O Melhor Amigo da Noiva escrita por lubsfoot


Capítulo 2
Cartas na mesa


Notas iniciais do capítulo

Olá! Como estão?

O Sirius Black que habita em mim sempre vai emanar exagero, drama e sarcasmo, mas no fim ele é um bom amigo e um cara legal.

Aproveitem o capítulo e leiam as notas finais!



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POV Sirius

Sirius acordou determinado a ajudar seu amigo a não deixar que sua vida virasse um completo desastre, porque se isso acontecesse, a paz de espírito de todos com quem James convivia estariam igualmente comprometidas, e isso não era bom.

Apesar de James nunca admitir seu amor por Lily, Sirius percebeu que havia muito mais do que o dito amor fraternal entre os dois. Foi somente no baile de formatura do colegial que James - depois de tanto beber, enquanto Lily dançava com seu namorado na época - confessou para seus dois melhores amigos o que realmente sentia pela ruiva.

Eles se conheceram aos onze anos, quando Sirius mudou com o irmão mais novo, Regulus, para o colégio onde James e Lily estudavam. Nesse mesmo tempo conheceram Remus Lupin, que também morava próximo dali, e de cara os meninos se tornaram amigos inseparáveis. Obviamente não demorou muito para que Sirius e Remus percebessem que havia muito mais que amizade da parte de James para Lily - embora acreditassem na reciprocidade da moça - mas ela por sua vez, era tão espontânea e comunicativa que nunca deve ter percebido ou tampouco se importava com o que pensavam dos dois.

Lily tinha uma facilidade imensa para fazer amigos, o que a levou a se tornar amiga dos novos parceiros de bagunça de James, e junto com ela veio Marlene McKinnon, que já era amiga da ruiva desde o ano anterior. Isso transformou-os num grupo de cinco jovens muito diferentes, mas que se completavam com suas loucuras, ideologias, e acima de tudo se entendiam muito bem.

O cômico da situação era como James se comportava sobre aquilo que sentia, porque todas as vezes que Sirius tentava fazê-lo desabafar, ele respondia com tentativas falhas de provocar o amigo apontando o caso que este tinha com a McKinnon. Sirius sempre foi estregue às garotas, mas as coisas mudaram um pouco quando ele e Lene descobriram certos prazeres um com o outro. Talvez por serem amigos por tanto tempo, e se entenderem, as coisas eram diferentes com ela.

Marlene e Sirius desenvolveram um tipo amizade colorida depois que ficaram pela primeira vez, e talvez por ter amadurecido, ele deixou de ser o pegador que sempre foi. Oras, ela era sua amiga, afinal de contas, e haviam princípios a seguir. E embora gostasse muito da morena, não tinha certeza se ela sentia o mesmo, mas também não importava. Ela apreciava ficar com ele, ao menos, então não havia necessidade alguma de assumir qualquer sentimento que fosse. As coisas eram confusas quando se tratavam dela. Por fim, Six sempre rebatia o amigo com algo como “você deveria aprender com o cachorrão aqui, seu medroso” ou “vou te dar umas aulas de como chegar na Evans, Potter”, o que deixava James muito irritado enquanto Sirius se acabava de rir.

— O que seria de você sem mim, Jimmy! – suspirou ele enquanto pegava as chaves da moto e saía, apesar de morar apenas a algumas quadras do apartamento do amigo.

Assim que aproximou-se de seu destino, avistou James sentado com os braços apoiados nos joelhos e a cabeça afundada nas mãos. Era deprimente. Ele estacionou a moto, tirou o capacete foi até o amigo dando-lhe um tapa nas costas, que levantou a cabeça pesadamente. Tinha fortes olheiras visíveis mesmo através dos óculos de sol e os cabelos que já eram naturalmente bagunçados estavam ainda piores, se possível.

— Hey cara, você viu meu amigo por aí? Ele se parece com você, mas não parece um zumbi, e ele costuma pentear os cabelos às vezes...

— Muito engraçado. Você já me fez sair mais cedo de casa, Six. Não me faça me arrepender e voltar atrás – respondeu James com a voz de quem parecia ter sido atropelado por um trem.

— Qual é James, vamos lá, correr um pouco, beber alguma coisa e se quiser pode me contar o que aflige seu coraçãozinho – Sirius riu.

— Você tá certo, vamos sair logo daqui, é o melhor que faço mesmo – Respondeu James levantando-se e já desatando a correr em direção à praia. Sirius foi logo em seu encalço.

Depois de vários metros corridos pelo calçadão em silêncio, pararam numa barraca de raspadinhas e sentaram em um banco qualquer, não tão longe de onde começaram.

— Nossa, parece que duas semanas sem correr e já tô enferrujado, fala sério! – disse Sirius ofegante - Queria ter sua forma, cara! Como consegue manter o ritmo?

— Ta aí mais uma coisa que eu tenho e você não, hein! – respondeu James dando um meio sorriso, enquanto Sirius dava-lhe um soco, também rindo – É porque eu treino todos os dias. Você sabe que eu adoro correr, me ajuda a não pensar.

— Pois é. Você sabe que se eu não tivesse sufocado naquele escritório todos esses dias eu teria vindo correr mais vezes, mas vou fazer o quê, não é mesmo? Quem diria que eu me formaria em Direito? Sou quase o orgulho da família! – disse ironicamente. Sirius nunca se deu bem com a família, tanto que aos dezesseis se mudou para a casa dos Potter, que sempre o acolheram como um segundo filho.

— Antes advogado do que jornalista, meu amigo – respondeu James descontente enquanto tirava os óculos de sol – Lily e eu temos trabalhado feito condenados esses dias. Nove coberturas em seis cidades diferentes, pode imaginar? Estou surpreso que hoje só precise ir mais tarde pra redação.

— Te entendo, sempre na adrenalina – concordou ele – E você e a Lily, como estão?

— Tenho ajudado ela a decidir uns detalhes da decoração para a cerimônia, e também vou ajudá-la com a mudança na quarta – disse ele sem emoção, fitando o mar – Espero que consiga fazer tudo em uma só viagem, sinceramente. Mas fora isso estamos ótimos.

— Que bom, então. Boa sorte! E como você realmente está? – insistiu Sirius.

— Estou ótimo, obrigado – James respondeu, fingindo entusiasmo e desviando o olhar pra qualquer lugar à frente.

— James, nós nos conhecemos desde os onze anos de idade, e você é muito mais meu irmão do que o Regulus, sabe disso. Depois de tudo o que passamos e desses anos de amizade, não acha que pode confiar em mim pra desabafar? Qual é cara, eu sei que esses últimos meses têm sido os piores da sua vida, por que você não admite que isso tudo está te consumindo? Põe pra fora! – Sirius despejou de uma vez só.

James baixou a cabeça e suspirou. Depois de um minuto ou dois voltou a olhar pro mar.

— Eu sinto que estou morrendo. Cada dia mais perto desse casamento eu sinto que uma parte de mim se desfaz por dentro, ela mal conhece aquele idiota! Não faz nem um ano, como ela pode achar que ele é o cara certo pra ela? Ele não sabe nada sobre ela, absolutamente nada. Até porque se ele a conhecesse o mínimo, não a impediria de fazer metade das coisas que ela sempre fez, só que mesmo não gostando ela não reage! Eu vejo que ela não está feliz, e nunca vai ser, mas não sei o que fazer, Six. Eu vou explodir a qualquer momento! – James respirou fundo e depois completou, baixando a voz – Estou perdendo a mulher da minha vida, e não há nada que eu possa fazer pra impedir isso.

— Você pode mudar isso sim, cara! – Sirius respondeu um minuto depois, virando-se para o amigo que parecia estar em um funeral – Diga a ela que você a ama. Diga a ela que não concorda com esse casamento, que não quer ser o padrinho dela, que VOCÊ é o cara certo pra ela! Não desista da mulher da sua vida por medo, James! Você ainda tem quatro dias até esse casamento acontecer. Ela também te ama, eu sei e todos sabem disso, você só precisa tomar a iniciativa! – acrescentou animado.

— Não, eu não posso. Depois de todos esses anos de amizade, não posso simplesmente chegar pra ela e... – James foi interrompido por seu celular que começou a tocar, a foto dele e Lily fazendo uma careta apareceu no visor e ele atendeu sem hesitar.

— Hey Lírio, bom dia! – disse ele se levantando.

Bom dia Jay, te acordei? – a ruiva respondeu do outro lado.

— Não, não. Estou correndo na praia. Está tudo bem? Aconteceu alguma coisa? – Perguntou ele franzindo a testa.

Oh, não, está tudo bem! Preciso falar com você, mas nada sério. Na verdade, só quero passar um tempo a mais com você antes de sábado. Você vai pra redação hoje?

— Ah, certo. Vou sim. Eu disse ao Dumbledore que estaria lá às nove, como ele pediu, e ficarei até às cinco. Estará livre a noite? Posse te levar pra jantar naquele restaurante italiano que você tanto gosta – respondeu quase sem respirar.

Obrigada, mas acho que prefiro ir até a sua casa. Cozinhamos algo como de costume e vemos uns filmes idiotas. Deus sabe o quanto vou sentir falta disso... O que acha? Você pode me pegar em casa quando estiver voltando. Dumbledore me deu folga essa semana pra terminar os preparativos do casamento – disse ela atônita.

— Claro Lils, como quiser. Às seis estarei aí então – James respondeu baixo. Sirius não conteve um sorriso.

Você é incrível, Jay! Não sei o que faria sem você, eu iria enlouquecer! Obrigada, eu te amo!

— Também te amo, Lírio – disse ele olhando para o céu – até logo! – e desligou.

— Ta aí sua chance, hein? – Sirius sorriu pra ele – Faça o que tem que fazer!

— Não fala nada, Sirius – retrucou James recolocando os óculos para voltar – você ainda vai ficar por aqui?

— Hm, acho que preciso de mais ar – Sirius respondeu dando de ombros. – Vai lá Jimmy, e pense muito bem no que deve fazer.

James fez uma careta, deu-lhe as costas e tornou a correr pelo mesmo caminho em que vieram, enquanto Sirius acenava. Quando o amigo tomou uma certa distância, ele pegou o celular, discou uns números e logo estava na linha.

— Alô, Morena? Bom dia! – Six deu um sorriso e fitou o mar – Tudo tranquilo por aqui também. Lene, preciso da sua ajuda pra fazer uma coisa, que se funcionar, pode salvar todos nós!


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Notas finais do capítulo

O que será que esse Padfoot vai fazer, hein?

Lembrem-se que se vocês tem tempo para ler, também tem para comentar e deixar a autora feliz!

Beijos e obrigada!