Faça-me Acreditar escrita por Mary N Braga


Capítulo 7
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Explicações para meu atraso nas notas finais.
Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/488757/chapter/7

Quando acordei, na manhã seguinte, tive que respirar fundo para criar coragem e levantar. Meus olhos provavelmente - na verdade, com certeza - ainda estavam inchados e vermelhos, resultado de muito tempo chorando.

Eu, definitivamente, não aguentava mais aquela família. Eles eram meu pior pesadelo, e eu não tinha nenhuma defesa contra eles. Eram uma lembrança muito forte do passado, e isso era extremamente difícil e doloroso para mim.

Mas eu não podia ficar chorando pelos cantos, como a menininha que tinha perdido tudo o que tinha recentemente, porque essa não era mais eu. Um dia, há muito tempo, eu fora assim, mas não mais. Eu precisava levantar, por mais difícil e exaustivo que isso fosse. Era o que minha família ia querer para mim.

Com esse pensamento não tão agradável sobre minha família, saí de baixo das cobertas, e me arrastei até o banheiro, para tomar um banho.

Quando voltei ao meu quarto e me vesti, olhei para a janela e percebi que o sol realmente brilhava hoje. Isso foi forte o suficiente apenas para arrancar de mim um pequeno sorriso de lado.

Nem tinha notado, mas Jacey também olhava pela janela. Ela continuava estranha, com o mesmo comportamento anormal de ontem - cheirando tudo, especialmente a janela, desconfiada. Por mais que eu tivesse tentado convence-la a sair dali, lá ela continuou. Depois de um tempo, desisti, e simplesmente fui tomar meu café da manhã - só uma tigela de cereal, como sempre.

Eram 9h, o que significava que eu tinha uma hora para chegar à Newton's Olympic Outfitters. Decidi que sairia de casa às 9h30min. A questão era: o que eu ficaria fazendo até lá?

Então, para me ocupar, comecei a fazer uma série de coisas: arrumei minha cama; terminei uns poucos exercícios que eu não havia concluído na aula de trigonometria; troquei o paninho higiênico de Jacey; reguei as flores que haviam em um pequeno vaso, perto da janela de meu quarto; por fim, coloquei roupas sujas na máquina de lavar, e programei-a. Quando terminei de fazer tudo isso, já eram 9h25min. Peguei minha bolsa, com minha carteira e documentos - coisas que sempre se leva para todo lugar -, peguei as chaves da picape - que, como Edward havia prometido, aparecera do nada, estacionada em frente a minha casa - e saí. Exatamente às 9h30min, eu liguei meu carro, e me dirigi à loja dos Newton.

Cheguei lá quinze minutos depois. Já havia muitas pessoas lá, mas Mike, depois de me cumprimentar, disse que ainda faltavam alguns outros que ainda não haviam chegado.

Quando todos estavam reunidos, nos juntamos em três carros e fomos para La Push. Eu me sentei no banco de trás do carro de Mike, ao lado da janela aberta, o vento bagunçando meu cabelo ao mesmo tempo em que eu tentava mantê-lo no lugar — ou pelo menos longe do meu rosto e do de quem se sentava ao meu lado.

Não demoramos para chegar à praia, que estava vazia. Mike e Ben fizeram uma fogueira com restos de outras feitas anteriormente por pessoas como nós. Todos nos sentamos em círculo ao redor das chamas.

Depois de um tempo, alguns meninos foram ver as piscinas naturais que haviam perto dali. Quando era pequena, meu pai levava a mim e a minhas irmãs, Chloe, Megan e Grace, para ver essas piscinas. Eram lindas, e eu adorava vê-las. Porém, decidi não ir. Eu já tivera memórias suficientes nos últimos tempos.

Logo que eles saíram, um grupo de adolescentes da reserva chegou, querendo se sentar conosco. Um deles, que se apresentou como Sam Uley - droga, eu conhecia aquele nome! -, que parecia ter uns 19 anos, agiu como porta-voz do grupo, e apresentou todos. Esqueci os nomes assim que ele os disse, mas um único prendeu minha atenção. Havia um garoto chamado Jacob Black, e este eu reconhecia.

Jake era filho de Billy Black, que fora muito amigo de Charlie. Antes de morrer, Sarah, a mãe dele era muito amiga da minha. Mas ela sofreu um acidente de carro quando Jacob era pequeno.

Assim que cada um foi conversar com quem quis, me levantei e fui na direção de Jake, que já parecia ter me notado.

– Jacob? Lembra de mim? Sou eu, Bella.

Ele deu um sorriso caloroso.

– Bella! Faz tanto tempo! Desde...

Ele provavelmente teria dito "Desde que sua família morreu", mas mudou de idéia, deixando a frase incompleta.

– Nossa, Jacob, você cresceu muito! Olhe seu tamanho! - mudei de assunto.

Jacob corou.

– É... Um pouco, certo? Todos dizem que sou bem alto para minha idade.

– Acabou de fazer 15, não foi? - perguntei.

– Foi - ele confirmou.

– Bella? - ouvi alguém me chamando, atrás de mim.

Me virei, percebendo que quem falara comigo fora Lauren. Franzi as sobrancelhas, já sabendo que dali não sairia boa coisa.

– Eu estava conversando com Tyler, e pensei... - não me lembro te ter perguntado nada para ela, mas tudo bem - Por que será que ninguém pensou em chamar os alunos novos, os Cullen? Você não pensou em chamar... O nome dele é Edward, certo? Enfim, aquele garoto com quem você sentou ontem. Vocês pareceram tão amiguinhos, e...

– A família do doutor Cullen? - perguntou Sam Uley, em tom preocupado. Fingi que não tinha idéia do por quê; na verdade, pensei que sabia muito bem o motivo. Melhor do que devia.

– Sim, por quê? - Lauren pareceu irritada por ter sido interrompida.

Fútil, bufei mentalmente.

– Eles não podem vir aqui - respondeu Sam Uley em tom definitivo, e virou-se, encerrando o assunto.

Antes que alguém falasse mais alguma coisa do tipo, levantei-me, e perguntei a Jacob:

– Quer dar uma volta comigo na praia?

Seu rosto se iluminou, e ele postou-se ao meu lado imediatamente.

– Claro!

Saímos andando em silêncio durante um tempo, até que chegamos a um tronco que estava caído na areia, branco por causa da maresia. Sentamo-nos nele, eu olhando para o oceano.

Sabia que não devia perguntar, que isso me machucaria, mas perguntei mesmo assim:

– Jacob... Você sabe o que aquele garoto, Sam Uley, quis dizer com aquilo? Sobre os Cullen - fui direta.

Seu semblante ficou mais sério.

– Não posso falar sobre isso.

Droga! Por que tinha de ser essa a resposta...?

– Por favor? - usei meu tom mais persuasivo, mas sem deixar transparecer o quanto aquilo era importante para mim.

Jake avaliou minha expressão por um tempo, e algo nela convenceu-o.

– É que... tem uma lenda aqui na reserva. É besteira, na verdade.

Eu sabia. Uma lenda quileute. Como não pensara nisso antes?!

– É uma história bem boba sobre...

– Vampiros? - interrompi-o antes que tivesse percebido.

Ele me olhou com curiosidade, e eu me xinguei mentalmente por ter sido tão descuidada.

– Exatamente. Como sabe?

Dei de ombros, procurando uma resposta que não mostrasse toda a verdade.

– Fiz uma pesquisa na Internet uma vez. Só por curiosidade, mesmo.

Era mais ou menos isso...

Jake pareceu aceitar minha explicação.

– Bom, então, essa é a lenda dos Cullen, essa que você já conhece, pelo visto. Agora que eles se mudaram para cá, algumas pessoas aqui da reserva ficaram nervosas... Inclusive meu pai - Jacob riu, deixando claro que aquilo era absurdo para ele. Em seguida, murmurou: - Velho bobo e supersticioso.

Depois disso, eu procurei mudar de assunto. Conversamos sobre nossa infância, quando brincávamos juntos - eu, ele e nossas irmãs. Ele tinha duas: Rachel e Rebecca, as gêmeas. As duas tinha, saído da reserva, segundo ele - porcaria de coincidência. Por que tudo tinha que ser exatamente igual a... Deixa para lá.

Depois de umas quatro horas, que mais pareceram quatro minutos, Mike e Jessica vieram me chamar, dizendo que estávamos indo. Despedi-me de Jacob, e nós fomos embora de La Push. O sol ainda brilhava levemente, mas eu sabia que aquilo não duraria por muito tempo.

Acabei chegando em casa às 17h, porque passamos mais umas duas horas num restaurante. Ang e eu conversamos um pouco, já que mais ninguém chegou muito perto de mim - não que eu ligasse. Mas estaria mentindo se dissesse que ter sua companhia não foi bom - eu realmente gostava de Angela.

Eu comi um pedaço de pizza que havia na geladeira, já que eu continuava com fome - eu comera apenas metade de um prato de bife, arroz e ovo frito, que dividira com Angela. Depois, tomei um banho, lavei o cabelo e sequei-o, estendi as roupas que havia deixado na máquina de manhã, escovei os dentes, coloquei comida para Jacey e, quando eram 19h, fui dormir. Eu sabia que era muito cedo, mas precisava descansar.

E eu teria dormido por muito mais tempo se não fosse por aquele pesadelo...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

1º: Gente, sei que estou 2 dias atrasada, mas aqui vai minha explicação fajuta: eu posto sempre primeiro no Insta, certo? Teve um imprevisto, um atraso por lá, e eu só postei ontem de madrugada kkkkkkkkk. Desculpem!
2º: Muito obrigada, a Amanda Vans e a minha amiga Rose - cujo usuário eu absolutamente não lembro agora - pelos reviews no capítulo passado!
~•~
E então... Com esse finalzinho cheio de suspense, mereço algum review? Ou até alguma recomendação?
~•~
O próximo capítulo sai... Assim que minha beta, a Ellie, me mandar e eu terminar de corrigir! Kkkkkkkk! Então, até lá!

— Mary.