Evolução- Interativa escrita por dark dame


Capítulo 4
Flores e Lagrimas


Notas iniciais do capítulo

Desculpe a demora, principalmente a Annary Morgenterse, que ficou me cobrando metade da semana. Como vocês já devem ter percebido, eu estou apresentando cerca de dois personagens por capitulo, e esses primeiros estão acontecendo simultaneamente, então não se preocupem se o seu personagem ainda não apareceu, e para os novos leitores, eu preciso de alguém na Suiça!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/490259/chapter/4

França,

Alexyanna afundou-se na cadeira atrás do caixa da floricultura, ela trabalhava ali desde os quatorze anos, ficava quase ao lado de sua casa, ela amava flores e a dona era muito gentil com ela, chegando à ser sua melhor amiga. O pouco movimento da loja a deixava ler mais um pouco, só havia uma cliente naquele momento e a Sra. Craves, a dona da floricultura, estava atendendo-a.

— Alexy, querida.— Sra. Craves falou em sua voz doce e suave— Você pode buscar mais cartões no porão, pegue um bem bonito de "fique bom logo" para nossa cliente aqui.

— Claro, já volto.— Alexy falou amigavelmente, abandonando sua leitura e descendo a escada que levava ao porão.

As várias caixas de cartões estavam empilhadas nu canto, poucas pessoas compravam os cartões, preferiam fazer o seu, então cerca de metade de todo o estoque que tinham estava mofado. A garota demorou alguns minutos para achar os cartões certos, já que tropeçou em uma caixa próxima à porta e as outras acabaram por cair e se misturar.

Ela estava quase subindo quando ouviu um estrondo, era forte e a porta do porão se abriu de uma vez e Alexy foi jogada para trás com força, caindo em cima dos montes de caixas de cartões. O impacto à fez perder o ar a ultima coisa que ela viu foi uma nuvem de poeira entrando pela porta e ocupando todo o porão.

Quando acordou, poucos minutos depois, estava enterrada em dois metros de cartões da floricultura, os cartões estavam totalmente destruídos, sendo que ela estava abaixo de uma montanha de uma montanha de pedacinhos de papel. Ela lutou para se libertar, a metade direita do teto do porão tinha desabado de modo que ela teve que se encolher para conseguir sair.

Quando viu o que tinha acontecido quase que imediatamente se arrependeu de ter saído daquele porão escuro. A floricultura estava destruída, não só a floricultura na verdade, toda a cidade estava destruída, mesmo não tendo andado mais de dez metros, não sobrava nada de pé. Os restos destruídos das flores exalavam um perfume doce, viciante, enjoativo e inebriante, que à deixava tonta. Seus olhos estavam secos, a garganta coçava e a cabeça doía, ela andou até onde costumava ficar a entrada da floricultura, e agora só havia um monte de pedras terras e algumas plantas, aquilo lhe doía o coração sempre fora apaixonada por plantas e flores e a guerra havia destruído tudo. Ela deu uma risada fraca, a guerra, pensou, engraçado, a guerra não durou muito, não causou muitos estragos, as pessoas morriam de fome e sede, mas não pela guerra, eu quase não lembrava que havia uma guerra ocorrendo, mas ela fez isso, com seu ultimo suspiro, e depois refletiu mais um pouco, bem, talvez isso não seja tão engraçado assim.

A cidade estava destruída, olhou ao longo da rua, nenhuma casa em pé. Suas pernas fraquejaram e ela recuou quando viu o local onde ficava a sua casa, a casa vizinha tinha acabado de cair e estava pegando fogo, logo as chamas se espalharam para onde ela morava, tropeçou em um vaso enquanto andava de costas e caiu num monte de terra. Quando se levantou viu uma perna enterrada nos escombros, logo reconheceu a pantufa gasta que a Sra. Craves insistia em usar. Ela não aguentou, desabou no chão e pôs-se à chorar, não tinha mais ninguém, o que iria fazer? Chorou por meia hora e caiu no sono.

***

Suíça,

A aula de natação já havia acabado, mesmo assim Kelly resolveu continuar na piscina e dar mais algumas voltas, gostava de nadar, se sentia relaxada dentro da piscina. Sua mãe logo chegaria para busca-la, mas enquanto isso ela aproveitava a piscina vazia.

Depois de mais algumas voltas ela saiu da água para trocar de roupa, colocou seu vestido florido por cima do biquíni, sem se preocupar com a roupa estar molhada. Pegou sua bolsa e seguiu em direção à saída. Antes de chegar lá, um ponto brilhante apareceu no céu e a cegou temporariamente, ela cobriu os olhos com a mão e recuou alguns passos, quando fez isso, tropeçou e caiu na piscina. E ouviu um estrondo.

A piscina era funda e ela nadou ate o fundo para pegar a bolsa que tinha caído com ela, enquanto nadava de volta para cima, percebeu uma camada de sujeira cobrindo a água e destroços afundavam a sua volta. Sua cabeça emergiu, com os cabelos molhados grudando ao rosto, se deparou com uma cena de destruição chocante, provavelmente causada pela guerra que tanto desprezava. O clube desabou e um incêndio tinha se iniciado na quadra coberta e se espalhava para o resto do clube, olhando o lugar ela duvidou que alguém houvesse sobrevivido. Ela sentiu um nó na garganta, sua mãe deveria estar na porta do clube, ela provavelmente tinha morrido, sentiu que iria chorar, mas toda a poeira levantada pela explosão deixava seus olhos secos.

Jogou a bolsa para fora da piscina e saiu da água, estava encharcada, olhou o que havia na bolsa: uma toalha, uma touca de natação, um celular provavelmente estragado, algumas notas de dinheiro, um pedaço de chocolate e uma coisa que um dia já foi um livro. Seguiu para a saída do clube, metade dela tinha desabado e a outra metade estava perigosamente instável, o incêndio ainda não tinha chegado lá, mas isso era só questão de tempo e Kelly não queria ficar ali nem mais um segundo.

O fogo não estava ali, mas a fumaça já ocupava todo o espaço, ela estava sem ar e não parava de tossir, puxou a toalha encharcada de sua bolsa e cobriu o nariz e a boca com ela, aliviando um pouco a sensação de sufocamento, continuou seguindo em direção a saída. As vezes ouvia alguns barulhos de algo rachando então apressou o passo. Estava a poucos metros da saída quando ouviu algo quebrando, ela começou a correr e ouviu o lugar desabando atrás dela, um pedaço do teto que caia a puxou para baixo e prendeu Kelly contra o chão.

Somente a parte da frente do clube continuava em pé, ela podia ver a rua, também destruída, na verdade mais destruída, uma cratera se abrira, engolindo todos os carros, as construções em volta também tinham desabado. Kelly analisou sua situação, estava presa por um pedaço de concreto que pressionava sua perna contra o chão, provavelmente ninguém num raio de um quilometro estava vivo, não tinha como contatar ninguém e não sabia quando, ou se, a ajuda iria chegar. Olhou para a cratera mais uma vez, havia um carro de cabeça para baixo no canto da cratera, ela reconheceu o carro assim que o viu, lagrimas rolaram por seu rosto contrariando os olhos secos, era o carro de sua mãe.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, até semana que vem, comentem!!!
Kissus
—D