No embalo Dela escrita por Titta


Capítulo 45
Pequena DR


Notas iniciais do capítulo

Olaa peoples! Tudo bom?
Hoje não tenho nenhum aviso (ou pelo menos não que me lembre)
Então, boa leitura :)



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– Peeta

Acordei quase duas da manhã. Katniss estava ao meu lado e ainda dormia como um anjo.
Respirei fundo procurando não me mover muito enquanto me levantava para ir ao banheiro. Em vão. Pois ela abriu os olhos e me fitou com aquela carinha de criança sonolenta.
– Onde vai? - Falou com a voz embriagada de sono.
– Ao banheiro. Pode voltar a dormir.
Ela assentiu minimamente e se virou, voltando para a beirada da cama.
Gastei alguns segundos olhando-a dormir antes de seguir para o banheiro. Lá, pensei no quanto fiquei chateado com Katniss.
Ela não padecia confiar em mim o suficiente, como confiava em Cato. Certo, eu havia sido um idiota algumas vezes, enquanto Cato se mostrava um perfeito amigo. Eu não era tão observador quanto ele, não via quando ela se mostrava extremamente chateada com as atitudes da mãe, ou o quanto sentia falta dos irmãos. Mas Cato via.
Por um momento, me perguntei por que ela estava comigo e não com ele.
Mas me lembrei...

*Flashback*
Suas palavras se repetiam em minha mente, quase podia soletrar cada letra...
Eu Te Amo
A olhei atordoado, meio zonzo. Como se digerisse de maneira lenta e quase aterrorizante.
– Eu te amo - Ela disse outra vez, agora com a voz mais fraca pelo cansaço
É, eu realmente não esperava aquilo. Mas senti meu peito queimar e a necessidade de corresponder foi maior.
– Eu também te amo - Respondi, quase inseguro e segurei seu rosto enquanto colava nossas testas.
Senti sua respiração quente tocando minha boca e seus olhos desapareceram por trás das pálpebras.
*Fim do flashback*

Senti o sorriso bobo no rosto. Sim, ela havia me dito, depois de nossa primeira vez, que ela me amava. Era isso que diferenciava eu e Cato, ela me amava como homem. E eu a amava, e disse com todas as letras, mesmo que carregadas de luxúria, a mais perfeita verdade. Eu amo essa garota.
Mesmo que depois desse dia, não repetimos mais tais palavras...
E por mais que esteja um tanto chateado, não podia ignorar que ela me amava também.
Talvez, se eu me abrisse com ela, ela pudesse ter mais confiança em mim.
Sai do banheiro e a vi sentada na cama olhando para a porta que eu havia acabado de passar.
– Está bem? - Perguntei, já que a única luz vinha do banheiro, logo, não podia ver muito bem seu rosto.
– Sim, só senti sua falta na cama. - Ela disse com a voz baixa, como se sentisse vergonha.
Sorri torto e caminhei ate ela - Mas eu lhe disse que iria ao banheiro. Não lembra?
Ela negou com a cabeça e esfregou os olhos.
– Você acordou, ou pelo menos pareceu, quando levantei.
Katniss riu baixo e jogou a testa contra meu peito - Perdão, não lembro.
Afaguei os cabelos dela, decidido a por as cartas na mesa.
– Kat. Podemos conversar?
Ela novamente assentiu e me olhou seria.
– Eu queria perguntar... Por que não se abre comigo como faz com Cato?
Ela suspirou - Cato esteve comigo mais do que você. Assumo que em seu lugar, eu não gostaria se fosse com uma namorada minha, mas ele é como um terceiro irmão. Não precisa ter ciúmes dele.
– Mas não tenho ciúmes dele - Era mentira - Tenho ciúmes da relação de confiança que você tem com ele e não tem comigo.
Katniss pareceu pensar - Ele confia em mim. Por isso confio nele.
– Eu também confio em você - Justifiquei.
– Mas ele chegou até a me contar sobre o pai dele - Tentou articular
– O que tem o pai dele Kat?
– Ele sente falta... É um pai muito ausente.
– Claro que é, ele está morto - Soltei, e só depois percebi que falei o que não devia.
– M-mas eu mesma liguei pra ele no dia em que Cato estava no hospital.
– Ele é o padrasto - Suspirei cansado - Cato até gosta dele e o chama de pai. Mas quando ele era novo, o pai biológico faleceu.
– Como? - Arregalou os olhos
– Não posso contar. Isso é história dele, perdão. Eu só sei porque estive lá.
A vi dar de ombros - Okay.
– Mas voltando a nós... Eu não quero te forçar a nada. Mas queria que pensasse no meu lado as vezes. Cato é um cara incrível eu sei, é meu melhor amigo e sei como ele é, como transpira confiança e bondade. Mas pense que se fosse ao contrário, você não gostaria também.
Ela suspirou, parecendo ver que eu tinha razão - Okay. Concordo com você... Mas não pense que vou me afastar dele por causa disso.
– Nunca pediria que se afastasse dele - Prontamente afirmei. Afinal, era verdade.
– Bom - Katniss suspirou - Agora podemos dormir? Temos aula amanhã e eu sinceramente acho que são umas 3 da manhã.
– Quase - Constatei no relógio - Deita, vou comer algo na cozinha e já volto.
Ela assentiu e deixou o corpo cair na cama.
Ri com ela, era uma menina num corpo de mulher durante a noite, e de dia era uma mulher no corpo de menina. Confuso, mas real.
Ouvi a morena resmungando algo e se encolheu debaixo das cobertas.

Enquanto eu descia as escadas, continuei pensando em nossa conversa. Havia mais coisas a conversar, e eu sentia que o assunto de Cato e da confiança ainda não haviam sido esclarecidos.
Já estava passando pela sala quando tropeçei no tapete e ouvi um barulho na cozinha.
– Peet! Que susto! - Rosa falou com a mão no peito. Logo me deu um sorriso - Faz tempo que não levanta de madrugada pra comer.
Dei de ombros e abri a geladeira olhando seu conteúdo, deixando sua observação passar em branco. Peguei a caixa de leite e a de cereal no armário.
– A sua amiga está lá em cima? - Questionou bebendo o suco. Só então a olhei e notei que ela não usava mais do que uma camisola curta.
Rosa, apesar de atirada, tinha a sensualidade de uma verdadeira latina. Os labios eram carnudos, andava como se dançasse a música mais sensual do mundo, tinha os cabelos em grandes cachos, nessa hora bagunçados, que davam um ar de quem havia acabado de se recuperar do sexo. Ela não era de se jogar fora, era bonita na verdade.
Engoli a seco - Sim. Mas vou comer lá em cima com ela.
Assim seria melhor. Afinal, que tipo de idiota eu seria se eu falasse a Katniss para ter mais cuidado com as amizades enquanto eu me descuidava?
Peguei a bandeja com o cereal, leite, tijela e colher e sai da cozinha, mas ouvindo os passos de Rosa atrás de mim.
– Por que não come aqui comigo?
– Porque quero comer com a Kat.
– Oras, faz tempo que não conversamos. Fique aqui, aposto que ela não vai se incomodar.
– Mas eu vou me incomodar - Falei, sentindo-me um grosseiro, mas aliviado por ela não me seguir mais e praticamente corri para o quarto.
Katniss ainda dormia, agora do meu lado da cama e bem na beirada.
Achava engraçado essa mania dela de deitar sempre pelos cantos da cama. Mais um fato sobre ela.
Comi silenciosamente metade da caixa do cereal e mantive a bandeja de lado. Quando deitei na cama de novo, Katniss rolou para perto de mim e eu a aconcheguei nos braços.
– Ouvi você e a Rosa - Ela disse baixinho.
– Sinto muito. Por isso que gosto de dormir na minha avó. - Falei apreensivo pela vovó.
– Ela vai ficar bem. E quanto a situação da Rosa, eu sinto muito que tenha que passar por isso.
– Tudo bem. Só não quero que ela nos cause problemas.
Senti sua cabeça balançar, mostrando que ela concordava comigo, e me apertou.
Acabei nem vendo a hora que dormi.


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Notas finais do capítulo

Eu sei que o capítulo ficou um pouco pequeno em comparação aos últimos postados, mas vou fazer o possível pra deixar os outros maiores ;)
Novamente, não me lembro se tenho algum aviso, então caso esteja esquecendo, respondo nos comentários ou no próximo post.