Capítulo 17 - Revelações

Automaticamente todos os presentes na festa olharam para a porta de entrada que acabara de ser aberta num ato violento.

- Então quer dizer que está mesmo tendo uma festa.

- Ai não! – Naruto e Suigetsu disseram em uníssono

- Eu não sabia que Sasuke tinha convidado ela. – Itachi murmurou

- Você trabalha em uma boate. Já ouviu falar em penetras?

- Ainda bem que meu doce pai falou para eu vir aqui. – uma ruiva vestindo um longo traje vermelho e uma longa capa preta se aproximou do aniversariante – Oi Sasuke.

- Karin... – o moreno colocou Sakura atrás de si em uma posição protetora – O que você está fazendo aqui?

- Está tão surpreso. Estou aqui apenas defendendo o que é meu.

- E o que é seu?

- Você! – sorriu – Tenho que tomar cuidado com essas garotas invadindo meu território.

- Não foi convidada. Não tem o direito de invadir minha casa, uma propriedade particular.

- Blá, blá. Quem é essa aí? E porque ela estava tão juntinha de você?

- Não lhe interessa o que eu faço ou o que deixo de fazer. Se ela estava junta de mim não importa para você.

- Já lhe disse o quanto você fica mais lindo quando está com raiva? – Karin se aproximou ainda mais do Uchiha e tocou levemente em seu rosto. Sorriu e após, encarou friamente Sakura – O que ela é sua?

- Já lhe disse que não interessa.

- Sasuke! – Sakura saiu de trás do moreno e encarou a ruiva – Se ela não está na lista de convidados, é seu direito expulsá-la. Se não sair por bem, devemos chamar a policia.

- Claro. Chamaremos a policia. – Karin retirou os óculos e olhou profundamente para Sakura. Seus olhos se tornaram rubros – Por acaso você sabe quem eu sou humana patética?

- Karin!

- Não se intrometam. Eu sou filha do grande e poderoso vam...

Suigetsu correu rapidamente para o lado de Sakura.

- Não tive a honra de dançar com você Sakura. Vamos.

Mesmo com protestos, Suigetsu a carregou para dançar.

- Venha comigo. – Sasuke puxou a ruiva – Naruto, não deixe ninguém subir.

- Certo.

Sasuke subiu bufando de raiva com Karin. Sakura estava curiosa sobre o que aquela garota era tão influente em muita gente naquela festa.

Os dois entraram no quarto e Sasuke fechou a porta bruscamente.

- Ficou louca? Sabe quais são as regras e você iria quebrar a principal. Tem idéia da loucura que iria acontecer caso você revelasse nossa existência? Há humanos lá embaixo.

- Nossa. Nem tivemos o primeiro encontro e já me trouxe para o quarto assim, tão rápido.

- Não estou brincando Karin! – gritou

- Fiz tudo aquilo por que aquela garota estava me irritando.

- Há humanos aqui!

- Eles que se ponham em seus devidos lugares. Onde já se viu, humanos festejarem com vampiros. Isso não existe. – sentou na poltrona – Você sabe tão bem quanto eu que nós iremos eliminar a raça humana.

- Eu não faço mais parte desses planos. Isso é um plano totalmente absurdo. Como iremos nos alimentar?

- Se você ainda estivesse participando dos nossos projetos, saberia. Papai está desenvolvendo uma nova raça. Um bichinho de estimação. – sorriu – Eles dão mais sangue, mais proteínas. Não se transformam em vampiros e não morrem. E além do mais, serão nossos subordinados para a vida eterna.

- Não deixarei ocorrer à extinção dos humanos

- Hm... Engraçado você dizer isso. Aquele que sempre detestou os humanos. – levantou-se e se aproximou de Sasuke – Você sabe que apenas uma pessoa pode impedir e não há relatos de que ela nasceu. Meu pai e o líder dos Uchihas mataram aquele que diz ser o pai, mataram aquele que estava escrito na profecia. Não há como seres inferiores nos vencerem.

- Humanos não são inferiores. Nós precisamos deles para nos alimentar.

- Você tem toda razão. Mas depois que alguns sobreviveram a nós e descobriram sobre a nossa espécie, começaram a criar armas para nos matar. Daqui a alguns anos, nós entraremos em extinção.

- É só procurarmos a origem e matá-la. Não é necessário o extermínio de toda a espécie.

- Está com medo de perder sua linda flor de cerejeira?

- Cale-se! – Sasuke ordenou

- Ela será a primeira em minhas mãos. Farei questão de matá-la, lenta e dolorosamente. O sangue dela é tão atrativo. Será um desperdício não tomá-lo.

- Terá que me matar primeiro.

- Não fale bobagens Sasuke. – a ruiva beijou a face do moreno – Nós iremos viver juntos. E patético, você, um vampiro se sacrificar por uma humana.

- Vampiros também podem ter sentimentos humanos.

- Humanos são humanos, vampiros são VAMPIROS!

- Sabe que...

- Tem alguém na porta. – Karin murmurou

Karin rapidamente vai até a porta, a abre e traz pelo pescoço a pessoa que estava presente.

- Sakura! – Sasuke lhe chamou

- A garotinha é uma tremenda curiosa. Vai morrer por isso!

- Solte-a Karin!

- Não. – Karin apertou ainda mais a mão no pescoço de Sakura. Ela gemeu em protesto

- Solte-a! Eu não estou pedindo, estou mandando.

- Obrigue-me. – sorriu

O sorriso logo se transformou em presas afiadas. Enquanto apertava o pescoço de Sakura, a mesma olhava horrorizada para aquelas presas e os olhos rubros. Lutava para sair dali, mas era inútil. Karin era muito forte.

- Sa-su-k... – murmurou

Sasuke não agüentou ver a mulher que ele ama naquelas condições. Ele não pensou duas vezes, fechou os olhos e em seguida abriu-os olhando ferozmente para Karin. Os olhos de Sasuke em uma cor muito mais vermelha que os de Karin, as presas muito maiores e mais afiadas. Grunhiu raivosamente e ameaçou avançar.

Karin nunca o viu com tanta raiva. Aquela expressão que estava em sua face era extremamente horripilante. Rosnou ao perceber que ficou com medo de Sasuke.

- Solte-a agora!

- Você sacrificaria sua vida por ela?

- Sim.

- Agora que ela sabe sobre você, como agirá? – levantou Sakura ainda mais.

- Já mandei soltá-la.

- Está bem. Como desejar.

Karin obedeceu Sasuke e jogou Sakura com toda a força na parede.
Sasuke correu para pegá-la, mas Sakura já tinha batido na parede e desmaiado.

- Sakura!

- Humanos são tão frágeis. É melhor transformá-la se não quiser que a fragilidade dela o deixe vulnerável.

- É melhor você sair daqui.

- Tenha uma boa noite meu amor. – Karin sorriu e saiu pela janela do quarto.

Sasuke se levanta do chão com Sakura em seus braços e a coloca na cama. Falou alto o suficiente para Suigetsu tê-lo escutado.

- Eu não sou médico. Porque tenho que resolver esses problemas? – Suigetsu resmungou

- Você é o único que tem especialidades.

Suigetsu sorriu. Considerou aquilo como elogio. Começou a examinar Sakura.

- Estranho. Há manchas de sangue no pescoço, Karin deve ter usado as unhas para furá-lo, mas, não há machucados. – virou-a de costas e rasgou a parte de trás do vestido – Só está vermelho...

- Não quebrou nada? Karin apertou fortemente o pescoço, jogou-a contra a parede. Como não quebrou nada? Nenhum dano?

- Isso que é estranho. – virou-a novamente para cima e a cobriu com um cobertor – Se lembra quando você estava se divertindo com aquela humana e Karin a atacou? Eu me lembro de como ficou a garota após ter encontrado a parede. Foi apenas um golpe e a humana ficou destroçada. Sakura deve ter sido ainda com mais força, causou danos a parede... – colocou a mão no queixo – Ela está respirando normalmente e não quebrou nada.

- Que bom.

- Quando cheguei, seus olhos estavam vermelhos. Você se transformou?

- Sakura descobriu sobre nós.

- Eu tentei segurá-la, mas ela me enganou dizendo que queria ir ao banheiro.

- Não foi culpa sua. Você tentou me ajudar. – sentou-se na poltrona que estava do lado da cama e olhou para Sakura – Não saberei como agir com ela.

- Aja normalmente. Seja o idiota de sempre. – Naruto entrou no quarto exibindo um largo sorriso. Olhou para Sakura e o sorriso diminuiu

- Eu não sei como serei o idiota de sempre.

- E você fará o que? – o loiro perguntou

- O melhor é explicar tudo.

- Tem uma festa lá embaixo. – Suigetsu comentou

- Deixe que a festa role. Falem que passei mal e me retirei – o moreno bufou – se Itachi perguntar, conte que fui comemorar meu aniversário com Sakura.

Suigetsu concorda e vai para a festa.

- Nunca pensei que aconteceria isso a ela por descobrir nosso segredo.

- Não deveria ter acontecido Naruto. Ela não deveria ter descoberto desse jeito.

- Não se preocupe Sasuke, você não a perderá. – sorriu – Vou voltar para a festa e contar o que aconteceu para Hinata.

- Está bem. – Sasuke murmurou enquanto velava o sono de Sakura

Após um bom tempo, ele acaba adormecendo ali mesmo.
Sonhos não são coisas que devemos fugir. Devemos prestar atenção neles, devemos acreditar neles, devemos escutá-los, olhar com todos os olhos o que eles querem nos dizer... Ainda mais se o sonho for de algo que aconteceu, algo que não foi esclarecido há muito tempo.

- Itachi! Está ouvindo esse barulho?

- Acha que sou surdo Sasuke?

- Vamos chamar o papai. – Sasuke abriu a porta do quarto

- Acho que chegou a hora de que eles me falaram.

- Que hora? – perguntou curioso

- Não se preocupe com nada. Isso não será uma desgraça, será até legal. Como aquelas histórias que nossa mãe nos contava. Eu sempre irei te proteger caso algo dê errado.

- Não estou entendendo Itachi.

- Vamos logo para o estábulo.

- Não é melhor chamar o papai?

- Eles não estão no quarto. Estão nos esperando no estábulo.

Venham...

Sigam...

Entrem...

Não temam...

- Mãe, pai! – Sasuke gritou e correu para eles

- Ainda não é a sua hora, Sasuke. – Fugaku falou friamente

- Itachi, segure seu irmão.

- Sasuke fique perto de mim. – Itachi obedeceu as ordens da mãe e segurou o irmão

- Eu não consigo entender. O que está havendo?

- Logo suas perguntas serão respondidas. – um homem com um longo cabelo negro, a pele pálida apareceu atrás dos pais de Sasuke e Itachi

- Sasuke, não se preocupe. Seu irmão irá te proteger.

- Vocês me disseram que isso não iria ser necessário. – Itachi falou – Que não precisávamos seguir essa vida.

- Não seria necessário se Sasuke não mostrasse tamanha evolução em seus traços genéticos.

- Você Itachi, - um outro homem apareceu ao lado do outro. Seu cabelo era comprido e tampava um de seus olhos – poderíamos controlar. Mas Sasuke não conseguiríamos.

- Não iriam conseguir me controlar? – Sasuke perguntou intrigado

- Eles não precisam morrer. São nossos pais.

- Eles estão dando as vidas por vocês. Deveriam ser mais agradecidos.

- Acho que já está na hora de saberem. – o homem com o cabelo grande e preto sorriu

- Tem razão Orochimaru. Mas antes vamos matá-los.

- Não Madara! – Orochimaru colocou o braço na frente de Madara e o impediu – Ainda não.

- Hnf!

- Sasuke e Itachi, algo que vocês terão que saber antes de tudo. Nós somos vampiros.

- Vampiros não existem.

- Existem Sasuke. – Itachi apertou um pouco os braços do irmão – E infelizmente vivíamos com vampiros.

- Seus pais também são vampiros. Mas são vampiros que foram banidos, se quiserem eles podem viver como humanos, porém, a sede por sangue é imensa.

- Eles nunca iriam matar alguém para beber sangue. – Itachi o interrompeu

- Vocês nunca se perguntaram o porquê de muitas vezes aparecerem vacas mortas nas redondezas? – Madara gargalhou – Nunca se perguntaram por que os cavalos temiam seus pais? E para que tantos cavalos?

- Descobri quando me contaram o que nos esperava.

- Sangue de animal não é tão nutritivo quanto sangue de humanos. Para poder se satisfazer da sede, é necessário ao menos 15 animais.

 
- Como seus pais são vampiros, vocês também serão. – Orochimaru passou a mão no rosto de Fugaku – Foi isso o que decidimos quando os deixamos morar longe de Konoha, nosso acordo. Sasuke, você só pôde nascer através experiências utilizando magia. Itachi quando você nasceu utilizávamos os princípios básicos da magia. Você não é tão poderoso quanto seu irmão. Vampiros não podem ter filhos. – pausou – Devemos matar seus por causa de traição. Mexer com magia nessa época é completamente errado. Há sangue vampirico em você Sasuke.

- Eu não quero ser um vampiro. – Sasuke protestou

- Sinto-lhe informar, mas você é metade vampiro. Só é necessário concretizar a transformação.  

- Nós podemos viver sem isso. Não queremos nos transformar.

- É preciso Itachi! Se não fizermos, isso será um suicídio a nossa raça.

- E por quê?

- Possuímos inimigos. Eles estão se desenvolvendo a cada dia, nossa espécie está morrendo. Precisamos de guerreiros. E devemos ser rápidos, estão atrás de nós.

- O que ocorreria se nos achassem? – Itachi perguntou

- Vocês são raros, únicos. Se eles os achassem e os transformassem, uma raça iria se formar. Uma raça que seria impossível de derrotar.

- Mate-nos então. – Sasuke murmurou – Não quero virar isso e não quero viver sabendo que corro perigo.

- Nunca! – Madara gritou – Vocês são preciosos demais para morrerem. São vampiros de uma geração avançada.

- Não podemos perdê-los. Se não os levarmos e não cuidarmos de vocês, é bem capaz que o sangue de vampiro que contém em vocês, pode querer evoluir. Seus pais fizeram um ótimo trabalho em ter te transformado aos 18 anos Itachi. Sasuke, você ainda terá que esperar três anos para podermos lhe transformar.

- E porque quando eu fizer 18?

- São as regras. Devemos transformar os humanos aos 18 anos, ensiná-los por sete anos e com 25 anos eles se transformarão por completo em vampiros.

- Eu não quero que eles morram. – Sasuke olhou para sua mãe e sentiu o coração apertar – São meus pais.

- Sasuke tem razão. Tem que haver outro jeito.

- Não há. Esse foi o acordo.

- Madara, prometa-me! – Fugaku olhou friamente para ele – Prometa que irá protegê-los. Seja um Uchiha e proteja-os.

- Uchiha? – Itachi e Sasuke disseram em uníssono

- Eu sou o criador da família Uchiha.

- Filhos... – Mikoto os chamou 

- Madara, está sentindo?

- Estão se aproximando! Droga...

- Está na hora. – Orochimaru avisou – Devemos acabar logo com isso e levá-los.

- Papai, mamãe!

- Seja forte irmão.

- Vocês me prometem que irão cuidar um do outro? – Fugaku sorriu

- Sim. – os dois responderam

- Vocês sempre estarão nos nossos corações.

- Acabaram com as lamentações? – Madara se aproximou – Sempre souberam disso, não adiantam choramingar.

- Nos desculpem... – Fugaku falou tristemente e Mikoto completou – Nós os amamos!

A cena horrenda que estava na frente dos garotos Uchiha era uma cena que não era permitido ficar olhando. Seus pais mortos, caídos em suas frentes, caídos sem lamentações... E após, virando pó.

- Eles já estão aqui Orochimaru.

- Vamos logo. – Orochimaru saiu de perto das cinzas e em um segundo apareceu na frente de Itachi e Sasuke

- Esse cheiro me anima vampiros. – um monstro apareceu na frente de Madara. Um lobo? Era o que Sasuke se perguntava. – Me entregue as crianças.

- Nunca. É melhor não desejar o que é seu, lobisomem fedido. – Madara sorriu – Orochimaru leve-os. Eu lutarei com esse lobisomem insignificante.

- Vamos.

- Você acha mesmo que pode me impedir?

- Mas é claro que sim. – Madara falou vitorioso

Os dois irmãos seguiam com Orochimaru.

- Para onde está nos levando? – Itachi perguntou

- Para o novo lar de vocês. Agora vocês precisam de segurança e cuidados.

- Eu não quero isso para minha vida.

- Não tem o que querer. Você é necessário, a guerra está se aproximando Sasuke.

- Guerra? – o mais velho perguntou surpreso

- Essa noite vocês já souberam demais. Esperem mais um pouco para saberem de tudo.

Andando bastante tempo eles finalmente chegaram em uma casa no meio de uma floresta.

- Onde estamos?

- Na casa de Kakashi Hatake. – Orochimaru sorriu – Posso dizer, que ele será o novo...

- Papai de vocês. – um homem pálido e com cabelo prateado apareceu na porta – Sejam bem vindos.

- Porque morar com um homem?

- Kakashi ensinará tudo o que vocês devem aprender.

- O que é isso que você está lendo? – Sasuke perguntou olhando para o livrinho laranja que seu novo pai estava nas mãos

- É um livro educacional, sobre como criar pequenos filhotes.

- Entrem. Amanhã leve-os até a fortaleza.

- Onde está Madara? – Kakashi olhou atrás deles e voltou a olhar para Orochimaru. Logo pôde deduzir a resposta.

x-x-x-x-x-x

Um dia seu sonho irá te responder aquilo que você tanto deseja saber.

- Sasuke...

- Quem é você? – Sasuke olhou para a mulher e não conseguiu reconhecê-la.

- Proteja-a. Ela precisa de sua proteção. Ela corre sérios perigos.

- Quem corre perigo? Quem é ela?

x-x-x-x-x-x

- Sasuke!

- Sakura! – ele acordou ofegando – O que houve?

- Eu que lhe pergunto. Você estava agitado, teve um sonho ruim?

- Eu... – passou as mãos nos olhos – Era apenas um sonho.

- Já amanheceu.

- Você está bem? Se lembra de algo?

- Eu estou bem sim. – Sakura abaixou a cabeça e apertou forte as mãos – Se você quer saber se eu lembro desde a chegada daquela ruiva chamada Karin até minha batida na parede, sim... Eu me lembro...

- Então você escutou tudo.

- Ainda estou tentando acreditar. Isso é verdade mesmo?

- Eu não queria que você descobrisse dessa forma. Acho que eu nunca quis que você descobrisse, iria fazer com que se afastasse de mim. Quem ficaria perto de um monstro?

- Aquele dia, que eu fui assaltada, era você não era?

- Sim.

 
- Eu nem acredito que aquelas histórias de Drácula e seus servos negros são verdadeiras.

- Como eu falei, tudo se baseia em algum fato da realidade.

- Sabe, isso não vai mudar nada. – Sakura o olhou e sorriu – Como poderia? Quando eu olho para você, continuo vendo aquele Sasuke que eu conheci. Não consigo te achar repugnante. Um monstro.

- Suigetsu, Hinata e Naruto também são.

- Então é por isso que Naruto não envelhece. Hinata e Suigetsu não irão me atacar, não é?

- Eles sabem se controlar. – falou

- E você sabe se controlar?

- Tem sempre os impulsos...

Sakura olha para Sasuke e sorri gentilmente. Ele a olha e retribui. Nada iria mudar, pensou.

 
TOC TOC TOC

- Entra.

- Sakura? – Suigetsu a olhou surpreso – Que bom que está acordada, eu acho. 

- Obrigada.

- Sasuke, Kakashi acabou de ligar. Contei o que aconteceu. Ele acha melhor manter isso longe dos conselheiros.

- Madara, Orochimaru e todos os outros não têm que se meter nisso.

- Engraçado você dizer Orochimaru. Karin foi a causadora disso idiota.

- Karin é filha desse tal Orochimaru? – Sakura perguntou

- Filha do grande poderoso dos vampiros.

- Um dos grandes poderosos... – Sasuke corrigiu

- Kakashi falou que você deve ir a casa dele hoje mesmo.

- Eu quero saber sobre a história de vocês. – a rosada se remexeu inquieta na cama – Sem mentiras e alterações. Quero a verdade.

Sasuke e Suigetsu concordaram. O que poderiam fazer? Ela já sabia, só complementariam. Suigetsu pegou uma outra poltrona e se sentou. Teriam tempo até o entardecer.

E o entardecer chegou rapidamente, as tristes e lentas palavras de Sasuke faziam Sakura refletir, pensar...
Ela o amava como a imensidão do céu, o amava além do infinito.
Percebia que seus dias após ter conhecido Sasuke eram dias mais intensos, dias mais esperançosos, mais felizes.
As noites eram rápidas, ela queria que fossem rápidas. Desejava que o dia seguinte viesse logo apenas para poder vê-lo.

Ela sabia que antigamente vivia na solidão. E ele também... Mas agora, estava feliz por ele estar presente.

- Sakura? – ele a acordou de seus pensamentos

- Hã?

- Eu tenho que ir... Você ficará com Suigetsu e Hinata. Qualquer coisa me liga.

- Poderia ocorrer algo comigo?

- Se Karin aparecer e ainda estiver revoltada por ter pego você e Sasuke... – Suigetsu coçou a cabeça – É, você ta correndo perigo.

- Tome cuidado Suigetsu.

- Não se preocupe.

- Alho seria uma boa opção não é?

- Sakura isso é ficção. – Suigetsu gargalhou.

 
- Saia do quarto. Preciso me trocar.

- E deixar ela aqui com você? Não mesmo, obrigado.

- Suigetsu! Saia logo! – Sasuke ordenou

- Claro, claro. – sorriu – Veja, ela ficou corada.

- Suigetsu é muito engraçado.

- É um idiota. – o moreno murmurou

- Pode se trocar Sasuke. Eu fecho os olhos.

- Eu preciso falar com você.

- Hm?

Sasuke sentou-se na cama ao lado dela.

- Se algo acontecer... Se você suspeitar de movimentos estranhos em casa, quero que você siga para o ultimo cômodo do corredor. Quando entrar nele, dentro do armário tem uma parede falsa. Entre e siga até o fim. Lembre-se de fechar a porta do cômodo e do armário.

- Onde esse fim dará? – perguntou receosa

- Em um lugar seguro. No armário há uma caixa preta, abra-a e leve a arma com você.

- Arma de fogo não matará vampiros.

- É uma arma especial que Suigetsu criou. Eu a mantenho comigo caso inimigos venham me atacar. O cartucho da bala, ao invés de pólvora, são raios ultravioletas. É letal para vampiros.

- Por que você está falando isso comigo?

- Eu não quero que algo de ruim ocorra com você. Suigetsu é forte, mas se virem mais de um, ele e Hinata não darão conta. – Sasuke pegou a mão de Sakura e a beijou – Tenho medo do que eu irei me tornar caso algo ocorra com sua vida.

- Eu viverei por você Sasuke.

Ao ouvir aquilo algo em Sasuke o fez ficar desconfortável. Ele olhou para os orbes esmeraldinos e em um impulso tomou aqueles lábios para ele.

Sakura não lutou contra aquilo, ela esperava por aquele momento.
Quando ela sentiu os lábios do moreno tocar os lábios dela...
Ela sentiu uma mistura de luxúria e paixão. Pensava que talvez teu beijo tire a solidão
Sabia que em teus lábios é onde ela se completava
Ele se separou dela e sorriu para a feição corada a sua frente.

- Temo que minha presença te traga sofrimento.

- Volte com cuidado. – ela lhe beijou mais uma vez

Sasuke deu um sorriso de canto, levantou-se da cama, pegou seu sobretudo e saiu pela porta.

- Estando com você não sei o que é inferno ou céu. – Sakura sussurrou para si mesma.

Sasuke seguia para a casa de Kakashi.
Não tinha pressa como também tinha medo de demorar.

Chegando na casa de seu pai adotivo o viu lendo aquele mesmo livro de sempre. Aquele que vivia dizendo que era educativo, mas no fim Sasuke já sabia muito bem do que se tratava.

- Demorou. – Kakashi comentou

- Não queria vir rápido demais. Além do que, a brisa noturna está tão confortante.

- É hora de você me falar sobre os acontecimentos.

Sasuke contou tudo para ele. Não escondeu nenhum detalhe, já que ele confiava bastante em Kakashi.

- Você e uma humana? Nossa!

- Acho que ainda não devo...

- Você teme por besteiras. Vocês dois se amam, deveriam aproveitar.

- Ela é mortal Kakashi. – o moreno olhou-o irritado – Se eu me envolver demais e se ela morrer, eu não sei...

- Transforme-a.

- Eu não consigo. Parece que ela tem algo no sangue dela que repele qualquer vampiro. Somos incapazes de tentar provar. E é um sangue convidativo, um sangue que é saboroso só ao sentir o aroma.

- O nome dela é Haruno?

- Sim...

- Eu não acredito. É mesmo ela...

- Do que você está falando Kakashi?

- Está na hora de você saber mais sobre a tal salvadora ou destruidora dos vampiros.

- Saber mais? – perguntou

- Ela e sua humana têm bastante coisas em comum.

- Você está querendo dizer que Sakura é a...

- Eu tenho minhas suspeitas. – levantou-se – Acompanhe-me.

Kakashi levou Sasuke para uma sala escura e isolada. Ao chegar lá, Sasuke podia notar uma pedra vermelha brilhando.

- O que é isso?

- Um rubi. Não é um rubi qualquer, ele é ativado com magia e brilha quando os poderes são utilizados.

- Eu não vi Sakura utilizando nenhum poder.

- O poder de cura. Aquela forte pancada que ela teve, acha que não teve nada mais sério? Aquela garota não ter sofrido mais danos e ter acordado no dia seguinte. Karin é forte, muito forte.

- Sakura não pode ser Aleera

- Ela é.

- Não pode... – Sasuke murmurou – Estará correndo um perigo ainda maior.

- Encare a realidade.

- Karin disse que não ouve relatos de seu nascimento. Disse que Orochimaru e Madara mataram o genitor.

- Antes que ocorresse isso, Tsunade pegou a criança e entregou a uma mulher.

- Tsunade? – olhou-o surpreso – Mas ela é uma dos três anciões dos vampiros. Ela estaria nos traindo.

- Tsunade nunca nos trairia. Se Aleera for ensinada corretamente, ela pode salvar tanto a raça humana como os vampiros. Se Orochimaru e Madara pegarem Sakura, é o fim para a raça humana. E se Aleera não conseguir saber qual lado ficar, é o fim para os vampiros. Ou o fim para ambos os lados.

- Você tem certeza que Sakura é Aleera?

- Devo confirmar com uma pessoa. Mas as chances são grandes. – Kakashi se aproximou de Sasuke – Sasuke, agora Sakura corre muito perigo. Se Orochimaru ou Madara souberem que Aleera está viva, eles irão tentar capturá-la.

 
- É por isso que não posso transformá-la?

- O sangue dela é puro demais para ser tocado, para ser provado. Para ser transformado.

- Eu só queria tranqüilidade. Humanos são uma furada.