CAPITULO 24 – O príncipe ainda é um sapo.

Passaram-se alguns dias depois daquele episódio nada conveniente. Eu estava recuperada depois daquele vexame que havia dado. Enfim... Que o Kevin é um grande idiota eu não tinha dúvidas e isso não era novidade.

Ele havia me procurado depois da festa, mas eu fugi dele de todas as maneiras possíveis que um rato tem chance de fugir de um gato. Eu não o queria ver, fato. Precisava pensar, pôr minhas idéias e rever meus conceitos, longe de Kevin, porque geralmente eu não penso quando ele estava por perto. Havia faltado aula duas vezes, dei uma desculpa qualquer a minha mãe que aceitou dificilmente. Eu estava sem vê-lo desde o último episódio dessa historia não muito normal e nada conveniente.

Eu me achei uma completa idiota [o Kevin é mais, é claro] por ter chorado por ele. Mas enfim, ninguém controla a situação e ninguém é bom o suficiente pra segurar os sentimentos, e naquela hora eu tive vontade de chorar.

Tudo se resume ao fato: ele é um idiota e o problema não tem nada a ver comigo. Sim, eu ainda era louca por ele, mas isso não muda os fatos. Mas tudo foi bom, pra eu chegar a uma conclusão.

Qual??? Haha' você são curiosos né? Pensei que era uma mal de família ¬¬’.

Continuando...

Eu ia dar um big gelo na criança u.u’ , um iceberg digamos assim. Se o Kevin amasse Rebeca, Kevin teria que provar que merecia a Rebeca. Compreendem? E sim, eu estava disposta a não voltar com ele caso ele não provasse. Faça-me o favor né, ele tinha que me merecer, por que tipo, eu o amo, mas eu me amo muito mais.

Nós haviamos terminado, não tivemos uma conversa como eu disse, mas ele tinha que ter desconfiômetro de que havíamos terminado, afinal aquele foi o ponto ápice de: “sai da minha vida seu vadio”.

Nesses últimos dias, eu havia me aproximado mais dos meus amigos, de Jessy, Max e Calebe. Ficava mais tempos com eles e confesso que ficava feliz. Me aproximei mais de Max é claro, porque Calebe só falava comigo o que tinha a ver com Jessy e Jessy ainda gostava do Alec, mas estava confusa.

Nossa ultima conversa foi um pouco esclarecedora, mas conturbante, não queria estar na pele da morena, mas tinha certeza que ela também não queria estar na minha pele.

FLASH BACK ON

-Sabe Rebeca, eu estou em crise.

-Não me diga. –irônia sempre =D.

-Sério.

-O que te aflige cara Jessy?

-Aquele mal necessário sabe?

-E como não saberia, é o meu grande problema. Garotos... Igual TPM quando estamos com ela ficamos irritada, quando ela não vem preocupada. [N/A Créditos a Srta Pelonga]

-Então, sabe no nosso porre nada agradável?

-Sei...

-Agente fingiu que esqueceu pra não pagar vexame, mas o fato é, eu lembro perfeitamente como foi e o que eu fiz.

-Eu também lembro, você estava depravada toda. –eu ri.

-Valeu amiga. –ironia. – Enfim, o Calebe se comportou como um homem de verdade, qualquer um se aproveitaria de mim. –eu me lembrei daquele incidente que aconteceu um tempo atrás comigo, Alec por exemplo, se comportaria daquele jeito com ela. Uma fúria de emoções me envolveu e eu tentei me conter.

-Meu irmão é mais do que você pensa Jessy, se você não der valor a ele vai acabar o perdendo.

-Eu sei, só que... –ela deitou no sofá e colocou as penas pra cima. –Sei lá, às vezes acho que eu só fui um jogo pra ele.

-Às vezes eu acho que você é doida. –eu sorri e ela me jogou uma almofada.

-Enfim...

-Deixa de ser besta e seja feliz. Você tem muito medo de arriscar e assim perde o melhor da vida. Se não der certo... Pelo menos você sabe. Agora ficar na expectativa é pra trouxa. –eu disse.

-Faz sentido. –ela suspirou.

-O que aconteceu depois daquele encontro na sacada? –eu queria saber o que havia acontecido no ponto de vista dela.

-Ele me ligou depois. Sabe... Eu gostei de ter ficado com ele, ele se comportou como o homem que eu sempre quis. O problema é que eu estou confusa agora. Eu ainda gosto daquele idiota. O Alec...

-Hm... Estão fique que nem uma tonta esperando pelo Alec. –cansei, eu já estava a mil por hora.

-Calma nêga. –ela riu. –Que bicho te mordeu?

-Um de olho azul.

-O que aconteceu vocês “ficaram” daquele jeito? –ela se levantou e me olhou e eu corei.

-Você acho que se agente tivesse “ficado” daquele jeito, eu estaria estressada?

-Provavelmente não. –ela fingiu pensar.

-Então, não rolou nada. Ele não me ama Jessy.

-A ta bom, se ele não te ama o Calebe também não gosta de mim. –ela ironizou.-Querida amiga, ouça bem, o Kevin é doido varrido por você. Só que tipo, homem bonito geralmente não regula bem dos miolos, então da um tempo pra ele, aí você vai ver o quanto ele te ama.

-E o que eu faço, eu disse que o amava e ele nada. Não disse uma palavra, tirando o “obrigado”.

-KKKKKKKKKKKKKKKKK. Deixa-meeu ver se entendi, você disse que amava ele e ele disse: “Obrigado” ?

-Sim.

-UAHSUASHAUSHuashuash’ Seria cômico. –ela tentou se conter.

-Sim, seria.

-Enfim, olha. Ele tem que ta na sua mão.

-E como eu faço isso?

-Pede uma prova que ele te ama. Se ele quiser voltar, ele deve provar que te merece. Compreende?

-Compreendo. –sorri de orelha a orelha. –E se ele não provar?

-Bom, aí você resolve se ele te merece ou não.

-Tudo bem, acho que vou por em prática.

FLASHBACK OFF

Foi aí que eu comecei a botar em plano o plano. Mas primeiro eu o deixei sentir minha falta e vim atrás de mim. Bom, ele veio duas vezes aqui, mas eu pedi pra falarem que eu estava na casa da Jessy. Na verdade eu ainda não estava preparada pra vê-lo. Mas agora, bom agora eu já tava com tudo nos trinques. E Kevin tinha porque esperar.

Eu estava me arrumando pra ir ver uma amiga. Era dia de visitar Alice, eu estava esperando Kevin chegar na casa dele pra não corremos risco de nos encontrar pelo sanatório, caso contrário eu corria risco de ficar por lá mesmo, porque aquele idiota de olho azul e corpo malhado tava me deixando maluca.

Estava vestida com uma bermuda no meio da perna [curta] e uma camisa verde florescente dessa que todo mundo tem [¬¬’] e havia acabado de calçar um chinelo qualquer. Queria estar bem à vontade.

Meu cabelo estava solto como sempre e estava mais dourado do que nunca, e eu havia me maquiado de leve, afinal eu ainda tinha minha reputação. Passei perfume e esperei Max me ligar na hora que tivesse pronto. Eu havia pedido pra ele ir comigo, ele não tinha noção aonde eu ia, mas topou de primeira. Dito e feito, meu celular tocou.

-Oi.

-Rebeca pode descer, o Kevin já chegou e já subiu tem 10 minutos.

-Ok, estou descendo. Beijo.

Desliguei o celular e peguei minha bolsa tiracolo da Kipling [N/A atoronnnnn*-*][N/B: Atoooooron ² (Tenho uma coleção kaposkaospao). Esperei cinco minutos pra não correr o risco de me encontrar com ele no caminho e então saí de casa.

Eu devo confessar, ele me persegue como ninguém. Kevin estava ali na minha frente como se me esperando ou tomando coragem pra mais uma vez tocar a campainha. E ele estava lindo como sempre, usava uma camisa preta e uma calça jeans. Seus cabelos estavam daquele mesmo jeito, efeito “eu estou nervoso”, provavelmente ele havia passado a mão nele milhares de vezes. E seu olhos... Bom, seus olhos faziam de mim uma presa fácil combinado com sua boca linda... Qualquer uma não resistiria e eu estava lutando internamente comigo mesma pra não cair naquela lábia que eu tanto queria.

-Oi. –ele disse um pouco assustado, ele não esperava que eu fosse sair naquela hora e dar de cara com ele, eu também estava assustada e o meu “oi” saiu da seguinte forma:

-Vocêestálindo. – ele não conseguiu entender o que eu havia dito, porque eu havia dito muito rápido.

-Ã?

-Nada Kevin.

-Rebeca precisamos conversar.

-Não é de conversa que precisamos, ou melhor, não é agora que precisamos conversar, é um pouco tarde não acha? –eu já estava recuperada do susto e falava tudo que estava entalado na minha garganta.

-Você por gentileza podia explicar o que eu fiz? –seu olhar era confuso. –Afinal quem  me deve explicação é você.

-Eu? –perguntei não acreditando naquilo que meus ouvidos escutavam e meu cérebro processava.

-Você que agarrou aquele idiota no térreo. Vai dizer que não lembra. –ele havia visto, eu não sabia disso.

-Caro Kevin, O ÚNICO IDIOTA AQUI É VOCÊ. E SE EU AGARREI FOI POR SUA CULPA.

-Ahhh! AGORA A CULPA É MINHA POR VOCÊ ME TRAIR.

-EU NÃO TE TRAIR.

-ENTAO ME EXPLICA O FATO DE VOCÊ TA NO BRAÇO DELE QUANDO AGENTE QUASE HAVIA TRANSADO.

-CALABOCA INFELIZ EU TENHO VIZINHOS.

-QUE COINCIDENCIA ELES SÃO OS MESMOS QUE OS MEUS.

-É SÓ QUE VOCÊ NÃO SE IMPORTA COM ISSO, NÃO É MESMO?

-E VOCÊ POUCO SE IMPORTA COM A GENTE. E AGARRA O PRIMEIRO QUE APARECE.

-Max foi o único que estava presente quando eu queria chorar. –disse com voz baixa e eu o calei de uma só vez.

-Chorar? –ele havia segurado meu queixo tirando meus olhos do chão e voltando pros seus olhos.

-Sim Kevin, chorar. Porque se você não lembra, eu disse que te amava e o que você respondeu?

-O que você queria que eu respondesse?

-Que você era gay. –ironizei- Era bem melhor ouvir isso, do que não ouvir nada.

-Olha Rebeca, eu não sou o tipo de homem melodramático, você sabe.

-Então eu não sou teu tipo. –disse por fim dando menção de sair , mas ele me segurou pelo braço esquerdo.

-Você é muito importante pra mim.

-Não é isso que eu quero ouvir.

- Eu não vou ficar lambendo o chão que você pisa.

-A é? Então me esquece Kevin.

-Você não me esqueceu que eu sei. –ele havia me puxado e eu havia ficado bem perto do seu rosto.

-Ainda não... –disse entre suspiros. Ele eliminou a mínima distancia e me beijou. Se ele me beijasse apenas seria mais fácil, mas ele com sua mão forte me colou mais ainda no seu corpo e aí o meu corpo ficou vulnerável ao dele. Só que eu não podia ceder. Kevin tinha que se comportar como homem se quisesse me ter como mulher.

Confesso que foi uma luta interna difícil, quase impossível pra ser mais exata, mas com a ultima razão que debatia em meu peito eu o empurrei.

-Vai me dizer que não me quer também? –ele perguntou.

-Não vou dizer nada, mas se você me querer vai ter que provar que me merece. –nisso eu dei a costa para ele e fui em direção ao elevador.

-Eu não sou esse tipo de homem Rebeca.

-Fuck you! –e eu entrei no elevador e deixei que meu corpo repousasse na parede do mesmo.

Ia ser mais difícil do que eu pensei e mais difícil ainda seria se ele não provasse nada e eu tivesse que conviver com sua ausência. Eu tinha que ser forte e não dar o braço a torcer.

A verdade era que eu não tinha certeza mais de nada, se Kevin gostava ou não de mim.

-Oi minha linda! – Max me abraçou. –O que aconteceu?

-O que não aconteceu né?! –suspirei entre seus braços.

-Quer conversar sobre isso? –não ia ajudar muito.

-Não, obrigada.

-Eu te amo, você sabe né?

-Eu te amo mais. –ele se separou de mim e disse:

-Eu te amo mais do que você pensa. –aquelas palavras me causaram um calafrio.

-Talvez eu não mereça ser amada.

-Você ta muito pra baixo, essa não é a Rê que eu conheço.

-Digamos que essa ta mais vulnerável. Vamos?

-Sim. Chamei um táxi ele acabou de chegar.

- Ótimo.

Entramos no taxi e eu disse:

-Sanatório Samara Undercof.

-O que você vai fazer em um sanatório?

-Ver uma pessoa.

-Você vai ver um doido?

-Não é um “doido” Max, e você vai ver quem é.

Continua...

Brenna Dabella