Perdidos escrita por Mariii


Capítulo 22
Capítulo 21


Notas iniciais do capítulo

Beeem... Só recapitulando...

Descrição da Fic / Gêneros: Comédia, Drama, Fantasia, Romance

Talvez seja útil... kkkkkkkkkk

Prevejo tiro, porrada e bomba.



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– Molly

Como Sherlock podia não saber o principal sintoma de um tsunami? Eu tentei fazer com que corrêssemos, ingenuamente. Nunca conseguiríamos ser mais rápidos que a onda e não tínhamos onde nos abrigar. Nossa ilha era minúscula e não havia lugares altos. Nem mesmo o telhado da casa nos protegeria.

Quando a primeira onda nos afundou e nos arrastou, eu soube que tudo estava perdido. Não havia esperança. Sherlock tentou apertar meus dedos, que escorregavam de suas mãos. Eu estava apavorada com o pensamento de que essa seria a última vez que o veria. Tentei dizer tudo que eu sentia através dos meus olhos no segundo em que eles se encontraram com os dele.

Isso não podia estar certo. A vida não podia nos juntar e separar assim. Meu corpo era todo desespero. Meus dedos escorregavam da mão dele, faltando pouco para que se soltassem. E quando mais uma onda nos atingiu, nos afundando, foi isso que aconteceu. Eu comecei a afundar sem parar e começava a engolir água. Meu último pensamento fora em Sherlock, então eu apaguei.

–-- --- ---

Abro os olhos e a claridade me cega, então eu os fecho de novo. Puxo o ar com força, parece que estive sem respirar. Tento me mexer e um dos meus braços não se move. Ouço uma voz tentando me acalmar, falando em um tom baixo e autoritário. Outra voz. Não a de Sherlock. Eu me desespero e tento me mexer ainda mais. Precisa encontrá-lo, precisava saber como ele estava. Um par de mãos segura meu corpo agora.

– Molly? Você pode me ouvir?

Eu paro de me debater e após alguns segundos assinto. Estou receosa. Com medo.

– Ótimo!

A voz parece alegre agora.

– Você consegue abrir os olhos?

Eu conseguiria se não fosse essa luz me cegando. Mas mesmo assim tento de novo, abrindo os olhos devagar agora. Pisco algumas vezes e então consigo que minha visão estabilize.

– Perfeito! Não tente falar agora. Provavelmente sentirá dificuldades. Faremos alguns exames em você, mas não se preocupe.

A médica, pelo menos eu achava que era uma, loira e de cabelos curtos me fez seguir uma luz com os olhos e testou a sensibilidade em meus membros. Minutos depois ela terminou uma série de exames e eu estava cada vez mais ansiosa por notícias de Sherlock. Percebia minha boca estranha. Ela levantou um pouco minha cama e me deu um pouco de água, pedindo para que engolisse devagar. Parecia que minha boca e garganta não eram usadas há séculos. Descobri que havia um tubo no meu pescoço, ajudando-me a respirar e que seria retirado em breve, agora que eu estava acordada e aparentemente bem.

– A enfermeira Cavill irá ficar com você e verificar suas medicações enquanto eu converso com seus familiares.

Familiares? Eu não tinha familiares, mas mesmo assim assenti novamente. Queria perguntar sobre Sherlock, mas realmente não sentia vontade de perguntar a ela. E uma parte de mim estava com medo de ouvir a resposta.

A enfermeira me cumprimentou com afeto e foi só quando a médica saiu do quarto que eu olhei em volta com calma e reconheci onde estava. St. Barts. Eu tinha voltado para Londres. Como isso tinha acontecido? Eu estava cada vez mais em choque.

Agora eu via porque um dos meus braços não se movia, estava imobilizado. Meu Deus, o que tinha acontecido depois o tsunami nos atingiu? Meu coração se apertou novamente. Sherlock. Como Sherlock estava?

Eu me espantei quando Mary passou pela porta do meu quarto como um furacão e com lágrimas nos olhos. Ah, meus familiares. Tentei sorrir pra ela enquanto ela se aproximava e segurava minha mão.

– Molly. Meu Deus. Você acordou.

Por que todos estão tão surpresos quanto a isso? Até parece que... Opa, quanto tempo eu estive desacordada? Precisava dar um jeito de falar. Soltei minha mão das delas e apontei para o copo de água. Bebi mais alguns goles e forcei minha voz ao máximo.

– Mary.

Nossa. Minha voz parecia com a de um troll adormecido. Mary tentou me dizer para que ficasse quieta, que eu não precisava falar. Mas eu precisava, oras. As palavras saíram com dificuldades, mas saíram e é isso que importa.

– Há quanto tempo estou aqui?

Mary pareceu resignada ao responder.

– Um pouco mais de vinte dias.

Céus! Isso explicava porque meu braço estava tão branco novamente. Vi a médica entrar de novo no quarto, mas ela não interrompeu nossa conversa. E Sherlock? Onde estava Sherlock? Era a hora de perguntar. Não podia adiar mais, mesmo que o medo me consumisse, me fazendo enjoar.

– E Sherlock?

Uma expressão estranha passou pelo rosto de Mary e eu fiquei com mais medo ainda, se é que isso era possível. Ela demorou alguns segundos para responder e se demorasse mais um só, iriam precisar me sedar.

– Ele está bem. John e Mycroft estão com ele.

Um alívio percorreu meu corpo. Estávamos bem. Nós tínhamos conseguido e nossa vida em Londres começaria. Um sorriso dançou em meus lábios. Por que Mary me olhava como se estivesse estranhando? Ela segurava minha mão novamente e já tinha parado de chorar, graças a Deus. Eu me sentia mal em vê-la chorando assim.

– Você vai precisar ficar mais alguns dias aqui, querida. Os médicos querem checar seu braço. Eu ficarei com você, prometo que não sairei do seu lado. Não acredito que você está de volta para nós.

Ai não, ela estava se emocionando novamente. Parece que eu estive quase morta e ninguém acreditava que eu acordaria. Aperto a mão dela com carinho.

– Hey, Mary. Eu estou bem agora.

Mary ri para mim. Como se só agora tivesse percebido que eu realmente estou acordada. Agora que comecei a falar não quero parar mais, tenho tantas coisas a dizer.

– Eu fiquei muito assustada com a onda. Achei que não sobreviveríamos. Pensei que morreria afogada...

Por que os olhos de Mary vão automaticamente para a médica parada próxima a porta do meu quarto? Comecei a ficar confusa. Minha garganta doía muito pelo esforço de falar, mas eu não pararia agora.

– O que foi, Mary?

Ela volta os olhos para mim. O que é isso que está aparecendo neles? Pena? Tristeza? Compaixão? Eu a sinto apertar ainda mais minha mão.

– Molly... Querida... Você não se afogou.

– Eu sei... Eu estou viva, então não me afoguei.

– Não, Molly. Preste atenção... Não existiu uma onda.


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Notas finais do capítulo

*corre*