A Herdeira de Hécate escrita por Rocker


Capítulo 43
Capítulo 42 - Chocolate


Notas iniciais do capítulo

Surpresinha pra vocês, vão adorar esse capítulo! Vou deixar nas notas finais o link da minha nova fanfic, de Maze Runner, deem uma olhadinha!



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A Herdeira de Hécate

Hey now we’re building up speed as we’re approaching the hill

Oh my hair smells like chocolate

Capítulo 42 - Chocolate (The 1975)

Ao chegarmos à lanchonete e nos depararmos com o pó de dracaenae, eu senti vontade vomitar. A lanchonete estava bem destruída devido ao estrago tanto à luta que tivemos com as dracaenae quanto à entrada triunfal de Briareu para nos ajudar. Não aguentava olhar para o chão sem pensar na dracaena que matara meu pai. Então simplesmente preferi não olhar. Não era como se eu estivesse disposta a varrer aquele pó dali.

– O que devemos procurar? – perguntei a Nico, passando por cima de uma cadeira jogada no chão logo à entrada.

– Comida, possivelmente! – ele exclamou ironicamente.

Eu revirei. – Ah, claro, porque eu estava era atrás de papel higiênico!

Por mais sem graça que fosse, Nico riu.

– Estou falando sério, Nico. Orgânicos, enlatados, fritos... O que devemos procurar? – perguntei.

– Alguns salgadinhos e refrigerantes está bom, possivelmente não passaremos muito tempo naquela casa. Só pegamos o suficiente para os próximos dias, depois nos viramos. – ele respondeu, indo até uma máquina de refrigerantes.

Nico desembainhou a espada e usou-a como pé-de-cabra para estourar a máquina. Latinhas saíram rolando pelo chão aos seus pés, fazendo barulho. Revirei os olhos, murmurando algo como “quando precisa, ele não faz silêncio” e segui meu caminho para trás da bancada de atendimento. Coloquei minha mochila com o feitiço extensivo sobre o balcão de metal antes de começar minha procura. Olhei o compartimento embaixo da bancada, colocando nos braços alguns pacotes de bolachas, biscoitos e salgadinhos que eu nunca ouvira falar, mas que talvez Travis e Paige apreciariam. Depois eu segui até a dispensa, mesmo achando estranho que Nico não estava tão barulhento quanto estivera na máquina de refrigerante. Peguei mais alguns suprimentos e os equilibrei no braço, mas logo foi tudo abaixo quando senti duas mãos segurando meus quadris.

Virei-me rapidamente, assustada, e dei de cara com Nico. Estava prestes a ralhar com ele por ter me assustado quando ele deu um sorriso maroto que abalou minhas estruturas por completo e me beijou. Não o beijo calmo que geralmente dávamos. Dessa vez, ele foi quente e intenso como fora na barraca de acampamento dias antes. Surpreendi-me quando senti o gosto de chocolate em sua língua e puxei-o para ainda mais perto de mim, intensificando cada vez mais o beijo. Quando me dei conta, Nico me impulsionou para cima e eu entrelacei minhas pernas em seus quadris. Nem percebi que ele se locomovera até que senti o metal gelado do balcão onde ele me sentara. Não queria me separar dele, mas o ar começava a se fazer necessário e antes de nos separarmos, Nico mordeu levemente meu lábio inferior e o puxara para si.

Separamo-nos, ofegantes, e até que nos recuperarmos ficamos apenas olhando e mergulhando nos olhos um do outro.

– Uau! – foi a primeira coisa que fui capaz de dizer quando finalmente encontrei novamente minha voz.

Nico sorriu marotamente, inclinando-se de lado sobre o balcão abaixo de mim e pegou alguma coisa ao lado da minha mochila de feitiço extensivo. Uma barra de chocolate.

– Não acredito nisso! – tentei parecer indignada e frustrada com ele, mas tudo o que eu conseguia fazer era rir. E balançar a cabeça tentando parar de rir.

– Eu disse que com gosto de chocolate era melhor. – ele comentou e, como provocação, pegou mais um tablete da barra e mastigou.

– É uma boa teoria, mas eu também quero chocolate. – reclamei, tomando a barra de sua mão e comendo uns dois tabletes de uma vez.

Nico sorriu torto. – Está querendo me provocar, não é?

Lambi meu dedo sujo de chocolate, usando as táticas que Annabeth e Paige me fizeram decorar. Não imaginei que um dia as técnicas de sedução de um homem poderiam funcionar. Ao menos não com Nico.

– Talvez. – respondi finalmente, ainda lambendo o dedo provocativamente.

Estendi a barra de chocolate para Nico, que apertou minhas coxas enquanto mordia um tablete sem tirar os olhos dos meus. Nico conseguia ser sexy até comendo chocolate, era impressionante. A pior parte era que ele sabia o efeito que tinha sobre mim. Antes que eu me desse conta, Nico tomou meus lábios nos seus e me beijou tão intensamente quanto antes. E o gosto de chocolate apenas deu um gostinho a mais ao beijo, tornando-o intenso e provocativo. Nico foi um pouco mais ousado dessa vez – levantou levemente a bainha da minha blusa e apertou a pele nua do meu quadril. Mas não foi mais adiante e eu gostei disso. Ele era tão inexperiente quanto eu e não tínhamos pressa. Ao menos não em dar passos como esse.

– Acho melhor voltarmos. – ele murmurou ofegante contra meus lábios.

– Ou eles estão preocupados, ou já se mataram. – eu disse, rindo levemente.

Nico riu e se afastou, segurando em minha cintura para me ajudar a sair de cima da bancada.

– Colocar tudo na sua mochila? – ele perguntou e eu apenas assenti.

Catamos tudo o que tínhamos pego e seria necessário e colocamos na minha mochila extensiva. Nico acrescentou algumas – muitas – barras de chocolate, e eu apenas revirei os olhos quando ele olhou marota e maliciosamente para mim. Quase fomos pegos saindo de dentro da lanchonete, mas apenas demos as mãos e assim ficamos até chegar à casa, fingindo ser apenas mais um casal normal dando um passeio pela rua. Quando chegamos à casa, entramos rapidamente e fechamos a porta novamente, para afastar olhares de vizinhos curiosos.

– Paige? Travis? – chamei baixinho, e tentei acostumar meus olhos à escuridão. Não seria bom chamar atenção para a casa com luzes desnecessárias.

Por sorte, Nico tinha uma mini lanterna no bolso. – Vamos checar no andar de cima.

– Tudo bem. – concordei, andando logo atrás dele pela escada.

Nico era sorrateiro, e eu mesma, que estava logo atrás dele, mal ouvi seus calçados fazendo contato com o chão. Perguntei-me se o episódio da máquina de refrigerantes fora apenas para nos distrair ou para chamar a minha atenção. Qualquer que fosse o motivo, perdeu a importância no segundo em que abrimos a segunda porta do corredor do andar de cima. Por um instante eu senti que veria ou Paige Willians ou Travis Stoll mortos sobre a cama de casal. Mas tudo o que vimos foram os dois conversando aos sussurros. Tapei a saída de luz da lanterna de Nico, que ainda parecia um pouco paralisado ao ver Travis acariciando os cabelos de Paige, que estava deitada sobre seu peitoral, sem levar um soco ou um chute nas bolas. Eu pensei que poderia perder os olhos de tão arregalados quando vi Paige sussurrar alguma coisa para Travis, que apenas sussurrou de volta e sorriu antes de beijá-la.

Meu primeiro ato reflexo fora puxar Nico para fora daquele corredor, e entrar no primeiro quarto que vi pela frente e que, por sorte, também tinha uma cama de casal.

– Me diz que você viu o que eu vi! – Nico pediu, ainda em choque.

E eu já não sabia se ria, se chorava, se gritava, pulava ou comemorava. Não imaginei que eles iam se entender tão facilmente. Ao menos não depois de como Travis a havia destratado dias antes, quando acordara semimorto.

– Se você viu Paige Willians e Travis Stoll se beijando, então sim, acho que estamos ambos loucos. – comentei. E depois comecei a rir. Nico me acompanhou e ficamos alguns minutos rindo antes de nos recompormos. – Achei que nunca viveria para ver essa cena!

– E nem eu, acredite! – Nico comentou, jogando-se na cama de casal e me puxando junto.

– Estou exausta. – comentei, fechando os olhos apenas para descansar as pálpebras antes de ter de levantar para colocar meu pijama.

– Então durma, Anjo. – sussurrou Nico, ajeitando-se na cama e me puxando mais para perto, deixando-me aconchegada em seu peito.

– Mas preciso me trocar... – murmurei, mas não fiz qualquer esforço para sair de seus braços ou de abrir os olhos.

– Não, você precisa é descansar. – ele insistiu, mas eu sabia que nem ele se levantaria depois. – Bons sonhos, Anjo.

E então eu dormi.

Infelizmente, os sonhos não foram tão bons quanto ele havia desejado.


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Notas finais do capítulo

http://fanfiction.com.br/historia/600752/The_Glue/