—Eu Odeio Peter Parker! —Gritei enquanto levantava-me toda desenxabida.

Dentre todos os planetas do universo, dentre todos os países, das escolas de todo o estado e todas as classes da Midtown, Peter Parker tinha que justo vir pra minha!

Esse garoto só me arranja problemas. Estando de máscara ou não.

Eu poderia relaxar e aproveitar a minha manhã de sábado numa boa, mas então ele resolve desaparecer pra estragar tudo.

Depois que a aula terminou ontem, eu fui pra casa e recebi uma ligação do Harry que esteva desesperado como quem acaba de matar alguém.

—Gwen, preciso da sua ajuda, urgente! —Gritava ele ao telefone. —A Mary Jane foi sequestrada e Peter foi atrás dela. Não tinha ninguém pra recorrer a não ser você. Por favor, me ajuda! Não faço ideia do que fazer! Por favor não conte nada ao seu pai.

Harry é outro. Ele vem pedir ajuda mim sendo que única coisa que eu poderia fazer é falar com o meu pai e ai ele diz que não posso dizer nada ele. O que ele acha que eu posso fazer? Não tenho poderes de Aranha que nem o Peter.

Fiquei nervosa, preocupada, triste e ansiosa. A única coisa que pude fazer foi tranquilizar o Harry, sentar e me preocupar com o sujeito mais tonto do universo.

Não tinha conseguido dormir direito. Ainda bem que a escola escolheu uma sexta-feira pra começar a aulas depois do “problema elétrico”. Senão eu iria exausta e com sono pra aula. O que poderia afetar meu excelentíssimo rendimento escolar.

Mas, mesmo assim, minha cabeça não para de se preocupar com Pety. Eu fico me perguntando: “Será que ele está bem?”, “o que aconteceu com ele?” “Por favor, que ele esteja bem!”. Eu sei que ele é um idiota, trouxa, imbecil e imprudente, mas ele é o meu idiota, trouxa imbecil e imprudente. Se alguma acontecesse com ele... eu não sei o que faria. Ele é um idiota, mas é corajoso e nobre. Igual ao meu pai.

Eu entendo porque Peter tem que salvar a Mary Jane. Mas, me pergunto se ele faria o mesmo por mim.

—Ele é tão idiota! —Gritei baixo.

Levantei-me da cama e a arrumei, depois fiquei parada observando em volta o meu quarto procurando o que arrumar. Meu computador estava limpinho. Minha mesa estava ajeitadinha. Minha estante vermelha com os meus retratos estava sem nenhum pó. O quadro na parede com o meu pai e minha mãe grávida de mim também estava limpinho. Abri meu guarda-roupa rosa e vi todas as minhas roupas ajeitadas e aproveitei para tirar meu pijama lilas e colocar meu Sweater verde favorito. Quando vesti ele, ele cheirava a rosas, como sempre.

Mergulhei de baixo da minha cama e retirei meu baú secreto. Nele havia coisas muitos pessoais, como minha coleção de discos do Kiss, U2, Iron Maiden e outras bandas de rock que eu amo de coração, todos organizados. Lá no fundo, trancado com um cadeado, estava meu diário. Ele era o guardião dos meus segredos. Nele havia todos os meus sentimentos mais profundos a respeito de um garoto que gosto muito desde a 1º Série.

O nome dele? Noé da Sua Conta.

Enfim, meu quarto estava limpo e organizado como sempre. Diferente do quarto de Parker que parecia um chiqueiro. Ele é mesmo um porco-aranha.

Fiz xixi, lavei as mãos e escovei os dentes e por último prendi o meu cabelo loiro. Diante o espelho eu me analisava. Coloquei as mãos sobre o peito na esperança de notar algum crescimento, mas nada. Acho que vou ser lisa até a morte. E pra piorar, meninos não gostam de meninas lisas. É nessas hora que me bate um ódio da Felícia Hardy. Ela já tem volume de uma adolescente de 15 anos normal e os meninos babam quando ela pisca pra eles. Que ódio!

Ouvi minha barriga roncando e fui pra cozinha fazer meu café.

No caminho vi meu pai, o Detetive Geroge Stacy, deitado sobre o notebook dormindo sobre a cadeira do escritório. Folhas cheias de dados, informações e registros espalhadas por tudo o que é canto do escritório dele. Parece que a noite dele foi tão tranquila quanto a minha.

Desde que minha mãe morreu, sou eu quem faz o café da manhã. Claro, ela me ensinou tudo o que sabia. Peguei 4 fatias de pão puma, fatiei dois tomates, salada, fritei bacon e ovos e pronto! Um Sandubinha Stacy!

Separei um dos lanches para o meu pai e o coloquei na bandeja junto com um café com leite, depois levei pra ele no escritório.

—Pai, bom dia! —Disse o acordando. —Eu trouxe o seu café.

Ele se desperta mais tonto que que bêbado em carnaval, mal conseguindo abrir os olhos.

—Bom Dia Princesa. —Disse ele. —Dormiu bem?

—Não muito bem. Olha, eu trouxe o seu café da manhã.

—Não, obrigado. Não estou com fome. —Foi o que ele disse, mas devorou o sanduíche em duas mordidas e um gole o café com leite.

—Você, teve alguma conquista na investigação? Conseguiu alguma coisa sobre o tal “Rei do Crime”?

—Parece que esse cara sabe muito bem se esconder. Toda vez que conseguimos prender um de seus possíveis lacaios, eles negam a existência dele e depois conseguem sair impunes.

—Consegue sair impunes? Caramba isso me da muita raiva. Mas, como você está conseguindo pegar os lacaios dele?

—Parece que o Cabeça de Teia não é o único vigilante da cidade.

—Espera um pouco? Existem outros? Quem?

Ele me entrega uma foto de jornal recortada de uma silhueta. —O nome dele é Demolidor. Diferente do Garoto-Aranha ele é cauteloso, estratégico e tem um algum interesse em particular com os crimes ligados ao Rei do Crime. Ele tem me mandado algumas informações úteis via e-mail.

—Nossa, esse cara parece bem bacana. —Elogiei.

—Chamamos ele de “Homem Sem Medo” por ser muito atrevido em desafiar o Rei do Crime. Apesar que pela estatura do corpo da silhueta da foto, ele deva ter entre 16 a 20 anos de idade.

De repente o telefone toca.

—É melhor você atender. Pode ser o Eddie pedindo sua ajuda em ciências como sempre.

—Que isso pai, ele nem sempre faz isso.

—Acho que o que ele quer mesmo é falar com você e escutar sua linda voz.

Ri—Vai sonhando Pai. Isso não acontece comigo.

–Vai acontecer um dia.

–Talvez aconteça. Na mesma época em que meus seios crescerem. —Pensei, mas não disse.

Corri até a cozinha, onde ficava o telefone.

—Alô. - Disse eu.

—Alô, é a Gwen Stacy?

—Sim, é ela. —Confirmei.

—Aqui fala o Professor Charles Xavier, diretor do Instituto Xavier. Representante dos X-Men.

—Eu sei quem são vocês. Trabalharam com o meu pai num caso mutante secreto. Gostaria de falar com ele?

—Na verdade, gostaria de falar com você antes, Gwen.

—Comigo?

—Quero avisá-la que sei amigo está bem e em segurança e quero que não se preocupe com ele. —Foram as palavras que animaram minha manhã. —Mas, ele precisa da sua ajuda e da ajuda de seu ai. Nós todos precisamos na verdade. Isso é crucial pra achar a sua amiga.

—Do que você precisa?

—Já ouviu falar de Ravencroft?