Amor Eterno escrita por TAYAH


Capítulo 6
Presença ausente - Emma


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente, quero dizer que a cena do sonho pode não ser a cena que vocês esperam, porque todos aqui devem está acostumados com cenas "quentes", mas como eu particularmente não gosto e também acho que não tem nada a ver com a minha fanfic, eu tentei descreve-la da melhor maneira possível. Espero que gostem, e que fiquem pelo menos satisfeitos.

Sobre o capítulo em geral, não ficou grande e não tem muitos acontecimentos, é que se eu correr muito as coisas podem desandar, tenham paciência, que logo grandes mudanças vão acontecer.

Boa leitura!



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Henry já tinha ido dormir e nada de Regina aparecer. Fazia exatamente uma semana desde que ela tinha vindo com a gente para o castelo de meus pais e apenas três dias desde que descobrimos mais um vilão querendo se vingar. Aquilo parecia nunca ter fim, quando achávamos que as coisas iam começar a dar certo, alguém superpoderoso aparecia para destruir a felicidade alheia, eu de verdade, estava exausta de tantos acontecimentos, eu queria poder passar uma semana inteira sem ter que me preocupar com nada daquelas coisas de vilões e contos de fadas.

— Desculpe a demora... – Regina surgiu entre a sua fumaça roxa ao meu lado. – Henry já dormiu? – Ela comentou espantada ao olhar para a grande cama, mas logo se voltou para mim. – Fiquei mais tempo no banho do que deveria, não consigo parar de pensar em quem é o ser que tomou meu castelo e por que. – Ela tagarelou enquanto eu apenas a admirava, ela era linda de todos os jeitos. – Rumple me disse que seja lá quem for é muito poderoso e ele está tentando arrumar um jeito de reverter a proteção que fez em volta do meu castelo. Mas, eu não posso esperar por muito tempo, eu não estou mais aguentando ficar aqui sem fazer nada, se ele não me der uma resposta até amanhã... – Ela parou repentinamente de falar me julgando com o olhar. – Porque está sorrindo, Emma? Está achando isso engraçado?

— Não, eu não estou sorrindo. E-estou te ouvindo.

— Sim! Você está sorrindo. – Afirmou brava ao cruzar os braços, o que me fez sorrir de verdade.

— Desculpe... eu não quis parecer debochada... – Fui sincera.

— Então me diga o motivo do sorriso, porque eu não consigo ver nada de bom aqui para isso. – Ela estava bem irritada.

— Quer que eu te de um bom motivo para sorrir? – Eu a puxei pelo braço e a segurei com firmeza em sua cintura, colocando nossos corpos e ficando a centímetros do seu rosto.

— Me solta. – Ela ordenou em seu tom superior, mas não se moveu para me afastar, eu ignorei o seu “pedido” e aproximei meu rosto de seu ouvido.

— Você não precisa ficar aqui sem fazer nada... – Eu sussurrei – Estamos dormindo naquela cama com Henry há uma semana, acho que se ficarmos um pouco a sós lhe ajudaria a relaxar um pouco... – Voltei a olhar em seus olhos, que se abriram aos poucos me encarando completamente diferente do que segundos antes.

Eu apenas pisquei e lá estávamos nós, sozinhas naquele outro quarto tão grande quando o meu.

— Você quer beber alguma coisa? – Regina perguntou completamente sexy ao me empurrar levemente nos separando. – Talvez um whisky...?

— De jeito nenhum. – Eu a puxei de volta. – Não quero nada além de você.

Seu sorriso foi tão encantador que eu quase perdi o ar sem nem ao menos tê-la beijado. Ficamos nos olhando, por um tempo quase eterno, eu queria aproveitar cada segundo e admirá-la de todas as formas. Levei uma de minhas mãos até seu rosto e o acariciei vagarosamente, fazendo-a fechar os olhos, sorrir de canto e colocar sua mão sobre a minha, a segurando e a levando até sua boca, a beijando com tanto carinho que encostei meu rosto ao seu roçando meus lábios em sua bochecha.

Com as duas mãos, Regina segurou e meu rosto, me olhou intensamente por mais alguns segundos e tomou meus lábios de um jeito que ainda não havia feito. Um beijo inundado se sentimentos, sem medo, sem pudor, sem nenhuma barreira. Um beijo tão intenso que despertou em mim coisas que eu nem sabia ser possível acontecer.

Aquela era a primeira vez que ficávamos sozinhas de fato, a primeira vez que nos beijávamos daquele jeito, a primeira vez que estávamos completamente entregues, sem vergonha, apenas eu e ela prontas para nos deixar levar até o céu se fosse possível.

Sem me separar daqueles lábios que me tiravam e me davam ar, eu afastei as mangas daquela camisola de contos de fadas, fazendo o tecido escorregar por seu corpo até o chão, voltando a abraça-la com firmeza, sem querer seu corpo longe por muito tempo.

Regina parecia assim como eu, não querer desgrudar, não querer parar. Arrancou minha blusa com tanta rapidez que não tive tempo nem de abrir os olhos, aquela noite sem duvidas seria eternamente mágica, em todos os sentidos.

Entre beijos sem fim, mãos passeando por todas as partes, corpos nus colados e suados, gemidos e palavras soltas. Tudo em sincronia, tudo em perfeita harmonia, nada fora do lugar, parecia uma dança ensaiada. Regina era minha, havia sido feita para mim, assim como eu para ela, nada no mundo poderia se comparar aos nossos corpos juntos, aos nossos beijos, ao seu gosto, ao seu gemido em meu ouvido, ao seu jeitinho de dizer meu nome completamente embriagada de prazer. Nem mesmo em sonhos, nem mesmo no mundo da idealização, eu sonhei com algo tão esplêndido como aquilo. Eu de fato pude entender com clareza o real significado de fazer amor.

— Eu te amo... – Falamos ao mesmo tempo, no instante em que nossos sexos ainda colados, juntos chegaram ao prazer extremo.

Foi como quebrar uma maldição, algo realmente mágico aconteceu naquele instante. Uma magia muito forte se dissipou de nós indo para todos os lados, me trazendo uma sensação tão maravilhosa, que acreditei estar flutuando.

Ficamos deitadas uma de frente para outra, deixando nossas respirações alteradas se misturarem em uma só, enquanto nos olhávamos sem parar, deixando nossos olhos terem a conversa intima que sempre tiveram desde o primeiro dia.

— Você sentiu isso, Emma? – Regina perguntou rouca depois de recuperar um pouco seu fôlego.

— Sim... – Eu ainda extava em êxtase. – Temos que fazer de novo! – Eu me sentei com pressa sobre seu quadril, o que a fez me olhar completamente sedutora.

De repente tudo ficou negro, uma voz ao fundo começou a me chamar, uma confusão enorme me tomou completamente, onde eu estava, quem eu era, o que havia acontecido?

— Emma... – Eu abri os olhos querendo abraçar Regina, mas ao ver Zelena a minha frente, eu consegui entender, que eu estava tendo apenas um sonho, bem realista por sinal, mas apenas um sonho. – Você está bem amor?

— Sim... – Eu me sentei passando a mão em meu rosto.

— Você estava gemendo... – Ela me analisava com duvida. – Estava sonhando?

— É... era só um pesadelo, obrigada por me acordar... – Tudo que sonhei estava meio desfocado e até um pouco sem sentido, mas aquilo de fato não era um pesadelo.

— Ah sim... – Ela pareceu aliviada. – Já está tarde, porque não toma um banho e se arruma para almoçarmos em algum lugar, fazer algo diferente...

— Desculpe Zelena... – Eu coloquei a mão em seu rosto, o que fez meu coração apertar, aquilo parecia não está certo. – Mas eu estou morrendo de dor de cabeça, dor no corpo, acho que estou ficando doente... Sai você com o Henry que eu vou ficar aqui deita. – Eu voltei a me deitar, tentando fazer a minha melhor cara de dor, eu estava ótima de saúde, só minha cabeça que parecia dar mais nós a cada segundo.

— Não! De jeito nenhum, se está doente, vou te fazer um chá, vou cuidar de você e ainda vou te deixar escolher os filmes que vamos ver. – Ela sorriu ao ficar de pé. – Vou falar com Henry que vamos fazer sessão cinema e que vamos deixar o passeio para outro dia. Fica ai que eu já volto com seu chá e algum remédio.

— Não... Traz só o chá, se eu não melhorar, amanhã vou ao médico ai sim ele me receita alguma coisa. – Ela apenas sorriu concordando e se retirou do quarto.

Eu não lembrava com exatidão, mas eu tinha sim sonhado com a Srta. Mills. E não foi um sonho qualquer, nem mesmo algo comum, foi mais que real, tão real que eu ainda podia sentir em meu corpo as suas mãos, seus beijos. Ainda conseguia ouvir meu nome saindo baixinho de seus lábios. Ainda podia sentir seu cheiro e seu gosto... Era como se tudo tivesse acontecido de verdade e foram as sensações que o sonho me causou que me fez ficar ainda mais confusa com tudo.

Faziam apenas alguns dias que a florista tinha aparecido pela primeira vez na delegacia, mas ao mesmo tempo parecia que eu já a conhecia há anos e anos. Regina Mills despertou em mim, sentimentos, emoções, medos e coragens que nunca tinha sentido, mas que ao mesmo tempo eram bem familiares.

Tudo naquela situação era contraditória, tê-la conhecido fez tudo virar de ponta a cabeça em minha mente. Eu jurava amar Zelena, mas depois que meus olhos se cruzaram com aqueles castanhos tudo parecia errado. Eu de fato nem sabia mais o porquê de estar com quem eu estava... Eu mal me lembrava de como que a gente tinha se conhecido e nem se já havia gostado dela de verdade.

Eu não passei só o domingo todo, mas como a semana também, tentando entender aquele sonho tão real, tentando entender o motivo de ter beijado a florista, o motivo de me sentir um lixo por ter feito a coisa certa depois do jantar. Porque eu era casada, tinha uma família e por mais intensos e loucos meus sentimentos estivessem naquele momento, não era correto beijar alguém daquela maneira, não era correto ir atrás dela depois de tudo. E mesmo sabendo que eu estava fazendo as coisas como deveriam ser feitas, eu me sentia pior a cada dia, como se a cada momento eu me afastava ainda mais do que tinha que ser verdadeiramente feito.

Uma semana e meia se passou desde que tinha visto Regina pela última vez.

Passei a vida inteira sem ela, convivemos por três dias no máximo, porem a falta que eu estava sentindo era tão grande que acredito ter ficado doente de verdade.

Tentei focar no trabalho, em Henry, em Zelena, e até algumas atividades extras... Mas nada me fazia esquecer o sonho e o beijo na lavanderia.

Eu sempre me achei uma mulher comum, sem nenhuma grande ideologia, apenas querendo viver calmamente e poder voltar para a casa no fim do dia. Mas depois que aquela florista tinha aparecido, eu simplesmente não me sentia mais eu.

— Mãe, presta atenção em mim! – Henry pediu em tom alto.

— Desculpa criança, eu estava... pensando...

— É eu sei que sim, está desse jeito há dias... E sempre inventa uma desculpa diferente. Mas eu sei que tem alguma coisa muito maior acontecendo e você não quer me contar...

— Não Henry, eu só estou cansada.

— Eu sei que não vai me contar, mas quero que saiba que eu estou aqui, e que independente de qualquer coisa, eu sempre vou estar. – Ele sorriu com amor nos olhos, que me fez lembrar de Regina.

Já não era mais novidade me lembrar dela até com o sorriso do meu filho. Eu já estava começando a me acostumar com aquela constante presença ausente.

— Obrigada criança, você é meu filho preferido. – Eu sorri do mesmo jeitinho que ele.

— Claro que sou, você não tem outros filhos.

Foi um comentário verdadeiro e em tom de piada, mas que martelou meu peito, em uma dor tão aguda, que cheguei a sentir falta de ar por alguns segundos. Aquela sensação era nova e nada agradável. Enquanto eu achava que já estava completamente acostumada com toda a loucura da minha cabeça, aquilo me surpreendeu me mostrando que nem minha insanidade tinha fim.

— Você está bem? – Henry se levantou da outra mesa da delegacia e veio em minha direção.

— Estou! – Eu forcei um sorriso tentando lhe mostrar que não havia nada de errado.

— Ok... – Ele estava desconfiado, mas deixou passar. – Vai poder me levar na floricultura hoje?

— Achei que já tivesse ido.

— Mãe! – Ele chamou minha atenção. – Ontem e antes de ontem eu não fui as cinco? E não te disse que agora esse era o novo horário? Você precisa da um jeito nisso, seja lá o que estiver acontecendo com você Emma Swan, você tem que dar um jeito nisso! – Sua voz soou preocupada e até um pouco autoritária.

— Eu vou dar um jeito criança, eu vou... – Eu olhei no relógio e me levantei já pegando a jaqueta que estava em minha cadeira. – Vamos, vou te levar até lá.

Não era a primeira vez que eu o levava até lá depois do jantar, mas era a primeira que eu pensava em descer da viatura e cumprimentar a Srta. Mills. Como meu filho havia me dito, eu tinha que dar um jeito naquilo tudo, eu tinha que fazer aquela confusão mental parar. E meu coração - aquele que sempre me fazia fazer coisas estupidas - ordenava para que eu visse Regina, para que eu olhasse aqueles olhos outra vez. Insistia também em dizer, que tudo ficaria mais claro, se eu tivesse coragem de fazer as coisas que ele tanto pedia.

— Valeu, mãe... – Ele já ia descer, mas eu segurei em seu braço.

Respirei fundo e deixei meu lado insano me controlar por alguns minutos. Eu tinha que aliviar toda aquela angustia.

— Será que eu poderia ver como está sua filha planta? – Eu tentei não parecer nervosa.

— Claro que pode! – Seu sorriso lindo me mostrou como aquilo o fez feliz.

Assim que entramos a funcionaria nos recebeu, e para o meu azar, ou sorte, a Srta. Mills não se encontrava, então seríamos só nos dois e a planta.

Sem nenhum pudor, Henry de dirigiu para a estufa, me fazendo segui-lo com um receio tão grande, que eu me sentia uma menina entrando na escola pela primeira vez. Mas me senti mais confortável ao sentar em uma daquelas grandes mesas, e observa-lo cuidar com carinho e dedicação daquela pequena planta.

— Regina! – Henry exclamou feliz olhando sobre meus ombros, me fazendo olhar rápida e assustada para trás.


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Notas finais do capítulo

O próximo capítulo é da Regina, e depois virá um da Snow... Vocês não se importam se eu escrever um da Snow não é? Acho que será bem legal para mostrar algumas coisas, que sem ela narrando talvez não seja possível, ou até seja, mas não ficará bom...