A maioria das crianças começa a sua manhã com belo prato de bacon e ovos com um nutritivo copo de suco de laranja caseiro. Já eu, começo o meu dia acordando em um lugar totalmente desconhecido, cheio de portas, salas e corredores e ainda tendo que lutar com um monte crianças mutantes bizarras. Quando se é um super-herói, tem que dizer “Hasta la vista baby” a vida normal, mas fico me imaginando comendo um daqueles bolos deliciosos da tia May agora! Só espero que não fique zangada por eu ter me atrasado umas horinhas pelo toque de recolher.

—Você está com fome? —Disse a bela adolescente ruiva que andava ao meu lado por aqueles corredores sem fim.

—Estou. Como é que você sabe? —Perguntei—É telepata?

—Na verdade, ela é sim! —Respondeu o jovem de casaco de couro e óculos escuros que nos seguia.

—Serio? Isso é demais! —Gritei animado. —E você de óculos escuros? Deve ser um mutante também. O que você faz?

Ele sorri sarcasticamente pra mim.

—Eu até mostraria, mas não quero te transformar em “aranha a milanesa”.

Estranhei o comentário. Apesar de curioso, resolvi mudar de assunto. —Então... Quem são vocês? E se não são meus inimigos por que me atacaram?

—Nós não te atacamos de propósito. Foi só um mal-entendido. Aqueles três são novatos ainda. —Respondeu a ruiva. —Nós somos os X-Men: Um grupo de Mutantes que dedica à harmonia entre Humanos e Mutantes. Este é o nosso esconderijo/casa/quartel-general. Chamamos de Mansão X.

—É bem grande e bonita. —Elogiei.

—Foi o Professor X que construiu. Ele é nosso mestre e tutor. Ele dedica sua vida ao ensino e treinamento de jovens mutantes com o propósito de encaixá-los na sociedade.

Era incrível tudo aquilo. Mas, não aguentava tanto ministério e pouca comida. —Professor X, Mansão X, X-Men, só tem coisas com nome “X” aqui? Por acaso não teria um X-burguer ai não?

A ruiva riu sutilmente. – Está certo. Vamos levá-lo pra cozinha para um lanche depois que conversar com o nosso professor. Sabemos a sua identidade. Nada mais justo que dizermos a nossa. Meu nome Jean Grey e esse é o meu amigo Scott Summers.

—Amigo? – Disse Scott sorrindo sarcasticamente enquanto andava.

—Amigo, colega, companheiro, parceiro, sei lá. Se precisar de uma definição melhor, procure no dicionário. – Respondeu Jean meio exaltada.

Scott suspira de lamentação. – Você ainda está zangada comigo? Eu já pedi desculpas!

Mesmo assim, Jean lhe retribui uma mal-olhada.

—Então... —Mudei de assunto. —Aonde esse Professor X está?

—Bem aqui – Disseram os dois simultaneamente enquanto apontavam para um grande porta de madeira.

—Ele está a sua espera. —Avisou Jean. —Tome cuidado com o que pensa. Ele pode ler seus pensamentos.

Engoli seco e segurei na maçaneta da porta e a girei devagar.

—Por favor, entre. — ecoou pelas paredes.

Abri a porta cautelosamente e me deparei com um escritório. Havia muitas prateleiras de livros baixas, armários pequenos e uma mesa de escritório no centro com muitas papeladas. Tinha um grande quadro de uma homem que não conhecia. Olhei mais adiante e vi uma homem em uma cadeira de rodas olhando a paisagem por uma enorme janela que mantinha o lugar muito iluminado. Fechei a porta e o homem se virou em minha direção.

Pude ver seu rosto. Era idêntico ao do quadro só que um pouco mais velho. Diferente do quadro ele tinha uns cabelos grisalhos. Calculei que deveria ter a mesma idade do meu tio Ben: Uns quarenta e tantos anos.

—Eu tenho 39. —Disse o homem. Certifiquei-me de que ele realmente pode ler minha mente o que me deixou constrangido.

—Meu nome é Professor Charles Xavier. Sou o diretor desta escola e tutor dos chamados X-men.

—Xavier? Isso explica o excesso de “X” por aqui.

Ele sorri e se cativa com meu bom humor.

—Peter, eu não costumo ter ousadia de invadir a mente das pessoas ser permissão, mas, eu vi suas memórias.

Mais uma vez engoli seco e minha barriga ronca mais uma vez.

—Você é um jovem corajoso, ousado, inteligente e animado. —Elogiou-me. —Mas, também muito ingênuo e impulsivo. Desafiar o Magneto sozinho não é uma atitude sensata. Mesmo que seja para salvar uma amiga.

—Magneto?

—O homem que tentou matar você ontem. Se não tivéssemos o impedido, ele teria conseguido. Magneto é um mutante perigoso. Ele não apenas tem um poder elevado, mas tem uma obsessão por uma ideia de superioridade influenciada por muitos traumas no passado

—Você parece que conhece ele bem.

—Já fomos amigos num passado distante.

Professor Xavier abaixou seu rosto com um olhar decepção e mais um vez minha barriga ronca.

–Bem...Peter. Você está morrendo de fome. Como alguma coisa, depois terminamos nossa conversa e planejamos uma estratégia para salvar sua amiga. Não se preocupe também com seus tios. Liguei e falei que lhe ofereci uma visita ao Instituto. Eles ficaram animados.

—Valeu. Isso foi muita gentileza.

—Disponha. Saiba que pode contar conosco.

Sai da sala e me encontrei de novo com Scott e Jean. Os dois me levaram para a cozinha da mansão.

Como tudo naquele lugar, era uma cozinha enorme. Com uma mesa retangular bem grande. Tinha prateleiros com inúmeras bugigangas caras de cozinha que a tia May adoraria ter. Observei as pessoas e vi várias crianças sentadas em cadeiras curtindo um café da manhã.

Uma delas, uma menina bonitinha, de aproximadamente a minha idade, se levantou e me convidou para sentar ao lado dela.

—EU. AQUI! —Gritava a menina eufórica a menina. – Por favor Sr. Garoto-Aranha, sente-se aqui!

Sem muita escolha, sentei ao lado dela. Ela era bonitinha. Tinha uma cabelo castanho enrolados em marias chiquinhas. Usa um macacão amarelo.

—Meu nome é Kitty. Sou sua fã. —Ela me encarava com um sorriso bizarro.

—Ah, Legal. —Respondi um pouco constrangido.

—Vou te mostrar a Turma. —Disse Kitty depois ela apontou para uma menina que afro-americana que sentava na minha frente. Ela tinha um cabelo branco estilo punk. —Essa é Ororo. Chamamos ela de Tempestade porque ela controla o clima.

Ororo sorriu e me comprimento. —Muito Prazer.

—A menina do lado é Vampira. Ela não gosta que falem o nome verdadeiro dela em voz alto. —Apresentou Kitty. Era uma menina com o visual gótico. Usava delineador nos olhos, baton roxo, assim como seu cabelo exceto pela franja branca que cobria os olhos.

—Eai. —Disse Vampira com a maior animação que já havia visto.

—E é claro, você já conhece Bobby, o Garoto de Gelo; Peter, o Colosso; Kurty, o noturno e é claro o Pequeno Warren, O cupido.

—Eai. Foi mal pela surra que eu dei em vocês. —Cumprimentei de depois me desculpei.

—Você teve é sorte. Se a Jean não tivesse se metido, nós teríamos transformado você em purê aracnídeo.

—Quero só ver, Picolé. —Desafiei ele e depois nos encaramos e trocamos mal -olhados.

—Ei, nada de briga. Agora, é hora do café da manhã. —Disse uma voz que me surpreendeu por trás. Era um sujeito assustador que quase despertou me sentido aranha. Era uma figura estranha, peluda e animalesca. Tinha pele e pelo azul, garras e dentes afiados e usava um estranho óculos de leitura no rosto.

—Não se assuste, Aranha.- Disse Kitty. —Esse é o nosso professor de ciências e educação física. Professor Hank MacCoy. Chamamos ele de Fera.

—Isso mesmo, Aranha. —Disse Hank enquanto colocava bacon e ovos em meu prato. —Aqui, todos nós somos aberrações. Não há o que temer.

Sorri amigavelmente de baixo da mascara.

—Não se preocupe com a sua amiga. Nós vamos salvá-la. Posso lhe garantir, pois você tem agora a ajuda dos X-Men. —Prometeu Hank – Mas, agora relaxe e tome seu café.

Eles podem ser um bando de esquisitões, mas são os mais legais que eu cruzei nos últimos meses. Realmente, o que O professor Hank falou me motivou. Os X-Men podem não ser grande coisa, mas acho que com ajuda deles eu realmente posso salvar a Mary Jane. Tenho que fazer isso logo. Sinto que meu tempo está se esgotando. Então, é melhor eu comer logo esse bacon e ovo.

—Nossa!! Aleluia! Estou comendo finalmente! —Pensei.

Continua......