Faça-me Acreditar escrita por Mary N Braga


Capítulo 18
Capítulo 17


Notas iniciais do capítulo

Desculpem. Passei doze dias sem postar — que vergonha. SORRYYYYYYYY!

Enfim, eu espero que gostem!



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– Eu tenho que sair daqui - disse, ficando cada vez mais perdida em meu medo. Nada podia acontecer àquela família e nem ao que restava da minha.

– Bella - Edward falava com a voz séria, calma, baixa e controlada. - O que está acontecendo?

– Não é o que está acontecendo - proferi tais palavras como num sopro final de alguém que não tem mais fôlego. - É o que vai acontecer.

Ele pareceu confuso, as sobrancelhas franzidas.

– Tudo o que eu escrevi acontece, Edward. Não é exatamente igual - há pequenas mudanças. Mas, em base, é sempre o mesmo.

Ele assentiu.

– Há nômades na região. Você sabe disso, eu também. E estava tentando esconder de mim, mas não importa. Esse jogo de baseball? Eles ouvirão. O rumo que Alice prevê? Vai mudar, e os três - sim, sei que são três - virão até nós. Se eu estiver lá, um dos dois homens vai sentir meu cheiro. Ele será o problema, Edward. Seu nome é James. Desde humano, ele era um caçador. Agora, ele possui um dom, e é extremamente habilidoso. Se eu não for defendida, ele me matará imediatamente. Se for, ele perceberá que sou uma humana, com um clã extremamente incomum e forte, por ter sete vampiros, me protegendo. Será apenas um grande jogo, uma competição, para ele - tudo isso foi dito rapidamente por mim, cada vez mais nervosa.

Repentinamente, senti as mãos frias de Edward em meu rosto, fazendo com que eu parasse de andar de um lado para o outro e olhasse-o.

– Bella, está tudo bem. Nada vai acontecer. Não precisa ir ao jogo. Eu também não vou mais, ficarei aqui com você.

Eu queria acreditar naquilo, ansiava por pensar que não corria perigo. Seria tão mais fácil, tão mais confortável para mim - sem desespero, sem sofrimento. Os olhos de Edward passavam essa confiança a mim. Os problemas foram lentamente se esvaindo de minha mente aos fixar seu rosto, e...

O que eu estava prestes a esquecer, e a urgência disso, voltou a minha mente como se houvessem atirado um balde de água fria em mim.

– Você não entende - choraminguei - Não importam as circunstâncias divergentes entre o "original" e isto aqui, agora. No fim, não importa onde eu esteja, ele vai me achar. Tudo o que posso fazer é estar longe de casa, e longe de quem eu amo. Não vou deixar sua família se envolver nisso, e não vou arriscar o que ainda resta da minha.

Ele continuava a segurar meu rosto.

– E eu não vou deixá-la desprotegida e sozinha - sussurrou, beijando-me a testa em seguida - E acho que todos nós aqui somos bem grandinhos; não será ameaça para nós.

Ele esboçou um pequeno sorriso, que logo desapareceu. Retirou as mãos de meu rosto, subitamente um pouco mais alerta.

– Alice - disse, em um tom de voz normal que logo aumentou - Alice!

Ele virou-se para abrir a porta do quarto e, no exato momento em que o fez, a garota apareceu no batente.

– Carlisle - Edward disse, simplesmente. Ela compreendeu.

– Já liguei para ele, por causa do jogo. Vou ligar de novo, para avisar.

Eles conversavam rápido, e eu sabia que Alice só falava em voz alta no intuito de que eu pudesse entender umas poucas coisas - a maioria me escapava, devido à velocidade com que pronunciavam as palavras. Aparentemente, ela ouvira a conversa. Apesar de eu perceber que ela não entendera como eu sabia de tanto, percebi que Edward prometia explicar-lhe depois.

Logo ambos se viraram e entraram no corredor, descendo a escadaria um pouco rápido demais para que eu acompanhasse-os de perto. No segundo andar, Jasper juntou-se a nós - ou a eles, já que eu estava a quase um lance de escadas atrás. Para um nível humano, eles corriam quando chegaram ao primeiro andar - mas, sendo quem eram, estavam bem lentos. Eu quase tropecei no último degrau, mas ninguém pareceu notar. A essa altura, Esme já estava na conversa também, parecendo preocupada e um pouco confusa. Naquele momento, Rosalie e Emmett - que eu nem percebera que não estavam em casa - entraram pela porta da frente, e já se meteram no debate sobre o que fazer. No meio daquele pandemônio, provavelmente uma discussão acerca de minha segurança, eu mesma acabei sendo esquecida.

– Argh - resmunguei - Ei! Para quê todo esse pânico?

Finalmente consegui atrair a atenção deles para mim.

– Eu sei o que vai acontecer, independentemente das circunstâncias. Mais cedo ou mais tarde, três nômades vão me achar, quer haja alguém comigo ou não. Vou ficar o mais longe possível da minha casa e da minha família, e não posso pedir que se envolvam nisso. A única resposta seria me deixar sozinha na floresta, onde seria fácil, e...

Um rosnado baixo vindo do peito de Edward me interrompeu.

– Eu não vou deixá-la na floresta. Isso seria uma sentença de morte - disse.

Um curto silêncio se seguiu, quebrado por Rosalie.

– Ahn, dá licença? Ainda não entendi de onde foi que tiraram o problema. Só porque ela - disse, jogando o braço na minha direção de modo displicente - diz que teremos um problema, todos entram em pânico? Qual a razão disso? Essa humana por um acaso vê o futuro, como Alice? É idiota dar ouvidos a uma história sem base e fundamentada no que ela acha que vai acontecer!

Edward cerrou os punhos, e parecia com raiva. Decidi intervir, antes que algo ruim acontecesse.

– Tem razão, Rosalie. Por que deveriam acreditar em mim, e que provas tenho? - disse, para a surpresa de todos - Bom, meu único motivo para acreditar eu - destaquei o pronome enquanto falava - tenho um problema, é o fato de que eu já vivi tudo isso, de certa forma.

Eles entreolharam-se, confusos. Edward, contudo, assentiu, mostrando que havia compreendido.

– Quando era alguns anos menor, eu... Em segredo, eu escrevi um livro - comecei a falar mais rápido antes que alguém me interrompesse - Para resumir, no livro, tudo isso aqui acontecia. Não sei como, mas consegui imaginar todos vocês exatamente como são. Tudo o que acontece na história, tem acontecido ultimamente. Para mim, é mais do que um motivo para se preocupar - afinal, isso aqui eu conheço como ninguém. O problema é que não tenho como saber exatamente o que vai acontecer agora. Eu escrevi que um dos nômades fingiria que sequestrava minha mãe, mas como ela morreu há anos, não seria possível. Então, sendo assim, não tenho como saber o que ele fará.

Fiquei quieta e baixei os olhos, deixando que todos absorvessem as minhas palavras.

– Vou ligar para Carlisle - disse Alice, a voz quase inaudível, e se afastou de nós, com um pequeno celular prateado em mãos.

Pude sentir que a tensão diminuiu gradativamente, e percebi que era Jasper nos acalmando. Nosso olhar encontrou-se por um breve momento, antes que ambos desviássemos-os para outra coisa, mas esperei que ele tivesse entendido que tentei agradece-lo com os olhos por amenizar o estresse entre todos.

– E então? - perguntou Emmett - O que faremos agora?

Olhei de esguelha para Edward, que, nesse momento, passou um braço ao redor de minha cintura protetoramente.

– Eu não sei - murmurou, como se não quisesse que esta resposta fosse ouvida. Então, ergueu um pouquinho o queixo - Vamos esperar. Aguardar Carlisle e, depois, ficar aqui, onde é relativamente seguro, e ver o que acontece.

Ele olhou para os outros, como se esperasse uma confirmação, comentário ou protesto. Ninguém disse nada.

Alice voltou em silêncio para o círculo em que estávamos, e todos ficamos mudos até que, também quase sem produzir algum som, Carlisle chegou. Esme foi em sua direção, e começaram a falar em voz baixa. A roda se desfez, todos saindo em pares para um canto diferente. Como todos os casais estavam longe de nós agora, se não calados, falando em voz baixa, Edward me puxou levemente para o topo da escadaria deste andar, onde nos sentamos.

Ele passou os braços ao meu redor, e me aninhou de encontro a si. Ficamos observando os outros por um longo tempo - a tarde inteira, na verdade. Fui gradativamente relaxando, e dormi um sono leve, a cabeça apoiada em seu ombro.

Não sei quanto tempo depois, senti o corpo de Edward ficar rijo, e abri os olhos. Mesmo os murmúrios dos outros silenciou. Eles alternavam seu olhar entre quem me segurava contra si e Alice, que encarava fixamente nenhum lugar em especial. Eu entendi o que estava acontecendo - ela já podia ver os nômades chegando. Seu irmão, obviamente, sabia disso, por ter escutado o pensamento. Foi ele quem quebrou a quietude tensa.

– Vamos, Bella - disse-me, levantando e me ajudando a fazer o mesmo.

– Para onde? - murmurei, um pouquinho confusa.

Seu olhar estava escurecido, a expressão de pedra.

– Esperar lá fora.


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Notas finais do capítulo

Daaaaahhhhh, e agora? De novo, vou pedir as teorias de vocês! A situação vai ferrar, é óbvio, mas o que vocês acham que vai acontecer?

Obrigada pelos 6 reviews no capítulo passado