No embalo Dela escrita por Titta


Capítulo 37
Gary Everdeen


Notas iniciais do capítulo

Saiu mais rápido do que esperavam ne? Eu realmente queria ter postado mais cedo, mas fiquei sem internet. E meio que tirei e refi, algumas partes do texto por que não gostei muito ou achei que havia passado da hora de acontecer e etc... Basicamente eu escrevi esse cap. umas duas ou treze vezes ate ficar assim para se encaixar no que quero fazer.
E uma surpresinha: esse capitulo não é narrado nem por Kat nem pelo Peet
Bjnhos e até lá em baixo



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A sala de espera naquele dia parecia mais um velório, apesar de que ninguém havia falecido, ainda. A ala se encontrava vazia apenas com a família Everdeen lamentando-se o acontecido.
Katniss chorava tanto que parecia não conseguir respirar, a ponto de pular da cadeira a cada soluço que dava.
Ben estava sentado ao seu lado. O mesmo tinha o rosto vermelho e olhos fundos, mostrando o cansaço, mas ainda tentava consolar a irmã mais nova que chorava baixo com as mãos no rosto.
Já Blaine segurava a mãe a qual estava aos prantos ajoelhada no chão no canto, próxima a um aquário que havia ali. Ele a abraçava e lhe dizia bem baixinho, que tudo ficaria bem e que ele estava ali com ela, porém ela parecia não ouvir. Também, como seria possível com seus gritos praticamente estourando seus pulmões?
Uma enfermeira veio lhe socorrer trazendo uma cadeira de rodas para leva-la à enfermaria na tentativa de acalmar a mulher.
– Ben, vou levar a mamãe na enfermaria. Me liga qualquer coisa - Disse Blaine carregando a mãe para longe, fazendo seus gritos ficarem cada vez mais baixos.
– Kat... Olha pra mim - Falou Ben segurando o rosto da caçula com as duas mãos. A mesma o olhou com os olhos de um azul tão claro que mais parecia estarem cinzas - Vou falar com o medico do papai. Preciso que fique aqui, pode fazer isso?
A morena assentiu, na tentativa de ser forte e fungou um pouco.
– Ótimo - o irmão sorriu e beijou sua testa - Me liga se precisar de algo.
E saiu, deixando a mais nova dos Everdeen sozinha na sala. Era ma sala em tons de amarelo bebe, sem qualquer arranhão ou infiltração. O chão era de um tom creme tão limpo que quase podia ver seu reflexo nele, as cadeiras eram pretas e na mesa de centro haviam copos descartáveis, café e uns biscoitos. Devorou dois ou três e bebericou um copo de café, na tentativa de desviar o frio que sentia devido ao ar gelado do local.
Foi nessa hora que ela reparou em si mesma, estava com um short de pijama com abelhas e uma camisa amarela. Os cabelos ainda estavam úmidos do banho e exalava o cheiro de seu shampoo, não precisava de espelho para saber que estavam emaranhados e que seu rosto deveria estar parecendo uma bola vermelha e grande. Seus pés estavam com um chinelo preto com flores brancas e tinha um casaco em seus ombros. Quando colocara um casaco, ou o chinelo? Como viera parar aqui? Nem mesmo se lembrava de tudo.
Em um momento estava gritando com Delly para que a ruiva lhe falasse aquilo que já imaginava, depois sua mãe chorando no chão. Viu um vulto vermelho, que deveria ser o cabelo de sua amiga, antes de cair no chão desmaiada. Tempos depois, não sabia bem ao certo, acordou no sofá da casa com Ben lhe olhando fixamente com seus olhos verdes preocupados.
Ah sim, agora lembrava de como estava com a jaqueta e o chinelo. Ben a mandara colocar para virem ao hospital, enquanto o outro irmão servia de apoio para a mãe que ainda chorava.

"Foi tudo tão rápido..." pensava consigo mesma apertando as têmporas.
Enxugou as lágrimas com as costas das mãos, ainda em vão pois não conseguia parar de chorar. Levou os pés ao banco e apoiou o peito contra seus joelhos, escondendo o rosto ali. Estava sozinha, sem ter como fazer nada mais por seu pai. Blaine estava com sua mãe, a qual estava fora de controle, já Ben deveria estar com seu pai para ajuda-lo no que fosse preciso. Delly havia ido para casa, ainda um tanto chocada pelo ocorrido, mas Blaine a mandou ir, a fim de evitar que a mesma visse o sofrimento da familia. Madge estaria em alguma festa com as amigas populares e nem saberia o que estava se passando aqui, Peeta talvez estivesse com Cato aqui no hospital, ou em casa comendo ou bebendo com Marvel e Thresh. É... Estava só e nem podia sair do lugar para não preocupar o irmão.

Passaram-se horas, - talvez minutos?- que estava sozinha e pode ouvir passos apressados e pesados vindo para a sala de espera.
– Katniss - Ouviu Blaine chamá-la - Preciso que fique com nossa mãe na enfermaria. Tudo bem?
– Claro! - Finalmente seria útil. Serviria de consolo para sua mãe, assim como ela lhe serviria.
Levantou-se apressada para acompanhar o irmão, e o abraçou.
– Vou ficar com Ben e papai, enquanto isso vigie nossa mae para que ela tome todo o soro, já avisei a ela que você vai ficar com ela. Depois vocês podem ir vê-lo okay?
– Okay - Confirmou já mais animada. Se podia vê-lo então ele estava melhor. Vivo.
Seguiu Blaine até o primeiro andar, onde entraram em uma ala aconchegante, encontrando sua mãe deitada em uma maca com uma agulha em seu braço levando soro e uma mascara de oxigênio no rosto pálido.
– Cuidem-se - Blaine beijou sua testa e saiu de vista.
Katniss seguiu ate sua mãe, a qual perguntava do marido.
– Acho que ele esta bem mamãe - Falou a morena segurando sua mão. - Parece que vamos poder vê-lo assim que seu soro terminar.
Os olhos de Clara Everdeen lacrimejaram e ela passou a mão pelos cabelos de sua filha, a fim de arruma-los.
– O que foi mãe? - Katniss estranhou o olhar da mãe. Parecia que algo ruim tinha acontecido e ela estava escondendo.
A mesma apenas balançou a cabeça em negação, como se dissesse que não é nada, mas aquele olhar estranho ainda estava ali, ainda lhe escondia algo.

Demoraram alguns minutos até que o soro de Clara terminasse e ambas pudessem ir ver o pai dos Everdeen.
Na ida pelo enorme corredor, o coração de Katniss disparava tão forte que ficou com medo de ouvirem-o sem precisar de um estetoscópio. Sentiu as mãos suarem e sua respiração pesar.
– Calma filha - A voz de sua mãe soou baixo ao seu lado, mas por mais que houvesse um sorriso consolador no rosto, o olhar preocupado não a acalmava.
– Mãe o que aconteceu? - Perguntou a morena parando no meio do corredor.
– Como assim filha? - A loira perguntou como se não entendesse o que havia de errado.
– Você esta escondendo algo... Eu te conheço.
– Não filha ...- Clara engoliu o choro, sabendo que a filha tinha ouvido sua voz chorosa alto e claramente.
Engolir o choro estava difícil para ambas as partes. Sabiam que havia algo errado e que as afetariam de qualquer forma.
Katniss sentiu os olhos arderem e perdeu a paciência - vamos ver o papai. Ele deve estar preocupado.
– Kat...
– Se você não vai, vou sem você! - A morena gritou irritada.
Clara a seguiu e levou a mão à boca e seguiu até o fim do corredor, onde a porta branca com o número 512 fez a garota parar e respirar fundo.
"Pra que sentir medo?" ela pensava. Pela logica, Ben e Blaine só permitiriam que ela entrasse se seu pai estivesse bem. E se estivesse morto eles jamais permitiriam que ela o visse. Certo?
– Certo - Ela confirmou para si mesma ainda parada em frente a porta.
Sua mãe lhe tocou o ombro como se avisasse que estava lá para o que precisasse, e a morena lhe sorriu e segurou sua mão, ainda apoiada no ombro.
Respirou fundo e abriu a porta. Nessa hora, pensou que veria seu pai todo entubado, as feridas na perna em carne viva, o corpo pálido e sem vida com o monitor cardíaco apitando comi aviso que o coração havia parado de bater. Mas não.. Seu querido pai tinha as pernas feridas cobertas pelo cobertor, o rosto não estava pálido e sim com um tom rosado e não havia tubos, apenas uma mascara de oxigênio como a que sua mãe usava na enfermaria. E para seu maior alivio, o monitor cardíaco fazia bips constantes, afirmando que o coração ainda batia.
– Pai... - Sentiu sua voz falhar e correu para a cama abraçando-o.
Chorou no colo do pai e sentiu as mãos pesadas dele alisarem suas costas na tentativa de fazê-la parar de chorar. Porém teve o efeito contrário, começou a soluçar com a felicidade que sentia. Seu pai estava vivo e aquilo era um enorme alivio para ela.
Levantou o rosto sorrindo e olhou seu pai que chorava. Algo estava errado.
Olhou em volta e notou que seus irmãos e sua mãe choravam silenciosamente. Havia dois médicos no canto da sala, um homem ruivo e uma mulher com cabelos negros, ambos olhando para o chão um tanto desconcertados.
– O que está acontecendo? - Perguntou com a voz trêmula e viu seu pai segurar suas mãos firmemente.
Ben se levantou e ficou do seu lado - Ouça os médicos.
O medico ruivo se aproximou - Boa noite srta Everdeen...
– Katniss - a morena o interrompeu.
– ... Katniss - Disse um tanto sem graça - Sou o Doutor Hunt, médico de trauma. E essa é a Doutora Torres, médica de ortopedia.
– Boa noite Katniss. - Disse a doutora Torres.
– Boa noite - Respondeu em educação.
– Bem Katniss. A situação de seu pai é um tanto delicada. Ele sofreu danos internos, e o tratamento fez o sistema imunológico dele desgastar bastante. Isso tornou mais propenso que ele tivesse uma infecção nos ossos.
– E é ai que eu entro - Torres deu um passo a frente. - como o doutor Hunt disse, ele pegou uma infecção nos ossos das duas pernas e comprometeu ambas, a melhor saída é a amputação. Outra saída seria um tratamento muito invasivo e como o sistema imunológico dele não esta bom, não é recomendado.
– Então vão amputar as pernas dele? - Perguntou espantada
– Na verdade não... - Respondeu o doutor Hunt.
– Não estou entendendo ...
Os médicos se olharam como se estivessem decidindo quem daria a notícia.
– Ele quer parar com qualquer tratamento e morrer - Blaine se manifestou, bastante irritado com a escolha do pai.
– Pai, não... Fala que é mentira! - Katniss voltou a chorar e abraçou-o.
– Kat, sentimos muito. Mas ele já assinou os papeis. - Ben a tocou no ombro
– Por que me trouxeram aqui?! - Ela berrou com os irmãos - Queriam que eu o visse morrer?!
– É pra se despedir minha filha - Clara chorou - Ele quer ir agora.
O chão de Katniss sumiu, seu mundo desabou e agora não sabia o que fazer. Sentiu o coração parar por um segundo e a dala girou. Queria berrar a altos pulmões, mas ao mesmo tempo queria ficar sozinha e em silencio.
Olhou seu pai triste e ele lhe olhava como se pedisse perdão. Mas ela não queria saber. Ele simplesmente iria desistir da vida e deixa-la sozinha como se não valesse nada para ele. Se levantou e saiu do quarto correndo, seguindo para o quarto 502, onde Cato estaria.
As lágrimas queimavam o rosto, que muito provavelmente estava vermelho e inchado. Esfregou os olhos tentando deter as lagrimas, mas era difícil.

Quando foi entrar no quarto de seu amigo, outro loiro estava saindo.
– Katniss, o que aconteceu? - Peeta perguntou preocupado segurando seu rosto.
A morena o olhou, sem saber muito bem se lhe dava um tapa ou se continuava chorando, ate que ele tomou a iniciativa de abraçá-la. Aquilo só fez com que ela chorasse mais. Soluçou alto e se perguntava por que seu pai, por que justamente ele?
Peeta a pegou no colo e a levou para dentro do quarto, colocando-a no sofá.
– Kat. Se acalme. Me conta o que aconteceu.
Ela o olhou com raiva. Por que só na hora do aperto ele se preocupava? Virou-se de costas e tornou a chorar silenciosamente, enquando sentia que ele mexia em seu cabelo.
– Onde está Cato? - perguntou sem virar para ele
– Cirurgia. Não é nada grave. Só vão tirar uma placa de ferro na perna que ele tinha da outra vez que quebrou o pé. Daqui a uns 40 minutos ele volta.
– Okay. - Ela respondeu baixo.

Passaram-se cerca de meia hora e Peeta ainda permanecia ao lado dela sentado no chão, ate ouvir o celular de Katniss tocar e a mesma atender.
– Okay, já estou indo... - E desligou.
– Onde vai? - Perguntou o loiro quando a viu sair do quarto.
– Isso não é da sua conta - Disse a garota com lagrimas nos olhos.
Ele pensou em segui-la, mas Cato dali a pouco voltaria e ela parecia não querer de maneira alguma vê-lo. Também, com a estupidez que fez nem ele iria querer se ver.

...

Katniss entrou no quarto arfando. Parecia que tudo se passava em câmera lenta. Seu pai estava deitado na mesma posição, mas com um envelope nas mãos, o mesmo que se encontrava na mão de Ben, Blaine e sua mãe. Os doutores Hunt e Torres estavam lá juntamente com um outro medico alto e com a pele bem morena. O mesmo falou com ela, porém só o que ela fez foi sentar e chorar apoiada na maca do pai, que lhe deu o envelope e acariciou seus cabelos.
Permitiram que ela ficasse alguns minutos ali, até Ben pega-la no colo e ficar no sofá, enquanto os médicos lhe davam um remédio. Este demoraria cerca de meia hora para que ele "dormisse", tempo que usariam para se despedirem.
Blaine foi o primeiro a se despedir, abraçou-o e ficou num canto, seguido de Ben que chorou um bocado e tentou se conter, sem muito sucesso, e depois Clara, que ainda implorava que ele não fizesse isso, chorou escandalosamente e foi apartada pelo filho mais velho.
A última foi Katniss, que já chorava ao se aproximar do corpo fragilizado do pai. O mesmo acariciou seus cabelos e segurou seu rosto fazendo-a encará-lo. Falou um " eu te amo" sem voz e ela balbuciou algo, mas o choro foi mais alto e o abraçou. Sabia que ele havia entendido.
Ben a pegou e a morena viu o pai acenar para ela com um sorriso fraco.
– Eu não posso ver - Falou ela virando-se.
Seu irmão a abraçou chorando também e cantou uma canção que costumavam ouvir do pai.

Are you, are youComing to the tree?Where they strung up a man they say who murdered threeStrange things did happen hereNo stranger would it beIf we met at midnight in the hanging tree

Are you, are youComing to the tree?Where the dead man called out for his love to fleeStrange things did happen hereNo stranger would it beIf we met at midnight in the hanging tree

Are you, are youComing to the treeWhere I told you to run so we'd both be freeStrange things did happen hereNo stranger would it beIf we met at midnight in the hanging tree

Are you, are youComing to the tree?Wear a necklace of rope, side by side with meStrange things did happen hereNo stranger would it beIf we met at midnight in the hanging tree

Are you, are youComing to the tree?Where I told you to run so we'd both be freeStrange things did happen hereNo stranger would it beIf we met at midnight in the hanging tree

Are you, are youComing to the tree?Where they strung up a man they say who murdered threeStrange things did happen hereNo stranger would it beIf we met at midnight in the hanging tree

Are you, are youComing to the treeWhere the dead man called out for his love to fleeStrange things did happen hereNo stranger would it beIf we met at midnight in the hanging tree

Ao final da canção, Katniss já havia parado de chorar, apenas estava encolhida no chão apoiada na parede e sendo abraçada por Ben, que parecia usar seu corpo como um escudo para a irmã. Ouviram os médicos declarando o orbito e Clara chorar novamente, como se sua ficha ainda não tivesse caido.
Porém a de Katniss havia caido. Seu pai estava morto, seu corpo sem vida, seu coração sem batimentos e sua mente vazia.
Tanto Katniss quanto Ben preferiram ficar no canto do quarto, enquanto o corpo de Gary Everdeen era levado para fora.


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Notas finais do capítulo

Primeiro de tudo não me matem pf.
Segundo, eu ia colocar mais Peetniss, mas pro que quero fazer não da agora. Então esperem o próximo capitulo ;)
Caso alguem veja Grey's Anatomy, é dai que saiu os personagens :p mas eles não farão parte da web ok?

OBS: alguém assiste OUAT? Estou extremamente viciada em shippar Captain Swan ❤
Eu recomendo.
Bjos e até o próximo capitulo