O Melhor Amigo da Noiva escrita por lubsfoot


Capítulo 4
Dúvidas


Notas iniciais do capítulo

Eu juro solenemente que não haverá morte!

Mas um pouquinho de drama/desespero não se nega aos personagens, não é? Inclusive, nem só de um ship viverá essa fanfic! rs

Aproveitem e leiam as notas finais!



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POV Lily

Lily terminou de encaixotar o que restava de suas coisas, sentindo-se pesarosa por ter que deixar boa parte para trás. Desde jovens ela e James trocavam pequenos objetos em lembrança de suas aventuras: o gesso rabiscado por eles quando ela quebrou o braço aos oito anos após uma tentativa falha de ambos ao subir numa árvore, as bandanas de quando iam acampar aos doze anos, o cartão de formatura do nono ano do colégio, os postais de intercâmbios que fizeram durante o ensino médio, o anel de formatura que ele lhe dera na formatura quando juntos terminaram jornalismo; e isso fora os presentes de aniversário, natal, e dias dos namorados que às vezes passavam juntos como amigos. Agora, ela teria que se desfazer daquilo tudo como se não importasse. E além de tudo ela ainda tinha as chaves de James que teria que devolver, apesar de ele ter lhe dado assim que começou a financiá-lo durante a faculdade.

Depois de todo trabalho estar finalmente completo, ela foi para um banho rápido e pouco depois das dez já estava com a amiga em seu carro dirigindo para onde precisavam ir. De início Lene não disse nada do que supostamente pretendia, e depois de quase duas horas de conversas sobre o casamento e coisas banais, as duas pararam em um restaurante para almoçar.

— Mas e então Lene – disse Lily sorrindo depois de terminarem a refeição – como você e o Sirius estão? A Dorcas disse que vocês iam passar o final de semana juntos.

— Ah, Dorcas exagerada! Sinceramente? É difícil dizer. Passamos o sábado juntos sim, mas não aconteceu nada, como esperado. Basicamente ouvi ele reclamar do quanto Regulus tem sido babaca por andar com gente como o Malfoy e Mulciber, além de vê-lo encher a cara, nada fora do comum – disse sorrindo - Six e eu nascemos pra ser amigos.

— Você gosta dele mesmo, não é Lene? – perguntou Lily, entrelaçando as próprias mãos.

— Gosto. Mais do que eu gostaria de admitir. Eu não me acerto com ninguém que eu tente, parece que sempre acontece alguma coisa e eu fico sozinha, e cruzando o caminho do maldito Black! Mas eu e ele nunca vamos dar certo. Ele nasceu pra ser livre, e tem muito o que viver ainda. Obviamente não serei eu o objetivo final das aventuras do Sirius – completou fazendo uma careta.

— Acho que vocês deveriam se acertar logo, isso sim. Desde o último ano do colégio vocês ficam nisso. Vocês dizem ser melhores amigos e tudo mais, mas não admitem o quanto se gostam, além de ter uns momentos à sós de vez em quando que eu sei! E ele parou de ser o moleque irresponsável que ele era, Lene. E tenho certeza que foi por você! Talvez seja hora de vocês se resolverem de uma vez. Oito anos é tempo demais pra ignorar, não acha? – concluiu Lily olhando para a morena a sua frente.

Lene desviou o olhar da amiga, soltou um sorriso e então a encarou.

— Se você pudesse se ouvir, Lily Evans, eu talvez não precisasse te dizer o que pretendo, mas tudo bem – disse ela se ajeitando melhor na cadeira – Eu te prometo que tentarei falar com o Sirius assim que houver uma oportunidade,  okay? Mas só se você prometer me ouvir agora.

— Tudo bem Marlene McKinnon, mas pense nisso com muito carinho vindo da sua querida aqui – Lily respondeu num suspiro, quase sorrindo – Agora vamos lá, prossiga. O que de tão sério você tem pra conversar?

— Ruiva, eu sou sua melhor amiga, e nos conhecemos há sei lá, uns 15 anos? E você sabe que só quero o seu bem, certo?

— Ah Lene, se for esse assunto contra meu casamento de novo não...

— Hey, você pode me ouvir primeiro, por favor?! – a morena cortou-a e continuou – Lils, você sabe que eu nunca desejaria seu mal! E não estou te agourando nem nada, mas novamente devo lhe perguntar, será que está escolhendo o certo? Casamento não é brincadeira!

— Eu sei que é cedo, tá legal? Mas eu tenho certeza disso, eu me sinto segura quando estou com ele. Você sabe o quanto eu sempre procurei estar estável com alguém, mas nunca encontrei quem estivesse a estar disposto a ter isso comigo! E o Sev é tão carinhoso e gentil, tão sério, tão... certo! Não poderia ser mais sensata nessa escolha! E como minha melhor amiga espero que aceite isso.

— Ele te faz feliz, Lily? Responda-me com sinceridade – Lene disparou e Lily pareceu surpresa. Engoliu em seco, e respondeu.

— Mas que pergunta é essa? Ora, é claro que ele me faz feliz!

— E você se sente completa com ele? Você acha que ele a conhece o bastante e te aceita exatamente como você é? – ela continuou.

— Sim, é suposto que sim, não é? Por que está me perguntando tudo isso? – a ruiva rebateu.

— E quando ele te beija, você sente que seus pés saem do chão, quando estão sozinhos, ele te faz delirar?

— Marlene!

— E quando ele diz que te ama, Lily, você sente que seu coração disparar?

— Já chega, Lene! Você é minha amiga, mas porque está fazendo isso comigo? E se quer realmente saber, eu quis agir diferente e não fui pra cama com ele ainda! Depois de tanto azar não achei que devesse até depois do casamento... – Lily respondeu ficando vermelha – Eu sei que temos nossas diferenças, mas ele vai me fazer feliz. Ele pode não ter o humor do Sirius e Remus, ou os mesmos gostos que já estou acostumada, como os do James, mas eu sei que isso é o certo pra mim. Por favor, Lene, por que vocês não podem parar de colocar defeitos no meu noivo e aceitar minhas escolhas assim como o Jay faz?

— Por que ele também não aceita, Lily! Mais do que qualquer um de nós! – Lene respondeu ansiosa – Ele só finge estar bem para te deixar feliz. Pense um pouco, ou pergunte a ele, se achar que deve, em como ele está se sentindo com isso tudo, em como é perder... Como é perder a melhor amiga dele pra um completo estranho, e que ainda quer impedir que a amizade de vocês siga em frente. Se fizer isso com ele Lily, então você realmente não sabe o que é amor.

Lily ficou pálida, chocada com tudo que ouvira, mas não conseguiu responder. Por um momento Lene pareceu arrependida de dizer tudo aquilo dessa forma, e sem saber bem o por quê, a ruiva sentiu vontade de chorar.

Lene levantou-se, pegou sua bolsa e os embrulhos e despediu-se, por fim.

— Me desculpe Lils, mas só quero te ajudar. Vou encontrar com a Dorcas e entregar o vestido dela. Só pense nisso, e me ligue se precisar de algo mais, certo? Amo você, pimentinha. Fica bem – deu um beijo em seu rosto, deixou sua parte da conta sobre a mesa e saiu. Lily acenou e não respondeu, mas nem precisava.

Depois de muitos minutos absorta em seus pesamentos, Lily sentiu-se mais perdida como jamais se sentira antes. E de repente tudo pareceu clarear: James mais uma vez não se opôs à uma decisão sua, e ela não pensou que isso realmente o estaria magoando, e o fato dele parecer tão abatido nos últimos dias parecia ser uma resposta óbvia, afinal. Ela pegou sua bolsa para pagar as contas e viu as chaves do apartamento dele dentro. A culpa que caiu sobre ela por ter que devolvê-las atingiu-a como nunca. Ela não podia fazer isso com ele, mas iria conversar com ele essa noite, e esperava, nem que fosse pela última vez, que ele a entendesse como ninguém fazia. Com o coração cheio de remorso, ela voltou para casa afim de espantar para longe as palavras que martelavam em sua cabeça, e o discurso que seria obrigada a preparar para aquela noite.


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Notas finais do capítulo

Algum palpite do que essa Lily vai fazer?

E ah, essa Marlene! Não imagino ninguém melhor pra ser a voz na consciência de Lily Evans.

Lembrem-se que se você tem cinco minutos pra ler também tem pra comentar! Beijos e até!