Perdidos escrita por Mariii


Capítulo 21
Capítulo 20


Notas iniciais do capítulo

Não matem a autora, plis... hahahahaha



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– Sherlock

Nossa brincadeira com chocolate terminou na banheira, mais uma vez. Eu seria obrigado a dar um jeito de encaixar uma em Baker Street. Como seria minha vida se não pudesse correr com Molly para uma banheira a todo instante?

Nós tentamos dormir mais cedo essa noite para tentar regularizar nossos horários e não acordar quando o sol já estiver se pondo. Foi um pouco difícil, mas no final conseguimos.

Antes de dormir, eu saio do banheiro e quando estou passando pela cama sou atingido em cheio por um travesseiro. Molly atirou um sem dó nem piedade. Claro que tive que revidar. E a partir daí nosso quarto virou um campo de guerra com travesseiros e almofadas voando. Eu agarro Molly pela cintura e a joguei na cama. Ela pareceu rendida por alguns minutos. Alguns minutos, veja bem. Porque é claro que ela começou a me seduzir e em alguns segundos estava em cima de mim.

– Ganhei!

Como eu sou idiota.

– Só na sua cabeça, Molly!

Nós nunca cederíamos. E eu provei isso quando a fiz amolecer com alguns toques estratégicos.

Agora já fazia algumas horas que ela estava dormindo, eu acordo por acaso e aproveito para observá-la. Ela não teve mais pesadelos e eu fico feliz em pensar que talvez eu tenha algo a ver com isso.

Molly mudou minha vida. Conseguiu, em tão pouco tempo, chegar onde ninguém tinha chegado e me mostrar tantas coisas, tantos ângulos, tanto sentimento. Coisas que eu nunca teria descoberto sozinho.

Quando eu dormi novamente, me aninhei ainda mais a ela. Eu me sentia ligado a Molly de tal forma, que me separar seja por dois centímetros já me causava medo. Acho que era isso que Mycroft queria dizer sobre se envolver, mas o que ele não sabia é que todo resto compensava. Precisava me lembrar de dizer isso a ele um dia.

Já na cozinha depois que acordamos, comendo nosso café da manhã, eu a observava novamente. Eu nunca tinha pensado em me casar nem nada disso, achava uma falha humana todos esses tipos de coisas. Mas agora nós estávamos levando praticamente uma vida de casados. E, curiosamente, eu não achei ruim. Era só... Natural.

Molly se aproxima e me beija, enquanto segura uma torrada entre os dedos. Eu pego sua mão e mordo quase toda a torrada que está com ela. Sorrio quando ela me olha indignada.

Eu pensava em nossa vida assim em Londres. Aliás, seria uma surpresa para todos os nossos amigos quando voltássemos apaixonados. Pensando bem, talvez não, se nós realmente viajamos juntos para cá talvez todos saibam. Droga! Seria legal surpreender a todos.

Molly sugeriu que nós caminhássemos pela praia após o café e nós andamos de mãos dadas por um longo tempo. Acho que ela pretendia tentar me afogar de novo, não sei. Estávamos sempre tentando afundar um ao outro na água.

Como sempre, ela estava linda. Os cabelos dela voavam com o vento e ela sorria para mim como se eu fosse todo o motivo daquela felicidade. Isso fazia meu coração bater mais rápido. Sentei na areia em algum momento e Molly sentou-se no meu colo, com uma perna de cada lado do meu corpo. Nos perdemos entre beijos. Eu queria muito mais que isso, e acho que iria conseguir. Mas foi por acaso que meus olhos voltaram-se para o mar. E não sei se isso foi bom ou ruim.

– Que engraçado. O mar parece que decidiu nos deixar.

Molly me olhou em dúvida por um segundo, então virou-se para olhar o mar e entender o que eu estava dizendo. Uma expressão de pavor apareceu no rosto dela e eu não entendi o por que.

Ela levantou-se rapidamente, me puxando pela mão.

– Vamos, Sherlock! Nós temos que sair daqui!

– O que foi, Molly? O que está acontecendo?

Não tivemos tempo para explicações, Molly continuou me puxando. Quando olhei para trás entendi o desespero dela. Uma enorme onda vinha em nossa direção. Nós tentamos correr. Muito. Mas nada foi suficiente. E acho que nunca seria.

A onda nos acertou e nos arrastou. Eu tentei segurar a mão de Molly pelo maior tempo possível. Mas mais ondas vinham e nos afundavam. A última imagem que tive foi dos olhos dela. Desesperados para mim. Eu sabia o que ela pensava, mesmo que não pudesse dizer. Quais seriam nossas chances agora? Estávamos isolados, sem ninguém.

Ver o rosto dela daquela forma, os olhos dela tentando me dizer tantas coisas e a forma como ela me pedia em silêncio para salvá-la. Tudo isso fez com que eu sentisse meu mundo desabando ao mesmo tempo em que me trouxe lembranças dolorosas que não fizeram sentido na minha cabeça naquele momento.

Eu senti que os dedos dela escapavam dos meus. Nós afundávamos na água e iria chegar uma hora que não voltaríamos. Itens passavam por nós, não demoraria para que batêssemos a cabeça ou nos enroscássemos em alguma coisa a qualquer momento. Algo atingiu meu rosto e vi tudo rodar. Tentei apertar a mão dela ainda mais, mas já não conseguia. Seria assim que tudo acabaria? Era justo que depois que eu descobri o que era o amor ele fosse tirado de mim assim? Mas quem era eu para pedir por justiça?

O desespero me consumia. Eu não podia deixar que ela sumisse. Os dedos escorregavam cada vez mais. Olhei uma última vez para ela, antes de outra onda nos atingir. Senti Molly escapar totalmente da minha mão. Eu gritaria se pudesse, se não estivesse afundando a cada pouco e ao mesmo tempo tentando me manter fora d’água. Uma dor intensa se apoderava do meu corpo. Tentei procurá-la, mas o mar me levava. Eu não conseguiria. Água entrava pela minha boca. Folhas e pedaços de troncos começavam a passar por mim.

Molly, onde você está? Não me deixe.

Medo. A última coisa que me lembro de ter sentido foi medo. Muito medo. Eu não conseguiria mais ficar sozinho. Precisava achar Molly. Nós tínhamos uma vida juntos agora, nós moraríamos juntos em Londres.

Molly? Eu preciso de você...

E então outra onde me atingiu, minha cabeça bateu em algum lugar e eu perdi os sentidos.


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Notas finais do capítulo

Prevejo ameaças. u.u