O resgate de Hermione escrita por Angel Black


Capítulo 17
Despedida




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– Hermione?

Hermione abriu os olhos devagarinho ao escutar o timbre suave de Draco chamando-a. A primeira coisa que viu foram seus olhos azuis, ainda mais claros com a luz do sol invadindo o quarto. Parecia que o terror, o frio, a insegurança dos últimos dias haviam se dissolvido com a presença de Malfoy naquele castelo encantado.

– Bom dia, Hermione! – disse Malfoy.

Hermione sentou-se e esfregou os olhos, tentando ver melhor. Draco parecia sério. Ele estava em pé, diante dela e parecia um pouco nervoso.

– Bom dia... – respondeu ela, passando a mão sobre o lençol no lugar em Draco dormira, ao seu lado. Ele havia levantado cedo. Nem sentiu ele sair da cama. - Está tudo bem?

– Sim, claro! – respondeu ele, com um meio sorriso. – Harry está lá embaixo. O jato já está pronto para leva-los para Londres.

Hermione piscou os olhos, sem saber exatamente como traduzir o que Malfoy havia acabado de dizer.

– Levá-los? Levar a quem, Draco? – perguntou ela.

– Harry, os aurores, Valashei... você!

Hermione esfregou as mãos nervosamente. Ela sabia que Harry estava a caminho. Sabia que Malfoy tinha lhe dado a liberdade que ela tanto quis há alguns dias atrás, mas agora, parecia estranhamente errado sair da companhia de Draco e retornar para sua vida solitária em Londres.

– Achei que já tivéssemos conversado ontem? Achei que você tinha entendido que eu não quero voltar para Londres...

Dessa vez foi Malfoy quem piscou, olhando em direção da janela, como se estivesse muito longe.

– Você passou por situações muito estressantes, traumatizantes. Não está pensando com clareza...

– Não diga isso, Draco. Eu nunca pensei com a clareza que tenho agora. Eu quero ficar do seu lado. Quero ficar com você...

– Não quer não... – disse Malfoy, com um tom suave e grave – Você não é uma criminosa, Hermione. Você não é má, não é cruel. E você acha que sente algo por mim, mas não é verdade. Você não quer ficar comigo.

– Você também não é assim! Eu estava errada durante todos esses anos perseguindo você, achando que você é um homem cruel. Tudo o que você me mostrou foi o contrário: você é corajoso, bondoso, carinho, foi a pessoa mais generosa que já encontrei... você me protegeu, me ajudou... como pode pensar que é um homem mau?

– Você não me conhece de verdade, amor! – falou Malfoy, sentando-se na beirada da cama. – Você está confusa, Hermione. É normal, depois de tudo o que você passou. Mas quando você for pra casa, quando estiver em Londres, as coisas ficarão mais claras para você.

– Achei que você me amava, que quisesse ficar comigo para sempre... – falou ela, sentindo os olhos arderem. Ela desejava com todas as forças ficar com Malfoy na Bulgária. Sabia que normalmente não pensaria dessa forma, sabia que era loucura. Mas era o que sentia e não poderia ignorar isso.

Draco segurou sua mão e a guiou até seu próprio peito, cobrindo os pequeno dedos dela com ambas as mãos.

– Hermione... eu amo você profundamente. Minha vida não é a mesma sem você. Infelizmente, minha querida, eu fiz escolhas na minha juventude pelas quais estou pagando até hoje. Se te imploro para me deixar, Hermione, não é porque eu não te amo. Se eu não te amasse, eu lhe imploraria para ficar. Mas se eu fizer isso, eu sei que eu terei destruído sua vida e eu amo você... demais... pra fazer isso – disse Malfoy e Hermione pode ver seus olhos brilhando. Era a primeira vez que ela o via emocionalmente abalado. Ele fez uma pausa, respirando fundo antes de continuar– Você não imagina o quanto estou sofrendo por deixar você ir... mas eu preciso fazer isso, Hermione. Eu preciso que você se afaste de mim. Eu preciso que você me esqueça.

Hermione puxou a mão imediatamente quando escutou a última frase. Seu coração parecia querer pular pela garganta. Sentia como se mil estilhaços de vidro estivessem alfinetando seu coração.

Levou alguns segundos para processar tudo o que ele lhe havia dito. E mesmo com raiva por Malfoy estar querendo afastá-la, Hermione aproximou-se dele e segurou seu rosto entre ambas as mãos.

– Eu não me importo! De repente... a vida parece mais leve e mais clara. E eu percebi que isso acontece quando você está perto de mim, Malfoy! Eu nunca... nunca... jamais... senti por alguém, o que eu sinto por você...

Ela o beijou, sentando-se no colo de Malfoy que a puxava para si, pousando suas mãos nas costas de Hermione.

Foi um beijo intenso, cheio de emoções contraditórias por parte de ambos. Malfoy se enterrou no pescoço de Hermione, passeando os lábios pela pele clara de Hermione, causando-lhe estranhos e prazerosos arrepios.

Enquanto isso, Hermione deixou seus dedos se perderem nos cabelos loiros de Malfoy, sentindo seu corpo todo tremer.

Ambos se perderam naquele instante de carícias. Nunca antes Hermione se imaginara daquela forma, como mulher, nos braços de Draco Malfoy, mas ali estava ela, desejando-o como nunca desejara nada. E porque ela sabia onde queria chegar é que Draco simplesmente parou, segurou as mãos de Hermione que estavam quase tirando sua gravata e se afastou, levantando-se da cama.

– Draco... não faça isso... não me deixe assim.

– Eu preciso, Hermione. Eu sei o que parece. Sei que você acha que eu estou te rejeitando, mas eu estou pensando em você. Você não está pensando direito. Quando estiver em Londres, você vai ver que eu tenho razão. Você lutou muito para ser uma auror, para ser respeitada ao lado de Harry Potter. Se ficar aqui, sua carreira terminará. Você será acusada de cumplicidade, será uma criminosa para o resto da sua vida. Terá que se afastar de Harry, Rony, Gina e todos os amigos que possui. Com o tempo, Hermione, você se sentiria só, arrependida, sua vida e sua carreira destruídas. Não... não posso fazer isso com você. Seja lá o que houver entre nós dois... precisa acabar agora.

Hermione não conseguiu responder. Sabia que no fundo, Draco tinha razão, mas parecia que um bigorna havia sido jogada em sua cabeça, esmagando sua alma. Um lágrima escapou de seus olhos. Tinha vontade de correr para Draco, de lhe implorar que a deixasse ficar, mas sabia que seu orgulho a impediria. Havia acabado. Mal tinha começado. Dois beijos, olhares, toques que arrepiavam o corpo e a alma de uma maneira indescritível. Enfim, tudo terminado com as diferenças culturais que havia entre eles: Draco era o bandido, ela, a policial. Eram fadados a tragédia desde o instante em que Draco surgira na masmorra do Ministério da Magia pra resgatá-la das dores da Cruzarium. Acabou. Havia acabado. O amor que Hermione mais amou, havia enfim, terminado.

– Eu quero que se arrume agora e se prepare para ir com Harry, amor. Desça assim que estiver pronta.

Malfoy se virou, se aproximando da porta, quando estava quase saindo sentenciou:

– Eu sinto muito por tudo, Hermione. Mas não devemos nos ver novamente... adeus!

Depois que Draco saiu, aquela despedida ainda ecoava em seus ouvidos.


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