Amor Eterno escrita por TAYAH


Capítulo 8
Nosso lar - Snow


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas lindas! Ainda animados com a fic? Espero que sim, porque eu to super feliz em mostrar a vocês essas pequenas criaturinhas.

Como sabem o capítulo é da SNOW, e mesmo muitos de vocês não gostando dela... Deem um voto de confiança, que ela nem ta tão chata assim. E será ela quem vai nos apresentar Elise e Sarah. Então vamos ler sem todo esse preconceito ok? hahahahah

Eu espero que gostem, espero que entendam, e que seja como estão esperando, ou melhor. Eu vou ficar aguardando aqui ansiosamente por vocês, a espera por saber o que acharam desse capítulo.

Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/489574/chapter/8

Os nove anos se passaram arrastados, como se o dia em que Elise e Sarah completassem a idade da profecia nunca fosse chegar, mas ao ver os convidados da festinha de aniversário indo embora, olhei para todos aqueles anos e percebi que por mais demorados que eles tivessem sido, ao mesmo tempo parecia que tínhamos chegado há menos de uma semana naquele lugar mágico e único.

Construir uma vida – mesmo que passageira – em um lugar completamente novo nunca é algo fácil de fazer, mas ali em Nárnia no meio de tanta magia e seres tão bondosos, Charming e eu conseguimos com facilidade refazer nossas vidas.

Fomos recebidos de braços abertos por todos os habitantes, construímos nossa casa em uma vila próxima a Cair Paravel. Tínhamos amigos de todas as espécies e os tempos eram de paz nas terras de Nárnia. Um ótimo lugar de viver, um ótimo lugar para criar três crianças tão especiais como aquelas.

Nosso filho – Levi – nasceu dois meses depois das meninas, quem os via acreditava sem duvidas que aqueles três pequenos, eram irmãos. Não poderia ser diferente, Sarah, Elise e Levi eram inteiramente mágicos e para Charming e eu, mesmo já convivendo com magia há muito tempo, foi bem complicado no inicio, já que todos os três começaram a apresentar sinais de magia tão cedo. Mas tivemos muita sorte ao encontramos na mesma vila, uma Bruxa chamada Glinda, que tornou-se professora e madrinha deles.

Levi era o equilíbrio entre os três, sempre querendo fazer justiça como o pai e tomando partido das brigas alheias como eu. Odiava a desunião que sempre acontecia com as brigas constantes entre as meninas, mas sempre dava um jeitinho de fazerem as pazes. Era arteiro e ao mesmo tempo responsável. Gostava dos cavalos como todos da família. Adorava soltar pipa e fazê-las voarem até não vê-las mais. Mas o seu verdadeiro amor eram as árvores, era com elas que ele passava a maior parte do seu tempo, das quais também tinham uma vida própria, diferente de tudo que eu já tinha visto antes de chegar ali.

Nosso pequeno príncipe era uma mistura perfeita de nós dois. Assim como Elise e Sarah de suas mães.

Sarah tinha os olhos de Regina e aquela pintinha ao lado da boca. Gostava de arrumar os cabelos e suas roupas estavam sempre impecáveis. Sua postura era de uma rainha como se estivesse sempre em um trono real. Tinha um olhar penetrante quando estava brava, mas era uma menina doce, carinhosa e até um pouco manhosa. Era protetora por natureza. Não gostava de injustiças e estava sempre pronta para defender suas ideias. Adorava uma bagunça como toda criança, porém sempre sabia a hora de parar. Era do tipo artista, desenhava muito bem – tanto com o lápis como com o pincel. Contudo o que a fazia brilhar era o piano, tocava com tanto amor que até parecia gente grande.

Elise tinha os olhos de Emma e o mesmo jeitinho de andar e parar. Seus cabelos sempre bagunçados e suas roupas sujas de terra. Odiava qualquer coisa que a fizesse sentir presa. Odiava ter que seguir as regras. Era explosiva, mandona, debochada e irônica. Dos três era a mais sensível e por mais que sempre tentasse esconder seus sentimentos, era a que mais sofria com a falta da família que não conhecia. Porém, por trás dos seus pequenos muros construídos tão cedo existia uma menina doce e carinhosa. Gostava de subir em árvores e de correr até cansar. Era fascinada pelos cavalos, os amava como se fossem sua família.

— Snow... – Elise se aproximou de mim assim que bati a porta dando adeus ao último convidado. – Eu tomei uma decisão.

Todos os três conheciam suas histórias do início ao fim. Charming e eu nunca mentimos sobre nada, nem mesmo sobre o passado obscuro de nossa família. Mas, para todos os outros habitantes de Nárnia nós mantivemos segredo – algo que havia sido decidido quando ainda estávamos na floresta encantada. Até mesmo Glinda – que era uma grande amiga – não fazia ideia do real motivo que tínhamos ido para lá. Para que ninguém fizesse perguntas, mesmo Elise e Sarah sabendo de tudo, para aquele povo, os três eram nossos filhos. E como algo combinado desde muito pequeninos, tanto nosso filho como nossas netas deveriam nos chamar de pai e mãe na frente de todos.

Sarah fazia exatamente como o combinado, nos chamando de pai e mãe do lado de fora e quando estávamos a sós de vó e vô. Mas, como Elise nunca gostou de regras – nem mesmo quando eram necessárias – ela sempre nos chamou de David e Mary Margaret quando tinha gente presente e de Snow e Charming quando não tinha ninguém por perto.

— Tomou querida? – Eu sorri para ela já a espera de uma de suas ideias únicas, porém mantive toda a calma do mundo, eu sabia o quanto aquele momento estava sendo difícil para todos eles. - E qual foi?

— Eu não vou com vocês para Storybrooke. – Sua voz saiu firme, mesmo sendo uma criança que tinha acabado de completar nove anos.

— E eu posso saber o motivo que você não vai? – Eu olhei rapidamente para Charming que nos observava e pedi sua ajuda apenas com o olhar.

— Eu não quero ir embora. – Ela estava nitidamente brava.

— Mas querida... – Charming falou ao se aproximar, fazendo Levi e Sarah largarem o que estavam fazendo para acompanhar a conversa. – Por que isso agora?

— Olha, vamos fazer assim. O Levi fica no meu lugar, salva quem tem que salvar e quando tudo tiver bem, vocês voltam que eu vou está esperando vocês com a Glinda.

— Elise... – Eu sabia que mais cedo ou mais tarde ela iria dizer não para o que tinha que ser feito. – Você sabe que não vamos voltar... sabe que suas mães e seu irmão esperam por vocês... você sabe que aqui não é o nosso lar... – Eu tentei ser serena com as palavras.

— Claro que é o nosso lar! Tem você, o Charming, o Levi, a Sarah, temos uma casa, vários amigos e até a casinha na árvore que construímos há dois meses... – Seus olhos estavam ficando vermelhos, ela queria chorar, mas estava segurando.

— Mas não temos o resto da família... – Charming se abaixou a sua frente com calma. – E suas mães? E seu irmão? Não quer conhece-los? Não quer poder viver ao lado deles? Não quer salva-los da maldição que os aprisiona?

— Ela está com medo. – Sarah comentou olhando diretamente para a irmã, aquele olhar que Regina sempre dava quando acusava alguém. – Medo de que nossas mães não gostem dela.

— É mentira! – Ela gritou para a outra com raiva. – Eu não to com medo de nada!

Era mais que comum ter Sarah e Elise brigando, mas ao mesmo tempo em que viviam em pé de guerra, amavam-se mais do que tudo na vida. O amor entre minhas netas era tão grande, que dormiam abraçadas todas as noites, independente se tinham ou não brigado durante o dia. E por mais que as brigas e ofensas fossem constantes, uma defendia a outra com a sua alma. Elas eram únicas como o amor que as tinham feito.

— Não é não! Você está morrendo de medo de não conseguir e delas não gostarem de você, porque é muito chata! – A voz de Sarah não falhava em nenhum momento, falava sem medo da reação de sua irmã explosiva.

— Parem! Agora não é o momento de brigarem. – Eu falei em tom alto fazendo-as me olharem assustadas, elas dificilmente me viam alterar a voz, e sabiam que quando acontecia, a coisa não estava boa. – Nós temos que ir, querendo ou não, todos nós vamos partir, todos nós vamos para Storybrooke. Eu sei que é difícil para vocês darem adeus a esse lugar que gostam tanto, mas eu prometo... prometo que para onde vamos, será muito melhor do que tudo que já tivemos, até mesmo do que a casinha na árvore. – Todos me olhavam com os olhos arregalados e em silêncio absoluto. – Eu também sei que não é só a Elise, como você também Sarah... Sei que ambas estão com medo. Medo de que as coisas não sejam como planejado, mas de tudo, de todos os medos possíveis e impossíveis, vocês nunca podem achar que Emma e Regina não vão gostar de vocês, elas amam vocês duas, amam tanto que estão sofrendo nesse momento e se não fizermos nada, elas vão sofrer eternamente. – Eu me virei para Elise. – Então, querida, não tem que ter medo, você vai ser feliz lá também e vai amar suas mães de um jeito tão bom, que nunca mais vai sair do lado delas.

O silêncio prevaleceu por longos segundos depois que me calei. Cada um deles mostrava algo diferente nos olhos. Charming tentando passar força. Levi estava um pouco assustado, porém conseguia entender e aceitar a partida. Sarah mesmo que receosa tinha esperança nos olhos. Já Elise era apenas tristeza e medo. Estava insegura e odiava as mudanças bruscas.

Antes que mais alguém falasse alguma coisa, ouvimos batidas na porta, de imediato pensei que algum convidado havia esquecido alguma coisa. Mas ao abri e dar de cara com Glinda aparentemente nervosa, eu soube que algo tinha acontecido.

— O que aconteceu? – Eu perguntei já com o coração na mão.

Ela não disse nada de imediato. Entrou em nossa casa com pressa e fechou a porta encostando-se à mesma, como se tivesse medo que alguém estivesse nos ouvindo. Respirou fundo com os olhos baixos, mas ao soltar o ar me encarou com toda a coragem do mundo.

— Elise foi até minha casa chorando ontem... – Glinda olhava para ela como se pedisse desculpas.

— Não! – Elise gritou indo em sua direção. – Você prometeu que ia guardar segredo!

— Me desculpe Elise, eu sei o que prometi, mas eu preciso ter certeza do que me disse... Porque se for verdade, eu posso finalmente estar livre. – Ela sorriu para Elise que ainda tinha os olhos vermelhos e sua expressão era de raiva.

— Não, você não pode fazer isso, você não pode! – Sua voz falhou, mas ela engoliu o choro.

— O que foi que você contou a Glinda, Elise? – Charming perguntou bravo virando-se para ela.

— Não... não briguem com ela... Ela só foi se despedir... Disse que iria partir e que nunca mais iriamos nos ver. – Glinda começou a falar fazendo o olhar de Elise mudar de brava para decepcionada.

— Eu odeio você! – Elise falou segurando o choro ao máximo e correu em direção ao quarto.

— Fiquem com ela e não briguem, sejam legais ok? – Charming pediu a Levi e Sarah, que correram atrás dela.

— Explique melhor... – Eu pedi com receio.

— Ontem, Elise chegou lá em casa, chorando muito. E depois de muito rodeio ela disse que teria que ir embora, mas não disse o motivo, disse também que nunca mais voltaria para cá e que não queria partir, que estava com medo de como as coisas iriam ser daqui para frente. Quando consegui acalma-la, tentando inúmeras vezes tirar alguma informação a mais dela, eu pedi que me mostrasse pela última vez o que tinha dentro do seu relicário tão secreto. – Ok, até então nada tinha sido revelado de fato, o que me fez ficar mais calma. – Ao ver Regina em uma das fotos... um monte de coisas, começaram a surgir em minha mente. – Ela conhecia Regina, pelo jeito com que tinha falado seu nome, aquilo me fez entrar em pânico, e se fosse mais uma inimiga dela, e se quisesse acabar com nossos planos e destruir para sempre os nossos finais felizes? – Assim que Elise partiu, todos esses nove anos em que vocês mal tocaram no assunto de como vieram para cá do nada, tudo começou a fazer sentido. Ligando uma coisa a outra... eu consegui entender...

— Mas... entendeu exatamente o que? – Perguntei com medo, medo de que nossos planos fossem interrompidos no último minuto.

— Só me responde uma coisa... É por causa da Zelena que vocês acabaram aqui? – Ela perguntou sem mais rodeios, me deixando em choque por conhecê-la também.

— Como a conhece? – Minha pergunta aflita a fez sorrir.

— Estou aqui, há muitos e muitos anos... Mais do que eu posso contar... Fui amaldiçoada pela Zelena.

Charming e eu nos olhamos assustados. O mundo inteiro, dos reinos mais longínquos, aos desconhecidos, tudo naquele universo enorme parecia pequeno naquela situação. Como que alguém em um lugar tão longe poderia conhecer Zelena e ainda ter sido amaldiçoada pela mesma?

— Já ouviram falar em Oz? – Glinda parecia triste.

— Zelena veio de lá, certo? A Bruxa Má do Oeste. – Perguntei ao lembrar-me das histórias que já tinha ouvido antes de conhecer de fato Zelena.

— E da Bruxa Boa do Sul, já ouviram?

— Glinda a Bruxa Boa do Sul... – Eu falei mais para mim do que para eles. – É você! – Fiquei surpresa por nunca ter ligado aquela minha amiga a tal coisa. – Mas... como... como isso aconteceu? – Eu comecei a entrar em desespero, se ela estava amaldiçoada e estava ali há tanto tempo, será que nós não conseguiríamos partir também?

— Sim, sou eu... Minha história é longa, acredito que esse não seja o momento de conta-la com detalhes... mas vou resumir... – Glinda olhou para nos com tristeza, aquilo parecia doloroso para ela. – Conheci Zelena perdida em inveja e ódio por Regina... Nós nos aproximamos... com muita calma e tempo, eu a levei para o caminho do bem e do amor... – Eu conhecia aquele olhar, eu conhecia aquele jeito de falar, eram sentimentos, sentimentos fortes que habitavam Glinda. – Mas quando Zelena descobriu que eu estava ajudando Dorothy... Ela se revoltou... Veio atrás de mim... Nós brigamos. Brigamos muito feio, quando eu me dei conta, ela estava voltando a ficar verde, dizendo que eu a tinha desviado de sua vingança, de sua real felicidade... – Glinda respirou fundo antes de prosseguir. – Ela já era muito poderosa naquela época, seu poder era maior do que tudo que eu havia visto... – ela fez mais uma pausa – No meio de sua crise de ódio ela me paralisou, me amaldiçoou, fazendo que eu viesse diretamente para cá.

— Mas como exatamente ela te amaldiçoou? – Charming perguntou curioso.

— Exatamente como, eu também não sei... lembro de suas palavras... – Ela sorriu tristemente para a gente. – Ela disse que eu viveria eternamente em um lugar tão longe, que nem mesmo se ela quisesse me encontraria um dia... Que eu passaria a eternidade lembrando-me de como eu a fiz sofrer... – Ela prendeu o ar, parecia que iria chorar. Nunca a tinha visto triste, Glinda era sempre tão calma e contente. – Em um segundo eu estava lá olhando para seus olhos azuis, no outro eu estava aqui, perdida em um lugar que nem ao menos eu sabia que existia.

— Glinda... – Me aproximei colocando a mão em seu ombro. – Eu sinto muito... – Ela abaixou a cabeça, mas voltou a me encarar com aquele seu sorriso calmo de sempre.

— Vocês vão encontra-la não vão? – Esperança era o que tinha em seus olhos.

— Sim...

— Por favor, me leve, com vocês.

O universo poderia sim ser maior do que achávamos que fosse, mas ao mesmo tempo, tudo...tudo aquilo que nos cercava fazia parte de algo muito “maior”. O destino. Não importava o quão distante algo parecia estar, tudo na vida era traçado antes mesmo de nascermos. E era pelos altos e baixos que nossas felicidades eram meticulosamente traçadas.

Elise ao saber que Glinda também iria conosco ficou mais calma e mais segura, ela ainda não queria ir, ainda tentou nos convencer a ficar mais nove anos, mas tendo alguém que tanto gostava indo nessa viagem com todos nós, a fez aceitar que talvez, as coisas poderiam ser boas.

Com as duas malas que Charming e eu tínhamos ido, as enchemos com tudo que era dos três. Retratos de todos os anos, alguns desenhos e cartinhas feitas por eles, o livro de Henry, alguns objetos a mais que eles queriam levar de Nárnia, e ouro é claro. Se algo desse errado com o dinheiro que Emma tinha em Nova York, o ouro nos levaria até Storybrook.

Glinda não quis levar absolutamente nada, disse que sairia de lá depois de tantos anos do mesmo jeito que entrou, apenas com a roupa no corpo e a certeza de que tudo mudaria bruscamente em sua vida.

Com o último feijão mágico que nos sobrou, que veio do mesmo pé que levou Emma e Henry até a floresta encantada e nos levou até Nárnia, nós abrimos o portal no meio da nossa sala e todos juntos de mãos dadas, entramos nele, indo diretamente para o apartamento de nossa filha no meio da cidade grande. Confesso que tive medo de dar de cara com uma outra família morando lá, porque por mais que o tempo passasse diferente no “mundo real”, para nós se passaram nove anos e eu de fato não fazia ideia de quanto tempo tinha se passando ali.

O espanto dos quatro que nunca estiveram em um lugar parecido foi enorme. Enquanto Charming e eu observávamos suas carinhas de espanto, eles exploravam tudo que podiam. Perguntaram o que era cada coisa, ficaram deslumbrados com a “magia” do mundo tecnológico. Glinda por mais adulta que fosse, ali no meio de tanta novidade, era tão criança quando Levi, Sarah e Elise.

Enquanto Charming ficou explicando mais e mais para eles, eu fui em busca das coisas que precisávamos, não podíamos ficar ali por muito tempo.

Depois de vasculhar a casa de Emma, eu encontrei tudo que precisava. Peguei também roupas de minha filha para Glinda e eu. Para os outros passaríamos em uma loja qualquer e compraríamos coisas “normais” com o cartão que eu haviamos achado.

Emma nem sonhava que isso iria acontecer um dia, mas parecia que até nisso o destino tinha se encarregado de fazer as coisas direito. Porque até um mapa com uma rota traçada diretamente para o lugar que estaria Storybrooke tinha no quarto de Henry.

— E ai, conseguiu tudo? – Charming perguntou assim que voltei para sala.

— Que roupas são essas mãe? – Levi perguntou olhando-me com cara de nojo.

— Roupas que as pessoas daqui usam. – Eu estendi a mão para Glinda. – Toma. Essas são para você, pode se trocar lá dentro.

— Não precisa. – Ela as pegou, fez um gesto com as mãos e com magia as roupas de Emma estavam nela.

— Ah... eu tenho três pequenos mágicos em casa, mas ainda sim eu me esqueço de que tem coisas que vocês fazem com mais facilidade do que nós. – De imediato, várias de minhas duvidas foram solucionadas com apenas uma palavra, magia. – Bem, já que temos quatro pessoas que fazem mágica aqui... acho que não vamos precisar ir a uma loja, nem mesmo dirigir ou pegar um avião até o Maine.

— Maine? Mas não é Storybrooke o lugar que vamos? – Sarah perguntou com uma carinha curiosa.

— Isso mesmo, Storybrooke fica no Maine. - Charming respondeu sentado no sofá, mas logo se levantou vindo em minha. – Já descobriu quanto tempo se passou?

— Sim. – Eu quase tinha me esquecido dessa parte. – Bem, pelas contas que fiz... caso eu esteja certa... para eles, desde o dia em que Zelena lançou a maldição, até o dia de hoje... Passaram cerca de quatro meses.

— Quatro meses? – Glinda ainda não sabia de muita coisa.

— É... isso é algo que vamos te explicar com calma. Na verdade o que nós sabemos sobre a passagem de tempo é que em Narnia é diferente. Para nós se passaram nove anos, mas para eles passaram quatro meses. De resto, quando chegarmos a Storybrooke e nos acomodarmos eu sento com você e te falo tudo que sei.

— Mary-snow... – Elise vacilou ao me chamar, era o lado automático que estava ligado. – Snow. – Ela repetiu com calma. – Eu posso levar aquele retrato comigo? – Ela apontou para uma foto de Emma e Henry.

— Claro, querida. – Eu sorri para ela, que ainda estava com aquele olhos cheios de medo , mesmo que tentasse o tempo todo mostrar o contrário.

Com magia, mostrando o mapa que estava na cama de Henry para Glinda, ela nos levou para onde tínhamos que estar.

— É aqui? – Sarah perguntou olhando para todos os lados da estrada.

— É... – Eu sorri feliz por olhar a linha vermelha no chão logo atrás de nós. – Estamos na divisa de Storybrooke.

— Henry escreveu isso... que antes de acharem os feijões eles que deixaram o fusca depois da divisa. – Levi que nos lembrou daquele pequeno detalhe.

— Isso filho, muito bem pensado. – Charming sorriu para ele e me olhou com os olhos felizes.– Com sorte, a gente encontra ele por aqui, e assim chegamos à cidade como forasteiros comuns, não como andarilhos.

Ao encontrarmos o fusca amarelo que ainda funcionava, eu pode sentir em mim que aquele era o inicio de nossas vidas em paz. O destino tinha se encarregado de tudo. A batalha final iria começar, nós finalmente iriamos poder desfrutar dos nossos finais felizes.

O fusca não era a opção mais confortável para três adultos e três crianças, mas com jeitinho nós até que nos acomodamos. Charming dirigia comigo ao lado, enquanto Glinda e as crianças apertaram-se atrás. Mesmo sendo algo comum para a gente, para aqueles quatro tudo era fantástico e novo.

A cidade parecia à mesma, nada de diferente naquele lugar que morei por tantos anos, até mesmo ar de amaldiçoada ela tinha, do mesmo jeitinho que era quando estávamos presos a Regina. Eu conhecia aquela história eu já tinha passado por aquilo antes, não sabia exatamente como, mas sabia que daria tudo certo.

— Henry! – Exclamei ao vê-lo sair de dentro da sorveteria. – Emma ... Regina! – Eu falei ainda mais alto ao ver meu neto se juntar a elas em um banco. Charming parou o fusca ainda distante de onde eles estavam, fazendo todos olharem para onde eu olhava. Meu coração estava a mil, a saudade deles era tão grande que me deu vontade de chorar.

— Mas eles não estão amaldiçoados? Por que estão juntos então? – Sarah perguntou tentando olhar.

— Talvez seja tudo mentira. – Elise falou irritada ao dar uma espiada neles e olhar para o outro lado.

— Só tem uma maneira de descobrir se eles lembram ou não. – Charming deu partida no fusca.

— O que vai fazer? – Eu perguntei assustada.

— Vou pedir uma informação a eles.

Ele se aproximou lentamente de onde estavam, parando o fusca e fazendo os três nos olharem um pouco assustados. Antes mesmo de Charming fazer alguma pergunta, pelo olhar confuso de minha querida Emma, eu já sabia que não, que nada havia acontecido e que eles ainda faziam parte da maldição. E aquele olhar dos três, que nos viram, mas não nos reconheceram foi de partir meu coração, eu ainda não tinha passado por aquilo.

— Boa tarde. – Charming se colocou quase do lado de fora da janela. – Somos novos na cidade e queríamos saber se tem algum hotel por aqui.

O olhar de Regina em nós era curioso, como se soubesse de alguma coisa, como se tentasse lembrar, como se algo dentro dela gritasse para que nos visse ali, nos reconhecêssemos. Eu quase pude ver a verdadeira Regina por trás de sua aparente confusão.

— Boa tarde. – Foi Emma quem respondeu ao ficar de pé. – Eu sou a xerife, sejam bem vindos a cidade. – Ela sorriu olhando ligeiramente para o banco de trás e depois para todo o fusca. – Tem uma pensão logo aqui perto. Virem à esquerda. – Ela apontou. – E andem mais três quadras que logo vão ver, se chama Granny’s.

Enquanto Emma explicava algo que já sabíamos a Charming, as pequenas Elise e Sarah olhavam com tanto deslumbre para suas mães e irmão, que eu acho até ter visto os olhinhos de ambas lacrimejarem . Por mais que Elise parecesse não querer aquele momento, diferente de Sarah que era explicita em sua ansiedade por aquele dia, todas as duas eram loucas para conheceram sua real família.

— Obrigado Xerife. – Charming sorriu satisfeito. – Você tem uma família linda. – Ele olhou para Regina e Henry, pegando todos de surpresa com aquele comentário.

— N-não somos uma família! – Emma chegou a se enrolar nas palavras, e pelo que percebi, ela não tinha nada com a Regina, não publicamente, já que as duas ficaram nitidamente desconcertadas. – É meu filho e uma... amiga. – Ela perdeu o ar, que era mais um sinal de que tinha algo a mais ali. – É só isso que deseja saber, senhor?

— Desculpe... não quis ser inconveniente. – Ele sorriu sem jeito. – É só isso sim... A gente se vê por ai.

— Mais uma coisa. Eu não sei de onde vieram, mas o numero permitido no banco traseiro é apenas de três pessoas, não quero ver quatro atrás outra vez. – Ela disse mais na defensiva do que qualquer outra coisa, aquela ainda era a minha Emma.

— Tudo bem, não vai se repetir. E obrigado pela informação, Emma. – Ele deu partida no fusca fazendo-a olhar cheia de dúvidas.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Para quem quiser ver as fotos separadamente...

Sarah: https://31.media.tumblr.com/d0235aeac8891939ff9c86f36d067299/tumblr_na039ff6uk1qjf0l7o3_r1_1280.jpg

Elise: https://38.media.tumblr.com/359d486f0ac12c0b171a21d8da8bc2a2/tumblr_na039ff6uk1qjf0l7o1_r1_1280.jpg

Levi: https://38.media.tumblr.com/4e907e03e78890687826ee92878f6abb/tumblr_na039ff6uk1qjf0l7o2_r1_1280.jpg

Capa: https://38.media.tumblr.com/6a5840546323267254fc861cd14a1ad6/tumblr_na039ff6uk1qjf0l7o4_1280.jpg

E AI O QUE ACHARAM? *-*