Faça-me Acreditar escrita por Mary N Braga


Capítulo 11
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Eu sei, eu sei. Onze dias sem postar. Sinto muito, mas assim que terminei de revisar - há alguns minutos, ou menos - vim aqui.
Sem blá blá blá, vamos ao capítulo!



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Capítulo 10

Eu acordei sobressaltada, e percebi que estava muito, muito atrasada. Eu fiz tudo - tomei banho, me vesti, comi, escovei os dentes, preparei um pouco de comida para Jacey - em uma velocidade impossível, e mesmo assim, me atrasaria. Eu saí de casa correndo, quase caindo. Peguei as chaves da picape - eu nunca mais fora a pé para a escola, desde que Edward chegara aqui -, e derrubei-as quando vi um Volvo prata estacionado do lado de meu carro.

Edward estava encostado em seu carro, as costas escoradas, e um pé apoiado no carro também - mais especificamente na roda. Sua expressão era indiferente, mas, assim que me viu, abriu um sorriso torto. Respirei fundo. Assim que vi aquele sorriso pela primeira vez, o odiei, mas agora, eu só odiava como gostava do tal estúpido sorriso. Era exatamente isso, eu odiava gostar de algo. Definitivamente tinha enlouquecido.

Ele ia dizer algo, mas, grosseiramente, interrompi-o.

– O que está fazendo aqui? - murmurei, olhando para baixo, apertando minhas chaves, que eu pegara bem devagar, contra o peito.

Edward proferiu um riso diminuto.

– Quer uma carona? - perguntou, e seu tom de voz era... esperançoso?

Olhei-o com atenção. Após respirar fundo, fiz que sim com a cabeça.

Ele abriu a porta do carro para mim, o que me fez corar. Não olhei para ele enquanto entrava.

Ele entrou pelo outro lado logo em seguida.

– Dormiu bem? - perguntou-me. - Parece cansada.

– Tive... sonhos.

– Eram sonhos ruins? - ele fingiu indiferença.

Pensei sobre sua pergunta, e se aquilo fora um pesadelo ou não.

– Eu não sei. É... complicado - disse, fazendo esforço para definir o que ele pediu, sem, ao mesmo tempo, dar muitas informações.

– Posso saber o que você sonhou? - ele perguntou, a cabeça pendendo para o lado.

– Não - tentei ser objetiva.

Ele me olhou, como se a curiosidade fosse matá-lo.

– Por favor? - pediu novamente, a voz baixa.

Fechei os olhos com força.

– Edward... por favor, não... não me faça... não quero falar sobre isso - eu respirava pesadamente, me lembrando da noite anterior. Era torturante até mesmo imaginar se ele soubesse sobre o que eu refletira.

Ele pareceu aceitar. Ou quase isso.

– E você? Dormiu bem? - tentei mudar de assunto. Mas então percebi a "falha" em minha pergunta. - Edward... você não... dorme, não é? - perguntei, hesitante.

Ele manteve os olhos fixos na rua.

– Não precisa responder, eu sei que não. Como eu disse, sei mais sobre você do que pareço saber - me calei depois disso.

Algo ecoou em meus pensamentos. Uma cena exatamente igual à esta. O mesmo assunto. As mesmas pessoas.

Ela dissera, não com exatamente essas mesmas palavras:

"Não dormi bem."

E ele, com um tom brincalhão, respondera:

"Nem eu."

Sacudi levemente a cabeça, para tirar a cena de meus pensamentos.

Edward pigarreou.

– Bella, esta semana, no sábado, vai haver o baile - disse, parecendo um pouco nervoso por baixo da máscara de indiferença.

Tentei não arregalar muito os olhos, ou não deixar transparecer minha surpresa.

Com a cabeça, fiz um sinal para que ele prosseguisse.

– Eu estava pensando se, talvez, você não gostaria de...

Ele se interrompeu, e parecia um pouco sem jeito. Eu queria me enfiar debaixo da terra, e não sair nunca mais.

– No sábado, será um dia de sol. E, bom, talvez tenha reparado que eu não... saio em dias assim.

Assenti, tentando entender o que isso tinha a ver com o baile.

– E há um lugar, um lugar em que, quando faz sol, eu gosto de ir. Eu vou para lá no sábado. Gostaria de ir comigo? - ele engoliu em seco discretamente após terminar de falar.

– Ok - disse, antes que eu pudesse filtrar o que dizia. Ele pareceu um pouco aliviado.

Já havíamos chegado na escola à essa altura.

Andamos em silêncio, até que tivemos de nos separar, pois cheguei em minha sala. Ele tinha me acompanhado até lá, por um motivo que eu não entendia.

– Tchau Edward.

Entrei na sala, e tudo que eu ouvi como resposta foi:

– Tchau Bell's.

Pouca gente me chamava de Bell's. De vez em quando, Barty, Nora e Alicia me chamavam assim. Quando meu pai estava vivo, assim como minha mãe e minhas irmãs, eles me chamavam assim. Isso me fez ficar triste, mas tentei ignorar.

Suspirei. Tentar ignorar a dor e a tristeza já era parte de minha rotina.

Quando a aula acabou - me assustei com o sinal, pois não prestara atenção durante todo o tempo - eu me levantei, me arrastando, e fui em direção à porta. Antes de sair, percebi que algumas pessoas olhavam para algo do lado de fora e cochichavam. Tentei me apressar para ver o motivo.

Edward estava parado, encostado na parede, a cabeça pendendo como se quisesse olhar diretamente para a porta, mas estivesse com preguiça demais para mover mais que os olhos e o pescoço. Ele, aparentemente, esperava por mim. A não ser que eu estivesse muito enganada.

Mas não estava.

– Oi - murmurei.

– Oi - repetiu, com um sorriso torto no rosto. Suspirei, e franzi as sobrancelhas - sempre o bendito sorriso torto.

Fomos andando em direção à minha outra aula, ambos em silêncio.

Quando chegamos, virei-me para me "despedir" dele - mal tínhamos nos falado -, mas nem cheguei a saber o que diria. Qualquer coisa que tivesse sido se perdeu dentro de mim quando percebi o olhar que ele me direcionava. Ele parecia estar em dúvida se faria algo. Eu podia ver sua mão esquerda oscilando, como se tentasse decidir se devia estendê-la para mim ou não. Isso me alertou do que poderia estar por vir, então apressei qualquer besteira a sair de minha boca.

– Tchau.

Eu me virei e quase corri para dentro, sem dar a ele uma chance de responder.

Eu nem ao menos sabia qual era essa matéria. Tinha a vaga impressão de ser espanhol. Ou seria trigonometria?

De um jeito ou de outro, nessa aula Jessica me entregou meu casaco. Eu podia ver que estava curiosa sobre algo, e que esperava que eu dissesse o que queria ouvir. Não demorei para perceber que ela queria saber sobre meu jantar com Edward. Eu, sinceramente, torci para que ela esperasse sentada para que eu falasse de livre e espontânea vontade sobre o assunto. Por mim, detalhes daquela noite eu levaria para meu túmulo.

Depois dessa aula, Edward me pegou na porta de novo. O trajeto para minha outra sala foi exatamente igual ao anterior: silencioso. Exatamente como na última vez, entrei na sala antes que pudéssemos nos despedir direito.

Na hora do intervalo, ele me esperava na porta mais uma vez. Fomos em silêncio para o refeitório. Eu achei que ele fosse se sentar com sua família, mas quando segui para minha típica mesa, ele me seguiu, e sentou-se em uma cadeira perto de mim. Tentei evitar olhá-lo diretamente nos olhos, mas não conseguia escapar de um deslize ou outro.

Desejei saber o que ele pensava.

Me lembrei de meu sonho na noite passada, e minhas conclusões durante a mesma. Os momentos repassavam por minha mente, meu olhar fixo na mesa.

Então, arregalei os olhos.

Pensamentos. Edward. Oh, não. Não, não, não.

Ele tinha os olhos fixos em mim. Aquilo me assustava um pouco.

– Edward, o que você...

– Por que me chama assim? - ele interrompeu.

– Como?!

– Antes você só me chamava de Cullen. Agora me chama de Edward, como qualquer um. Por quê? - esclareceu.

Pensei sobre o assunto por um momento.

– Você disse que não gostava do meu nome. Só não disse porquê.

Pensei sobre o assunto novamente.

– Eu... só acho que me acostumei - disse, a voz seca e sem vida, como se nada importasse. Nem eu mesma entendi o porquê do tom que usei. - Por quê? Prefere que eu volte a chamá-lo como antes, Cullen?

Ele ergueu uma sobrancelha, e eu o imitei. Um sorriso mínimo surgia em um dos cantos de sua boca.

– Acho que Edward está bom - disse ele.

Desviei o olhar. Quanto tempo mais o intervalo duraria?! Por que ele não podia sentar com a família dele, e me deixar sozinha? Eu estava confusa, queria pensar um pouco, mas não conseguia, porque ele estava ali, e ficava me olhando. Isso tirava minha concentração, e estava começando a me incomodar.

Mas o tempo passara rápido - para a minha sorte -, sem que eu percebesse. Já deveríamos nos dirigir para a aula, e então eu ficaria um pouco afastada dele. Foi então que eu me lembrei que tínhamos aula de biologia. Gemi.

– Algum problema, Bella? - perguntou.

– Temos aula de biologia agora.

Bom, era exatamente isso que estava me incomodando, mas não por ter aula, e sim por ter mais tempo com ele me encarando. Não me importaria de ficar ao seu lado se ele não me encarasse.

Fomos andando novamente em silêncio.

Na aula, não prestei o mínimo de atenção - eu até tentei, mas sabia que Edward me olhava de esguelha. Algumas vezes, eu olhei para ele também, e sabia que ele havia percebido. Mas não tinha problema, porque ele sabia que eu percebi seu olhar sobre mim.

Quando o sinal tocou, ele novamente me acompanhou até a aula de educação física. Novamente, não dissemos nada.

Quando chegamos, eu nem ia dar tchau, mas ele segurou com leveza meu pulso.

– Bella? - chamou.

Virei-me devagar para ver seu rosto.

Ele respirou fundo - ou aquilo seria um suspiro? - e me olhou com um leve sorriso.

– Tchau, Bella.

Ele me soltou devagar, mas eu não fui embora, apesar de ele ter começado a andar em direção à sua aula - bem devagar para ser quem ele era, por sinal.

– Tchau, Edward.

Ele parou, sorriu por cima do ombro, e então voltou a andar, aumentando a velocidade. E eu entrei no ginásio.

Estávamos jogando basquete, e eu até tentei me concentrar, mas Edward ocupava um bom espaço de minha mente, só sobrando concentração para a categoria "Não Morrer com uma Bolada, Caindo, ou Derrubando Alguém, ou Qualquer Coisa que Possa Machucar a Mim ou a Outra Pessoa". Acabei sendo acertada por uma bola na cabeça, mas, fora isso, nada demais.

Eu saí apresada do ginásio, e não foi nenhuma surpresa ver Edward me esperando. Ele mostrou um sorriso, e eu, mesmo sem entender meu ato, retribui. Fui para perto dele rapidamente.

Analisando isso melhor, antes da aula de educação física, queria ficar longe dele e de seu olhar, e agora, só queria ficar perto dele, e ter certeza de que estava ali, comigo. Franzi as sobrancelhas. Geralmente eu não era tão volúvel.

Chegamos ao estacionamento, e percebi que teria que ir com ele de novo, ou ir a pé. Eu decidi ir a pé, já que fazia tempo que não fazia isso.

– Hum, até amanhã, Edward - disse, já andando em direção a qualquer saída.

Ele me acompanhou com facilidade. Virava a cabeça, como se aquilo fosse confuso demais para ele.

– Como assim, "até amanhã"?

Quem estava confusa agora era eu.

– Ahn, tenho que ir para casa, e você também, certo? - de repente, pensei em como seria a casa dele; se seria como eu imaginava que era.

– Exatamente, então por que você está indo na direção contraria a do carro? - perguntou, como se aquilo fosse o fator óbvio sobre o qual eu não tinha pensado.

– Eu vou a pé para casa. Faz tempo que não venho e vou sem o carro, é bom andar de vez em quando - não acreditei no que disse, mas não comentei isso com ele.

– De jeito nenhum. Eu te trouxe, agora vou te levar. Venha - seu tom indicava que, para ele, o assunto estava encerrado - só para ele, por sinal.

– Edward, sério, não precisa. Obrigada por me trazer, mas posso muito bem ir a pé. Eu vim a pé durante quatro anos, antes de poder dirigir, depois que... - me interrompi quando percebi o que eu ia falar. Realmente não queria citar minha família agora. Ele não perguntou, só me pegou pela mão - não estranhei seu toque frio dessa vez - e me levou em direção ao carro, e eu não protestei novamente.

Estacionado ao lado do Volvo dele, estava um BMW M3 conversível vermelho, que um grupo de garotos observava.

– Deixe-me adivinhar. Este seria o carro de Rosalie? - perguntei quando entramos no carro.

Edward sorriu.

– Seria.

– Que coisa mais discreta.

Ele riu.

Logo saímos do estacionamento, e Edward ia em direção a minha casa. Seguimos em silêncio. Eu estava começando a me cansar de ficar calada perto dele. Decidi dizer algo, por isso falei a primeira coisa que me veio a cabeça.

– Para onde vamos? Quero dizer, no sábado.

– Já disse, num lugar que costumo ir quando está ensolarado.

Bufei.

– Por que não pode me dar mais detalhes? - pedi.

Ele esboçou um pequeno e travesso sorriso.

– Surpresa - disse.

Bufei novamente.

Procurei algo mais para dizer, sabendo que logo estaríamos em casa, mas eu não conseguia achar, e isso estava me dando agonia.

– Edward?

– Hum? - ele disse, como se eu o tivesse tirado de seus pensamentos.

– Fale alguma coisa - pedi, mesmo achando que era algo estranho para se dizer. No mínimo, era idiota, já que nem eu sabia o que dizer.

Ele franziu as sobrancelhas.

– Tipo o quê?

– Qualquer coisa - só queria que ele falasse. - É que... ficamos quietos o dia inteiro.

Ele sorriu.

– Você quer conversar? - ele me olhou, rindo.

Sacudi a cabeça positivamente, com um pouco de pressa no gesto.

Ele pareceu pensar por um segundo. Só o que me faltava era ele também não saber sobre o que falar.

Tive que me segurar muito para não falar um palavrão quando percebi que ele havia acabado de estacionar na frente da minha casa, e nós não tínhamos conversado quase nada. Contive um suspiro enquanto tirava o cinto de segurança.

– Tchau Edward, e obrigada.

– Bella? - chamou-me, antes que eu pudesse sair. Virei-me para olhá-lo, e algo em minha expressão o fez sorrir.

– Se ainda quiser conversar amanhã, vou pensar em algo para dizer, ok? - disse, o tom de voz brincalhão.

Assenti.

– Tchau Bella.

Eu saí do carro, e não olhei para ele até estar na porta.


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Notas finais do capítulo

Eu sei, devia ter mudado algumas coisas, mas, só enquanto eu postava, 2% da minha preciosa e curta bateria se foram, o que significa que tenho meros 33% e ainda são 21:05. D :

GENTEEEEEEE, ANTES QUE EU ME ESQUEÇA: Criei um Tumblr para minhas fanfics! Por favorzinho, deem uma passadinha lá! Por enquanto só tem da minha outra, que está no final. Quando aquela acabar, vou começar a postar curiosidades, desenhos e extras dessa aqui!

PLEAAAASE, REVIEWS!!!!!

Até a próxima, povooooo!