A Herdeira de Hécate escrita por Rocker


Capítulo 41
Capítulo 40 - Amnesia


Notas iniciais do capítulo

Bem, gente, aqui estou eu novamente, depois de duas semanas! Eu realmente queria poder escrever ao menos uma vez por semana, mas acho que não terá como, por isso peço a paciência de vocês. Acho que só quem está no terceirão ou já passou por ele sabe como é difícil, e como minhas escola quer manter a média de melhor escola particular da cidade, ela está pegando pesado. Minhas aulas estão até cinco e dez da tarde na segunda, terça e quarta e sexta-feira eu faço testes semanais até quatro da tarde. Teoricamente, quinta seria meu dia de folga, mas eu tenho curso de inglês e preciso estudar para os testes de sexta. Fora o Enem. Está tudo muito apertado para mim, então as postagens terão que ser a cada duas semanas mesmo, porque chega fim de semana e tudo o que quero é dormir. Acaba que entrei num projeto de short fic de Maze Runner, com o Newt, e deixarei aqui o link pra quem gostar ler, quando eu postar. Serão só uns seis ou sete capítulos, mas eu realmente me foquei nele, tipo, não vou conseguir escrever mais nada enquanto não terminá-la, foi inspiração repentina. Então não sei se esse capítulo ficou bom como eu queria, mas fiz o possível. Ah, e, por favor, não me matem por esse capítulo, sabem que eu amo vocês, né? ♥



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A Herdeira de Hécate

I wish that I could wake up with amnesia
And forget about the stupid little things

Capítulo 40 - Amnesia (5 Seconds Of Summer)

– Anjo, o que aconteceu?! - perguntou Nico assim que saí da barraca de Travis.

– Vou atrás de Paige. Cuide de Travis, por favor. - disse simplesmente, pouco antes de correr entre as árvores gritando o nome de Paige.

Demorei a encontrá-la mais do que eu pensei. Saí gritando por ela, esperando vê-la em qualquer lugar à minha frente. Mas Paige parecia uma filha de Hades ou até mesmo um camaleão – sabia se esconder melhor que ninguém. Passei vários minutos atrás dela. Tropecei algumas vezes e acabei caindo algumas outras. Dei algumas voltas em círculo desnecessárias antes de finalmente encontrá-la sob uma árvore grande.

– Paige. – chamei-a, cautelosa.

Sentei-me ao seu lado, com cuidado para não assustá-la. Paige Willians era imprevisível e eu não queria estar na sua mira.

– Está tudo bem? – perguntei ao tocar levemente em seu ombro.

– Acho que sim. – ela disse, e sua voz estava embargada.

Suspirei. Paige geralmente tinha certeza.

Ela fungou e esfregou a mão em sua bochecha antes de deitar sobre meu ombro. Ela parecia frágil. Tão frágil como nunca havia visto antes. Ficamos assim durante algum tempo, com ela chorando em meu ombro até que se acalmasse por completo.

– Ele é um idiota. – Paige disse simplesmente.

– Todos eles são. – consolei-a, torcendo a boca e acariciando seu ombro.

– Nico não é. – ela disse, e suspirou. – Ele é fofo com você, Cristal, o tempo todo. Você pode não saber, mas Nico nem sempre foi assim. Ele era vazio há muito tempo, sempre se isolando das pessoas e de sentimentos. Mas todos perceberam que quando ele chegou com você, ele estava mudado. Completamente mudado. Eu via o sorriso nos olhos dele toda vez que via você. Nico não é idiota como Travis, ele apenas descobriu em você um razão para não desistir de si mesmo. Travis é só mais um garoto idiota que roubou o coração de quem não deve.

Emocionei-me com as coisas que ela dissera sobre Nico, mas não podia perder o foco da conversa. Respirei fundo, tentando me segurar para não gritar que Travis a amava.

– Paige, o Travis estava de cabeça quente. – eu disse, tentando convencê-la. – Ele tinha acabado de acordar e você nunca demonstrou nada por ele. Dá uma chance para ele, amiga.

– Não, eu já me decidi. – ela disse, se afastando e secando as lágrimas. – Vou enterrar esse sentimento a sete chaves.

Balancei a cabeça, decepcionada, mas sem saber o que mais falar. Eu não tinha tanta experiência assim sobre assuntos do coração para começar a dar concelhos. Então nada que eu dissesse faria tanto efeito sobre sua decisão. E estávamos em missão. Qualquer ajuda que eu tentasse dar teria de esperar até a finalizarmos.

– Olha, Paige, você podia tentar conversar com ele. – eu tentei dizer. – Lembre-se que garotos são complicados. Dê um tempo a ele. Um tempo para ele entender o que está sentindo. Ele pode ter cometido um erro, mas deixe-o consertá-lo.

Paige se levantou sem dizer nada, e eu me levantei logo em seguida por reflexo.

– Vou pensar. – ela disse com uma expressão sombria. – Só quero poder esquecer as coisas estúpidas que ele me disse.

Queria poder insistir mais um pouco com ela, fazê-la entender que Travis a amava, mas eu sabia que não daria muito certo. Paige sabia ser cabeça dura quando queria, e tudo que poderia consertar isso agora era o tempo. Por isso apenas andamos de volta ao acampamento em silêncio. Tivemos sorte de não nos perdermos como eu havia feito enquanto ia atrás dela. Quando chegamos ao acampamento, porém, eu vi uma nuvem de poeira, própria de monstros, se dissolvendo perto à fogueira, e saindo um Nico dali do meio.

– Droga, por que eles não podiam morrer sem tanta bagunça?! – ele perguntou, parecendo alheio à nossa presença e indignado.

Ao ouvir a sua voz, eu saí do choque. Arregalei os olhos e não pensei duas vezes antes de deixar Paige na orla da clareira e correr até ele.

– Nico! – exclamei ao me jogar em seus braços sem me importar com a sujeira de monstro e o apertei forte contra mim.

– Hey, Anjo. – ele murmurou, soltando a espada no chão e me abraçando pela cintura.

– O que aconteceu? – Paige perguntou, um pouco afastada de nós, e eu me separei de Nico.

– Uma Benevolente. – respondeu Nico, apertando levemente minha cintura e eu percebi que ele estava irritado. Vi o momento em que Paige pareceu desconfortável e me lembrei que a irmã dela morreu nas mãos de uma Benevolente. – Tisífone apareceu aqui a mando do meu pai. – ele olhou para mim com um brilho no olhar que eu não consegui identificar. – Ela queria me levar para o Mundo Inferior. Parece que meu pai não aceita nosso relacionamento.

Arregalei os olhos e abri a boca diversas vezes, sem saber o que falar. E, por um segundo, eu imaginei se não seria realmente o melhor para Nico que nos afastássemos. Afinal, não éramos exatamente namorados.

– Eu sei. – ele disse, dando um beijo carinhoso em minha testa. Mas ele não tinha ideia de onde passava meus pensamentos. – Não vou deixar que meu pai nos separe.

Apesar de que eu pensasse que ele não queria nada sério comigo, essa frase acendeu uma chama de esperança em meu peito, e eu sorri.

– Podem ir dormir. – disse Paige, sentando-se onde eu estivera vários minutos antes com Nico. – Eu pego a vigília agora.

– Tem certeza? – perguntei. – Você deve estar cansada.

– Eu estou bem. – ela garantiu, sorrindo levemente para mim. – Podem ir dormir.

Olhei para Nico, pensando se ele iria contradizê-la ou anunciar que dormiria com Travis, como fizera antes de ele se machucar.

– Eu já vou indo para nossa barraca, Anjo, vou só trocar a camisa por uma limpa. – ele disse, sorrindo, e meu coração se acalmou.

– Tudo bem. – eu disse, depositando um selinho em seus lábios antes de entrar na barraca.

Aproveitei a rápida privacidade e troquei minha roupa pela camisa do Lanterna Verde. Claro, coloquei um short por baixo, apenas para evitar a vergonha e a safadeza de Nico. Ele parecia bipolar – tinha dias que ficava tímido ao me ver com aquela roupa e outros em que simplesmente me beijava com voracidade. Não que eu reclamasse, claro, eu gostava dele de qualquer maneira. No meio dos meus devaneios, Nico entrou pela entrada da barraca e se deitou ao meu lado. Puxou-me para mais perto de si e eu senti seu cheiro invadindo meu olfato. Sorri e deitei minha cabeça em seu peito, enquanto ele apertava minha cintura com uma mão e brincava meus dedos com a outra.

– Iremos sair amanhã? – ele perguntou, acariciando meu quadril gentilmente.

Eu suspirei. – Eu não sei.

– Você é a líder da missão, Anjo.

– Acho melhor continuarmos, não é? Travis já está acordado, melhor então não perdermos mais tempo. – eu disse com uma careta. – Acha que ele e Paige vão se entender?

– Sinceramente eu não sei. – ele disse, depositando um beijo em minha testa. – Mas espero sinceramente que sim.

– Bem... – eu disse, me ajeitando melhor e descansando o corpo. – Os dois são cabeças duras, mas acho que quando eles se resolverem, nada vai conseguir separá-los.

Nico se virou levemente para mim e eu levantei meu rosto para olhá-lo nos olhos. Ele sorriu e meu coração falhou uma batida.

– Assim como nós.


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