Perdidos escrita por Mariii


Capítulo 3
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Postando em velocidade record porque essas meninas são chatas bagarai!

Brincadeira, amo vocês!



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– Sherlock

Quando acordei e vi Molly caída achei que estava dentro de algum sonho engraçado. Como isso poderia estar acontecendo de verdade?

Então ela levantou e pude reparar em seu vestido, que tinha colado ao corpo e estava transparente. Tenho que assumir que foi uma visão bastante agradável. E meu sonho parecia estar melhorando.

Olhei para os lados e vi que estava onde não devia estar. Em algum lugar que não me lembrava nem de longe ter cogitado ir. Senti uma mistura de incredulidade e pavor ao perceber que eram grandes as chances de isso não ser um sonho. O pavor se deve ao fato de que, pelo o que pude perceber, ficaria em companhia de Molly Hooper.

Ela foi extremamente petulante quando perguntei onde estávamos. E é claro que não perdi a chance de deixá-la constrangida. Me segurei para não rir quando ela tentou, sem sucesso, tampar as transparências. E me surpreendi quando ela desistiu e deixou por isso mesmo.

Eu não contei que me lembrava da discussão que tivemos no dia... Anterior? Estava confuso esse negócio de não saber que dia era. Ela também fingiu que não se lembrava, então deixamos isso assim mesmo.

Fomos caminhar pela extensão de nossa ilha. O que mais podíamos fazer?

Senti que me cérebro explodiria quando encontramos o que parecia ser partes de um avião. Eu não podia ter vindo aqui de livre e espontânea vontade com Molly Hooper, podia? Já começava a torcer para tudo isso ser um sonho mesmo e que eu acordasse logo.

Causei um ataque de riso na louca quando sugeri que podíamos ter casado. Não falei totalmente a sério, claro. Mas estava encafifado porque a ilha parecia extremamente romântica. Nada disso fazia o menor sentido. Estava ficando louco já. Onde estava a lógica de tudo isso? Como sobreviveria? Ok, sem ataques de pânico.

Percebi que Molly já se afastava em direção a casa e tive que segui-la. Após chamar por mil vezes, ela teve a brilhante ideia de tentar a maçaneta e abriu a porta.

Fiquei ainda mais assustado ao entrar na casa. Ela parecia preparada para receber visitantes. Eu diria um casal. Talvez nós. Não, não. Afastei a ideia. Por poucos segundos. Porque logo Molly encontrou o cartão, e quando li por cima dos seus ombros senti que iria ter SIM um ataque de pânico. E SIM tinha que estar em um pesadelo.

Ela largou o cartão como se ele tivesse dado um choque. E sem nem ao menos olhar para mim, foi explorar outros cômodos da casa. Eu só fiquei ali, parado. Pensando o que raio havia acontecido conosco. E como eu poderia não lembrar.

Ainda estava na mesma posição quando ela voltou para a sala. Seu cabelo tinha secado em uma bagunça generalizada e seu rosto estava cheio de maquiagem em lugares que não deviam estar. Seu vestido ainda estava um pouco transparente, o que não achei ruim.

Ela estava com uma cara de velório. Será que minha companhia era tão ruim assim?

Olhei para ela, esperando que dissesse alguma coisa. Só faltava ela entrar em estado catatônico nesse fim de mundo.

– Só tem um quarto. - Ela suspirou e se jogou no sofá.

Quase que eu ri. Era esse o problema dela então. Em meio a tantos outros, ela estava preocupada com um quarto.

– Por mim tudo bem, posso ficar com ele.

Nossa! A cara com que ela me olhou. Achei que iria cair durinho bem ali.

– Você só pode estar de brincadeira. Eu não saio daquele quarto nem que seja a última coisa que eu faça. Não pense que você vai dominar o MEU quarto novamente.

– Então nós temos um problema.

– Não, você tem um problema. Eu vou dormir no quarto.

Será que eu sou tão irritante quanto ela?

– Então, querida Molly, nós vamos dormir juntos.

O queixo dela caiu. Mas não fiquei esperando por resposta e fui conhecer o tal quarto.

Conclui que quem quer que tenha projetado essa casa tinha a ideia de um enorme ninho de amor. Principalmente no quarto, que contava até mesmo com uma cama com dossel. A cada segundo que se passavam as coisas complicavam ainda mais.

Caminhei até uma porta e descobri um enorme closet com... Roupas. Limpas. Como sabiam nossos números? Esse estava sendo o caso mais intrigante de toda minha carreira.

Sem querer, quer dizer... Eu queria, vai. Não importa. Dei uma rápida (não tão rápida assim) espiada nas roupas que estavam separadas para Molly. Vestidos e mais vestidos curtos que já fizeram minha imaginação voar para longe. Mas nada superou quando abri uma gaveta e dei de cara com uma enormidade de lingeries. Que lugar infernal era esse?

Fui até o banheiro, abri uma torneira e descobri que havia água. Quente e fria! Não pensei duas vezes, escolhi uma muda de roupas (não eram as que eu habitualmente usava, mas serviriam) e parti para o banho. Não deixei de observar a enorme banheira que havia em um dos cantos.

Quando voltei para a sala Molly estava ainda sentada no sofá, com a cabeça para trás apoiada em uma almofada e com os olhos fechados. Pensei em dar um susto nela, mas achei melhor não. Vai que ela morre aqui e eu ainda seria o culpado.

Ela me ouviu e abriu os olhos. Outra expressão de choque quando viu que eu estava devidamente limpo e com novas roupas.

– Como voc...

– Não tenho culpa se você não procurou direito. Há um closet cheio de roupas naquele quarto.

Mal terminei minha frase e ela saiu em direção ao quarto, quase me atropelando ao passar.

Sentei no sofá, as pernas esticadas e cruzadas na altura do tornozelo, os braços atrás da minha cabeça. Fiquei refletindo sobre qual vestido ela escolheria para vestir. Quando ela voltou, vestindo um pequeno vestido rosa estampado com flores minúsculas, ainda descalça e com os cabelos molhados enrolados em um coque, eu pensei que talvez, só talvez, a estadia por aqui poderia começar a se complicar. Tive que fazer um esforço hercúleo para que meus olhos saíssem de suas pernas e mirassem seu rosto. Mas o que importa é que consegui.

Ela me olhou, revirou os olhos sacudindo a cabeça e foi direto para a cozinha. Molly Hooper estava sendo desdenhosa.


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem de novo... Nem deu tempo de ter comentários no capítulo anterior... hauahauahaua