Faça-me Acreditar escrita por Mary N Braga


Capítulo 16
Capítulo 15


Notas iniciais do capítulo

Oiiiiiiiiii! Demorei um pouquinho?
~•~
Pessoas, já falei que os capítulos daqui até o 19 têm finais "morríveis", né? Ótimo. Porque eles têm.
Esse capítulo é descomunalmente longo.




Boooooaaaaaaa leituuuuuuraaaaaaaaa ~ritmo de We Are The Champions~



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Quando abri os olhos na manhã seguinte, percebi que estava deitada em minha cama, no meu quarto, apesar de não me lembrar de ter ido para lá. Estava deitada de lado, o rosto virado para a parede de cor clara, que eu fitava no momento.

Vasculhei minha mente a procura de memórias do dia anterior. A última coisa de que me lembrava era uma música suava cantarolada por uma conhecida voz aveludada. Meus olhos se arregalaram para a parede a minha frente, e vislumbres de tudo o que acontecera passaram por minha mente - uma campina; um rapaz com a pele feita de diamantes brilhando ao sol; a sensação do vento passando por mim enquanto atravessava a floresta agarrada às costas dele.

Virei-me para o outro lado rapidamente à procura de Edward; tão rápido que, exatamente como ontem, minhas pernas se embolaram em meu cobertor, me fazendo perder o equilíbrio e ir em direção ao chão. Contudo, antes que tal acontecesse, ele segurou-me pela cintura e pôs-me em seus braços, como se eu fosse um bebê. Depois, andou calmamente até a cadeira de balanço no outro canto do quarto, e lá se sentou, embalando-nos de modo tranquilo.

– Bom dia - sussurrou.

Suspirei em resposta, e enterrei o rosto em seu peito, inalando o cheiro doce de Edward.

Percebi que ele não usava mais o sweater caramelo, e sim uma blusa branca, com as mangas longas vermelho-escuras.

– Você saiu daqui enquanto eu dormia, não foi? - perguntei baixinho, sem me mover.

– Eu precisava tomar um banho, certo? - respondeu, o tom de voz ainda baixo, porém divertido.

– Hum... Ahn... Aham - gemi, ainda sonolenta.

Ele proferiu uma risada baixa e musical que me fez sorrir.

– Mas não teve problema. Você só falou depois que eu voltei.

Isso me fez arregalar os olhos e mover a cabeça um pouco bruscamente.

– O que foi dessa vez? - perguntei, preocupada. Tentava desesperadamente achar esse trecho da história, já que isso era mais confiável que as visões de Alice.

Edward esboçou um sorriso simplesmente angelical.

– Você disse que me amava.

No exato segundo em que ele pronunciou estas palavras, elas ecoaram em minha mente, e aquele mesmo momento perpassou por ela, mas eu sabia que era, na verdade, a cena que eu imaginara anos atrás, não o presente.

Enterrei novamente a cabeça em seu peito.

– Como se você não soubesse... - murmurei.

Quando Edward falou, quase pude ouvir um sorriso em sua voz, e não precisei olhá-lo para ter certeza de que sua expressão era feliz naquele instante.

– Isso não muda o fato de que ouvir você dizer foi uma das melhores coisas que me aconteceram, apesar de ser algo relativamente simples.

Foi a minha vez de sorrir.

– E-eu te amo, Edward - gaguejei, sem jeito.

Quando minhas palavras ecoaram em meus ouvidos, eu mais do que nunca soube que não poderiam ser mais verdadeiras.

– Você é a coisa mais importante do mundo para mim, Bella - ele sussurrou de volta.

Não havia mais nada que pudéssemos dizer. Enquanto um de nós vivesse, aquele momento seria eterno em nossas lembranças - bom, bastava que Edward vivesse, e ele realmente seria eterno. Desejei com muito fervor que os segundos durassem para sempre.

Talvez tenham se passado minutos ou horas quando ele finalmente se levanto da cadeira, me colocando delicadamente no chão, mas ainda deixando que eu o usa-se como apoio.

Olhei-o, grata.

– Edward, se importa se eu... - hesitei ao pensar no termo que usaria, porque era exatamente o que a Bella da história diria. Dane-se. - tiver alguns minutos como humana?

Esperei que ele entendesse sem mais explicações.

– Claro que não - disse, prendendo o riso - A vontade, senhorita Swan.

Revirei os olhos e escapuli para o banheiro. Lá escovei os dentes e tentei arrumar o cabelo, sendo rápida e eficiente.

Logo que saí, voltei ao meu quarto, mas Edward já não estava mais lá. Então desci as escadas vagarosamente, pensando em onde ele poderia estar. Esta questão foi respondida quando cheguei à cozinha, e vi-o sentado em uma das cadeiras perto da mesa, sorrindo para mim. Suspirei e andei para perto dele, que se levantou e abraçou-me inesperadamente.

– Eu te amo, Bella - disse, sua voz subitamente assumindo um tom de dor, como se me dizer aquilo fosse imprescindível - Por favor, nunca se esqueça disso.

Não soube o que dizer, então permaneci calada em seus braços.

Cedo demais, ele me soltou, e sorriu.

– Hora do café da manhã, certo? - perguntou-me.

Naquele momento, lembrei-me dessa exata cena acontecendo em meu quarto, e decidi fazer o que mandava o "roteiro".

Arregalei meus olhos, me afastando um passo dele, e com a mão direita segurei meu pescoço. A expressão de Edward foi impagável - como se estivesse vendo um alienígena. Ou, talvez, uma humana idiota que não sabia interpretar suas palavras. Com esse pensamento, minha pequena atuação acabou, e eu tive que me sentar no chão, as costas apoiadas na parede, de tanto rir.

Ele franziu as sobrancelhas. Seu semblante de confusão era um dos mais fofos que eu já vira.

– O que aconteceu? - perguntou.

Continuei a gargalhar maniacamente.

– Não acredito que o enganei! - eu já estava tendo dor de barriga por causa de tantas risadas.

Seus olhos demonstraram a compreensão que agora ele experimentava, e então ele torceu o nariz de traços perfeitos, parecendo um pouco irritado. Parei de rir imediatamente, observando-o enquanto tentava descobrir o quanto minha brincadeira estúpida o afetara. Percebendo que eu o analisava, Edward suavizou um pouco o rosto, e veio sentar-se ao meu lado. Apoiei a cabeça em seu ombro, e suspirei quando ele passou o braço esquerdo a minha volta. Ficamos daquela maneira por tempo indeterminado; um tempo que eu não queria que tivesse acabado.

– Vem - ele disse - Você precisa comer algo agora.

Ele separou-se de mim e depois me ajudou a levantar. Fitei seus olhos por um momento, e então fui preparar uma tigela de cereal com leite. Quando terminei, sentei na cadeira a sua frente, e continuei a contemplar seu rosto; ele fazia o mesmo comigo, mas não comia enquanto isso.

Assim que acabei de comer - um pouco rápido demais, devo admitir -, me sentei na cadeira próxima a Edward, e aproximei-a ainda mais dele, ambos ficando no mesmo lado da mesa. Encolhi as pernas e envolvi-as com meus braços. Inclinei meu corpo na sua direção, pousando a cabeça em seu ombro, e ele abraçou-me. Mais um momento interminável se seguiu em silêncio perfeito e completo, que foi quebrado pelas seguintes palavras:

– O que faremos hoje? - Edward perguntou.

"Faremos", ele dissera. Sorri ao constatar que ele não pretendia sair de perto de mim.

– Preciso buscar Jacey na casa dos Anderson - disse - Ah meu Deus, que vergonha!, deixei-a lá o dia todo ontem e de tarde na sexta. Faz dois dias que ela dorme lá.

Ele riu.

– Eu sei.

Eu ri também. Sim, ele sabia.

Edward pareceu repentinamente pensativo e sério.

– E você quer que eu vá? - perguntou.

– Claro!

Ele deu uma pausa hesitante, para depois dizer:

– E isso quer dizer que vai me apresentar a sua família como seu namorado?

Três coisas me surpreenderam quando ele disse aquilo.

Primeira, ele se referiu a Nora, Barty e Alicia como "minha família" - o que não era, de certo modo, mentira. Mas não imaginei que ele fosse referir-se a eles assim.

Segunda, eu ainda não tinha pensado sobre o fato de que teria de apresentá-lo como meu namorado. Isso significava que a hora de eu conhecer "oficialmente" os Cullen estava chegando. Aquilo me preocupou, pois não doía tanto ficar perto de Edward depois que eu me abrira com ele, mas eu não sabia como seria com seus irmãos e pais.

Terceira, eu nem tinha chegado a conclusão de que ele era agora, provavelmente, meu namorado. Até porque ele parecia mais que isso para mim, como imaginei que me sentiria no livro.

Às vezes, todas aquelas semelhanças com a histórias me incomodavam. Não havia surpresas para mim, não havia um futuro indeterminado. O problema era que nem todas as partes daquele futuro eram agradáveis, por isso queria desesperadamente que nem tudo fosse igual. Apesar de poucas coisas serem diferentes, o sentido das coisas era quase o mesmo, e grandes mudanças não existiam ali.

Decidi me desviar desses pensamentos por enquanto.

– Ahn... Você vai comigo visitá-los? - perguntei.

– Se você quiser, eu vou.

Eu com certeza não queria me afastar de Edward agora, mas apresentá-lo aos Anderson me deixava nervosa por algum motivo. E se eles não o aprovassem?

Que pensamento idiota, é claro que vão gostar dele!, ralhei comigo mesma. Afinal, eles só querem que eu seja feliz. Edward me faz feliz, então não preciso ter medo por alguma razão estúpida e sem sentido.

– Tenho que buscar Jacey, e eu... sinceramente, não gostaria de ficar afastada de você. Não me importa se for pouco tempo ou muito, só... É que... - tentei achar uma maneira de dizer o que queria - É impossível para mim ficar longe de você agora.

Fiquei um pouco envergonhada por falar assim, e tentei não olhar para seus olhos. Mas Edward levantou pôs o dedo indicador em meu queixo e levantou-o, fazendo-me fitá-lo, e ele a mim. Após um segundo me observando, sorriu, beijou minha testa e disse:

– Concordo. Isso seria um convite?

Apenas assenti e, como já havia feito várias vezes entre o dia anterior e aquela manhã, aninhei-me em seus braços.

~*~

Cerca de uma hora depois, Edward estava sentado no banco do passageiro enquanto eu dirigia em direção à casa dos Anderson. Estávamos em silêncio; ele pensava em alguma coisa aleatória, acho, e eu... simplesmente estava nervosa. Não importava o quanto dissesse a mim mesma que não havia motivo para isso, uma vozinha persistente martelava em minha cabeça, me dizendo que algo não daria certo hoje. Passei todo o caminho tentando empurrar essa sensação para o fundo de minha mente.

Quando chegamos, estacionei, e então dirigi meu olhar a Edward, que também me fitava.

Respirei fundo.

– Hora de conhecer minha "família" - disse, já saindo do carro.

Ele me acompanhou facilmente, nós dois andando lado a lado. Bati na porta da casa, já ouvindo as unhas de Jacey batendo no piso de madeira.

– Bella? - ouvi a voz de Nora me chamar do outro lado da entrada.

– Sou eu - respondi.

Ela abriu a porta - sem dúvida animada por me ver, como sempre. Pensei que, de fato, ela era minha família, minha avó. Na fração de segundo seguinte, quando vi seu sorriso para mim, tive mais certeza ainda do quanto ela, seu marido e sua neta eram importantes em minha vida. Não tive muito tempo para pensar nisso, pois logo em seguida Jacey pulou sobre mim.

– Oi, oi, oi Jacey! - saldei-a repetidamente, enquanto tentava me equilibrar em qualquer lugar. - Oi, Nora.

– Olá, Bella, querida. Jacey, senta!

O cão imediatamente entendeu o comando da velha senhora, e saiu de cima de mim, sentando-se, ainda abanando o rabo suavemente.

Só então Nora pareceu notar Edward, que estava quieto ao meu lado - tão quieto, na verdade, que até eu quase tinha me esquecido dele.

– Bella, quem é seu amigo? - perguntou-me Nora.

Olhei-o, em busca de apoio ou de coragem, talvez os dois, engoli em seco e disse:

– Ahn, Nora, este é Edward Cullen. Tenho certeza de que deve se lembrar de que e sua família chegaram em Forks a pouco tempo - gesticulei com a mão em sua direção.

Ao entender quem ele era, ela sorriu amigavelmente. O sorriso que Edward lhe devolveu foi atordoante.

– Olá. É um prazer conhecê-la, senhora Anderson.

Nora, de modo levemente hesitante, estendeu-lhe a mão direita, para que ele a cumprimentasse. Ele correspondeu ao gesto, mas quando o fez, ela pareceu um pouco preocupada.

– Uau, sua mão está muito gelada, Edward! Por que será? Não está tão frio assim hoje...

Nós dois trocamos um olhar alarmado.

– É, por que será...? - sorri amarelo, sendo o mais convincente possível.

Neste momento, Jacey, que havia se acalmado um pouco, levantou-se, meteu-se entre mim ele, cheirando suas pernas. Ela andava em círculos ao seu redor, fazendo uma análise olfativa de Edward. Quando pareceu satisfeita, voltou a se sentar ao lado de Nora.

Depois disso, entramos na casa.

– Bella? - chamou uma vozinha infantil e sonolenta.

Virei-me na direção do som e vi Alicia ao pé da escada. Ela usava uma camisola de mangas longas branca com bolinhas azul-marinho e um par de meias cinza. Seu cabelo estava preso e dividido com dois prendedores. Ela segurava um ursinho de pelúcia marrom na mão direita, e esfregava os olhinhos com a esquerda.

Dirigi-lhe um doce sorriso.

– Oi, meu amor. - saí de perto de Edward e peguei-a no colo. Era pesada. - Tudo bem?

Ela balançou a cabecinha afirmativamente e deitou-a no meu ombro, fechando os pequenos olhos brilhantes. Ela devia estar com muito sono.

Virei-me para Nora e Edward, e sussurrei:

– Vou colocá-la de volta na cama.

Assim, subi as escadas, em direção ao quarto de Alicia.

Quando cheguei lá, vi que as cortinas brancas e de tecido fino ainda estavam fechadas.

Enquanto ia em direção à cama, analisei o quarto, lembrando-me de como foi viver naquela casa.

As paredes eram rosa-claras, com borboletas de um tom mais escuro dessa cor, porém cheias de lantejoulas e glitter, cujas asas tinham um efeito 3D, enfeitavam-as. A cama tinha a estrutura branca, e o edredom estampava uma princesa da Disney que não consegui identificar. Ao nosso redor, haviam brinquedos. Bonecas e bichinhos de pelúcia estavam espalhados por todo lugar.

Havia outras coisas, mas Alicia era pesada, e estava ficando difícil carregá-la. Coloquei-a em sua cama e dei um beijo em sua testa. Saí silenciosamente de seu quarto e fechei a porta.

Fui descendo as escadas devagar, em direção à sala. Quando cheguei lá, Barty e Nora conversavam, sorridentes, com Edward:

– Então, Edward, o que você e sua família estão achando de Forks? Conseguiram se adaptar bem? - o senhor perguntou.

Ele sorriu de maneira iluminada e radiante.

– Sim, está tudo ótimo. Carlisle se sente confortável no hospital em que agora trabalha, Esme gosta de cidades pequenas, e todos nós nos damos consideravelmente bem na escola. - nesse momento ele dirigiu o olhar na minha direção. - E, é claro, eu tenho Bella.

Os dois, que ouviam, também olharam para mim, e sorriram. Segui para o sofá, e me sentei ao lado de Edward. Era a hora.

– Bom, por falar nisso, eu tenho algo a contar a vocês. - fitei-o brevemente, sabendo que ele já havia entendido o que estava por vir.

Todos os pensamentos ruins, todas as possibilidades de desaprovação, afastaram-se de minha mente e me senti confiante de que o que realmente importava era que o amava com todo o sentimento que cabia dentro de meu ser. Meus ombros subitamente estavam eretos, assim como minha coluna e eu sentia meu queixo levemente erguido, juntamente com a sensação de que meus olhos faiscavam.

– Estou namorando Edward - as palavras soaram estranhas a meus ouvidos, como se "namorando" não fosse um bom termo. Mas, ao contrário do que pensei que poderia acontecer, não foi como se algo pesasse sobre mim, como se este fato fosse agora ser-me estranho. Foi como uma pequena conformação do que eu sentia, como se elas tivessem sido apenas um sopro, um suspiro. Foi leve, e nem de perto foi apropriado para demonstrar o quão profundamente eu precisava dele agora.

Ouvi-os vagamente, dizendo que era uma ótima notícia. Mas minha atenção não estava voltada para eles - não mais. No momento só o que pude registrar foi Edward passando a mão por minha cintura.

Depois de um tempo, fomos embora. Quando entramos na picape, eu olhava para frente, um sorriso de canto crescendo por meus lábios.

Chegamos em minha casa, e eu abri a porta para deixar que Jacey entrasse novamente em sua casa.

– Está na hora de conhecer minha família - Edward sussurrou ao meu ouvido.

Com minha cadela já dentro da sala, acomodada no sofá, olhando-nos e depois deitando-se como se soubesse que deveríamos ir - e não ligando para isso - eu fechei a porta novamente e passei os braços ao redor do pescoço de Edward, beijando-o. Ele segurou-me acima do chão delicadamente, facilitando um pouco as coisas. Sabia que não precisava me preocupar com seu auto-controle - ele jamais me machucaria.

Feliz, enfiei as mãos em seus cabelos.


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Notas finais do capítulo

Ufa...! Longuinho pra caramba, mas acabou.

Obrigada pelos seis reviews no último! Amo vocês