Dies Incertus escrita por Roosiwelt Silva


Capítulo 7
Maus Presságios


Notas iniciais do capítulo

Olá Pessoal! Desculpa a demora para postar este capítulo. Tive alguns probleminhas pessoais, mas agora está tudo legal! ^^

Sim, com este capítulo se encerra o primeiro arco. O Arco da Terra. Neste arco, foram relatados os acontecimentos que se passaram na Terra. Farei uma pausa de 15 dias. Será necessário, pois irei pesquisar elementos para colocar nos capítulos do próximo arco, O Arco do Céu, em que, será mais completo e recheado de mistérios e surpresas!

Espero que tenham uma boa leitura!



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‒ Uziel, isto é verdade? Miguel soltou o Executor na Terra? ‒ perguntou Amael, visivelmente abalado.

‒ Sim, é verdade. ‒ respondeu Uziel, era perceptível o medo que se abatia sobre ele.

Ivan, meio relutante, indagou:

‒ Desculpem minha ignorância, mas quem é este Executor?

Uziel disse:

‒ Ivan, o Executor é o anjo mais poderoso do paraíso logo abaixo dos arcanjos. ‒ O anjo abriu os braços acima da cabeça, e então surgiu uma forma semelhante a um telão, onde passou a mostrar os acontecimentos que iria relatar logo após. ‒ Sua origem data de uma era inimaginável para a mente humana, mas precisamente no meio do Segundo Dia da criação. Logo após criar, os Primeiros Filhos, Eloah entregou uma grande fatia de sua essência a certo anjo. A ele foi dada a missão de Executor das Ordens de Deus. Sua força é imensamente grande. E então, Eloah o batizou como Sheron, o Executor. Daquele dia até hoje, ele vem obedecendo as ordens de Deus. Observando os terrenos e anotando seus progressos. ‒ Depois de mostrar este flashback para Ivan, ele se dirigiu à cama onde estava Ismael, que estava em um sono suave, já menos agitado. E o ficou observando enquanto o debate ocorria no meio do quarto. Amael estava em pé, aparentemente amedrontado e impaciente. Ivan estava em pé também, mas suas mãos repousavam sobre um sofá aveludado, cor de marfim. E Jussara encontrava-se no parapeito da janela atenta a um grupo de capoeira que se apresentava na rua, absorta o suficiente para ignorar ao que acontecia no interior.

Ivan se dirigiu a Amael:

‒ Mas se ele, segundo você mesmo relata, obedece às ordens de Deus, o que poderá fazer para causar tanto temor a você? ‒ perguntou Ivan, sentando-se em um pequeno sofá de cor marfim. ‒ Você é igual a ele, um alado.

Amael estudou Ivan, o que ele perguntou fazia um pouco de sentido. Mas somente os anjos, aqueles que conviveram com Sheron, sabem a sua natureza.

‒ De certo, você tem razão. ‒ informou Amael. ‒ Porém, a natureza do Executor é diferente da nossa natureza. Ele é prepotente, orgulhoso e arrogante. Sua aura difere da nossa, a dele é negra.

Ivan ficou meio aturdido. Como um anjo, criado por Deus pode agir desta maneira? Mais tarde ele soube que Sheron ficou deste modo porque, ao estar tão próximo aos humanos ‒ ele os amava muito ‒ aprendeu os sentimentos terrenos. Mas, infelizmente, aprendeu as piores emoções. Mas há quem diga que ele pode experimentar a bondade.

‒ Mas o que ele está fazendo dessa vez? ‒ indagou.

‒ Não sabemos ao certo. Mas, recebemos relatos diários de nossos espiões sobre o que acontece no céu. Segundo o mais recente relatório que nos foi passado, Eloah executou uma ordem em que fossem assassinados os líderes religiosos corruptos.

‒ Então, ele passou esta missão para Sheron, certo?

O general alado meneou.

‒ Não percebem que é estranho? ‒ Jussara tomou-lhes a palavra. ‒ Como que Eloah mandou assassinar os falsos profetas, se no Livro do Último Dia Ele recomendou que os mesmos fossem condenados? ‒ os dois olhavam para ela com um ar de surpresa. A mulher franziu a testa. ‒ Ah, por favor! Sou uma sentinela, mas mesmo assim sempre busco me atualizar dos acontecimentos no céu.

‒ Desculpem interromper, mas o que seria este Livro do Último Dia?

Ivan estava pensativo. Certamente o céu tem algumas coisas estranhas, mas na mente dele sempre esteve alojada aquela ideia de que ali só haveria espaço para bondade. E que regras e políticas eram algo que somente existia na Terra. Mas, estava enganado. Regras celestes existem, e mais ainda, uma política tão forte quanto à terrena.

Amael argumentou sua pergunta:

‒ O Livro do Último Dia, conhecido aqui na Terra como Revelações, foi uma obra criada por Eloah assim que soube que Adão e Eva haviam desobedecido a suas ordens. Ele sabia muito bem que a atitude deles iria trazer pecado e sofrimento. Então, criou um livro, escrito totalmente por dentro e por fora. Onde que, neste livro, conteria tudo o que poderia ser feito no Último Dia.

Ivan começava a entender mais a situação, mas algumas coisas estavam ainda fora de lógica.

‒ Você disse que este livro era conhecido aqui como Revelações. Poderíamos então consulta-lo para nos situarmos melhor ante a este acontecimento.


Amael estava começando a gesticular uma resposta. Quando, mais uma vez, Jussara tomou-lhe a palavra.

‒ O Livro de Eloah e o que é conhecido aqui na Terra diferem um do outro em muitos pontos. Quando obtiver acesso ao Livro pelo próprio Supremo, terá conhecimentos necessários.


‒ Isto é quase impossível! Somente os arcanjos são privilegiados de estarem na presença Dele. Visto este tempo que se aproxima.


‒ A não ser, que ore a Ele. ‒ falou Jussara. ‒ Pois Ele sempre ouve as orações de quem o é devoto. Nos causa estranheza você receber estes poderes, já que vem de sua própria essência. ‒ se dirigiu para o general alado. ‒ Concorda comigo, general?

Amael hesitou.

‒ Talvez, é pouco provável. Pouco não, bem provável! exaltou o general. Mas não sabemos se isso está mesmo ocorrendo. Não podemos chegar frente aos arcanjos e, simplesmente, jogarmos estas palavras diante deles. suspirou.

Ivan juntava as peças. De certo ele recebeu estes poderes. Mas, relembrando os ensinamentos que recebia nos grupos religiosos que frequentava na infância, ele se recorda de que quem dava poderes aos profetas era o próprio Deus. Se ele recebeu esses poderes, um arcanjo não seria capaz de cedê-los a ele. Somente um Ser Supremo poderia fazer isso. Mas ele queria ter certeza disso. Então, lembrou que somente alguém, naquela mesma sala, tinha uma conexão direta com um dos Primeiros.

Virou-se para Uziel, que atentava aos cuidados com o Segundo. Já respirava normalmente, apesar de aparentar estar em um sono profundo. Foi ao seu encontro, o que fez o Mensageiro tirar a atenção do jovem Ismael.


‒ Uziel, é verdade que os poderes cedidos a mim e a Ismael foram originados do Arcanjo?

O alado levantou-se de onde estava ao lado de Ismael. Pousou a mão na cabeça do jovem para uma última verificação do estado dele. E se dirigiu ao centro do quarto, onde falou em um tom enfático.

‒ Infelizmente não sei se posso ajudar muito. Ele não revela muito sobre isso, somente fala que vocês foram escolhidos para advogar os humanos. gesticulou com as mãos. Seu tom alterou-se de baixo e calmo, para um pouco agitado. falando nisso, temos que nos apresentar diante dele. Suas instruções foram que, após o despertar do Segundo, fossemos até o seu encontro. Ele quer nos passar o próximo passo de nossa missão.

Ivan se dirige até a janela, olha o movimento dos moradores e volta a falar.

‒ E o jovem? Como vamos nos apresentar diante dele com o Segundo ainda desacordado?

‒ Eu estou bem...

A voz assustou todos. Era Ismael, o Segundo Profeta. Tinha acabado de despertar, Estava sentado na cama e suas costas estavam apoiadas no espelho da cabeceira. Encontrava-se calmo, porém, seu porte era reflexivo, e até um pouco humorado. Sorria.

‒ Acabei de acordar. ‒ continuou. Levantou-se da cama. O que fez Uziel ir até sua direção para ajuda-lo a se levantar. ‒ Também estou a par da situação. Uma pessoa me mostrou, e me passou as seguintes instruções que eram seguir vocês. Ele me disse que eu tinha poderes, mas não consigo senti-los em mim.

‒ Isso também está acontecendo comigo. Por que não consigo sentir isso? ‒ perguntou Ivan. Isso o fez recordar-se de que também não sentia tais poderes. Jussara reaparece no círculo. ‒ Seus poderes serão manifestados no paraíso. Mas eles serão manifestados aqui também, basta chegar a hora propícia para o mesmo.

‒ Jussara? ‒ era notável o tom de surpresa do jovem Ismael. Ele conhecia Jussara desde sua infância. ‒ O que faz aqui? O que você tem a ver com eles?

Jussara explicou-o o que ela era na verdade, suas missões e objetivos. Ao terminar de narrar isto. Não podia deixar de notar a admiração estampada no rosto de Ismael. Pois desde a sua infância, não só ele, mas todos aqueles que faziam parte daquele terreiro a admiravam. Ela ficou feliz e deu um abraço no jovem profeta e depois se dirigiu aos demais:

‒ E então? Já que Ismael acordou, acho que já esta na hora de nós nos apresentarmos ao Arcanjo, não?

‒ Acho que já seja necessária uma visita à sua presença. ‒ relatou Ivan. ‒ Ainda há poderes suficientes para abrir um portal?

As sentinelas são anjos que, desde após o dilúvio, sempre observam os humanos. Atentos aos seus feitos e seus progressos. E um de seus principais dons angelicais é a criação de portais para outras dimensões.

‒ Tenho poderes até para derrubar o Diabo! ‒ ironizou Jussara. ‒ Mas vamos lá, estão todos preparados?

Responderam em coro. Então, Jussara foi até o centro da sala e abriu os braços. Imediatamente seu corpo começou a emitir uma luz dourada e era também perceptível que ela ligeiramente começava a levitar. Seus olhos ficaram em um dourado resplandecente, como se no seu interior existisse somente luz. Fora do hotel, por influência de seu poder, chuvas torrenciais ameaçavam cair sobre Salvador. Então, com a voz alterada por sua natureza angelical, ela conjurou um portal no idioma desconhecido aos dois profetas, mas perfeitamente compreensível aos dois anjos que ali se encontravam.

‒ Unpedonuntal Medfam Malsmedongisaungonfam Malsundonun Med Malsundonungonfammed!

Imediatamente, em sua volta, um círculo de energia surgiu. E no teto do hotel, também surgiu uma espécie de porta. Apressadamente, Ivan e os demais adentraram no círculo. Jussara recomendou que olhassem sempre para cima, e então os três anjos abriram suas nobres asas, e saltaram para cima, levando consigo os dois profetas que seriam os defensores do paraíso, e também, a torrencial chuva que ameaçava cair nas ruas da religiosa cidade de Salvador.


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Notas finais do capítulo

Então pessoal? Gostaram? Não esqueçam de deixar suas críticas (as construtivas) e sugestões. Elas são de vital importância para o desenvolvimento da história.

Não sei se notaram, mas no finzinho Jussara falou uma frase meio estranha, não é verdade? Se trata do Alfabeto Enoquiano. Acredita-se que seja a lingua falada pelos anjos. Pesquisem no Google ´´Alfabeto Enoquiano`` e vocês encontrarão mais informações.

Então, espero que tenham gostado da história. Como eu já avisei na nota inicial, farei uma pausa de 15 dias para pesquisar novos elementos para o novo arco. Que virá repleto de mistérios e surpresas. E o melhor, com capítulos mais longos! Então, peço que suportem um pouquinho essa pausa, que voltaremos melhor!

Até daqui a 15 dias!



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