Faça-me Acreditar escrita por Mary N Braga


Capítulo 13
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Me desculpem a demora, de novo. Minha beta me mandou ontem a noite, mas eu não vi — só agora...
Enfim, aqui vai! Tentem não morrer no final...



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Capítulo 12

O resto do dia foi praticamente uma tortura.

Tentei muito me distrair durante a tarde, mas não tive muito sucesso.

Fiz as tarefas da escola, mas não me demorei muito nelas, assim como meus afazeres domésticos. Lavei algumas roupas, a louça também, varri o chão, tentei organizar melhor meu quarto, ou qualquer outra coisa, mas, lá pelas 16h30min, já não havia mais nada que eu pudesse fazer.

Eu, então, decidi assistir TV. Eu não fazia muito isso, mas hoje era um caso a parte. Resolvi colocar em um canal de música onde estava passando alguns clipes. Eu fui até a cozinha, pegar algo para comer, e deixei a TV ligada, a música tocando alta por toda a casa.

Dark Side - Kelly Clarkson

There's a place that I know

It's not pretty there and few have ever gone

If I show it to you now

Will it make you run away?

Or will you stay?

Even if it hurts

Even if I try to push you out will you return?

And remind me who I really am

Please remind me who I really am

Everybody's got a dark side

Do you love me?

Can you love mine?

Nobody's a picture perfect

But we're worth it

You know that we're worth it

Will you love me?

Even with my dark side?

Like a diamond

From black dust

It's hard to know we can become

If you give up

So don't give up on me

Please remind me who I really am

Everybody's got a dark side

Do you love me?

Can you love mine?

Nobody's a picture perfect

But we're worth it

You know that we're worth it

Will you love me?

Even with my dark side?

Don't run away

Don't run away

Just tell me that you will stay

Promise me you will stay

Don't run away

Don't run away

Just promise me you will stay

Promise me you will stay

Will you love me?

Everybody's got a dark side

Do you love me?

Can you love mine?

Nobody's a picture perfect

But we're worth it

You know that we're worth it

Will you love me?

Even with my dark side?

Don't run away

Don't run away

Don't run away

Promise you will stay

Eu devia ter feito algo no começo da música, mas fiquei paralisada quando percebi o sentido da letra, e como ela se aplicava a mim. Assim que ela acabou, eu fui até a sala e desliguei a TV, antes que algo como isso passasse de novo, e voltei para a porta da cozinha.

Eu, definitivamente, tinha perdido a fome depois dessa.

Agora, além de tudo, não ia mais assistir TV. Pensei sobre o que poderia fazer agora. Meus olhos pousaram em Jacey, que estava deitada perto do sofá, e me olhava. Ainda estava cedo, o suficiente para não ser falta de educação ir visitar alguém. Então eu percebi o que poderia fazer agora. Calcei botas, pus um casaco e fui em direção à porta. Jacey levantou a cabeça para ver melhor o que eu fazia.

– Vem Jacey! - chamei-a.

Ela não hesitou, e já saiu de casa. Tranquei a porta e me virei para o jardim. Então Jacey e eu começamos a andar em direção à casa dos Anderson.

Quando chegamos lá, conduzi Jacey e fiz sinal para que ela sentasse em um lugar onde quem abrisse a porta da casa não a visse, ao meu lado, e toquei a campainha.

– Quem é? - uma voz infantil soou.

– É a Bell's! - disse. Me arrependi depois por ter me chamado de Bell's, como minha família me chamava - como Edward me chamara algumas vezes.

– Bella! - exatamente como eu torcia para que acontecesse, Alicia abriu a porta.

Ela ficou na ponta dos pés, e eu me curvei para abraçá-la.

– Alicia, adivinha quem veio te visitar hoje?

– Quem? - os olhos da menininha brilharam de curiosidade e entusiasmo.

Eu a puxei para fora, de modo que pudesse ver Jacey.

– Esquilinha! - Alicia gritou, abrindo os braços e se lançando em direção ao meu cachorro.

Por algum motivo que eu não entendia, Alicia sempre chamava Jacey de Esquilinha. Talvez o meu bichinho de estimação lhe parecesse um esquilo - um esquilo bem, bem grande.

Jacey abanou o rabo e cheirou-a delicadamente, continuando sentada na grama sempre úmida.

– Bella! - a voz alegre de Nora me chamou, e eu a vi com os braços abertos, vindo na minha direção. Abracei-a, e depois a Barty, que vinha logo atrás.

Nós três olhamos Alicia e Jacey "brincarem" - na verdade estavam mais dizendo um "oi" do que brincando.

Os dois me convidaram para entrar, e então todos estávamos amontoados na pequena e aconchegante sala de estar deles. Nora fez chá de hortelã - eu não gostava muito de chá, mas de vez em quando tomava por causa do frio - para nós três.

– Então Bella, ficou sabendo que amanhã o dia será de sol? - Barty perguntou.

A conversa já tinha entrado no rumo que eu queria, agora eu só precisava segui-lo - mas não ficaria dando voltas; com os dois eu sabia que poderia ser direta.

– Fiquei. E eu estava pensando em viajar, eu não sei, passar do dia fora, talvez só ficar andando por ai de carro. Eu posso deixar Jacey aqui? Sei que é chato de minha parte pedir isso, e que vocês podem ter algo programado, então...

– Mas é claro que pode, querida! - Nora me interrompeu, de maneira estranhamente educada. Ela olhou para a neta. - Tenho certeza de que Alicia não se incomodará nem um pouquinho - ela sorriu.

– Obrigada.

Os dois sorriram para mim agora.

– Vocês ainda tem aquela vasilha dela aqui? - perguntei.

– Inclusive temos ração! - disse Barty.

Eu ri. Não sei para quê eles ainda guardavam a vasilha de comida de Jacey, da época em que passava a maior parte do tempo aqui, e ainda mais não sabia porque tinham comida para cachorro lá, mas eles eram assim: preparados até para o impossível, sem exagerar.

Passei lá mais algumas horas, e então voltei para casa.

Fui dormir logo - não havia mais nada que eu pudesse fazer.

Não tive sonhos esta noite. Agradeci por isso, pois, de manhã, estava descansada.

A luz do sol entrando por minha janela me acordou.

Eu me arrumei bem rápido. Usava um sweater caramelo, com uma camisa de botões branca por baixo, jeans e tênis.

Assim que eu fiquei pronta, alguém bateu na porta. Fui atender, apressada.

Edward estava com um expressão séria, que logo se desfez quando me olhou. Ele parecia segurar o riso.

– O que foi? - perguntei.

Ele nem precisou responder: eu me lembrei desse detalhe. Nossas roupas estavam iguais. Ele usava exatamente a mesma coisa que eu. Deveria ter me lembrado disso quando me vesti.

Edward e eu entramos em seu carro, e ele começou a dirigir, em direção à estrada.

Seguimos em silêncio. A viagem não durou muito tempo, só o suficiente para que eu pensasse sobre o que faríamos hoje. A mesma situação em uma versão diferente passava por minha mente, e eu estava ficando nervosa. Minha respiração estava ficando pesada, apesar de eu não estar fazendo muito barulho - de um jeito ou de outro, eu sabia que Edward ouvia, mas não comentou.

Quando ele parou o carro, eu nem precisei de sua ajuda para me orientar, e já adentrei a parte da floresta que estava perto de nós, mas não usei a trilha, sabendo que não era aquela a direção certa.

Levamos a manhã inteira para chegar onde quer que ele quisesse me levar - na verdade, eu tinha 99,99% de certeza de onde ele estava me levando -, e durante um tempo pensei que tinha um meio muito mais rápido do que andar por aí em velocidade humana - ainda mais se o humano em questão for alguém desastrado como eu, que caí o tempo todo. Edward passou uma boa parte da manhã me segurando para que eu não caísse no chão.

De vez em quando ele dizia algo, mas logo o silêncio voltava.

Depois de um tempo, Edward disse:

– Bella, vê aquela claridade ali na frente? - e apontou para algum ponto à nossa frente.

– Não - disse, mas já não prestava mais atenção nele.

Claridade. Exatamente o que deveria dizer, exatamente o mesmo lugar.

Comecei a andar o mais rápido que conseguia, deixando Edward - ele ainda andava em uma velocidade humana - para trás.

E então eu cheguei à campina.

Era a mesma que eu já conhecia. A luz do sol invadia o lugar. Olhar ao meu redor me fez ter vontade de chorar, mas não de tristeza, como normalmente teria feito. Seriam lágrimas de felicidade.

Aquele lugar era real. O começo de uma vida, de um sonho, o meu lugar, onde eu realmente pertencia - mesmo que não soubesse disso até agora - era real.

Então me lembrei da outra parte. Edward.

Me virei para ele, que ainda estava nas sombras. Esperei que ele viesse até mim.

Eu sabia o que esperar, mas ainda assim foi uma surpresa quando, assim que ele entrou na luz da campina, eu apenas pude ver um diamante. Milhares deles, em sua pele.

O sonho era ainda mais real.

Segurei as lágrimas.

Edward era aquele que eu criara. Ele fazia parte disso. Eu não podia mais esconder dele algo tão presente em mim, tão presente nele.

Olhei-o.

– Acho... talvez esteja na hora.

Ele esperou que eu esclarecesse, sem ao menos mudar sua expressão.

– É a hora, Edward. Talvez já tenha até passado o momento de contar-lhe mais sobre mim. Sobre meu passado. Sobre tudo.


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Notas finais do capítulo

Só para registrar: mania de fazer fanfics com trilha sonora, me possua! E eu amo Dark Side...
Ok, como já viram, no próximo tem toooooooooodos os segredos da Bella! Essas frases aí dão umas diquinhas... Apostas?
Obrigada pelos quatro reviews do capítulo passado!
Então, com essa, mereço reviews? Cof cof cof recomendação cooooooooooooooooffffffff! Foi mal, minha tosse está cada dia pior.
Então, até o 13! Fantasminhas, revelem-se!