No embalo Dela escrita por Titta


Capítulo 44
Melhores amigos


Notas iniciais do capítulo

Olaa povo! Tudo bem?
Bem, antes do cap. já venho com uns avisos:
1- Sim, vocês leram bem, a Kat não era virgem. Mas isso vai ser esclarecido ainda;
2- "Titta o que a Katniss disse pro Peeta depois da primeira noite de amor deles?" isso vai vir ainda, ACALMEM OS CORAÇOEZINHOS; (sim tem a ver com a virgindade dela, mas sem mais spoilers)
3- De acordo com a web, as aulas já estão a caminho do final do ano, logo, a web também está a caminho do final, mas ainda vai haver uns 'bons' capítulos, então relaxem;
4- Vi que temos uns leitores novos (estamos, pelas minhas contas e mesmo que não comentaram ainda, com 6 leitores novos) então bem vindos o/
5- Pra quem perguntou no PV e talvez se alguém surgiu a dúvida: Não, eu não pensei ainda em fazer uma nova história contando deles depois da escola. AINDA. Mas agora até cogito a ideia, porém, nao se animem muito.
6- Estava quase esquecendo da vovó Mellark. (SPOILER) Por hora, não se preocupem com ela ;) sabem que adoro colocar uma tragédia, mas DESSA VEZ não tem a ver com essa doce senhora. Só digo, preparem os corações (risadinha maléfica e suspeita)
*Se esqueci algo, no próximo eu esclaresso ok?
Acho que chega de aviso no momento ne... Boa leitura!



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– Katniss

Estávamos no hospital. Ao meu lado, havia um Peeta agora mais tranquilo, depois de termos a notícia de que sua avó estava tomando soro e agora aparentava estar bem. Do meu outro lado estava Marina, mãe de Peeta, aparentava começar a tranquilizar-se. Vez ou outra esfregava as mãos em nervosismo.
– Não se preocupe - Segurei sua mão gelada, lhe dando um sorriso fraco - Ela vai ficar bem.
Marina me olhou com os olhos cor de gelo e tentou sorrir, logo fitou o filho que se mostrava mais calmo.
Jhonatan, que há minutos estava com a mãe, agora estava em nossa frente com a expressão cansada, mas tranquila.
– Ela está sendo medicada com Ácido acetilsalicílico, mas terá que fazer uma cirurgia.
– Quando? - Peeta questionou já em pé.
– Provavelmente na próxima semana - Ele segurou os ombros do filho - E nós temos que conversar.
O loiro o olhou com uma careta e bufou - Vou levar a Kat primeiro.
Ele apenas concordou e seguiu de volta para o quarto da mãe, acompanhado de Marina depois que a mesma se despediu de mim.
– Vou ligar pra Delly, pra saber se ela está em casa - Disse quando saímos, lembrando-me que eu não podia ir pra minha casa.
Peeta consentiu e parou na frente do carro enquanto eu ligava.
Para meu azar, Delly estava cuidando na priminha na casa dos tios, e Madge estava na casa de uma das amigas nojentas dela. Ótimo.
– Posso ver se Finnick vai estar em casa... - Ele sugeriu.
Mas por mais que eu gostasse dele, liguei para Cato e o mesmo se mostrou disponível para me receber enquanto Peeta estivesse com o pai.
Por algum motivo, Mellark passou o caminho incomodado com minha ida a casa do amigo, mas eu já imaginava o que seria. Ignorei o fato e me aconcheguei no carro, deixando o vento da janela bater em meu rosto.
Estar em um hospital logo após a morte do meu pai - e levando em conta que foi ali mesmo que ele havia falecido - foi pior do que pensei. Só de pisar ali já senti uma enxurrada de lágrimas vindo, mas as contive.
Peeta estava mal pela avó, e minutos depois os pais chegaram atordoados, logo, eu não poderia me mostrar mal, sendo que todos ali já o estavam.
Meu coração palpitava e novamente me vi sem chão. Seria bom estar com Cato alguns minutos. Peeta não me entendia da mesma maneira que ele...
– Kat - A voz de Mellark me trouxe de volta.
Quando o olhei, percebi que eu estava chorando.
– Eu sei que sente falta do seu pai...
Assenti, com medo de falar algo e começar a chorar.
– Só quero que saiba, que se precisar eu vou estar aqui tudo bem? - Ele me estendeu os braços e me aconcheguei a ele como pude.
Era incrível pensar que o cara baladeiro e galinha estava ali se oferecendo a garota esquisitinha da escola que não parecia enxergar pelos corredores. Ele havia mudado muito, mas eu estava adorando esse novo Mellark.
Ouvimos batidas no vidro de Peeta e quando vimos, Cato estava rindo para nós.
Nos despedimos de forma rápida e seu carro desapareceu na rua.
– Agora me conta, por que estava chorando? - Ele passou o braço por meu ombro e me guiou para dentro de sua casa.
Eu o abraçei de lado e falei com a voz chorosa - Meu pai...
Senti seu peito mexer com uma pequena risada que ele deu e me apertou - Comprei sorvete pra gente e uns doces. Li na revista da minha mãe que mulher gosta disso quando está triste.
Agora foi minha vez de rir - Quem poderia imaginar que Cato Hadley, jogador do time da escola, le revistas de mulher.
Ele riu - Você é minha melhor amiga - Deu de ombros - E as revistas não são ruins.
Sorri. Sim, por mais que eu tivesse Delly e Madge, Cato também era meu melhor amigo.
Vi o loiro pegar um pote de sorvete de morango e duas colheres, para depois se sentar ao meu lado no sofá.
– Pode desabafar - Abriu o pote e me deu uma colher.
– Sinto falta do meu pai - Eu disse sem chorar. Já havia me acostumado a dizer aquela frase para meus irmãos todos os dias.
– Eu também sinto falta do meu. - Suspirou - Esse vazio nunca vai ser preenchido Kat. Nem mesmo por um padrasto. Não que você não possa aceitar um ou que não possa ter um que te trate e ame como filha, mas seu pai é e sempre vai ser insubstituível.
Eu o olhava com a visão embaçada pelas minhas lágrimas. Nunca eram tão diretos comigo, e eu agradeceria eternamente por Cato ser tão firme assim.
– A falta que ele faz, sempre vai estar aí - Agora sua voz soava embargada - A ferida só vai amenizar, uma hora não vamos chorar e nem ficar tristes pela falta deles, mas ainda assim vamos ter a saudade.
Meu coração pareceu parar no momento em que vi o loiro duas vezes maior do que eu chorar.
O abraçei, sentindo seu corpo pular pelos soluços e respirei fundo.
Beijei o topo de sua cabeça e esperei que ele se acalmasse.
As vezes era bom chorar um pouco, aliviar toda a pressão que temos guardado.
Mas a de Cato durou pouco, e em alguns minutos ele já estava mais tranquilo.
– Espero não ter te assustado com o que disse.
Segurei seu rosto em minhas mãos, fazendo-as parecer de criança em comparação com aquele maxilar largo que ele tinha - Concordo com tudo o que disse. E agradeço por ser tão sincero comigo.
Ele seu um riso fraco, mas verdadeiro e voltamos ao sorvete.
Lhe contei o que houve com vovó Mellark, que Jhonatan queria falar com o filho, que minha mãe estava em casa e meus irmãos não me queriam lá, para não me ferir.
Cato ouviu tudo atentamente, com uma maturidade genuína e logo notei a noite cair pela janela da sala.
Sua mãe apareceu algumas horas depois e, tímida como era, apenas nos cumprimentou rapidamente e foi rumo ao quarto.
– Sua mãe não tem nada haver com você - Falei bebericando o suco que ele havia feito.
– Eu puxei meu pai completamente. Não tenho nenhum traço de minha mãe - Riu.
Nessa hora, meu telefone tocou e o nome de Peeta piscou na tela.
O mesmo disse que passaria para me pegar, e estava próximo. Tinha a voz irritada e resolvi não questionar.
Cato me acompanhou até o lado de fora, onde já encontramos o carro de Peeta acabando de frear.
– Acho que ele está possuído pelo ciúmes - Sussurou no meu ouvido e eu ri - Só tome cuidado. Ele nunca teve alguém pra sentir ciúmes.
Olhei os olhos azuis do meu amigo, sério, e assenti.
– Vou me cuidar - Pisquei e ele beijou a ponta do meu nariz.
Quando entrei no carro, havia um Peeta carrancudo no volante.
– O que seu pai queria? - Quis saber ignorando a cara irritada dele.
– Ele viu que minhas notas caíram, e disse que se eu não melhorar, não temos um acordo e vou ter que trabalhar para ele - Agora sim eu entendia essa cara brava
Toquei seu ombro - Não se preocupe, vou ajudar você. E agora temos as aulas com Cinna, que vão nos fornecer alguns décimos extras.
Ele pareceu relaxar, mas logo se pôs tenso novamente - E que porcaria foi aquela na porta com Cato?
O centro de minhas sobrancelhas fez um nó - Foi uma despedida do meu amigo. Algum problema?
Ele pareceu respirar fundo enquanto virava a esquina - Não. Só não sabia que trocavam beijos.
– Vou fingir que não ouvi esse seu comentário desnecessário Okay? - Falei irritada e afundando o corpo no banco. Coisa que foi inutil, já que em questão de segundos ele parou o carro em frente a casa da avó.
– Vamos ficar na casa dos meus pais hoje. Finnick vai dormir na casa de um amigo, e minha mãe pediu que não dormissemos sozinhos. - Falou ainda sério.
– Mas na sua casa também estaríamos sozinhos - Afinal, pela lógica, os pais dele estariam no hospital e sua casa estaria vazia.
– Não, Maria, a minha babá, e a filha Rosa estão por lá.
Foi o que disse e saiu na frente entrando em casa, antes que eu brincasse por ele ter uma babá. Bufei e o segui.
Na hora, a senhora de pele morena e bochechas rechonchudas passou e nos cumprimentou. Tinha um sotaque mexicano, e a garota logo atrás era como sua miniatura.
– Oi Peet! Finalmente lembrou que tem casa - Ela brincou e Peeta deu de ombros, enquanto abraçava a senhora.
– Essa é a Katniss, ela vai dormir aqui hoje...
– Então vamos arrumar o quarto de hóspedes - A mais nova se apressou em cortá-lo e me lançou uma careta. Legal, agora se via que ela não gosta de mim.
– Não. Ela vai dormir comigo - Peeta tratou de pegar minha mão e subir para o quarto praticamente me arrastando.
– Sua mãe sabe disso? - Questionei assim que a porta fechou
– Sabe sim. Não se preocupe. - Ele abriu o armário e tirou uma camiseta vermelha - Não trouxe pijama pra você. Mas pedi pra Madge uma das roupas dela pra você usar amanhã na escola.
O fitei, pensando quando ele teve tempo para arrumar o vestido de Mad. Apertei a camisa entre as mãos e não tive outra escolha. Minha roupa estava cheirando a suor e eu não pretendia dormir com ela.
– No meu banheiro tem toalha. Pode ir primeiro - Ele disse e saiu do quarto.
Ainda parecia bravo por achar que Cato teria me beijado de verdade, mas não via necessidade alguma de ter ciúmes.
Me dei por vencida e entrei naquele banheiro cheirando a Peeta Mellark. Deus que cheiro embriagante!
Me lavei rapidamente e me sequei. Oh céus, até a toalha cheirava a ele.
Quando sai do banheiro, enrolada na toalha, Peeta estava com uma sacola pequena nas mãos e me estendeu.
– Mad mandou também uma roupa íntima. Disse que poderia precisar...
Peguei e constatei que havia um conjunto preto com bolinhas brancas, não era meu, era um que a loira havia comprado há algum tempo, mas não usou.
O olhei, sentado na cama com as costas na cabeceira me fitando.
– Pode sair pra eu me trocar?
Ele deu de ombros - Vou tomar meu banho então.
E sumiu pela porta do banheiro.
Suspirei aliviada por não ter que me trocar na frente dele e coloquei o conjunto que me foi dado, para depois jogar a camisa dele por cima.
Peeta não era muito mais alto do que eu, então sua camisa mal chegava ao meio das minhas coxas. Abusada, mexi em seu guarda roupas e achei uma gaveta de samba canções. Ri com pequena bagunça ali e escolhi uma preta lisa que parecia ser uma das menores ali. Me serviu como um short e, assim que o coloquei, Peeta saiu com a toalha amarrada à cintura.
– Espero que não se importe - Indiquei a samba canção.
– Que tenha mexido em minhas coisas não, mas preferia sem nada por baixo - Falou num tom zombeteiro e imaginei que a crise de ciúmes já havia passado.
Ri e subtamente ele tirou a toalha, pendurando num dos ganchos atrás da porta e ficando nu na minha frente. Instintivamente eu me virei de costas e ouvi sua risada.
– Não sei por que tem tanta vergonha - Ouvi os passos até o guarda roupas e logo depois as gavetas serem abertas e fechadas.
Quando virei, ele usava uma samba canção quadriculada branca e amarela.
– Só não tenho o costume de ver homens pelados - Senti meu rosto queimar.
Na hora, ouvimos batidas na porta e, sem que a pessoa esperasse, a porta abriu revelando a filha da babá.
– Rosa, não entre assim sem que eu diga que pode entrar - Peeta reclamou, mais com uma voz chateada do que de bravo.
– Sinto muito Peet - A morena se mostrou constrangida, mas ao me olhar fez uma cara feia e empinou o nariz - Mamãe mandou chamar pra jantar.
– Não estou com fome, e você? - Perguntou a mim
– Na verdade não - E realmente não estava depois de dois litros de sorvete.
Mellark caminhou até a porta, sob os olhos minuciosos de Rosa, e a fechou com chave.
– Já tem sono?
Assenti e sentei na ponta da cama - Mas ainda posso ouvir o que exatamente seu pai falou, já que parece bravo até agora.
Ele deu de ombros e deitou na cama me puxando com ele - Em resumo foi aquilo. Minhas notas estão baixas e se não for pra faculdade tenho que trabalhar para ele.
– Mas por que parecia tão bravo no carro sendo que ele não disse nada do que não saiba?
Sua boca se torceu numa linha reta - Porque não é todo dia que seu amigo beija sua garota - Disse num tom carrancudo e eu gargalhei.
– Não é engraçado - Disse ainda emburrado.
– Céus Peeta, ele beijou a ponta do meu nariz. Não beijou minha boca como deve estar pensando - Esclareci.
Ele pareceu um tanto encabulado, mas logo a birra voltou - Mesmo assim. Poxa, você conta todas as suas coisas pra ele.
– Ele é seu melhor amigo, e sinceramente o meu também. Acha mesmo que iríamos fazer algo assim com você?
O loiro pareceu pensar, como se reanalizasse algo bobo e me olhou - Creio que sou um idiota...
– Crença verídica - Brinquei e ele selou meus lábios.
– Okay, já está com sono? - Vi seu sorriso malicioso e sinto que corei na hora.
– Sim! - Respondi de forma rápida e virei de costas ainda encabulada.
Ele riu em minhas costas e me abraçou de conchinha. Imagino eu que tenha percebido que fico sem graça sabendo que os pais dele estão na casa, a poucos metros de distância.
– Mellark - Chamei-o.
– Everdeen - Respondeu, me apertando contra seu peito.
– Não gostei da Rosa. - Disse simplesmente e seu peito tremeu em minhas costas quando ele riu.
– Ela é legal, menos quando da em cima de mim. Mas não se preocupe com ela...
Assenti, apoiando minha cabeça no braço dele e fechando os olhos.
Em poucos minutos, sua respiração estava suave em meu pescoço , me fazendo cócegas, e soube que ele estava dormindo.


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Notas finais do capítulo

Sinto pelo capítulo um pouco pequeno, mas queria que a Kat falasse um pouquinho ne? Faz falta :p
Comentem!