Dies Incertus escrita por Roosiwelt Silva


Capítulo 4
A Extinção do Homem e a Missão de Noé.


Notas iniciais do capítulo

Opa, desculpa a demora pessoal. Mas mesmo em dia de abertura da Copa, estamos aqui apresentando mais um capitulo de The Last Day. - Que passará por uma reformulação, onde o título, a arte e a sinopse serão mudadas. - Mas ela ainda continuará sendo a mesma história com o mesmo enredo.
O nome. Eu pensei em bastante nome para ela. Então, resolvi arriscar um em latim, por soar bonito (kkk) e por ser latim XD. O título novo será "Dies Incertus".
A capa e a sinopse. Tinha feito o pedido dos dois a um site de designs quinta feira passada. Com a esperança de que me entregassem os dois pedidos no fim de semana para que eu pudesse postar a história na segunda, que é o dia normal que eu publico. Mas o site até hoje não mandou nada. O que eu posso fazer é somente aguardar.
Quero agradecer a autora no Nyah! por ter betado este e o capítulo anterior (não sei o nick dela aqui) mas no face o nome dela é Juliana Rizzutinho. Obrigado Júh. Você é demais! Dedico o capítulo a você e a nossa Turminha da Zoera :)

BOA LEITURA!!! Aguardo os reviews, nos vemos nas notas finais!!



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A hora da hecatombe estava mais próxima e era necessário que o trabalho de construção da embarcação que transportaria Noé e os animais fosse apressado. Nos céus, Eloah já começava, aos poucos, os preparativos para desferir seu castigo aos homens. Não havia, segundo Ele, outra forma de salvar o mundo a não ser expurgar os humanos desviados da bondade da Terra e para sempre. Era certo que o Supremo não queria que fosse daquele jeito, mas se viu obrigado a expulsar do mundo aqueles que pecam. Só assim a bondade retornaria àquela terra recém-criada.

Noé estava maravilhado com tudo o que acontecia – e o que estaria para acontecer – na superfície da Terra. Ele não acreditava em Deus, exatamente, mas confiava na existência de um ser supremo que comandava as leis da Terra e do universo ao todo. Assim como, colocava os seres humanos no caminho da bondade e da justiça. E ser incumbido de uma missão divina, era de qualquer forma uma honra, mas que isso, um privilégio. Estava ele no hangar da embarcação, nos céus já eram nítidas algumas pesadas nuvens de chuva. O dia escureceu antes do previsto, e por conta disso, animais, amedrontados, aceleraram o passo para dentro da arca. Tudo estava pronto, só restava agora aguardar. Noé divagava sobre por onde andariam, quando Miguel se materializa ao seu lado, em seu típico avatar: jovem e humilde. Mas carregava nos olhos a gentileza típica de quem foi feito para o bem. Notou a angústia de Noé, pôs a mão sobre as costas dele e o confortou:

— Não temas! Os planos de Eloah são perfeitos. Nós iremos recuperar a humanidade, e você será o responsável por isso. – e apontou o dedo em direção ao nublado céu – Ele varrerá os homens corruptos da Terra, e você e suas gerações terão um trabalho sublime pela frente, irão repovoar a Terra, segundo a vontade do Altíssimo. Olhou com doçura para o velho homem que se encontrava à sua frente e continuou: – Ele lhe escolheu, não somente Ele, mas todo o coro celeste conta com você. Não temas Noé, não temas! E então, se desmaterializou para o plano celeste, ao lado de Eloah.

Noé analisou em certo momento sobre as palavras do Príncipe dos Arcanjos, ele estava certo. Foi escolhido para liderar uma missão gigante, que definitivamente seria contada de geração a geração, atravessaria séculos e milênios. Assolar a humanidade errante da face da Terra era algo irrisório diante da missão que ele e seus descendentes teriam pela frente: povoar a Terra com homens justos, retos e que carregariam no coração a vontade de Eloah. Olhou aos céus, com alegria, e um tanto emocionado e sussurrou baixinho, tal como quisesse falar somente com o Criador:

— Que seja feito os teus desejos!

E lá do céu, Deus olhava para Noé com gratidão.

— Estou com você, filho.

=====X=====

Então Deus cumpriu sua promessa. Do céu, choveram durante 40 dias e noites e a humanidade que não foi salva pereceu. Todas as riquezas materiais acumuladas na Terra foram perdida, reis caíram do seu trono, fortalezas, destruídas. As águas desceram do céu tal como quando derramamos a água de uma bacia em um piso. Espalhou-se por toda a Terra, lavou o pecado que nela existia. Menos Noé e sua família, e todos os animais que estavam na arca. Eles foram escolhidos. Eloah os viu justos e retos, então decidiu que seria a partir deles que a Terra seria povoada novamente, um novo paraíso para aqueles com bondade no coração.

Durante os 40 dias de chuva, Noé vivera bem na arca. Não lhe faltava alimentos, nem para a sua família e nem para os milhões de animais que viviam antigamente na Terra. O seu dia a dia se resumia em verificar se os animais estavam bem, e ficar com sua família. Por vezes, ele ia até a proa da arca e avaliava sobre as missões que o Supremo lhe concedeu. Certa vez, perdido em seus pensamentos, não percebeu quando o seu filho chegou em suas costas, para avisar que um pássaro encontrou Terra firme:

— Ora, já era tempo! – e olhou para o filho – vamos seguir em direção ao local em que o pássaro pouso. Você sabe de onde ele chegou, sabe?

O filho assentiu.

— Pois bem, prepare os animais e avise aos outros. – olhou para os céus – louvado sejas.

A arca seguiu o caminho combinado. Agora o sol brilhava forte, e por onde passavam, alguns pontos de terra firme começava a aparecer, os cumes das montanhas surgiam timidamente. A Terra estava em absoluto silencio, não havia ser vivo algum, exceto na arca, onde os animais, já pressentindo a chegada, fizeram algazarras, talvez ansiosos para pisar novamente em suas terras.

Terra, desta vez, pura novamente.

Noé avistou um imenso território seco à sua frente. Um verdadeiro tapete verde, onde capins cresciam verdejantes. Árvores frondosas nasciam, algumas com frutos, aparentemente apetitosos, ao fundo, montanhas cortavam os céus e nos seus cumes, o branco das neves dava uma beleza surreal a paisagem. A Terra estava limpa outra vez, e não havia sequer um pedaço de imperfeição. Ficou maravilhado com tudo aquilo, Eloah não só expurgou os humanos errantes, mas também remodelou a Terra. E aquilo só poderia ser a obra de um ser supremo e onipotente.

Desceu a terra pela primeira vez em sessenta dias. Se bem que ele conhecia demais a Terra, mas aquilo, para ele, foi maravilhoso. Apressou-se a desembarcar todos os animais da arca, e estes se espalharam como formigas. Alguns corriam, outros andavam a passos moderados, alguns marchavam lentos e sérios, outros, contentes e velozes, como se estivessem felizes pela nova morada – e bem que estavam realmente. Aquela visão dos animais se dispersando era linda, e Noé ficou emocionado. Sua missão foi concluída, e se lembraria do feito até o fim dos seus dias. E então, ele ouviu uma voz, que não era de nenhum que estava próximo a ele, e nem mesmo de arcanjo Miguel. Era uma voz que vinha de todas as direções, imponente, mas carregada de generosidade. Era a voz de Eloah:

— Filho, a sua missão foi concluída! Graças a sua ajuda, recuperamos o Éden na terra, e agora a humanidade poderá viver em paz. – e fez uma pausa, então mais a frente, surgiu um arco-íris.

— Este será o sinal de nossa aliança – a voz retornou a falar: — Que será lembrada geração após geração. Vá Noé, povoe a Terra! A humanidade está salva.

E então, durante anos, Noé povoou a Terra, seus filhos geraram filhos, que geraram filhos de seus filhos. E todos se lembraram de seu patriarca, o senhor justo, escolhido por Deus para salvar a humanidade.

A imagem do arco-íris subitamente começou a girar, as vozes ficaram abafadas, e aos poucos a imagem se enturvou, dando lugar a um quarto de hospital, com equipamentos eletrônicos. Uziel estava ao seu lado, com uma postura séria, mas agradável. Notara que Ivan acordara, assumiu uma postura mais alegre:

— Você teve um bom sonho?

Ivan estava confuso. Certamente estava em um local limpo, puro e sem nenhuma tecnologia. Mas agora, encontrava-se em uma cama de hospital, cercado por equipamentos obviamente modernos, e ao lado repousava sobre uma cadeira certo homem. O mesmo o encarava com expectativa, mas mantinha uma postura séria. Então, tudo voltou a sua mente: a vida que levava, o dia incomum de tempestades, o clarão seguido do acidente que sofreu, e sobre uma missão que recebera de certo ser alado. Olhou para o lado, na tentativa de ficar mais confortável na cadeira.

— Não entendo, parecia ser tão real. – olhava para as mãos – Como isto é possível?

Uziel lhe dirigiu um leve sorriso:

— É o que somos capazes – começou a andar pelo quarto – nós vivemos desde o segundo dia da Criação, então é obvio que nós vimos o caminhar da humanidade, suas evoluções, seus feitios e conquistas. Nós alados, gravamos tudo isso em nossa memória. E como nossos dons são originados da mesma, somos capazes de transmitir estas mesmas lembranças a quem quer que desejemos mostrar.

Ivan se endireitou na cama.

— Você me disse que Deus planeja dizimar a humanidade. Mas o que eu vi neste “sonho” foi exatamente o inverso. Estou confuso!

O alado compreendeu a dúvida dele, aproximou-se e o explicou:

— É certo que o que você viu se contradiz ao que lhe falei antes. Não posso contar muita coisa, por orientação do Arcanjo. Mas o que ele me permitiu falar-

–lhe foi apenas o seguinte...

Segundo o relato de Uziel, depois da inundação, Noé e seus descendentes povoaram a Terra. Criaram cidades e campos, viveram em harmonia. Mas depois que ele partiu para o Verdadeiro Éden, a seus irmãos ficou responsável o governo da Terra. Porém, como não tinha quem os escolhesse, entraram em combate pelo poder e se mataram, e isso espalhou mais uma vez o pecado sobre a Terra. Com esta ação, a Terra se corrompeu de novo e o pecado correu livre sobre os quatros cantos. Eloah sentiu-se tão frustrado que virou as costas para aquele povo, dedicou atenção milênios depois. Mas foi uma atenção temporária. Ele dera uma chance novamente à humanidade, e mais uma vez foi traído por aqueles que tentou salvar. O Arcanjo acredita que seja o ressentimento do Altíssimo com os terrenos, a causa da sua decisão de erradica-los. E o enviou até a Terra com a missão de reunir profetas para leva-los diante Dele. Para que mostrem a Ele que a humanidade ainda pode ser salva.

Ivan escutou atentamente tudo o que o alado falou. Salvar a humanidade... Isso deve ser bem difícil. Então uma dúvida veio a sua mente:

— Como poderemos convencer alguém tão magnífico sendo apenas um reles humano? Se Ele está ressentido com a humanidade, como faremos, eu e os outros, reles humanos, para que nos escute?

— Não se preocupe – tranquilizou-o Uziel – o Arcanjo saberá o que fazer.

— Quem é este Arcanjo que você tanto fala? – retrucou Ivan.

O celeste respondeu:

— Tudo em sua hora, temos que nos apressar. Sua primeira missão será viajar até a cidade de Salvador, na Bahia. E então, encontrar o segundo profeta e o despertar.

— Despertar? Como farei isso. – perguntou Ivan, meio atônito.

— Não será difícil... Saberá o que fazer. – disse o anjo – os preparativos já estão prontos. Em uma bolsa estão mantimentos como alimentação, roupas e dinheiro. E dentro de um de seus bolsos, estará escrito em um papel o endereço do segundo profeta.

— Mas eu ainda estou neste hospital! – Ivan se endireitou na cama – Como poderei me recuperar se estarei andando?

Uziel foi até ao seu lado, o tocou na mão e Ivan sentiu um calor.Calor este que parecia limpar todas as sujeiras.

— Já cuidei disso – disse. Dirigiu-se à janela e voltou-se para Ivan: – Você parte amanhã.

Então, sua imagem começou a ganhar uma luz forte, o que quase fez Ivan a fechar os olhos, enquanto se desmaterializava. Suas últimas palavras foram:

— Escolhemos você, pois nós acreditamos que será capaz disso. Estamos contando com você Ivan. E, ah, deixei algo que você irá gostar bastante na sua bolsa.

Ivan agradeceu:

— Não os decepcionarei.

O celeste, agora uma luz humanoide, assumiu um tom agradável.

–- Sabemos que não.

E então, desapareceu.

No dia seguinte, Ivan preparou sua bolsa, estava tudo como o anjo falou. Mexendo um pouco mais, encontrou um livro. Então se lembrou do que o alado lhe falou no dia anterior: “sim, deixei algo que você irá gostar bastante na bolsa.” E então sorriu. Gostava bastante de livros. Arrumou a mochila, e buscou o papel com o endereço que tinha escrito a localização do segundo profeta. Seguiu até a porta, e soltou um suspiro animado:

– A aventura vai ser boa.

E então, partiu para a sua primeira missão.


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Notas finais do capítulo

Pessoal, espero que tenham gostado da história de hoje. Repararam como foi super grande né? kk
Estarei aguardando ansiosamente as reviews.
Até segunda!!



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