No embalo Dela escrita por Titta


Capítulo 28
Um momento de irmãos


Notas iniciais do capítulo

Oi :B lembram de mim? Hehe demorei ne? Perdão, mas a falta de internet e tempo não me permitiu postar, PORÉM estou aqui postando finalmente
Espero não ter matado ninguém :p
Muito obrigada a quem esta comentando, nãp tenho como responder a tudo, mas eu agradeço de coração



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Katniss -

Meu despertador gritou ao lado de minha cama no criado e eu tive vontade de jogá-lo na parede. Minha cabeça doía e começei a sentir aquele arrependimento de ter bebido tanto na noite passada. Eu devia ter lembrado que era domingo e no dia seguinte teríamos aula cedo.
Empurrei Delly da cama e ela caiu no colchão de Madge no chão, a loira resmungou algo que não me incomodei em entender e se levantou.
– Mas que droga! - Mad falou em pé, mas não parecendo muito firme, enquanto ajeitava os cabelos bagunçados.
– Não acredito que bebemos em pleno domingo... - Falei me levantando, sentindo a cabeça martelar.
– Delly pelo visto foi a que mais bebeu - Mad apontou para três garrafas de cerveja ao lado da cama, junto com algumas de ice.
Na tarde de domingo, nos juntamos para ver alguns filmes e Madge trouxe cerveja, ice e vodka, e, por mais que eu não bebesse, ela nos incentivou, falando que era bom afogarmos as mágoas.
Delly assumiu que estava chateada pois Thresh havia chamado Madge para sair, mas a loira sendo uma boa amiga, negou a saída. Mad ficou chateada pois ela estava gostando de Cato, mas ele não parecia ter interesse nela. Enquanto isso, eu estava frustada por meus sentimentos sobre Peeta. Não parava de pensar naquele beijo da caverna na praia e ele agia como se nada tivesse acontecido. Apesar de que agora ele estava me tratando diferente, como se quisesse mais.
Mas deve ser apenas coisa da minha cabeça, tenho quase certeza.
Delly afogou as mágoas na cerveja, Mad preferiu a vodka com energético que tinha na geladeira e eu fiquei com a ice. Nem eu nem Delly bebíamos, apenas Mad, porém, fomos induzidas a beber crentes de que aqueles pensamentos que nos perturbavam saíriam. De qualquer forma, saíram.
Madge tinha acabado de beber o quarto copo de vodka com o energético e ja parecia uma tremenda cachaçeira. Minha amiga ruiva ja tinha bebido cinco garrafas de cerveja, estava dançando na minha cama com a sexta garrafa na mão. A ice não era forte, portanto, bebi pouco mais de sete carrafinhas e ainda conseguia parecer uma pessoa normal.
Legal, eu parecia normal, mas cuidava das minhas amigas bebadas enquanto me embebedava.
O fato é que, hoje era segunda e precisávamos ir à escola ou minha mãe me mataria. Ela sabia que estavamos com bebidas no quarto, mas ela me alertou sobre ficar embriagada em pleno domingo para ir à escola na segunda de manhã.
Ajudei Madge a arrumar as garrafas e o quarto enquanto Delly estava de ressaca jogada em meu tapete.
– Kat... Eu acho que vou vomitar... - Resmungou a ruiva e eu a ajudei a ir ate o banheiro e enfiar a cara no vaso enquanto segurava seus cachos avermelhados.
Ela vomitou um pouco e depois reclamou de dor de cabeça, dei umas aspirinas para as duas e engoli uma também. Minha cabeça doía, mas creio que Delly e Madge estavam piores, principalmente Delly, pois ela não tinha costume de beber como Madge, que todos os finais de semana saía com os rapazes.
Minha mãe bateu na porta do quarto - Meninas, querem carona para a escola?
Nos olhamos e queríamos dizer que não precisava, afinal, não queríamos que ela visse Delly do jeito que estava, mas justamente por seu estado fisico, eu precisava da ajuda de minha mãe.
– Gente, vou falar com ela sobre a bebida, Delly esta mal... - Falei
Madge ficou meio insegura, mas logo aceitou também.
Minha mãe era farmacêutica e eu sabia que ela conseguiria nos ajudar, sem falar em minha preocupação com Delly naquele estado.
Abri a porta, beijei minha mãe e falei - Eu sei que nos avisou, mas abusamos da bebida e Delly está passando mal...
Ela me olhou com aquele olhar de reprovação que toda mãe tem e entrou para ver minha amiga. Ainda estava vomitando, o que provocava enjôos em Madge.
– Kat, pegue minha maleta de primeiros socorros, Madge você enche a banheira com água fria.
Prontamente a banheira ja estava cheia e minha mãe havia retirado alguns medicamentos e um líquido para Delly que pareceram resolver quase que de imediato.
– Mãe, sinto muito não ter te ouvido.
– Tudo bem Katniss. Depois conversamos sobre isso - Ela falou, mas eu sabia que ela reparou meu arrependimento.

Não demorou muito e Delly estava dormindo tranquilamente em minha cama e Madge meio acordada, meio dormindo.
– Kat, não foi certo, sabe que Delly não pode beber, ela não tem esse habito e vai ser melhor que não o crie - Minha mãe falou.
Assenti, olhando no fundo daqueles olhos tão diferentes dos meus. Ela tinha olhos castanhos esverdeados, mas nunca chegavam ao verde como os de Peeta. Não era velha, tinha apenas 41 anos, levando em conta que meus irmãos tinham 21 e 26 anos. Ela ficara grávida aos 15 anos e conseguiu passar por todos os obstáculos, ao lado de meu pai.
– Como está o papai? - Perguntei angustiada
Minha mãe suspirou - Mal, não vou mentir. As pernas dele estão muito feridas, pode ser que não volte a andar... - Seus olhos encheram de lágrimas, mas ela as engoliu, tentando ser forte para mim.
Senti que ela precisava que eu também fosse forte, mas aquilo me destruiu. Eu poderia cuidar de meu pai como cuidei de Ben quando quebrou a perna, mas não seria a mesma coisa. Ben, em duas semanas ja estava melhor, mas meu pai não ficaria melhor, suas pernas não seriam mais as mesmas e ele poderia não andar mais.
Voltei para o quarto e agradeci que as meninas ja tinham pegado no sono, meus olhos ardiam e eu não queria chorar na frente delas, então enchi a banheira com água quente e decidi não ir à escola hoje.
Afundei meu corpo até o pescoço na banheira e chorei, chorei como não chorava ha muito tempo. Eu não fazia o tipo chorona, não era fácil me fazer chorar. Quando meu cachorro morreu eu fiquei muito mal, mas não chorei, ou quando quebrei o braço eu ameaçei chorar, mas não o fiz. Eu era forte para dores físicas, mas as emocionais eram mais difícieis de lidar.
Só saí da banheira quando vi as pontas de meus dedos enrrugadas e meu telefone tocou.
– Alô? - Atendi, sem ver quem era. Minha voz soou mais "normal" do que imaginei, levando em conta que a pouco eu estava chorando.
– Por que não foi à escola? - A voz de Peeta surgiu e me dei conta de que haviam se passado algumas horas desde que acordei.
– Depois te explico. Cato está ai com você? - Desviei o assunto, querendo saber sobre o assunto de Madge gostar de Cato.
– Sim, está - Falou num tom desanimado - Quer falar com ele?
– Não, tudo bem. So pede a ele para vir aqui em casa hoje mais tarde.
– Okay... Até mais então, beijos
– Beijos - E desligamos.
Olhei as horas no celular e vi que ja eram 09:45, Peeta deve ter aproveitado o intervalo para me ligar. Certo que minha mãe demorou um pouco pra cuidar de Delly e Mad, e eu demorei uns minutos para arrumar o quarto e mais um tempo no banho, mas não me dei conta de que demorei tanto assim.
Saí enrolada na toalha e vi minhas duas amigas na minha cama, dopadas pelo remédio e a ressaca. Coloquei a camisa de um de meus irmãos, um short curto que mal aparecia devido a camisa grande e me dirigi ao quarto de Ben. Eu sabia que ele estaria em casa essa manhã pois a prova que ele faria era apenas no turno da noite, junto com mais duas aulas.
– Ben - Chamei-o colocando apenas a cabeça para dentro do quarto.
– Entra pirraça - Meu irmão falou estirado na cama vendo Friends em sua tv.
Eu gostava do quarto de Ben, era o único quarto que meu pai planejou a decoração, inspirado em seu próprio quarto de quando era mais novo. Como Ben gostava muito de fotografias, as paredes eram repletas de fotos de paisagens e retratos, em sua maioria minhas com meus irmãos e minha mãe. Meu pai sempre ficava com a câmera, então ele quase não saía nas fotos, sem falar que ele mesmo não se considerava fotogênico. Eu discordo plenamente.
– Por que não esta na escola? - Ben perguntou abrindo um espaçinho para mim na cama.
– Ressaca - me joguei naquele espaçinho e ele me abraçou.
– Está começando a ter más influências.
– Culpa da Mad...
Ficamos em silêncio por alguns minutos, desse pequeno tempo, gravei o nome de Rachel, Mônica, de Joey e Phoebe, do seriado Friends, mas o resto nem prestei a atenção.
Ben me abraçou mais forte e eu senti meus olhos arderem. Depois de meu pai, Benjamin era meu porto seguro, eu sabia que podia contar com ele.
– Faz mal segurar o choro sabia? - Ele falou, sabendo que eu o fazia, mesmo que eu estivesse com a cabeça escondida no vão entre seu ombro e seu pescoço.
– Perdão - Funguei, ainda tentando segurar o choro.
– O que aconteceu? Pode me contar, sabe que pode confiar em mim.
E com isso todo o meu esforço foi por água a baixo. Senti as lágrimas queimarem meu rosto e meu corpo tremer, eu soluçava e tentava respirar fundo para parar o soluço, mas era em vão. Chorei como nunca havia chorado antes, nem mesmo como a pouco tempo na banheira. Eu secava as lágrimas, mas depois desisti, caíam tão rapido que apenas molhava minha mão.
Meu irmão passou os dedos em meu cabelo, fazendo um cafuné como meu pai fazia.
– Eu quero meu pai - Choraminguei como uma criança, fazendo as palavras saírem entre soluços - Eu quero....
– Sei disso pirraça, eu também quero.
Talvez eu fosse egoísta em pensar que só eu precisava dele, afinal, Ben e Blaine eram seus filhos também, precisavam do pai tanto quanto eu, e minha mãe precisava de um homem para compartilhar a vida.

Não sei quanto tempo fiquei ali com meu irmão, não sei por quanto tempo chorei e nem por quanto tempo cochilei, so sei que eu precisava daquilo, daquele tempo com Ben, para soltar todo aquele peso de dentro de mim.
– Kat - Ele me chamou
– Oi Ben...
– Quer ir ver o papai? - Ben me olhou, quase podendo ler meus pensamentos. Ele sabia que eu queria.
– Vou ver ele amanhã pela tarde, te espero sair da escola.
– Okay.
Ficamos em silêncio e o quarto foi tomado pela música de abertura de The Big Bang Theory, um seriado que eu até gostava e via com Blaine vez ou outra.
– Obrigada Ben - Olhei para ele, olhando no fundo de seus olhos verdes, sabendo que eu não precisava explicar o por que, pois ele sabia.
Meu irmão sorriu e apertou meu nariz - De nada pirraça - E beijou minha testa.


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Notas finais do capítulo

Gostaram?? Eu sem querer apaguei uma parte e tive que reescrever (buaa) e não ficou tão bom quanto o original, mas ta ai
Não tive tempo de revisar, então qualquer erro ignorem :p o que vale é a intenção
ah, só uma coisa, preparem os corações MUAHAHAHA (risadinha maléfica)