Era mais um dia comum para Jess e Stella. Duas irmãs completamente diferentes. A primeira, romântica e sensível; a segunda triste e amargurada. Antes, uma menina feliz e alegre, Stella mudou muito após sofrer uma decepção amorosa com seu ex-namorado, Frankie, há um ano. Stella estava na sala de aula, escutando música escondido no celular, enquanto Jess estava no pátio com Don:

– E então? Quando vou poder falar com seu pai pra te pedir em namoro? - ele perguntou, beijando o pescoço de Jess.

– Hoje eu vou conversar com ele e ver o que ele diz. Você sabe que ele não quer que eu namore, mas eu vou ter um papo bem sério com ele e expor meus sentimentos por você. Tenho certeza que ele vai te aceitar. - Respondeu e o beijou.- Vamos voltar pra sala, antes que nos peguem aqui. - Os dois voltaram para a sala, separadamente, é claro. Jess se sentou ao lado de Stella.

– Demorou, hem? Onde estava? Stella perguntou, arqueando uma sobrancelha.

– No banheiro. Estava muito cheio.

– Voce acha que me engana? Sei que estava com Flack.

– Tá bom, eu confesso. Estava com ele.

– Voce não se emenda mesmo, né?

– Bom, alunos, agora nós vamos ler uma poesia. - A professora Débora, falou.

– Odeio poesias! - Stella resmungou.

– Stella, eu quero que você leia esta poesia.

– Nem pensar, professora. Não tenho saco para isso.

– Eu estou mandando.

– Já disse que não.

– Se não ler, vai ter que sair da sala.

– Com muito prazer! - Stella falou, se levantando. - Não estava querendo assistir aula mesmo! - Concluiu, saindo da sala.

– Desculpe a minha irmã, professora. Ela não está muito bem hoje. - Jéssica tentou justificar.

– Essa menina é uma peste! Nunca está bem! Bom, vamos continuar. Você pode ler a poesia, Jéssica?

– Leio sim, professora. - E começou a ler um poema de Clarice Lispector.

(...)

Stella estava no banco do pátio, olhando pro nada, até que Mac apareceu e, se sentou ao seu lado:

– Oi..

– Oi. - Stella falou, olhando para seus sapatos.

– De novo expulsa da aula?

– To até estranhando que você também não foi. - Disse, esboçando um sorriso de canto do rosto. - O que faz aqui?

– Pedi para ir no banheiro. Te vi largada aqui e, vim ver se precisa de algo.

– Preciso sim. Que o ano letivo acabe logo, para que eu possa tentar ganhar aquela bolsa pra Inglaterra que eu quero tanto!

– Voce não é feliz, é? - Ele perguntou. Stella não gostou da pergunta.

– Vá cuidar da sua vida e me deixe em paz! Vai!

– Não precisa falar assim também, eu só queria..

– Eu sei bem o que você quer! Agora vá! Deixe-me sozinha.

– Está bem, megera!

– Idiota! Imbecil! Vai pro inferno!

Xxxxxxxx

Mais tarde...

Stella estava no seu quarto, escrevendo no diário até que...

– Posso entrar , maninha?- Jess perguntou, já entrando no quarto.

– Já entrou mesmo!- Stella respondeu e fechou o caderno.

– O que estava fazendo?

– Não interessa. O que quer?

– Eu só vim avisar que vou falar com o papai sobre o meu namoro com Flack.

– Sabe muito bem que você é a princesinha do papai e, ele não vai te deixar namorar.

– De qualquer jeito eu vou conversar.

– Boa sorte, então.- Jessica foi até o quarto de seu pai, Max, e contou que estava gostando de um rapaz:

– Namorado? Nem pensar! - Max estava bastante bravo.

– Mas, pai! Eu... Gosto dele. Por favor...

– Vá chamar a sua irmã. Eu tive uma ideia.

– Sim, papai. - Falou e, saiu correndo para o quarto de Stella, entrando sem bater.

– Voce? De novo?!

– Papai quer falar com você.

– Diga que eu estou dormindo.- Stella pediu, se cobrindo com o cobertor.

– Por favor, maninha! - Falou, puxando a coberta.

– Ô menina chata!! Tá, eu vou! - As duas foram até o quarto de Max. - Fala pai!

– Eu acho que a sua irmã já contou que está... Gostando de um rapaz.

– Falou sim. E o Kiko?

– Ham?

– O que eu tenho a ver com isso? É ela que gosta dele.

– Sim, mas ela não vai namorar enquanto você não arranjar um namorado.

– QUE?! - As duas disseram juntas.

– Pai, se eu tiver que esperar a Stella namorar pra poder namorar também, eu vou morrer fria e seca.

– Concordo com a Jess. Eu não pretendo arranjar um namorado, nem hoje, nem nunca!

– Há, vai arranjar sim. A filha mais velha deve namorar e casar antes que a mais nova.

– Em que mundo o senhor vive? No tempo das cavernas? Isso não existe pai!

– Foi assim que eu fui educado e é assim que vocês serão também!