A Herdeira de Hécate escrita por Rocker


Capítulo 14
Capítulo 13 - Don't Cry


Notas iniciais do capítulo

Hey, povoooo! Cheguei com mais um capítulo de HH pra vcs. Sinto mto ter demorado, mas é que não tive mto tempo e ainda to meio chocada e chateada com BOO, digamos que foi bem decepcionante. Não vou falar mto sobre isso, pq não sei até onde vcs sabem, mas posso afirmar que depois daquilo, tá bem difícil continuar essa fic, então espero que o apoio que vcs sempre me dão ajudem. XDD



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A Herdeira de Hécate

Talk to me softly

There is something in your eyes

Don't hang your head in sorrow

And please don't cry

Capítulo 13 - Don't Cry (Guns N' Roses)

Praticamente me arrastei até o pavilhão atrás de Travis. Se eu dissesse que estava ansiosa para fazer qualquer outra coisa que não fosse dormir, eu estaria mentindo terrivelmente. Na verdade, eu só queria voltar para a cama para quando acordasse novamente, veria que nada na minha vida mudara e que tudo depois de Nico fora um sonho. Ou então eu esperava que eles me dissessem que Papai Noel também existia, apesar de isso ser meio estranho.

Mas mais estranho que isso foi chegar no Pavilhão do Refeitório. Ao que parecia, não eram todos que sabiam que "a semideusa indeterminada da profecia de Nico" já havia chegado. Mas souberam que eu era a semideusa assim que viram a garota deslocada e morena sentando no meio de um bando de loiros, mais velha do que deveria ser para atrasar a reclamação. Estremeci, sentindo todos aqueles olhares em mim.

– Ei, baixinha, só relaxa! - disse Travis, abraçando-me pelos ombros.

Abri um sorrisinho tímido.

– Ei, D'Cleir! - chamou Connor, um pouco longe da mesa, e me virei para dar-lhe atenção. - As coisas estão quase prontas, você só precisa terminar o trabalho!

Eu sorri, refletindo o mesmo sorriso maroto que se abria nos lábios dos Stoll. - Podemos ir agora, se quiser!

– Nem pensar, você vai comer alguma coisa antes! - Travis disse, estendendo-me um prato vazio.

Revirei os olhos, dando pouca importância a isso. Mas mesmo assim eu peguei o prato e fui até a mesa de comida. Peguei dois pedaços de bolos e me virei. E dei de cara com dois orbes negros me encarando. E eu não conseguia desviar. Era como se o abismo existente ali exercesse algum tipo de força magnética sobre mim. Devo ter ficado quase três minutos parada ali como uma demente mental, enquanto nem eu e nem Nico desviávamos o olhar. Até que me aparece uma loira na minha frente para me obrigar a quebrar aquela troca.

– Não é muito legal você ficar parada aí. - disse Paige, sorrindo maliciosamente. É, ela tinha percebido a troca de olhares. - Sabe, as pessoas estranham.

Eu sabia bem a quem ela se referia com as pessoas.

– Bom dia pra você também. - eu disse, com um sorriso sarcástico.

Paige riu.

– Vamos lá, ruivinha, tem que fazer uma oferenda. - ela me girou pelos ombros e apontou para uma fogueira ao lado da mesa da casa grande.

Ah, que maravilha!, pensei - e praguejei - assim que percebi que teria de passar em frente à mesa de Nico.

Eu não queria, mas passei. E também não pude deixar de corar quando senti seu olhar sobre mim. Ao lado da fogueira, tinha uma garota de aproximadamente treze anos, ruiva e com roupas de servente. Eu não saberia nunca explicar, mas me senti de repente tão confiante e reconfortada... Um sentimento tão caloroso se apossou de mim que eu instintivamente abri-lhe um sorriso. A garota retribuiu o sorriso e indicou que eu continuasse. Assim que joguei metade do bolo que pegara, me recordei de Drew falando que eu era a mais nova protegida de Zeus e Afrodite.

Sorri.

"A Zeus, Afrodite e minha mãe, seja lá quem for."

Voltei até a mesa de Hermes, me controlando para não olhar para Nico, e praticamente engasguei com a comida que descia rapidamente pela garganta.

– Acabei! - exclamei a um Travis surpreso, menos de cinco minutos depois que me sentei.

Connor, agora à minha frente, piscou várias vezes, como se tentasse sair de um transe.

– Como você consegue?! - ele perguntou, surpreso por talvez não conhecer muitas garotas que fizessem isso.

Dei de ombros, sem me importar. Sabe, meu pai não tinha sido um bom exemplo até uns dois meses atrás.

– Podemos ir ou não? - perguntei aos irmãos.

Eles trocaram um sorrisinho cúmplice, e nos levantamos.

~*~

Aproveitamos que as filhas de Afrodite provavelmente estavam na praia dando em cima dos filhos de Apolo e fizemos tudo o que precisávamos. Devo admitir que adorei pintar as paredes externas do chalé de preto e depois fazer pichações. Claro, passei cada segundo pedindo desculpas mentalmente a Afrodite. Minha blusa ficara completamente manchada, como sempre, e Travis tirou sua camisa e me entregou.

– Vá se lavar, enquanto sumimos com as provas do crime. - ele disse.

Eu sabia que se referia às tintas e aos pincéis. Então eu me virei e fui andando direto para o chalé de Hermes, torcendo a barra da camisa, que ficava um pouco abaixo das minhas coxas, torcendo para que ninguém percebesse algumas pequenas manchas de tinta na calça. E eu estava quase chegando quando Drew passou por mim, em direção ao seu chalé pichado. Por um instante, pensei que ela já o teria visto e, de algum jeito, percebido que eu tinha feito parte disso. Mas ela fez algo pior.

– Não bastava ser órfã, tinha que ser estranha. - ela disse, em sua vozinha fina e irritante.

Um nó se formou em minha garganta e eu a ignorei. Apressei o passo, ouvindo mais palavras ofensivas dela à medida que me aproximava do chalé, mas dando graças aos deuses por não identificá-las. Eu não precisava de mais depreciação. Eu já sentia demais a falta de pais presentes demais para que ela me colocasse ainda mais pra baixo. Felizmente, não havia ninguém no chalé, o que era um milagre por si só. Fechei a porta e me escorei nela, arrastando minhas costas até estar sentada no chão. Soluços irrompiam por meu peito e eu me xingava mentalmente.

Não chore! Levante a cabeça e não chore!, pensava desesperada.

Até que um grito não tão longínquo com toda a certeza me fez parar de chorar.

Acho que Drew acabara de ver nosso presentinho.


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