No embalo Dela escrita por Titta


Capítulo 27
Momento para os primos


Notas iniciais do capítulo

Oioioioioie!! Sentiram saudades?
Não me matem okay? Sei que demorei, mas estava sem internet, ela vem e vai o tempo todo :(
Não tive como responder aos comentários, nem consegui ler todos, mas desde já agradeço muito a todos :)



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Peeta -

Era domingo e a ultima vez que tinha visto Katniss fora no dia em que saímos para o subway. Nos outros dias não a vi na escola pois ela havia viajado para o aniversario de um primo seu.
– Essa menina faz milagres - Comentou meu pai na mesa de jantar enquanto olhava meu boletim.
Uma das poucas vezes em que via meu pai fora de seu escritório era na hora do jantar, quando nos sentava-mos na mesa de 12 lugares, ele na cabeçeira, minha mãe à sua direita e eu à esquerda. Uma regra de etiqueta a qual ele gostava bastante.
– Ela é um doce de menina - Minha mãe falou enquanto levava à boca um pequeno pedaço do frango com quiabo.
– Muito simpática. Ela vai continuar te ajudando até o resto do ano? - Meu pai perguntou e so então lembrei que o ano ainda estava chegando na metade.
– Creio que sim. Por que?
Ele apenas balançou a cabeça e tornou a comer. Acabei perdendo a fome e apenas rolei o quiabo de um lado ao outro do prato e mordisquei o frango. Minha mãe perguntou se eu estava bem e eu disse que sim, apenas não estava com fome.
Levei meu prato para a pia e segui para a casa de minha avó. Queria alguém para conversar e Finnick ainda passaria o resto do ano aqui, uma ótima companhia para mim.

– Mas o que fazia antes? - Questionou-me Finn brincando com um pedaço de corda nos dedos, quando eu havia lhe contado o que estava se passando comigo.
– Não lembro, ou não sei... mas que merda. - Me joguei na cama frustrado.
Desde que parei de ver Katniss para estudarmos eu não soube o que fazer nas tardes livres. Não podia nem mesmo ligar para ela pois a essa altura ela estaria fazendo a fogueira que me contou que faria essa noite.
– Acho que está gamado - Falou meu primo terminando de fazer um perfeito nó de marinheiro, um dos poucos que eu conhecia, e desfazendo-o para refazer. Eu realmente não entendia a graça daquilo.
– Não estou. Ela é minha amiga, só isso.
– Assim como aquela Glimmer? - Ele me fitou, quase podendo ler meus pensamentos.
– Não - Eu respondi.
Afinal, Glimmer era minha colega apenas. Eu lhe dava carona e ela me irritava, simples assim.
Lembrei-me do dia em que passei em sua casa pela tarde depois de sair com Katniss.
Glimmer estava grávida, não contou-me de quem, mas que estava apavorada e não sabia o que fazer. Estranhei sua atitude de vir falar comigo pois eu também não sei bem o que fazer quando se tem 17 anos e esta grávida. Então lhe sugeri que fosse falar com a enfermeira, tia Sae, para que pudesse saber o que fazer, ela agradeceu e resolvi não prolongar minha estadia ali.
– Peeta, pelo que me falou, você e Kat nem sequer conversavam antes.
– Mas antes eu não sabia que ela não era so uma esquisitinha - As palavras me soaram muito mal educadas, apesar de que em minha mente não parecia.
– Bem, ela é uma pessoa incrível pra mim. Muito engraçada e inteligente, não vejo nada de esquisito nela.
– É por que não a viu na escola, usa roupas largas e um coque frouxo, as vezes até uma boina. - Falei deitando no sofá que havia em seu quarto.
– Sim, e daí? - Ele falou como se não houvesse nada de anormal nisso
– Bem, é feio... - Falei um tanto sem jeito.
– Ora primo, não seja tão fútil, liga mesmo pras aparências? - Finnick terminara pela centésima vez o nó de marinheiro e refazia-o.
– Eu só estou dizendo que se um homem quer namorar com uma mulher, que ela seja bonita e que se vista bem!
– Mas quem falou em namorar? - meu primo falou, largando a cordinha e olhando-me com aquela cara de "eu sabia"
Só assim reparei que ninguém havia falado de namorar, apenas eu.
– Não foi isso o que eu quis dizer! - Levantei apressado - Não pensei nas palavras antes de falar
– A boca diz aquilo do que o coração está cheio - Finnick sorriu tornando a dar nós com a cordinha.
– Merda - Murmurei com o rosto enfiado na almofada do sofá.

Durante provavelmente umas duas horas, minha mente ficou vazia, cheia de nada, como se meu cérebro houvesse saído de viagem e levado minhas memórias na mala. Não pensei em Katniss, em Finnick, em mim, ou Cato ou quem quer que seja. Por duas horas esvaziei minha mente e tentei de alguma forma me imaginar com Katniss, mas naquele momento eu nem mesmo me lembrava de seu rosto.
Meu estômago roncou, sentindo falta do jantar que não comi em casa e saí em busca de comida pela cozinha. Achei algumas bolachas no armário, suco na geladeira e um pouco de arroz doce numa panela sobre o fogão, devorei tudo o que vi pela frente, até mesmo algumas cenouras que achei, as quais eu não era muito fã.
Cansei e me deitei no sofázinho de três lugares do quarto de Finnick, enquanto ele pegava no sono na confortável cama de seu quarto.
O quarto que ficava para mim estava em reforma por uma infiltração e minha avó aproveitou para abrir uma porta para a varanda, assim, eu dormiria no quarto de hospedes sem banheiro, mas não estava afim de ficar sozinho nessa noite. Não por medo, apenas para não me sentir tão sozinho quanto me sentia nesses dias em que Katniss estava viajando.
Achei estranho o fato de eu sentir tanto a falta da presença de Katniss. Nem mesmo tinhamos um assunto em comum, quando falávamos era uma matéria da escola, mas no dia em que saímos ela tinha assuntos bons até e era fácil de entrosar. Apesar de ser estranho que na escola ela não era muito sociavel, por mais que fosse amiga de Madge, a loira estupenda que todos conhecem e admiram.
Mas a maioria dos homens via a beleza exterior, como as curvas do corpo, uma boca carnuda, pernas torneadas, um traseiro redondinho e empinado, e eu era um desses homens...
Minha mente começou a se perturbar com imagens de Katniss de biquini naquela caverna e resolvi acordar Finnick antes que eu pirasse ali naquele sofazinho.

– Que tipo de ser humano acorda o outro à meia noite e meia para conversar? - Meu primo reclamou quando acordei-o.
Com meus pensamentos conturbados, não vi o passar das horas - Perdão, mas queria conversar.
– Sabe do que precisamos? De uma bebida.
Finnick guiou-me até a cozinha e apanhou uma garrafa de vinho tinto de dentro do armário, juntamente com duas taças.
– Beba priminho. Vamos ver se ainda vai pensar em Katniss essa noite.
Provavelmente, Finn não sabia que eu não me embebedava fácilmente, mas resolvi não contar pois eu gostava bastante de vinho e não queria que ele pegasse a vodka.
Não sei por que minha avó tinha bebidas alcóolicas em casa sendo que ela não bebia, mas eu também não queria que ela sentisse falta delas mais tarde.
Bebemos a garrafa e Finnick ja se encontrava "alegrinho" e começou a contar-me de seu amor platônico sobre Anne, a menina de seu primeiro selinho o qual contei a Katniss. Foi realmente hilário vê-lo assim, ainda mais que ele fazia o tipo machão-nada-apaixonado.
Ele me contou de mais algumas besteiras que fez, como quase engrávidou Anne e os pais dela descobriram, fazendo assim que ele fosse para um internato, e depois fosse passar um tempo com sua mãe. Senti pena dele , pois a maneira como ele dizia ama-la parecia realmente sincera.

Passar aquele tempo com meu primo me fez ver que eu realmente estava gostando de mais de Katniss, eu a estava vendo como algo além de uma colega ou uma amiga, e isso tinha que parar. Eu sabia que ela era considerada a maior esquisita da escola e eu, capitão do time de futebol, era visto como um dos mais populares. Então resolvi que o melhor era me afastar dela, de Delly e de Madge, evitar qualquer tipo de contato com qualquer uma delas.


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Notas finais do capítulo

Provavelmente algumas pessoas podem querer matar o Peeta, mas esperem até o fim da história pois preciso dele vivo okay? :p
Espero que tenham gostado :)