Você, ele e eu escrita por AmlidArlequina


Capítulo 4
Past


Notas iniciais do capítulo

Gente, volto a explicar, aqui Steve dormiu apenas 35 anos, para que Tony não seja muito velho, sim ?

Não estou sendo fiel a HQ'S nem mesmo aos filmes, ok ?
É uma realidade paralela.



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POV'S Howard Stark

 

Um caos, assim pode ser definido o período de vida que culminou no fato de eu ser pai hoje em dia de um garoto chamado Anthony Edward Stark. Céus, como eu gostaria de amar essa criança e dar a ele muito mais do que o dinheiro pode comprar, mas olhar para Tony faz com que eu me lembre de todo o meu passado, de como eu era feliz antes de me oferecer para o projeto experimental da SHIELD.

Steve Rogers, mais conhecido como Capitão América foi meu amigo, assim que entrou para o exército após a utilização do soro, e logo um de meus experimentos foi aprovado e passou a ser utilizado por ele, o meu escudo de vibranium. O material era resistente e capaz de sofrer e suportar impactos incomensuráveis , mas eu não apenas era criador como gostava de participar de muitas das experiências.

Mas o que tenho para contar começa bem antes disso, alguns meses para ser mais sincero. Eu não era apenas cientista de criação do exército, eu era muito mais que isso dentro de toda aquela organização. Tinha acesso a medicamentos, a perfis e fichas dos soldados, assim como tinha acesso a todos eles quando chegavam. Ajudava no setor médico vez ou outra.

Estava ajudando na enfermaria quando um dos novos soldados ainda em treinamento veio parar na tenda de atendimento. Muitos dos soldados que eram responsáveis pelo setor estavam sendo encaminhados para os campos de guerra e com isto eu que estava tendo de parar com as pesquisas muitas vezes, tinha tempo livre e não tinha muito mais o que fazer fora dali e ir para casa era sempre quase uma viagem já que eu morava longe dali, resolvia ficar para ajudar.

— Em que posso ajudá-lo, soldado ? - Questionei já apanhando a prancheta para anotar seus dados.

— Caí num exercício e ao que parece, torci meu pé ! - Disse ele - Não acho que seja sério, mas estou de dispensa hoje e com isso, o general me mandou vir ver se quebrei algo !

— Caiu do barranco também ? - Questionei passando a mão pelo cavanhaque.

— Sou o quinto que não lembra que existe essa porcaria ?

— Não, o décimo só essa semana ! - Respondi e isso o fez sorrir e por mais que eu não me interessasse por homens, eu achei seu rosto muito bonito ainda mais se somado àquele sorriso de lado.

— A gente esquece que tem aquilo, mas eu estou bem ! - Disse ele sorrindo. Deveria fazer o maior sucesso com as mulheres.

— Eu preciso ver mesmo assim, soldado ! - Falei tentando não me mostrar interessado, aliás em minha época era considerado muito errado dois homens ficarem juntos e se ele não fosse interessado em homens, eu poderia ser agredido, e até mesmo expulso e perseguido - Vamos, deite-se na maca e retire o sapato caso consiga !

Ele o fez, retirando o sapato primeiro para só então se deitar. Me aproximei o suficiente para poder examiná-lo e percebi que seu pé não apenas estava torcido como estava roxo e inchado. 

— Mais um soldado com 6 dias de licença, mas indico que fique por aqui já que não vai conseguir andar muito depois que seu sangue esfriar, aí virá a dor ! - Respondi massageando seu pé. Ele não reclamava, talvez até sentisse dor, mas era metido demais para mostrar isso.

— Vou ficar aqui, com você ? - Questionou  mantendo o sorriso de lado.

— Não ! - Respondi seco soltando seu pé - Você vai ficar com seus amigos aqui ao lado, onde vai ser cuidado pelas enfermeiras !

— Você é muito novo para estar aqui, perdendo seu tempo como médico do exército ! - Disse ele.

— Não sou médico, sou cientista e estou apenas ajudando aqui e não deveria servir ao exército se pensa que estar aqui é perda de tempo ! - Respondi.

— Você está sempre na defensiva ? - Questionou ainda mantendo o sorriso.

Depois daquele dia sempre que me via, Bucky fazia questão de fazer piadinhas e soltar cantadas em minha direção e eu não levava a sério, até o dia em que ele veio até a minha sala antes de sair em missão de campo. Eu estava sozinho e ele insistiu em chegar perto demais.

— Posso saber o que é que você está fazendo ? - Questionei, eu sempre ficava nervoso na frente dele.

— Estou fazendo o que eu quero fazer desde que bati meus olhos pra você, docinho ! - Disse ele ao me empurrar contra a parede e antes que eu pudesse dizer alguma coisa, sua boca estava por sobre a minha.

Não fiquei com toda aquela frescura de sempre e correspondi o beijo a altura. Minha porta só abria por dentro e ele finalmente estava me beijando como eu queria muito fazer, então eu finalmente estava fazendo o que queria.

— Você é uma gracinha, Howard ! - Disse ele me dando um selo quando o beijo foi desfeito.

— Como vamos ficar ? - Questionei lhe roubando alguns selos enquanto afundava meus dedos em seus cabelos.

— Por mim, a gente namora ! - Disse ele apertando o agarre em minha cintura - A gente se beija ás vezes, saímos nas nossas folgas, e tudo mais, ninguém precisa saber porque não podemos perder nossos cargos, mas eu não quero continuar sem você, pãozinho !

— Eu não sou um pãozinho e assim pra mim está bom ! - Disse eu.

— Bom, já que já estamos esclarecidos, me dá um beijo porque estou saindo em missão ! - Disse ele afagando meu rosto - Quando eu voltar, quero te levar pra conhecer o apartamento que divido com meu melhor amigo !

— Que ?

— Steve Rogers, meu melhor amigo ! - Respondeu ele - Quando eu voltar, te explico tudo, benzinho !

Eu odiava os apelidos idiotas que ele me dava, ao mesmo tempo que gostava, assim como eu morria de medo de sermos pegos quando ele resolvia me arrastar para alguma das tendas de assistência ou uma sala ou corredor vazio para me beijar, assim como quando insistia em pegar na minha mão quando eu estava distraído.

Eu conheci Steve quando ele ainda era um garoto magrelo, e senti ciumes deles juntos porque eles moravam juntos, mas ambos me juraram que não tinham nada e eu acreditei porque Steve era muito mais assustado que eu em relação ao julgamento das pessoas e também quanto as ideias que as religiões colocavam em sua cabeça.

Steve recebeu todo nosso apoio quando entrou para  o exército e eu soube antes de Bucky sobre o soro e não disse a ele porque ele não aceitaria e se preocuparia com Steve, mesmo que a escolha tenha sido do próprio Steve e muito rápida.

Eu adorava Steve e podíamos contar com ele para manter nosso segredo, assim como podíamos contar com ele sair de casa para nos deixar á sós para podermos nos amar á vontade. Bucky era do tipo romântico, mas mulherengo também. É claro que eu sabia que ele me traía, mas não me importava porque ele estava comigo.

As missões começaram a ficar mais sérias. Steve seguia com eles mesmo ainda sendo mais um garoto propaganda do que tudo, as dancinhas eram ridículas, e as pesquisas avançavam até que começam a testar misturas de genes e desenvolvimentos de partes femininas em corpos masculinos. Me deram as vitaminas e fizemos experimentos não apenas em mim. Muitos não sentiram efeito e eu também parecia não sentir, até eu começar a notar as minhas mudanças físicas. Bucky e eu estávamos juntos há exatos cinco anos.

Eu estava grávido, foi o que eu concluí e os médicos pesquisadores concluíram comigo. Eu só tinha relações com Bucky e era sempre o que chamam de passivo. Eu adorei a ideia de ter um filho com ele e ser o primeiro homem capaz de gerar um filho, mas mantivemos isso em segredo.

O passo mais importante para mim foi contar para Bucky. Como eu tinha medo da sua reação, pedi a Steve que estivesse no apartamento comigo quando eu fosse contar para ele. Havia preparado um jantar romântico para servir, vestido um belo terno e com isso esperei por ele enquanto Steve permaneceu em seu quarto.

Horrível. Bucky me disse tantas coisas, me chamou de aberração, disse tantas coisas que nem mesmo com Steve intervindo e me afastando dele ele parava de falar. Até mesmo dizer que o filho que eu esperava poderia ser de Steve ele disse, me chamou de vagabunda e entre outras tantas coisas que me fizeram chorar por tantos dias.

Eu tinha dinheiro para comprar os médicos que quisesse e mesmo que eu fosse criar meu filho sozinho, eu não o tiraria. Bucky passou a namorar todas as enfermeiras e mulheres das tropas, sempre chegavam boatos para mim que ele havia dormido com uma diferente, assim como dormira com dois recrutas recém-chegados. Pouco se importando com as fofocas, ao contrário do que acontecia comigo.

Eu estava cada vez mais triste e me sentia cada vez pior e isso só me fazia desgostar mais do bebê em meu ventre. Eu poderia ter tirado, mas queria ter o direito de ser o primeiro homem a dar a luz a uma criança.

Steve esteve o tempo todo tentando me ajudar com Bucky e foi por causa dele que Bucky e eu conseguimos fazer as pazes no meu  último mês de gravidez. Bucky pela primeira vez perguntou se nosso filho era menino ou menina, tocou minha barriga, acariciou, me fez carinho, fizemos amor em seu apartamento mesmo comigo mal conseguindo andar de tão gordo que estava e eu perdoei tudo porque eu amava Bucky de verdade.

Porém, ele e Steve tiveram uma missão, e quando eu recebi a notícia de que Bucky havia morrido, eu me agarrei a minha barriga porque era tudo que eu tinha que provava o nosso amor, mas Bucky não amava aquela criança, eu também não, eu amava a ciência toda por trás daquilo porque aquele amor só me fazia sofrer e de nós dois só eu amava, e meu filho não era a prova de um amor lindo, só de um amor em que um amou e o outro o usou.

Quase morri no parto, eu não aguentei a dor e o parto foi acelerado. Eu não peguei em Anthony, não aguentei pegá-lo no colo, não consegui dar carinho a ele. Era doentio, mas eu não conseguia e nunca consegui.

 


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Notas finais do capítulo

Triste, curto e com sentimentos.
O que acharam ?
Voltei, amores. Sim.