco, ele a salvara e estava sendo super atencioso mas...
Encarou o lago e a brisa de Londres a fez arrepiar, Devs por sua vez a enlaçou pelos ombros fazendo a jovem corar violentamente.

– O-o que está fazendo?
– Bom, tecnicamente eu sou o seu namorado aqui em Londres. - ele respondeu com um sorriso provocador. - E estando comigo, nenhum babaca vai mexer com você.
–Na-namorado?! N-Não pode... e-eu nem te conheço! E você pode ser um tarado, maníaco e... Igraine tencionou afastar-se dele, porém Devs a segurou pela cintura, induzindo-a a olhá-lo.
– Se eu fosse um tarado e um maníaco, eu não teria te salvado e sim participado da festa junto com aqueles caras. E eu acho que mereço um pequeno agradecimento por ter te salvado e ainda me machucado por isso!
–E-eu não tenho m-muito dinheiro. .. Não sei como eu poderia. .. por favor... Não me machuque!

Ele desfez o abraço, rindo alto. Segurou-lhe uma das tranças.
– Calma, raposinha! Eu não sou o lobo mau, não! Eu acho que você viveu tempo demais na vila feudal e está exagerando muito.
– Ei!! Isso dói! -Igraine teve que respirar fundo para conter o rubor. - Que história é essa de raposinha?! Meu nome é Igraine!! - ela bufou, enquanto o jovem deitava preguiçosamente ao lado dela.
– Porque você parece uma raposinha. Daquelas bem arriscas e curiosas. E se mexemos, fica toda agitada!

Devs tocou a cintura de Igraine, fazendo cócegas na garota que começou a rir e se irritar com tal ousadia. E quando percebeu, já estava deitada na grama ao lado dele, tentando fazê-lo parar com as cócegas.
–Ei...ei.. pare, pare!

Igraine ria feito uma criança e não percebeu quando as mãos de Devs subiram para as tranças dela. A jovem estancou quando ele a encarou de uma forma intensa e aquilo lhe fez estremecer, anda mais por Devs enrolar uma de suas tranças em torno do próprio pulso.

– Você é linda, sabia?

Igraine não esperava aquilo. Ele é que era lindo, com aqueles olhos azuis. E, antes que pudesse dizer qualquer coisa, sentiu os lábios dele sobre os seus em um beijo profundo.
Não, aquilo não estava certo. Igraine sempre imaginara que seu primeiro beijo seria com alguém de quem gostasse, quase como algo mágico e não com um punk desconhecido na grama de um parque em Londres!
Pensando nisso, ela quebrou o beijo e o afastou com cuidado. Devs a encarou com um sorriso zombeteiro, mas ainda se manteve debruçado sobre ela, de modo que Igraine sentiu o pingente dele tocando seu peito.

– Algum problema? - ele perguntou. - Porque está tão vermelha?
Igraine não conseguia articular as palavras e então o viu sorrir, de forma provocante.
– Não me diga que você nunca tinha beijado ninguém?

Ela desviou o olhar, corada demais para conseguir responder o jovem. Sentiu então Devs trazer seu rosto para que o encarasse.

– Até estou surpreso por saber disso. - ele passou a língua nos próprios lábios antes de dizer. - O que acha de praticar um pouco?
–O - olha. .. se for para me zo-zoar... é melhor ... - Igraine tentou repeli-lo, mas não conseguia.
– Você quer me beijar ou não? Você precisa praticar...e eu posso te ajudar. O que acha?
–Isso não seria certo.

Ela sentiu os lábios macios de Devs contra suas bochechas. Cerrou os olhos imaginando que mal poderia ter. Era seu aniversário e ela poderia ter seu desejo realizado. Estava cansada de ser a única garota que conhecia que ainda não havia ficado com ninguém. Sem pensar duas vezes, o agarrou pela lapela da jaqueta e pediu.

–Me beija..... ?
– Com certeza, raposinha.

O segundo beijo foi mais profundo e mais saboroso. Igraine evitou pensar em conceitos ou o que fosse, procurando apenas se concentrar em retribuir a carícia e mover sua língua da mesma forma que ele fazia.
Não sabiam precisar quanto tempo já estavam ali, recostados na grama e trocando beijos que aos poucos foram ficando um pouco mais ousados da parte dele. Igraine começou a sentir uma sensação agradável mas sabia que não era o certo. Estava criando coragem para afastá-lo quando ouviu latidos e um nariz gelado tocando seu rosto.

– Hey, o que é isso?!
Um cachorro dálmata se meteu entre eles, abanado freneticamente a cauda e tentando lamber seus rostos. E quanto mais o rapaz o repelia, mais o cão parecia ficar interessado nele.

– Pare com isso! – ralhou Devs visivelmente incomodado. – De onde você surgiu, vira-latas?!
– Não é um vira-latas! – corrigiu Igraine afagando o cão que começou a se derreter todo. – Ele é um dálmata! Meus avós criaram dálmatas, chegaram a ter cento e um deles!

Ao ouvir aquilo, Devs a encarou estarrecido mas Igraine não percebeu, absorta que estava em afagar e conversar com o cachorro.
– Nikito, finalmente te achei!

O casal viu uma garota magrela, de óculos de aro grosso, aparelho nos dentes, cabelo loiro presos em um coque frouxo e roupas largas se aproximando. Ao vê-la o cachorro se afastou do casal e a menina prontamente prendeu a guia em sua coleira.

– Me-me desculpem! O Nikito escapou porque viu um esquilo e aí eu não conseguia alcançá-lo e ele acabou atrapalhando vocês e...ele não é bravo mas gosta de pessoas e...
A garota parou ao ver Devs e de imediato o rosto dela foi tomado por um fortíssimo rubror.
– Nossa! Como você é lindo, moço! Um tesão do tipo que dá um calor anormal e faz querer...ai Desculpa! E-eu vou indo embora! Até mais e tchau! - ela foi puxando o cachorro e saindo á passos apressados e já meio longe continuou. – Meu nome é Sharlene e eu meu e-mail é...

Devs e Igraine precisaram de alguns segundos para assimilar o ocorrido. Trocaram um olhar e riram.
– Que garota maluca!
– Ela ficou mesmo á fim de você! – Igraine mexeu na ponta do próprio cabelo. – Pensei que você gostasse de garotas assim...sabe...mais atiradas...porque seu estilo...
– Não gosto de garotas atiradas assim, é vulgar. Existe uma tênue linha do que é sensual e do que é vulgar. Mas então...quer passear por Londres ou quer continuar me agarrando aqui?
– Va...vamos passear!

~*~

Igraine nunca havia andado de metrô por Londres. Tudo era novidade e sentia-se em um misto de curiosidade e receio pelo que fazia. Curiosidade porque iria conhecer locais que não sabia que existiam em Londres e receosa por conta de seu “inusitado” guia.

Inusitado. Na verdade tudo aquilo estava sendo surreal. Aquele punk excêntrico, com um moicano de mais de 10 centímetros de altura, com postura agressiva e intimidadora havia lhe dado seu primeiro beijo. Nunca, em seus sonhos mais loucos, Igraine pensaria que seria daquele jeito, ainda mais com um rapaz como ele. Não era o príncipe encantado que idealizara.
– Bem-vinda ao Camdem Town! Um dos melhores lugares de Londres, ideal para encontrar as coisas realmente legais e nada clichês!

A voz dele fez Igraine sair de seus pensamentos e ver-se diante de um bairro literalmente alternativo. Igraine sentia-se jogada em meio á um evento de música underground pois o que via ali, de ambos lados da rua e em toda a parte, uma quantidade absurda de acessórios, roupas e pessoas de estilo alternativo. Punks, góticos, hipters...todo o tipo de pessoas que Igraine sempre achou estranhas estavam ali reunidas. E em um gesto inconsciente, ela abraçou á si mesma. Ali ELA era a esquisita. Sentiu as mãos de Devs em seus cabelos e quando percebeu, ambas tranças haviam sido desfeitas.

– Sem tranças. Fica muito melhor.
Pegou-a pela mão e a conduziu pelo local. Mesmo ali, com pessoas dos mais variados estilos e algumas com visuais extremamente chamativos, Devs ainda chamava atenção. Talvez fosse a combinação do farto moicano mesclado de preto e branco aliado á beleza do rosto e o jeito dele andar que atraía olhares. E como se não bastasse, Devs parecia ser popular ali porque não foram poucas as pessoas que cumprimentaram ele com um aperto de mão ou mesmo um aceno enquanto eles caminhavam por entre as lojas e barracas de rua.

– Esta loja tem coisas bem legais.
Entraram. E Igraine se viu diante da loja mais excêntrica que conhecera.
Primeiramente, ela era enorme. E estava lotada com os mais variados produtos: desde roupas e calçados, passando por acessórios, livros e artigos de decoração. Havia até um estúdio de tatuagem colocado em uma minúscula sala que mal cabia o cliente e o tatuador (e alguém parecia estar tatuando as costas inteira). Tudo ali era de um estilo alternativo e excêntrico para Igraine e ela sentiu-se um pouco deslocada.

– E aí Meduzete, tudo bom?
Ela viu Devs se aproximar de uma garota gordinha vestida toda de preto, com uma maquiagem extremamente carregada e expressão séria. As roupas dela eram estilo vitoriano e lhe cobriam praticamente todo o corpo.

– Você não consegue passar um sábado sem vir pra cá, não é?
– Dessa vez estou mostrando Camdem Town para uma turista de Londres. – ele indicou Igraine com um olhar. – Ela veio da fazenda.

Igraine estava tão absorta em verificar a grande quantidade de corsets e roupas de couro com temática fetichista que haviam em uma das fileiras de cabide ( “Como alguém tem coragem de usar essas roupas?!”) que sequer notou o olhar analítico da jovem gótica sobre si.

– Desde quando você tem interesse por esse tipo de menina? Ela é brega!
– ...hum, não é brega. Acho que ela tem potencial.
– Ai, ai que seja. Só não vai desvirginar a menina porque essa aí tá na cara que é do tipo que acredita em príncipe encantado e se devota há um único homem.
– ...eu poderia ser um príncipe.
– VOCÊ! – a garota gargalhou alto. – Você virar uma bicha afetada é mais provável do que virar um príncipe! Ai, depois dessa eu vou até retocar o meu pankake! Fique á vontade com sua caipira aí. Se quiserem alguma coisa...
– Vou levar essa gargantilha.

Emburrada, a garota pegou os objetos e ele lhe entregou o dinheiro.
– Agora vai lá que eu tenho de trabalhar, não tenho uma conta bancária para me sustentar.

Assim que ela sumiu atrás do balcão, Devs se aproximou de Igraine. Enlaçou o corpo da jovem e quando ela percebeu, algo estava sendo colocado em seu pescoço.
– O ..o que você está fazendo?

Ele a moveu até um espelho e Igraine se deparou com uma coleira fina composta por uma correntinha com um pingente em formato de cruz egípica.

– É...nada mal. Combina com você.
– É...é bonita mas...quanto custa? Eu não trouxe muito dinheiro e...
– Já comprei. É presente.
– E-eu não posso aceitar! Você já fez muito por mim e...
– Relaxa raposinha. Eu quis dar o presente. Se quiser posso te comprar um desses corsets aqui, acho que vai ficar ótimo e vai realçar seus seios que eu sei que são grandes.
– NÃO! – ela levou as mãos ao peito, tentando escondê-los enquanto seu rosto corava. – Eu não uso esse tipo de roupa e não fique olhando para o meu corpo assim!

Ele riu, revirando os olhos.
– Raposinha, você é bonita, só que teima em não querer mostrar isso. Aposto que se vestisse uma dessas roupas, ficaria um arraso!
–N-não! Eu não gosto de chamar atenção. .. prefiro que não reparem em mim. ..-Igraine baixou o olhar e abraçou a si mesma. - Eu não sou bonita, Devs!
– Claro que é...se não fosse, eu não estaria aqui ficando com você. - ele comentou, beijando a garota.
– Ei, vamos parar com essa melação, por favor? Aqui é uma loja e não a recepção de um motel!

Quem falara era a gótica no balcão. Igraine sentiu a maior vergonha da sua vida e Devs apenas revirou os olhos.
– Caramba, Meduzete! Eu nem sequer comecei a tirar a roupa!
– Antes que faça isso podem ir pra rua porque se o meu chefe pegar você querendo causar aqui de novo, terei que assinar minha carta de demissão!
– Está bem, está bem. E você pare de ficar comendo biscoitos de polvilho embaixo do balcão porque tá ficando cheia de migalhas na roupa.
– Ora seu...!

Antes que a jovem dissesse alguma coisa, Devs já havia conduzido Igraine para a rua, á fim de continuarem o passeio.

~*~

Após passearem por mais algumas lojas até Igraine sentiu-se mais á vontade por ali, ela foi conduzida pelo rapaz até uma pequena pizzaria á poucas quadras do local em que estavam. Era um local de aspecto agradável com uma temática rockabilly e atendentes vestidos á caráter. Havia algumas pessoas ali e Devs encontrou uma mesa no fundo, ao lado da vitrine, permitindo que pudessem observar o movimento da rua. Fez questão de sentar-se ao lado de Igraine e passar o braço pelos ombros dela, a fazendo encostar em seu peito.

Aquilo tudo estava sendo uma loucura, mas ela tinha de admitir que estava feliz. Feliz por estar conhecendo um pouquinho da cidade grande e na companhia de um rapaz que, á despeito da aparência, se revelava alguém simplesmente...irresistível.

– Muito bem, já que está com fome, o que vai querer comer?
–São tantas opções... o que sugere? – perguntou ela olhando o cardápio á fim de esconder o rubror constante em seu rosto.
– O que acha de meio á meio? Metade mussarela e metade calabresa, raposinha?
– Pode ser! Mas...ainda com essa de raposinha?! O que eu devo fazer com você e essa mania de me colocar apelidos?
– O que você gostaria de fazer?- ele indagou com um sorriso provocador. - Não tenho culpa se você parece uma raposinha. – ela sentiu a mão dele se aproximar de sua coxa.
–Não começa...nós estamos em público! Não é certo! - ela queria ficar séria mas não conseguia.
– Mas eu não estou fazendo nada!

Diante do olhar de Igraine, Devs optou por chamar a atendente. Fez o pedido e, assim que ela entregou as garras de refrigerante dizendo que logo o pedido chegaria, o casal voltou a conversar.

– E então... - ele começou. - O que pretende fazer da sua vida?
–... é difícil pensar agora sabe? Confesso que ainda estou confusa sobre que profissão devo seguir. Mas sempre pensei em ser veterinária , acho que sempre tive o dom para cuidar de bichinhos. Na fazenda eu sempre ajudo meu avô.
– Eu nunca consegui entender pessoas como você que ficam traçando o futuro. - ele resmungou pegando a garrafa de refrigerante e bebendo direto no gargalo.
– Você não tem planos para o seu futuro?
– ...heh...meu futuro já estava totalmente encaminhado antes de eu nascer.
– Como assim? -Igraine o fitou, intrigada. - Você é um punk! Faz o que quer, não? Eu não te conheço muito bem mas...não consigo te imaginar sendo obrigado a cumprir regras e metas. Ou mesmo dando ordens para uma equipe de empresa e fazendo reuniões.
– Na verdade, nem eu. Mas, se as coisas da minha vida pudessem ser decididas por mim, seria fácil. - ele bebeu outro gole da garrafa. - Mas em algum momento, mais cedo ou mais tarde, tudo o que sou irá mudar.
–Isso é triste.

Ela baixou o olhar. Devs percebeu e trouxe o rosto da jovem para que ela o encarasse.
– Mas esqueça isso. Vamos curtir o dia de hoje. - ele deu um beijo suave na jovem. - E nossa comida chegou!

Igraine o fitou com um sorriso fraco. Mesmo que quisesse, não conseguiria esquecer aquela sutil sombra de tristeza que por um segundo, pareceu se abater sobre ele.
Assim que a pizza foi colocada na mesa, Devs se adiantou para cortar duas grandes fatias para si e duas para Igraine. Deixou os talheres de lado e pegou a pizza na a mão com a ajuda de um guardanapo.

–Espere... Não é melhor comermos com os talheres? Vamos nos sujar! - ela pareceu preocupada, enquanto Devs levava o óleo que escorria pelos dedos da pizza a boca.
– É só limpar depois! Não vai me dizer que você é uma dessas meninas frescas? Sendo garota da fazenda, isso não combina!
–Não sou fresca! Mas fui educada pela minha avó e ela sempre diz " Uma dama deve ser educada em qualquer lugar!"– Igraine carregou o sotaque imitando as palavras da avó.
– Ah vamos ,pare com isso raposinha! Aqui, pegue um pedaço. - disse ele oferecendo uma parte da pizza.

Igraine acatou á sugestão dele. O gosto realmente era muito melhor. Sorriu, enquanto tentava não manchar a roupa. Devs por sua vez, a encarava com um sorriso zombeteiro.
– Agora sim! Eu disse que a pizza daqui é ótima!

~*~

Após comerem, Igraine e Devs caminharam pelas ruas abraçados, como se fossem namorados há muito tempo. A maior parte das pessoas os olhavam de cima á baixo mas Igraine já estava começando a se acostumar com isso. Devs chamava muito a atenção por conta de um certo charme natural que ele parecia ter. Eles deram uma rápida olhada em uma livraria tradicional e depois seguiram a esmo. O sol começava a se pôr quando Igraine lembrou-se de algo importante.

– Eu preciso ir embora.
– Mas já? É á noite que as coisas ficam melhores!
– E-eu não posso tenho de voltar...

Devs sorriu, cansado. Envolveu Igraine nos braços e ela colocou ambas mãos em seu peito. O beijo não demorou a acontecer e dessa vez foi ela que aprofundou o ato com uma certa voracidade.
– ..aprende rápido hein, raposinha? – ele comentou, divertido.
– Hãn...com licença.

O casal virou-se, deparando-se com um jovem moreno de baixa estatura, roupas simples, boina e grandes óculos de aro grosso. Ele tinha uma câmera na mão e outra pendurada no pescoço e parecia um pouco constrangido.

– De-desculpem incomodar mas é que...é que..eu achei vocês um casal muito bonito! Um verdadeiro contraste! Perfeito para representar Londres e sua diversidade! E como essa diversidade de pessoas pode conviver e... - ele ajeitou os óculos. – Desculpe se parece confuso mas é que eu sou um estudante de jornalismo e estou fazendo um trabalho de conclusão de curso com o foco na diversidade da sociedade londrina!
– Hãn..nossa..b-bem é que... – Igraine não conseguia articular as palavras, tão nervosa estava.
– Que tipos de fotos você quer? – indagou Devs. – Podemos fazer outras poses, mas vou querer uma cópia dessas fotos depois!
– Ah vocês podem se beijar como antes porque os raios do pôr do sol sobre o seu moicano criaram a iluminação perfeita! E eu lhe dou uma cópia agora mesmo, tenho aqui uma câmera instantânea!

Igraine tentou dizer não, mas ao encarar Devs percebeu que aquilo seria impossível de se negar. Ele a envolveu nos braços e lhe beijou, primeiro só encostando os lábios, depois aprofundando para um beijo de verdade.

– Isso assim mesmo! – falou o rapaz com câmera em mãos. – Fiquem nessa posição...isso! Agora vou tirar com a outra câmera...pronto!
O casal desfez o beijo e o rapaz pediu que ambos ficassem apenas abraçados para tirar mais duas fotos. Ele então aproximou-se deles, agitando duas fotos da câmera Polaroid, que entregou para Igraine.

– M-muito obrigada pelas fotos...
– Eu que agradeço! Obrigado por aceitarem meu pedido, a outra foto que tirei com toda certeza irá para a minha monografia! – ele estendeu a mão. – Eu sou Patrício Starling.
– Ah...Igraine. ele murmurou apertando a mão do rapaz. – Espero que você se torne um grande jornalista!
– Irei me dedicar para isso! Bom, eu preciso ir agora. Muito obrigado por terem aceitado fazer a foto! Desejo-lhes felicidades, até mais!

Assim que o rapaz se afastou, ambos se encararam.
– Nossa..muito...simpático ele...
– Bem diferente dos londrinos comuns. Mas então...onde estávamos mesmo?
– Eu...- Igaine impediu que os beijos voltassem. – Eu realmente preciso ir embora, está ficando tarde. Logo vai escurescer.
– Ah, está bem, está bem! Vamos, te levo até a rodoviária.

~*~

Igraine e Devs estavam próximos á plataforma de embarque, aguardando a chegada do ônibus juntamente com alguns outros passageiros. Igraine sentia-se aliviada em poder finalmente embarcar, chegando na fazenda antes que seus avós voltassem de viagem. Mas, por outro lado, sentia um estranho incômodo no peito por ter que se separar...dele.

– O que foi, raposinha? – indagou ao perceber que ela o olhava.
– N-nada...é que...bem...

Não terminou a frase. Pois Devs já a envolvia em um abraço que logo evoluiu para um beijo. Ficaram assim até ela quebrar o ato para tomar fôlego.
– O que acha de anotar o meu telefone? Sabe...para quando voltar á Londres.
– Claro!

Igraine só percebeu que respondera com empolgação depois de ter dito. Corada, pegou o telefone da bolsa e anotou o número que ele dissera. Nisso, o ônibus chegou e os passageiros começaram a se preparar para embarcar. Devs tirou da própria jaqueta, um pedaço de pano com seu apelido escrito e colocou na mão da jovem.

– Aqui. Uma pequena lembrança para não esquecer de mim.
– ...eu nunca vou esquecer de você.
– Na verdade... – comentou ele mantendo as mãos dela entre as suas. – Espero que volte logo para Londres. Existe muita coisa que gostaria de te mostrar.
– Quando eu voltar...e eu vou voltar! Você...bem...poderia me falar um pouco sobre você?

Silêncio. Azuis sobre azuis.

– ...tudo o que desejar saber. Afinal, quando você voltar eu farei o pedido oficial.
– Pedido do quê?
– Só saberá quando voltar.
– Me conta!
– Quando você voltar, raposinha. – havia um tom de ordem na voz dele. – Até lá, se cuide. E nada de se engraçar com algum caipira na fazenda!
– Do que você...
– Vamos fazer uma promessa. – ele pegou as mãos dela entre as suas. – Daqui dez anos, nós vamos os unir .
– QUÊ?!
– Daqui dez anos já teremos vivido muito as nossas vidas. Teremos conhecido muita coisa e tido muitas experiências. E teremos convivido nos último anos. Então...que acha?
– E-eu...uau, você tem cada idéia...nem nos conhecemos! Como pode achar que vamos...
– Não sei. Mas acho que com você seria legal.
Igraine sorriu, incrédula. Ele era mesmo um maluco.
– Está bem...que seja.

Ele afagou a cabeça dela e a puxou para um beijo mais longo. Um beijo diferente dos outros que haviam trocado e fez Igraine estremecer. Quando ele quebrou o beijo, o ouviu sussurrar em seu ouvido um único nome. O nome dele
.
Ela o encarou com um sorriso de contentamento, o qual ele retribuiu com um leve menear da cabeça.
–O ônibus já vai sair.

Trocaram m último beijo antes dela embarcar e Devs esperou o ônibus partir, logo sentindo o celular vibrar no bolso. Ao olhar o visor se deparou com cerca de sessenta e seis chamadas não atendidas. Trincou os dentes. Aquilo ia dar problemas pois todas elas vinham da Mansão.
Havia também algumas mensagens de texto de sua melhor amiga e uma do mordomo da Mansão. Optou por ver essa primeiro e o que leu lhe provocou no peito a mesma sensação de que se tivesse levado um tiro.

“Cruella Devil faleceu. Venha para a Mansão imediatamente. A Devil’s precisa de você.”

~*~


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Notas finais do capítulo

Finalmente terminei este capítulo!
Vocês não imaginam como esse capítulo me deu trabalho para escrever! A parte do Flash-Back eu tinha inúmeras idéias em minha mente mas na hora de passar para o papel foi muito difícil! Tive que alterar várias coisas e cortar outras tantas. No fim, eu não sei se o capítulo realmente ficou bom, mas procurei fazer o melhor que eu pude. Deixei algumas referências para os leitores encaixarem as peças etentei manter o dinamismo de sempre na fanfic. Eu realmente fiz o melhor que pude, e peço desculpas se o capítulo ficou um pouco adesejar.
Esse capítulo pode ter sido um pouco mais melosos mas era realmente necessário. Precisava justificar o poder de encantamento que Devs provocou em Igraine, para que ela pensasse nele por dez anos.
Quero agradecer á minha amiga Vanessa Hime. Sem ela, eu não conseguiria fazer esse capítulo. Ela me ajuda sempre nos capítulos da fic (sim, ela que faz cosplay da Igraine e do Elso nas fotos da Page) e tem partes nesse capítulo que tiveram a atuação dela como Igraine (eu consigo ser o Cruello, mas ser Igraine é muito difícil pra mim), Então, obrigada miga por ter ajudado e me pressionado para este capítulo sair!
Enfim galera...deixem seus comentários aqui e até breve!