Amor Eterno escrita por TAYAH


Capítulo 22
Final feliz - Regina


Notas iniciais do capítulo

Sim, esse é o nosso último capítulo. Espero com todo o meu amor, que vocês tenham curtido essa jornada junto comigo. Espero de coração que tenha sido tão bom para vocês como foi para mim.

Eu não sabia como dar um final, eu não queria dar um final, e de todas as ideias que tive, eu gostei muito dessa. Leiam com amor e carinho, assim como eu fiz para vocês!

Boa leitura.



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Dez anos haviam passado. Meu final feliz estava ali, sendo vivido um dia após o outro, em nosso amor eterno por tudo que tínhamos.

Não houveram grandes mudanças, maldições, ou novos vilões para tirarem o que conquistamos... É claro que tivemos problemas pelo caminho, mas esses problemas que enfrentamos foram até que comuns para uma família magica como a nossa.

Henry não era mais um garoto, com seus vinte e dois anos havia se tornado um lindo homem. Era um rapaz bom, seu coração sempre cheio de esperança, amor e heroísmo. Não tinha como não me orgulhar do que havia se tornado. Gostava de estudar magia e viajava muito entre os reinos para aprimorar ainda mais os seus dons. Junto com Levi, Henry estava começando a dar início a um projeto, de dar aulas de magia branca a quem quisesse em Storybrooke. Se tudo desse certo, eles tinham planos de expandir para a Floresta Encanta, assim talvez, aqueles que procurassem aprender magia, não precisariam mais ter que recorrer às trevas como eu e muitos outros, que foram seduzidos pelas sombras.

Sarah era uma linda menina-mulher, com quase dezenove anos, tinha aquele meu jeito junto a personalidade mais puxada para Emma. Era Sarah quem me ajudava na prefeitura, como meu braço direito e possivelmente minha sucessora. Além de futura prefeita ou futura rainha de Storybrooke, era também a atração principal, de todas as sextas - no coreto que insistiu que fizéssemos para que ela tocasse e cantasse alguns anos antes. O que era brincadeira virou diversão para o povo daquela cidade tão especial. Dos meus três filhos, Sarah era a que menos viajava entre os reinos, ela dizia que gostava de ficar em casa, mas que na maioria das vezes ia com Elise por não conseguir ficar muito tempo longe da irmã.

Elise, como sua irmã, também estava prestes há completar dezenove anos. Era a cara da Emma junto com a mesma sede de liberdade que eu tinha quando jovem. Essa era a combinação perfeita para passar quase todo o tempo viajando por terras distantes e mundos desconhecidos. Elise era a rebelde da família, como também a mais chorona, a mais manhosa e a que deu mais trabalho. Mas não era motivo de não ter nos dado orgulho. Era ótima com magia. Sempre tinha solução e resposta para tudo. Ajudava Emma e David na delegacia e amava poder andar em sua égua de estimação para todos os lugares.

Levi não era meu filho, mas a maneira com que convivíamos todos juntos fez com que o amassemos tanto quanto os nossos. Assim como Snow e Charming amavam os meus. Éramos como quatro pais criando nossos quatro filhos juntos, ou cinco se contássemos com Emma. Claro que existiam limites, eu e Emma éramos responsáveis por Henry, Sarah e Elise. Já Snow e Charming apenas por Levi, porém o amor, o companheirismo, o carinho, era igualmente dividido por todos.

Zelena e Glinda... Bem, elas foram para Oz e ficaram lá por quase um ano. Isso facilitou com nosso “esquecimento” de tudo que havia acontecido. Foi ai que uma relação entre eu e Zelena começou. Não foi fácil, mas as coisas se arrumaram muito bem no decorrer dos anos. Elas se casaram lá em Storybrooke mesmo, uma festa simples, porém muito bonita.

Uma prova concreta de que o destino não falhava, é que em nosso primeiro natal com Zelena e Glinda, fomos todos para a Floresta Encantada. No meio da festa Sarah e Elise desapareceram, é claro que ficamos desesperados fazendo com que a diversão se tornasse um pesadelo. Depois de um longo tempo elas apareceram, junto a um menino, que deveria ter a mesma idade que elas e uma menina no colo dele, que deveria ter pouco mais de um ano. Os dois desconhecidos estavam assustados, nós gritávamos e brigávamos por elas terem sumido, mas elas? Bem, nossas filhas sorriam... Quando paramos de brigar, Sarah colocou a mão no ombro do menino o empurrando em direção a Zelena e Glinda. Foi emocionante, lembro-me como se fosse hoje...

— Esses são, Lariel e Narissa. – Sarah ignorava a todas as perguntas que fazíamos, como se apenas Zelena e Glinda existissem naquele momento.

— Conhecemos o Lariel na primeira vez que a gente veio aqui. Narissa nem era nascida ainda – Elise respondeu a minha pergunta, mas não para mim e sim para as tias. – Eles não tem pai e a mãe morreu na semana passada... – Falou em tom baixo, como se aquilo doesse nela também. – No meio da festa a Sarah sentiu o Lariel chorar... – Sarah deu uma cotovelada em Elise, como se ela tivesse falado demais. – O que foi? Você disse que sentiu ele chorando... – Elise não entendeu o recado da irmã, mas eu consegui ver naquelas bochechas coradas, o primeiro amor colorir o ambiente.

— Cala a boca, deixa que eu falo. – Empurrou Elise de leve. – Zelena e Glinda... Outro dia eu ouvi vocês conversando... Foi sem querer, eu não estava fofocando eu juro... E eu ouvi vocês falando que queriam adotar uma criança... Bem não é uma só, como vocês estavam planejando, mas Lariel e Narissa estão aqui... São o presente que vocês pediram. Assim como vocês são o presente que eu senti o Lariel pedir antes de irmos atrás deles... – Não nó elas, como todos ficaram calados em choque com aquilo.

— Você sentiu o meu pedido? – Lariel perguntou emocionado para Sarah.

— É. – Ela revirou os olhos a contragosto. Mas prosseguiu com um sorriso de canto – Eu ouvi na minha cabeça você chorando e pedindo para ter uma família de novo.

Foi assim que Zelena e Glinda completaram sua família.

Lariel assim como minhas meninas já era um rapaz com seus dezenove anos. Muito bonito, olhos azuis, cabelos dourados e cacheados. Não sei se era a convivência, ou o destino mesmo, mas ele se parecia com Zelena e Glinda. Lariel era um rapaz muito esforçado e dedicado. Começou cedo como ajudante na floricultura que eu havia deixado para Tinker. Já a pequena Narissa, ainda estudava, na verdade com onze anos já não é mais tão pequena, mas como era a mais nova daquela grande família, por mais que já estivesse bem crescidinha, todos ainda a víamos como aquela garotinha assustada, com seus grandes olhos azuis arregalados e aqueles lindos cachos de ouro.

Falando em Lariel e Sarah... Aqueles dois viviam em guerra, desde que ele se tornou parte da família. Mas eu sabia que por trás de tanta implicância um com o outro, havia algo muito maior... há tempos que eu já sabia que entre o amor e o ódio a linha era bem tênue... Talvez com eles um pouco mais velhos, quem sabe não conseguiriam enxergar a grande magia que eles tinham em mãos, a magia mais poderosa de todas.

Ainda em romances... Henry estava namorando a Paige, filha do maluco... do Chapeleiro. Ela ajudava Henry e Levi com as pesquisas sobre magia. Eu até gostava dela, mas confesso que não queria nenhum dos meus filhos namorando. Porque a cada dia que se passava mais finais de semana como aquele, nós tínhamos – que mesmo sendo um final de semana especial pelo aniversário das meninas, nenhum deles estavam em casa. Por mais feliz a minha vida fosse, eu sabia que o tempo de ter todos meus filhos debaixo do meu teto estava se esgotando. Mas aquilo fazia parte da vida, fazia parte do grande e perfeito ciclo do destino.

Quando as meninas fizeram o portal anos atrás, elas esconderam uma coisa de nós, que só fomos descobrir um tempo depois. Todos os membros da família tinham passe livre no portal, podíamos usar quantas vezes quiséssemos, o horário que quiséssemos e levar e trazer quem quiséssemos. Brigamos com elas, já que todos os membros da nossa família poderia ser algo muito... amplo. Mas deixamos passar e guardamos segredo. Por sorte Zelena realmente ficou boa, e para todos de Storybrooke o portal só funcionava ao amanhecer e ao entardecer. Com sorte ou não, nunca tivemos problemas.

Acordei mais cedo que o normal naquele domingo, eu estava ansiosa para a festa das meninas e para a chegada de todos. Como combinado eles voltariam pela manhã, para comemorarmos juntos o aniversário de dezenove anos de Sarah e Elise.

Henry estava na casa da Paige. Ele eu sabia que chegaria no horário. Sarah tinha ido com Levi e Lariel para a Floresta Encantada e eles também voltariam no tempo certo. Minha única preocupação era com Elise, que estava fora há mais de uma semana e eu não fazia ideia de onde e nem com quem. Eu não era a única preocupada, Emma também estava, e Sarah então... por mais que ela negasse, por terem brigado feio no dia anterior a “fuga” da rebelde, eu sabia que o motivo de Sarah ter ido com os meninos para Floresta Encantada, não era apenas diversão, ela queria encontrar a irmã.

Sentei em minha cama e observei Emma dormindo serenamente. Seus cabelos loiros caídos levemente em seu rosto. Um sorriso longe como se estivesse em um sonho bom. Incrível que mesmo depois de tanto tempo eu ainda sinta borboletas em meu estomago. Inacreditável como eu ainda sentia vontade de chorar toda vez que eu parava para pensar em como ela era minha, em como tínhamos uma vida tão linda e maravilhosa.

Com cuidado tirei seus cabelos do rosto e beijei sua face fazendo seu sorriso aumentar. Mas ela não despertou apenas suspirou e se virou para o outro lado. Era cedo demais, ficamos até tarte bebendo vinho com Snow, David, Zelena e Glinda na noite anterior.

Fui para o chuveiro e tomei um banho, coloquei uma roupa fresca e sorri feliz por não estar frio.

Sai do banheiro com Emma despertando e sorrindo como todas as manhãs. Agradeci mentalmente, por poder ter a oportunidade de mais um dia ao lado do meu verdadeiro amor.

— Bom dia... – Emma falou com a voz embriagada de sono, passando a mão em seus cabelos.

— Bom dia, querida. – Me aproximei da cama e selei seus lábios. – Ainda está cedo, pode dormir mais um pouco.

— Não conseguiu dormir? – Ela sentou-se ao se espreguiçar, me fazendo sorrir mais uma vez.

— Não, eu dormi bem, o vinho me fez apagar.

— Talvez seja saudades das crianças.

— Talvez... – Sorri ao saber que ela também sentia o mesmo. – Eu vou descer para preparar o café. Se quiser me acompanhar me espere na sala de televisão. – Ela se espreguiçou novamente, sorrindo com os olhos fechados e concordando com a cabeça.

— Será que eles vão demorar?

— Espero que não.

— E Elise?

— Espero que ela se lembre do combinado.

— Eu também.

— Vai, levanta... – Eu fui em direção a porta – Toma um banho e me encontro na sala de TV.

Sai do quarto e observei o corredor vazio. Nenhum som de criança brincando ou brigando. Nenhuma musica nas alturas, ou um som de piano vindo do andar de baixo. Éramos somente eu e Emma, naquela grande casa.

Fui andando lentamente pelo corredor, lembrando de tudo que foi vivido ali. Parei no quarto de Henry, ele não estava lá, não seria eu que iria acorda-lo com um beijo de bom dia naquela manhã.

Passei pelo quarto de Elise, e ela também não estava lá, agarrada a Sarah como de costume. Elas não estavam lá para me darem seus amorosos abraços de sempre, junto com um bom dia que vinha acompanhando de um beijos demorado em meu rosto.

Por último parei em frente ao de Sarah e como nos outros dois, não havia ninguém, nenhum dos meus três filhos estavam lá. Se eu pudesse, eu faria o tempo parar, parar na época em que só Emma e eu éramos necessárias, em que fazíamos tudo juntos, em que todos os dias a casa estava sempre cheia.

Desci os degraus com calma, eu não estava com pressa, por mais que eles não estivessem ali fisicamente, eles estavam em todas as partes, e poder sorrir com todas as lembranças, era uma das dádivas de ter o meu final feliz acontecendo todos os dias.

Eu não estava triste por eles terem crescido, eu apenas estava com saudades de tê-los comigo o tempo todo.

Preparei o café da manhã com todo meu amor, coloquei em uma bandeja e subi os degraus com cuidado para não derramar nada. Apoiei a bandeja na mesa de centro e fui até a televisão. Ao lado da mesma tinha um dvd muito especial. O dvd que Henry havia feito do meu casamento com Emma na Floresta Encantada. Eu lembrava de tudo, mas assisti aquele vídeo sempre me deixava ainda mais feliz. Coloquei-o no aparelho, e dei play no mesmo instante em que Emma apareceu na sala de tv.

— Sinto o cheiro do meu café com canela daqui. – Sorriu ao sentar-se ao meu lado. – Vamos assistir nosso casamento? – Perguntou ao pegar sua xícara. – Acho que sonhei com casamento... – Comentou ao beber um pouco de seu café.

— Espero que isso não seja um sinal e se for que não seja nenhum dos nossos filhos...

— Não quer que eles se casem?

— Eles são apenas crianças – Peguei minha xícara.

— Eles não são mais crianças, Regina... – Eu a interrompi colocando a mão em sua boca.

Emma deu um tapinha em minha mão e riu, pegou duas torradas, deu uma em minha mão e se aconchegou mais ao meu lado. Lá estávamos nós duas assistindo pela milésima vez o vídeo do nosso dia de casamento.

Henry que havia gravado tudo e editado também. A câmera e o computador tinham sido presentes do avô Rumple na época.

O vídeo começava com cenas aleatórias do meu café da manhã sendo levando por Henry, Sarah e Elise, cenas de nós quatro comendo, brincando e rindo. Não dava para ouvir o que falávamos apenas uma musica ao fundo, para dar ainda mais emoções às lembranças. Em seguida o café da manhã sendo levado pelos três para Emma, que estava em outro quarto no Castelo. A mesma musica de fundo ainda tocava, com os quatro brincando, rindo e comendo do mesmo jeito que comigo.

— Sempre que eu vejo esse nosso café da manhã do dia do casamento, eu me pergunto por qual motivo, sua mãe nos obrigou a dormirmos em quartos separados, se já tínhamos três filhos e já morávamos juntas. – Comentei ao colocar minha xícara sobre a mesa.

— Shih... – Ela também colocou a mão em minha boca como eu havia feito há alguns minutos.

Voltando a TV, logo após a cena do café da manhã, vinha uma das partes que eu mais gostava, nossos depoimentos. A música do vídeo abaixou dando vez as vozes.

Elise estava sentada ao chão, com apenas uma blusa que deveria ser do Charming, o cabelo solto e bagunçado, e com a mesma carinha de sem paciência de sempre. Linda e perfeita como sempre foi.

Seus olhos estavam diretamente na câmera e demorou um pouquinho até começar a falar.

— Regina e Emma... – Ela respirou fundo como se tomasse coragem para começar. – Minhas mães... – Ela sorriu de canto – Durante nove anos da minha vida eu apenas ouvi falar de vocês, eu apenas imaginava como que ia ser ter as duas vivendo com a gente... Por muito tempo eu fiquei triste... as vezes também senti raiva por terem nos deixado... mesmo eu sabendo que tudo fazia parte do plano para que a gente fosse feliz de verdade, como uma família deveria ser... – fez uma pequena pausa - Mas de tudo que eu imaginei viver com vocês... isso aqui... o que temos hoje, a família que somos, é muito melhor de tudo que eu sempre quis para gente... – Seus olhos começaram a lacrimejar e sua voz tremer. – Eu apenas queria que vocês soubessem que são as melhores mães do mundo, que mesmo que não tenham nos criado até os nove anos, ainda temos a vida inteira para sermos felizes. Sarah e eu fomos separadas de vocês ao nascer, mas agora que estamos aqui, nunca mais isso vai acontecer. Vamos viver juntos para sempre. Eu amo vocês... – Sorriu ao passar a mão em seu rosto para não deixar a lagrima escapar.

Elise sumiu da tela dando vez a Sarah que estava sentada em uma cadeira. Vestia sua camisola e seus cabelos estavam arrumados como sempre. Uma verdadeira princesa real.

— Mãe Emma e mãe Regina... Hoje é um dia muito especial para todos nós. – Seu sorriso mostrava como estava feliz. – Não é todo mundo que vai ao casamento das próprias mães... Mas como a gente é uma família muito especial, aqui estamos nós na Floresta Encantada nos preparando para o casamento mais esperado de todos os tempos. – Sorriu satisfeita. – Bem, como Elise disse, a vida que temos hoje é muito melhor que a vida que um dia imagine que teríamos. Então eu não me importo com o que passou, não tem como voltar atrás. A única coisa que podemos fazer é torcer, para que nosso final feliz seja eterno, que a vida seja perfeita todos os dias, que nunca nos falte amor, paz e alegria. Que tudo sempre seja melhor que o esperado e ainda melhor quando vivido e revivido... Ah, não se esqueçam, vamos viver juntos para todo o sempre. Eu amo vocês! – Deu seu melhor sorriso finalizando.

— Porque elas não ficaram desse tamanho para sempre...? – Emma reclamou baixinho ao me abraçar com mais força.

Era a vez de Henry dar seu depoimento, como todos ele também estava de pijama.

— Mãe... Mãe... – Ele riu. – Eu só tenho uma coisa para dizer a vocês... Queria que soubessem que são minha inspiração e minhas heroínas. Eu tenho orgulho de ser filho de vocês, eu tenho orgulho de tudo que fizeram para chegar até aqui, de como batalharam para terem o que tem hoje... Porque de todos os contos de fadas que eu já li, o de vocês é sem duvidas a história de amor mais perfeita que já existiu... Um dia quero poder ter alguém como vocês tem uma a outra... Eu amo vocês, que nossa família tenha paz em nosso: felizes para sempre.

— Será que a Paige é esse amor que ele esperava? – Emma perguntou bem na hora que ela surgiu na televisão. O que me fez apontar para imagem da própria na tv.

— Deixa eu te ouvir...

Emma estava sentada no meio da grande cama. Pijama xadrez. Xícara na mão. Cabelos bagunçados e um sorrisinho lindo nos lábios.

— Não sou boa com histórias... Vou tentar contar do meu jeito... – Sorriu meio sem graça. – Regina e eu... bem... nós nos odiávamos. É claro que não era ódio, mas era a única coisa, além de Henry, que tínhamos para compartilhar... Eu fiz amigos em Storybrooke, eu encontrei meus pais, eu tinha meu filho e eu os amava muito... Mas ninguém era como nós duas. Por mais raiva ela me desse, mais ódio eu achasse que sentia, por mais brigas que tivéssemos, eu conseguia enxergar uma Regina completamente diferente de tudo que as pessoas falavam, de tudo o que ela mesma fazia questão de me mostrar... Era como se eu pudesse ver dentro dela, através daquelas enormes muros que ela havia construído e por trás dos meus muros também... Por mais que as brigas fossem muito mais constantes, Regina me entendia, ela me lia com os olhos, ela sabia quando eu estava bem ou mal, mentindo ou não. Assim como eu também... Nada entre eu e ela foi forçado ou planejado, as coisas aconteceram do mesmo jeito que acontece com magia... – Fez uma pausa, sorriu para o nada e voltou a olhar para a câmera. – Em Neverland as coisas fluíram de um jeito diferente e foi lá onde eu me dei conta de que todo aquele ódio não era ódio... Mas as coisas aconteceram rápidas demais. Salvamos Henry, voltamos para cara, Henry não era Henry, Henry voltou a ser Henry, Pan lançou a maldição da Regina e BUM... Henry e eu tivemos que partir para uma vida sem lembranças. Uma vida da qual nem ao menos era real... As memorias haviam partido, mas os sentimentos não... Vivemos na mentira por meses, porém mais uma vez as coisas aconteceram... A história tinha começado com Regina e eu nos odiando e brigando por um filho... Passamos por maldições, conflitos e muitos empecilhos pelo caminho... Mas agora... agora nós temos três filhos maravilhosos... e hoje é o dia do nosso casamento... Sim, eu vou me casar com a mulher que quis me matar inúmeras vezes. – Ela sorriu, fez uma pausa e olhou para câmera como costumava a olhar em meus olhos. – Regina... A única coisa que eu nos desejo é paz, que nossos dias sejam sempre cheios de amor e muita paz. Eu te amo.

— Eu sempre acho que deveria ter falado mais, mas eu estava muito ansiosa... – Emma falou baixinho ao meu lado.

— Eu sei querida... – Olhei para ela, que me olhou também. – Acho que você deveria ter desejado também que nossos filhos ficassem para sempre em casa.

— Shih... você! – Ela virou meu rosto para televisão. – É sua vez, seu depoimento é o melhor...

Eu estava como Emma, sentada no meio da cama, de pijama e com uma xícara em uma mão.

— Era uma vez uma Rainha... uma Rainha Má. – Eu sorri ao lembrar de uma época tão distante que nem parecia ser naquela vida. – Que se dedicou de corpo e alma a acabar com a vida de Snow White, a menina que ela culpava por ter tirada o seu final feliz. A Rainha lançou uma grande maldição, que devastou reinos e acabou com todos os finais felizes. Ela sabia da profecia, de que a criança de Snow e Charming seria a responsável por quebrar sua maldição, e é claro que a Rainha Má tentou matar a recém-nascida, mas já era tarde, ela havia escapado, mas a Rainha era confiante e tinha certeza que arrumaria outro jeito de destruir qualquer possibilidade de acabar com seu próprio final feliz, que para ela na época, acreditava que era ver a infelicidade alheia... Os anos se passaram e seu final feliz, não era feliz, a vingança não tinha sido suficiente. Ela tinha tudo em mãos, mas não tinha nada em seu coração, ele estava vazio, completamente oco e cheio de escuridão. Foi quando a Rainha decidiu que precisava de algo a mais e junto ao destino, no momento certo, ela adotou um menino que lhe deu o que ela precisava, amor e esperança. Dez anos depois, o seu pequeno príncipe lhe deu um susto aparecendo com sua mãe biológica em sua porta. Naquele instante a Rainha soube que sua vida jamais seria a mesma. De todas as pessoas do mundo Emma era completamente diferente. Emma não era apenas a salvadora, não era apenas a mãe do Henry, não era apenas filha de Snow e Charming. Emma era a única pessoa no mundo que não tinha medo da Rainha, ela era a única que batia de frente com ela, que nunca se rebaixava, a única que acreditava nela... que salvava ela, que lia ela... A Salvadora realmente era a responsável por quebrar a grande maldição da Rainha Má, mas o que ela não sabia era que a real maldição estava em seu coração. Emma de fato trouxe de volta os finais felizes, mas o seu real destino era com a Rainha... E no fim a Salvadora salvou a Rainha Má de suas próprias trevas. Dando a ela não só um final feliz, mas uma grande família, linda e maravilhosa... Estou ansiosa para vivermos nosso: felizes para sempre... Eu te amo, Sra. Emma Swan Mills. – Sorri para câmera como se tivesse sorrindo para ela.

Uma musica de fundo entrou novamente, junto com mais algumas cenas soltas. As crianças brincando e correndo. Emma desesperada andando de um lado para o outro. Eu quase tendo uma crise nervosa. Snow chorando. As crianças se arrumando. Nós nos arrumando...

— Eu era tão lindinha... – A voz de Sarah veio da porta fazendo Emma e eu virarmos para ela, dando as costas para a tv.

— Sua irmã? Cadê? – Perguntei já com meu coração na mão.

— Bom dia mãe, eu estou ótima e obrigada pelos parabéns. Meu final de semana foi bem ruim... Mas não, eu não encontrei sua querida filha na Floresta Encantada. – Ela disse com o ciúme estampado em sua voz.

— Não Sarah... Desculpa.

Emma levantou antes de mim e foi na direção dela, eu fiz o mesmo.

— Parabéns, princesa. – Emma abraçou Sarah que continuou com a cara fechada. – Feliz aniversário! – Emma a soltou dando um beijo em seu rosto.

— Desculpa filha. – Eu pedi de novo a abraçando. – Desculpa, desculpa... Eu te amo, princesinha. – Eu apertei o abraço. - Parabéns! – Soltei pegando em seu rosto com as duas mãos. – Desculpa tá bem? – Eu beijei a pontinha do seu nariz. – Eu te amo muito, você sabe disso... – A abracei rapidamente a puxando para o sofá, junto com Emma. – Já tomou café da manhã?

— Ainda não.

— Então tome com a gente. – Emma passou a mão em seus cabelos e apontou para a bandeja cheia de coisas sobre a mesinha.

— Não estou com fome... – Ela cruzou os braços e se encostou ao sofá.

— Porque está triste? O que aconteceu na Floresta Encantada? – Emma perguntou atenciosa.

— Eu não achei Elise... Levi praticamente sumiu quase toda a parte do tempo... E eu tive que ficar sozinha com Lariel... Logo... Nada saiu como planejado... – Sarah olhou para mim com os olhos tristes. – Eu só queria saber onde ela tá e se está bem...

— Sim ela está. – Emma afirmou como se tivesse certeza.

— E como sabe disso? – Sarah perguntou.

— Porque ela é nossa filha e sua irmã. Ela é uma Swan Mills. Tenho certeza que está bem e que vai cumprir o que prometeu, ela volta hoje.

— Você jura mãe? – Perguntou para Emma.

— Juro. – Sarah finalmente sorriu.

— Vai, come alguma coisa... – Eu insisti. – Conta para gente o quanto Lariel te irritou dessa vez...

É claro que deixamos o dvd para lá e ficamos ouvindo, o quanto Lariel era chato e irritante, o quanto ele era mandão e achava que sabia de tudo. Mas o quanto ele também foi legal com ela a ajudando a procurar por Elise, e o quanto ele foi engraçado quando tentou pegar agua e caiu no riacho. Lá se ia mais uma... logo ambos iriam descobrir que aquilo se chamava final feliz.

Henry apareceu logo depois de Sarah, nos contou que o Chapeleiro ouviu dizer, que alguém tinha visto Elise em um lugar chamado Arendelle. Mas que ela voltaria para a festa. Era para eu ter me tranquilizado, mas fiquei ainda mais nervosa. Se ela não aparecesse eu iria até esse tal de Arendelle para busca-la.

A festa não era bem uma festa, era apenas uma comemoração em nosso jardim para os mais íntimos, que se resumia a: Snow, Charming, Levi, Zelena, Glinda, Lariel, Narissa, Tinker, Paige, Chapeleiro, alguns amigos da escola, Emma, Henry, eu e as aniversariantes, que no momento só tínhamos uma, Sarah.

A festinha estava rolando. Os jovens de um lado e os mais velhos do outro.

Já se passava das seis da tarde e nada de Elise aparecer. Sem ela ali eu não conseguia curtir, ainda mais vendo que Sarah estava dando o seu máximo para mostrar aos outros que estava tudo bem, quando eu sabia que ela estava arrasada por sua irmã tê-la “abandonado”.

Em uma brecha na conversa eu puxei Emma para um canto.

— Se ela não aparecer em uma hora eu vou fazer um feitiço localizador e você vai atrás dela, seja lá onde estiver. – Eu estava brigando com Emma, mas na verdade queria era brigar com Elise.

— Não vamos precisar disso. – Ela sorriu ao olhar para trás de mim, fazendo-me olhar também.

Andando lentamente pelo jardim Elise caminhava de mãos dadas, junto a outra jovem. Todos da festa pararam para olha-las.

Fazia pouco mais de uma semana que eu não via minha filha, mas ela parecia outra, na verdade era o brilho dos seus olhos que haviam mudado, fazendo com que ela inteira parecesse outra mulher.

Elise buscou a irmã com os olhos e ao vê-la soltou a mão da pessoa que estava ao seu lado.

— Sarah! – Ela a chamou indo quase correndo em direção a irmã.

— Elise!

Elas correram uma na direção da outra e se abraçaram com tanta saudade, que caíram na grama, rolando de um lado para o outro como duas crianças. Todos ficaram ao redor delas admirando-as e sorrindo, com aquela cena linda... eu tinha tanto orgulho do amor que elas tinham uma pela outra.

O momento entre as irmãs acabou. Elise levantou ajudando Sarah em seguida. Elas se abraçaram novamente e se soltaram ainda sorrindo.

Elise abraçou Henry que estava próximo, ele a levantou levemente em seu abraço de irmão mais velho.

Agora era nossa vez, eu queria brigar com ela, mas não dava, a saudade era maior. Elise veio em nossa direção e nos abraçou juntas.

— Desculpa! Desculpa a demora. – Ela dizia enquanto nos abraçava.

— Feliz aniversário, querida! – Eu ignorei o que ela tinha dito, aquele não era o momento nem o lugar.

— Parabéns criança! – Emma falou quase junto comigo.

— Obrigada, obrigada! – Ela nos soltou pegando em nossas mãos. – Desculpa mesmo. Eu amo vocês! A festa está linda! – Ela nos abraçou de novo, aquilo era estranho, ela estava mais feliz que o normal.

Elise nos soltou ainda sorrindo, deu um passo à trás e olhou ao redor como se tentasse absorver as pessoas que estavam ali. Em seguida olhou para a mulher que estava com ela e a chamou com a mão, para que se aproximasse mais.

Ela nem precisava dizer nada, os olhos de ambas entregavam tudo.

Naquele instante eu tive certeza: todos os meus filhos tinham crescido.

— Antes de falar com todo mundo, quero apresentar a Elsa para vocês.. – Ela puxou a outra pela mão. – Elsa, Rainha de Arendelle e minha namorada.

O desespero tomou conta de mim ao ouvir “Rainha”. Isso queria dizer que se as coisas caminhassem para um final feliz, Elise sairia de casa, não para a casa ao lado, ou na outra rua, mas para outro Reino. Respirei fundo e tentei não pensar naquilo, não ali. Na verdade não era algo a ficar se pensando... Todos os filhos sempre vão embora um dia.

Elise falou com o resto dos convidados, enquanto Emma e eu conhecemos Elsa. Depois as duas se juntaram aos jovens, fazendo com que os mais velhos ficassem ainda mais em memoria e nos fizesse lembrar ainda mais do passado. Recontando as mesmas histórias de sempre.

Cantamos parabéns, cortamos o bolo e grupos menores se formaram.

Emma e eu sentamos em um banco mais distante, onde podíamos ver tudo e todos que estavam presentes naquela noite linda, fresca e estrelada.

— Vamos ter outro filho? – Emma falou enquanto dividíamos o pedaço de bolo.

— O que?

— É...! Vamos ter outro filho! Ou outros... – Se virou para mim como se fosse a ideia mais extraordinária do mundo.

— Mas já falamos sobre isso e você não quis...

— Regina, olha para eles... Cresceram... Estão indo embora de nossas vidas... A casa está cada vez mais vazia... E a gente, bem... Nós nunca criamos um filho desde bebê juntas... Seria uma experiência nova.

— Amo novas experiências.

— Isso é um sim? - Ela perguntou com um sorriso enorme.

— Não sei, Emma... Eu também estou assustada com essa nova fase. Também não quero que eles partam...

— Olha, uma estrela cadente! – Ela praticamente gritou me fazendo olhar para o céu.

— Onde?

— Já passou... e eu já fiz meu pedido. – Ela sorriu maliciosamente, o que me fez soltar o ar sorrindo.

— E o que foi? – Eu sabia a resposta, mas provoquei com a voz baixa e encarando seus lábios.

Emma foi se aproximando lentamente do meu rosto, encarando minha boca com vontade. Meus olhos fixos nos seus, que me mostravam o quanto ela me amava e me desejava.

— Se eu contar não realiza. – Ela falou a milímetros da minha boca e a selou rapidamente em seguida.

Eu segurei em sua nuca para que não saísse de perto de mim.

— Eu te amo, Emma.

— Eu te amo, Regina. – Eu a beijei sentindo meu coração disparar. Aquela sensação nunca passava, o que fazia seus beijos serem viciantes.

— Vamos... – Ela levantou com pressa pegando em minha mão. – Vamos curtir mais um pouco essa festa, porque nossa noite só vai terminar amanhã de manhã.

FIM.

 

(LEIA NOTAS DA HISTÓRIA E ACOMPANHA UMA CONTINUAÇÃO)


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Notas finais do capítulo

Não tem como agradecer a cada um pessoalmente, porque se desse eu faria isso.
Obrigada por lerem, obrigada pela paciência, obrigada pelos elogios, pelas criticas, pelas ajudas. Obrigada a quem esteve comigo desde o inicio, e obrigada a quem está comigo desde ontem.

Bem, foram quase dois anos de fanfic... Por favor, não deixem de me dizer o que acharam. Me doei para vocês o máximo que pode, agora quero seus sinceros argumentos sobre essa longa história de amor.

Beijos, até a próxima.

CONTINUAÇÃO: https://fanfiction.com.br/historia/685304/Caminhos/