O Melhor Amigo da Noiva escrita por lubsfoot


Capítulo 9
Agora ou nunca


Notas iniciais do capítulo

Blackinnon shippers, esse momento é (nosso) de vocês!

Boa leitura, e até as notas finais!



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POV Marlene

Lene acordou com várias mensagens de Lily em seu celular que basicamente diziam algo sobre “preciso de você”, “me retorna o quanto antes, por favor” e até um “não sei o que fazer”, mas ela estava tão sonolenta que seria impossível adivinhar de qual imprevisto a amiga estaria falando. Só depois de levantar e tomar um banho foi que finalmente ligou para a ruiva.

— Bom dia Lily, você está bem? O que houve? – perguntou ela.

— Lene, graças a Deus! Eu preciso que você me tire dessa casa antes que eu enlouqueça! Me pega aqui em vinte minutos, por favor? Te conto tudo quando formos para qualquer lugar longe daqui... – a amiga parecia desesperada.

— Tudo bem Lils, mas fique calma! Me dê uns minutos e logo estarei aí! Até já – e desligou. O que será que a ruiva teria aprontado dessa vez?

Mas Lene não teve muito tempo para pensar, tinha logo é que descobrir, e em exatos vinte minutos lá estava ela estacionando na frente de casa de Lily onde a amiga já estava esperando. Nem mesmo os óculos de sol que a amiga usava escondiam a noite de sono mal dormida. Ela nem precisou sair do carro para que Lily já estivesse dentro pedindo para Lene levá-la para longe.

Lily não parava de mexer as mãos, e estava visivelmente inquieta e angustiada ao mesmo tempo, mas enquanto ela e Lene não sentaram em um café longe o bastante da zona de conforto da amiga, a ruiva não abriu a boca para finalmente dizer o que estava acontecendo.

— Tudo bem Lils, agora me conta o que foi que aconteceu – a morena falou calmamente.

— Ele esteve em casa ontem! Deus, nós... nós poderíamos ter feito tanta coisa diferente! – Lily tirou os óculos e afundou o rosto entre as mãos, mas logo que o levantou, Lene viu que a amiga provavelmente passara a noite chorando. Depois de um tempo, vendo a confusão no rosto da morena, ela prosseguiu, finalmente sustentando o olhar da amiga – James esteve em casa ontem, e me beijou.

— O QUÊ? – Lene não pôde conter o espanto, levando as mãos à boca – Você está me dizendo que James Potter foi até a sua casa ontem e te beijou? Ai meu Deus, Lily! E o que você fez?

— Eu disse à ele que vou me casar! – respondeu a ruiva, enquanto apoiava o rosto em uma das mãos.

— Lily Marie Evans, você não fez isso! – Lene rebateu incrédula, ainda digerindo a notícia. Então James finalmente tomara uma atitude!

— Marley você não tem noção de como estou me sentindo! Sinto que despedacei meu coração quando disse isso a ele, e sinceramente teria preferido morrer a ter que vê-lo ir embora daquele jeito. Ele foi tão... perfeito! – Lily contou-lhe a história toda, e terminou num suspiro triste – Como eu pude ser tão cega em não ver que é o James, o meu James, que eu amo? Eu não sei o que fazer!

Lene não sabia se sorria ou se chorava com aquilo tudo, era informação demais pra processar, mas tinha que fazer o seu melhor.

— Ah, Lily! Por que você não disse a ele que sente o mesmo? - perguntou ela afagando o ombro da ruiva.

— Eu disse, eu disse! Eu correspondi a declaração dele, e talvez seja por isso que esteja doendo tanto agora. Eu tinha o homem da minha vida ao meu lado o tempo todo e nunca percebi, só agora... e não posso ficar com ele, não posso deixar minhas responsabilidades assim! Severus, o casamento... se ao menos Jay tivesse dito antes, ou eu... eu vou enlouquecer! – desabafou uma Lily prestes a cair no choro de novo.

— Ai pimentinha, não fique assim... Tenho certeza que vocês ainda vão se resolver. Se você o ama de verdade, e eu acredito que ama, cancele esse casamento! – respondeu ela tomando suas mãos – Eu sabia! Sabia que seria o James a te provar que tudo isso era uma loucura, e você ainda tem a escolha de ser feliz ao lado dele, Lils! Pense nisso, ainda está em tempo!

— Você estava certa o tempo todo – disse a Lily enquanto secava os olhos e assentia – É ele quem me fez sentir o coração acelerar. Sempre foi e sempre vai ser. Meu melhor amigo, como é que eu iria imaginar? Ou eu sou muito sortuda ou muito azarada... – concluiu, ela tentando dar um sorriso.

Lene conseguiu acalmar Lily, e depois de fazer a amiga comer levou-a para a casa de Dorcas, onde as três ficaram juntas fazendo coisas aleatórias até dar o horário de Lene ir para casa, já que ela combinara um jantar nada especial com Sirius. Ela se despediu das amigas e foi embora afim de não se atrasar. Chegou, tomou banho e arrumou-se o mais calmamente possível, colocando um vestido preto e o sapato alto que mais gostava, e então esperou até que ele finalmente chegasse.

Sirius sabia que Lene detestava a moto dele, então ele provavelmente pedira o carro de James emprestado. Antes do relógio marcar oito horas, a campainha tocou. Six podia até ter seus defeitos, mas pontualidade era uma qualidade que ela admirava nele. Ela correu para a porta e abriu: lá estava ele, com aqueles cabelos compridos bem cuidados que sempre tivera, vestindo uma elegante camisa azul marinho contrastando com seus olhos escuros.

— Hey! Bem na hora – disse ela dando-lhe um sorriso. Sirius a olhou boquiaberto, como se nunca a tivesse visto tão arrumada ou algo assim. Mas ela tinha que confessar: naquela noite caprichara no visual.

— Uau, Lene! Assim me sinto mal por não ter me arrumado mais pra você! – Respondeu ele cumprimentando-a com um beijo no rosto – Você está estonteantemente linda.

— Obrigada Six, você também não está nada mal – e sorriu mais ainda – Vamos?

Ela fez uma nota mental de lembrar-se depois que jamais teria uma noite tão desastrosa em sua vida. Eles saíram em busca de um restaurante normal, mas aí começaram apostar coisas idiotas no caminho e acabaram num fast-food qualquer comprando mil besteiras, passando em seguida numa locadora para pegar alguns filmes. E o que era pra ser um jantar civilizado virou uma espécie de festa do pijama à dois no apartamento de Sirius. De repente era como se tivessem deixado de ter vinte e cinco anos e voltassem aos quinze, e nada no mundo poderia ser mais descontraído ou divertido que isso.

— Francamente Black, eu não coloquei meu melhor vestido e sapatos pra acabar descalça e comendo hambúrguer com cheddar na sua casa! – disse ela fazendo uma careta divertida enquanto olhava as próprias mãos segurando sanduíche e fritas enquanto viam o primeiro filme.

— Não enche, McKinnon. Foi você quem disse que duvidava que eu conseguisse comer todos esses hambúrgueres numa só noite, agora aguenta! – respondeu ele enquanto despia-se de sua roupa formal  – E quanto ao vestido, bem, você pode tirar se quiser. 

— Ah, cale essa boca. E por favor, poderia se trocar no seu quarto?! – retrucou ela revirando os olhos pra ele.

— Não há nada aqui que você já não tenha visto, querida – falou ele sorrindo.

Eles tinham uma história de amor e ódio muito conturbada. Haviam ficado pela primeira vez por uma aposta que ela perdeu pra ele aos dezessete anos, e depois disso os dois constantemente ficavam num chove e não molha sem fim. Ela não negava que se sentia atraída por ele, e ele parecia gostar de agradá-la, e assim seguiram por muito tempo. Nesse meio tempo houve uma vez em que os dois se envolveram tão intensamente que acabaram se entregando um ao outro, onde Sirius foi o primeiro dela.

Depois disso ela chegou a se relacionar com outros rapazes, mas a vida parecia sempre querer levá-la a cruzar o caminho de Sirius Black novamente, o que  por vezes resultava nos dois saindo às escondidas - mesmo em meio as brigas que sempre travavam. No entanto, depois que ela perdeu os pais tragicamente em um acidente, achou melhor parar de se aventurar com o rapaz, alegando que precisava muito mais do seu ombro amigo do que como amante. De cara achou que ele fosse rejeitá-la, mas ele ajudou-a a passar pelo luto melhor que ninguém, e desde então para o bem de sua amizade, não havia acontecido mais nada entre eles.

— Qual é Sirius, já falamos sobre isso. Já faz dois anos... – ela olhou-o e ele já estava esparramando-se no sofá e acenando pra ela sentar com ele, usando somente uma bermuda e exibindo seus muitos músculos – Não vamos estragar isso. Por favor.

— Eu não quero estragar nada com você, morena. Apenas fique aqui comigo, está bem? – disse ele soando quase atencioso.

Lene revirou seus olhos azuis mais uma vez e ajeitou-se em seu abraço, como já estava acostumada enquanto começava o segundo filme. Sirius chamou-a baixinho algum tempo depois.

— Leney?

— Sim? – respondeu ela enquanto ele carinhosamente brincava com um cacho dos compridos cabelos castanhos dela.

— Você acha que o James e a Lily tem alguma chance real de se acertarem? – perguntou ele ainda num tom de voz baixo, como se não quisesse que ninguém mais o ouvisse.

— Não sei Six, sinceramente. Eles se amam, mas talvez tenham demorado tempo demais para perceber... Pode ser tarde demais para eles – respondeu ela quase no mesmo tom de voz que ele.

— E pra nós dois, você acha que é tarde demais? – ele disse sem hesitar fitando seu rosto. Lene sentou-se, de repente, afastando-se para poder encará-lo.

— Mas do que é que você está falando, Six? Eu realmente não acho que seja hora pra desenterrar esse assunto. Esses últimos acontecimentos com nossos amigos tem afetado todos nós drasticamente, e não acho que seja conveniente...

— Justamente por isso, Lene! – Sirius interrompeu-a, tentando quebrar o espaço entre eles aproximando-se dela – Com tudo isso acontecendo, eu não quero ser idiota como o James... Eu não quero te perder!

— Me perder, Sirius? – rebateu ela, cruzando os braços tentando desconversar – Sério mesmo...

— Droga, me escute! – disparou ele ríspido mais uma vez cortando-a – Tudo bem, eu não sou muito bom com isso, mas vou tentar – E tomou para si uma das mãos da morena que agora o encarava – Olha só, eu sei que temos nossas diferenças, okay? Sei que nos matamos às vezes e discordamos num monte de coisas. Sei que provavelmente estarei arriscando todos os anos de confiança que você tem depositado em mim, mas quando digo que não quero te perder, eu... eu... Porra, eu gosto de você! E eu quero você, Marlene!

Era como se o coração dela tivesse perdido algumas batidas. O que exatamente significava isso? Sirius Black, o maior galanteador de todos os tempos Sirius Orion Black dizendo que gostava dela, assim? Não poderia ser real! Ainda sem saber o que dizer, Lene foi mais uma vez tomada de seus pensamentos pela voz dele à sua frente.

— Eu sei que é bizarro eu te dizer isso assim, acredite, é assustador pra mim também, mas eu não quero ter que esperar pra ver a mulher que eu gosto prestes a se casar com um cara qualquer enquanto eu faço de conta que você não significa nada pra mim... Acho que já passamos por coisas demais, você não concorda? E tudo o que eu preciso saber, Lene, é se você também me quer. – ele fez uma pausa, chacoalhando a cabeça e tomando sua outra mão enquanto a encarava; ela estava atônita – Olhe nos meus olhos, e me diz. Você quer ficar comigo?

Ela sentiu o mundo congelar ao passo em que seu coração disparava a toda velocidade. Ali, perdida naquele enigma que eram aqueles olhos azuis-acinzentados ela pode ver o que quase ninguém podia. Sirius, o garoto com quem aprendeu os truques em jogos de carta, a quem ensinara gramática de Inglês e com que saía pra beber nas noites de tédio ou solidão. Aqueles olhos que velaram seu sono quando teve pesadelos e por vezes foi o responsável por fazê-la rir e voltar a ver sentido na vida novamente. Sirius, o mesmo Sirius que a fez chorar por estar com outras garotas, mas que foi mais do que gentil com ela quando entregou-se à ele... Tudo parecia um filme rodando em sua mente naquele momento.

Considerando rapidamente tudo o que estava acontecendo em torno de suas vidas, ela ponderou no que dizer. Podia optar por mentir ou inventar alguma desculpa, mas no fim sabia que seus próprios olhos a entregariam. Ela sabia que eles estampavam e brilharam por ouvir tudo aquilo do homem por quem sempre foi apaixonada, e depois de pensar mais uma vez nas possibilidades, viu que não havia por quê não aceitar esse sentimento de uma vez por todas. De um jeito ou de outro, ela sempre voltava pra ele, porque absolutamente o amava, e talvez fosse hora de realmente viver isso com ele.

— Eu sempre gostei de você, Six. Sempre quis você. Acho que está muito claro pra nós dois... – ela respondeu olhando em seus olhos, mas não precisou de mais nada. Sirius a puxou para si e a beijou com desejo, como se esperasse por aquele momento há muito tempo, como se fosse a primeira vez que estivesse sentindo-a ali, em seus braços.

Eles aproveitaram o momento da melhor forma que podiam, com beijos e carícias, mãos e sussurros externando todas as coisas que estavam guardadas dentro deles em todos esses anos. Depois de um tempo, ele a carregou para o quarto, e entre um beijo enquanto mostrava a ela que ele também sempre a quisera ali.

— Você planejou isso tudo de jantar só pra me ter em seu quarto mais uma vez, Black? – perguntou ela enquanto o sentia, não podendo conter o riso ou perder a piada.

— De forma alguma, querida – respondeu ele sorrindo marotamente enquanto a tocava – Isso tudo era só pra te provar que você é a única escolha certa que eu fiz em toda a minha vida, e que você será a melhor hoje e sempre. Eu achei que não fosse precisar dizer isso, mas... eu não preciso de mais nada, e não vou estragar isso - disse ele olhando-a - Eu te amo, McKinnon.

— Eu também te amo, Sirius - suspirou ela antes dele beijá-la com fervor.

Não demorou para que matassem a saudade e provassem profundamente do amor um do outro. Desta vez, Lene teve absoluta certeza de que jamais teria uma noite tão maravilhosamente desastrosa como aquela, porque finalmente estava junto ao homem que era o único capaz de transbordá-la e de lhe fazer feliz.


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Notas finais do capítulo

Vocês em imaginam, mas Blackinnon é meu segundo casal favorito do mundo, e sou shipper deles há anos - apesar da JK nunca ter mencionado essa possibilidade.

Eu amo imaginar o desenvolvimento e crescimento dos dois como casal, então espero que tenham gostado deles aqui também juntos.

Obrigada, e comentem!



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