Leah e Bella escrita por Cássia Andrade


Capítulo 15
Capítulo XIV


Notas iniciais do capítulo

Oiii!
Então, como estão? Aproveitando o fim de semana? Bem... Eu realmente aproveitei a noite de sábado, mas antes disso escrevi um capítulo que finalmente chegou as DUAS MIL PALAVRAS! Yeah! Conseguimos esse feito!
Obrigadíssima pelos comentários! Foram todos lindos!
Boa leitura!



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CAPÍTULO XIV

Leah não conseguia evitar o carinho que estava sentido agora por Charlie. Sim, Charlie!

Graças à Charlie, ela passaria uma noite ao lado de Bella, não uma noite inteira, mas uma parte dela. Leah não conseguia conter a animação quando chegou em casa. Ela sorria longamente, se movimentava com mais sutileza do que o normal e estava com o coração acelerado.

Em casa, ela não conseguia pensar em outra coisa que não fosse tomar um banho longo e se arrumar. Fazia tempos que Leah não sentia isso: a emoção de ser uma adolescente que sairia de noite.

Criticamente, Leah se avaliou por inteira.

Os cabelos haviam cedido a pressão da escova e sua blusa nunca usada parecia perfeita nela, era lilás, tinha um pequeno decote redondo e parecia ter sido feita especialmente para Leah. O jeans preto e o tênis completavam Leah. Sue riu quando viu Leah descer as escadas: o cheiro de chocolate que a loba exalava embriagava a todos.

― Vai onde? ― Sue tirou o volume da televisão e olhou para o relógio que indicava 18h30min.

― Encontrar Bella. ― Sue ergueu as sobrancelhas, surpreendida.

― Nessa hora? ― apesar de serem seis horas da tarde, já era escuro.

― Charlie vai trabalhar até ás nove e não quer deixar Bella sozinha em casa ― Sue soltou uma risadinha.

― Não chegue depois da meia-noite. ― Leah passou uma mecha do cabelo para atrás da orelha.

― Depois de sair da casa de Bella vou ter que ir para a ronda ― Sue suspirou, assentindo logo em seguida. ― Seth ainda estuda e precisa estar descansado para amanhã.

― Então ― Sue sorriu carinhosamente para a filha. ― Se cuide.

― Eu vou. ― prometeu Leah antes de sair de casa.

A caminhada até a casa de Bella seria longa, mas incrível.

Seria um deleite ficar pensando em Bella sem nada a atrapalhar. Pensar em Bella era um deleite, mas pensar sem interrupções era melhor ainda. Bella respirou profundamente e olhou para as unhas, totalmente nervosa.

Apesar da animação que sentia com a visita noturna de Leah, Bella não conseguia esconder a curiosidade, a desconfiança que estava. “Bella sabe que...” as palavras de Jacob ricochetearam em sua cabeça como uma pedrinha quando atirada. O que Bella não sabia? O que Jacob quis dizer com aquilo? Por que Leah o cortou?

Bella não queria estragar aquela noite, mas sabia que logo não iria conseguir segurar a pergunta. Ela era teimosa e curiosa; Leah literalmente iria ficar num beco sem saída. Mas quando Leah apertou a campainha, ela não conteve a satisfação e o prazer.

― Oi. ― Leah sorriu.

― Uau... ― Bella avaliou Leah da cabeça aos pés. ― Você está linda. ― simples, mas linda. Bella sentiu-se meio constrangida: Leah estava perfeitinha e ela não havia conseguido arranjar tempo para diferenciar o cabelo, talvez prendê-los ou fazê-los em uma trança, pelo menos, a sorte estava ao dispor dela, afinal, seus cabelos castanhos lisos pareciam impecáveis.

― Então, o que vamos fazer? ― questionou Leah após entrar e Bella fechar a porta.

― Não sei ― Bella mexeu os ombros. ― O que você quer fazer? ― Leah fitou o rosto magro e pálido de Bella.

― Você não provou aquele cupcake que eu prometi, certo? ― Bella entreabriu os lábios para se pronunciar, meio incrédula e meio divertida.

― Por que alguém menos teimosa não teve o imprinting por mim? ― Leah crispou os lábios.

― Porque eu sou a única loba da história ― Leah passou o braço pelos ombros de Bella, guiando ela até a cozinha. Mesmo que Leah tivesse ido apenas uma vez na casa de Bella, ela já sabia onde ficava a cozinha.

― Edição limitada? ― riu Bella e Leah empinou o nariz.

― Única. ― Leah tirou o braço dos ombros de Bella e abriu um armário, a procura dos ingredientes necessários.

― Então, eu basicamente ganhei na loteria sem comprar um bilhete? ― Leah fechou a porta do armário e abriu a porta do lado, encontrando um pote branco com a quantidade certa de farinha.

― Ou considere que você foi a garotinha sortuda que conseguiu achar o bilhete dourado do Willy Wonka na barra de chocolate. ― Leah puxou o pote com farinha.

― Versão 1971 ou a com o Johnny Depp? ― Leah soltou um suspiro apaixonado.

― 1971. ― Leah se virou. ― E você?

― Também. ― Leah abriu outro armário, puxando uma tigela. ― Nada contra o Depp, mas aquele Willy Wonka era muito mais humilde.

― Acredite: depois dos anos 90 os filmes bons viraram raridade. ― Bella ficou ao lado de Leah na pia.

― Precisa de ajuda? ― Leah soltou um sorrisinho.

― Claro. ― os olhos de Bella brilharam uma animação gigantesca; não havia gostado da ideia de Leah no encontro na cafeteria, mas agora estava amando a ideia. ― Tem essência de baunilha?

Bella parou para pensar e respondeu:

― Pouca, mas acho que o suficiente. ― Leah piscou.

― Ótimo, vou precisar dela.

Bella deu poucos passos até chegar ao armário onde ela havia preenchido de temperos e outros ingredientes após vir morar com Charlie. Havia pimenta, fermento, orégano e bem no fundo, escondido estava o vidrinho de essência de baunilha. Lacrado e cheio.

― Filme favorito? ― Leah abriu a geladeira, pegando alguns ovos.

― Humm... ― Bella apertou os lábios. ― Já não falamos disso antes? ― Bella pôs encima da pia o vidro de essência de baunilha. Leah negou.

― Falamos de música, não de filmes. ― acrescentou Leah.

― Existem tantos filmes que eu gosto, mas... ― Bella se escorou na pia. ― Grease é o meu favorito.

― Sério? ― Leah gargalhou brevemente. ― Olivia Newton-John e John Travolta cantando e dançando?

― Você deve respeito a esse filme ― Leah ergueu uma sobrancelha, duvidosa. ― É um clássico.

― Agora eu fiquei com medo. ― Leah abriu o pote com farinha. ― Quem foi a atriz mais bonita de Hollywood para você? Bette Davis?

― Eu sempre achei Joan Blondell mais bonita. ― Leah franziu o nariz. ― Não estou brincando.

― Agora sim eu estou com medo. ― Leah disse, fingindo medo. Bella deu um leve beliscão no braço da loba que voltou a gargalhar.

***

― Eu realmente espero que tenha ficado bom. ― disse Leah quando secou a tigela. Bella sacudiu levemente as mãos sobre a pia e Leah alcançou a ela o pano de pratos. Bella secou as mãos e suspirou.

― E se não ficarem bons? ― desafiou Bella.

― Bem... ― Leah estalou a língua nos dentes da frente. ― Eu levo para Seth que vai comer de qualquer forma, porque se você colocar pedra na mesa, ele é capaz de comer e achar bom.

Bella contraiu a risada. Leah se encostou na pia ao lado de Bella, fixando o olhar nos olhos castanhos de Isabella Swan. Leah gostava de ficar encarando os belos olhos da garota Swan, eles eram incrivelmente hipnotizantes e eram tão castanhos que pareciam chocolate derretido. Uma essência inesquecível.

Bella deslizou agilmente seu corpo e suas mãos: suas mãos agarraram os quadris de Leah e seu corpo ficou de frente para o da loba, deixando-a levemente prensada contra a pia. Leah correu à mão até o rosto de Bella, acariciando com leveza enquanto sua outra mão estava no quadril de Bella.

O nariz de Bella roçou contra o seu e Leah fechou os olhos.

― O que você... ― Bella fechou os olhos. ― O que você sentiu quando o teve o imprinting?

― Eu... ― Leah se manteve de olhos fechados e pensou nas palavras corretas. ― Eu senti como se tudo nesse mundo me prendesse a você ― a respiração de Leah se mesclou com a de Bella. ― Como se você fosse meu chão. ― Leah quase grudou a boca na de Isabella. ― Não haveria sentido minha existência sem a sua. ― falou antes ela de, finalmente juntar os lábios nos de Bella.

Por algum motivo, aquele beijo pareceu ser mais prazeroso que todos os outros que elas já haviam provado. Esse era muito mais intenso, tão intenso que fazia todo o corpo de Leah formigar e todos os seus sentidos adormecerem por alguns segundos.

Ela apenas sentia o tato. Apenas sentia os lábios de Bella nos seus. Quentes. Ágeis. Apaixonados. Carinhosos. Sedentos por mais e mais. Leah, literalmente, se perdia nos lábios de Bella. E quando os sentidos de Leah retornaram ela só sentia sua loba interior gritando num instinto selvagem.

Leah só foi sentir a proporção de tudo quando as mãos de Bella agarraram seus cabelos e as mãos dela escorregaram pela cintura de Bella, erguendo-a e a sentando na pia. Não sabia da onde tirara tudo aquilo, mas queria aproveitar. Não sabia o que fazer, mas queria tentar.

Ela amava Bella e conhecia a garota melhor que ninguém agora. Uma terapia intensiva de encontros durante duas semanas e meia e elas, elas estavam sozinhas em casa. Que mau tinha nisso? Seguindo o instinto que tanto sua loba berrava para si, Leah abriu espaço nas pernas de Bella e se encaixou entre elas, descendo os lábios para o pescoço da garota.

Bella puxou mais os cabelos de Leah e segurou o gemido com os beijos dados no pescoço, e ao mesmo tempo, Bella tentou recuperar o fôlego. Leah subiu os lábios do pescoço, passando pelo queixo e indo novamente até os doces lábios de Bella, os devorando sem o menor pudor.

Leah largou a cintura de Bella e a segurou pelo cós da calça, puxando os quadris de Isabella para mais perto dos seus. Sentindo que Bella estava começando a ofegar, Leah desceu outra vez a boca para o pescoço. Assim como Bella, ela ofegava, mas ao contrário de Bella, Leah conseguia capturar o ar a cada mínimo afastamento que os lábios delas sofriam.

― Leah... ― as mãos de Bella estavam nos ombros da jovem loba. Meio contrariada consiga mesma, Bella prosseguiu: ― Para. ― Leah respirou profundamente e escondeu o rosto na curva do pescoço de Bella, parando imediatamente. Estava mais constrangida do que qualquer um e não conseguia imaginar como seria olhar para Bella.

Um esforço de semanas para conquistar Bella, cuidando cada ato, se penalizando por cada resposta mais afiada, na esperança de agradar cem por cento a garota e agora isso! Um beijo que passou dos limites. Leah suspirou e ergueu o rosto, fitando profundamente Bella, que estava com alguns vermelhões no pescoço e com os lábios levemente inchados.

― Eu... ― Bella se castigou mentalmente, mas sabia que devia perguntar agora. ― Leah, o que eu não sei? ― Leah franziu o cenho.

― Como assim? ― ela negou, não entendo o ponto em que Bella desejava chegar.

― Jacob hoje de tarde na praia... ― Leah bufou, irritando-se. ― Ele perguntou se eu sabia. O que seria?

― Nada ― Leah soltou o melhor de seus sorrisos. ― Jacob é um idiota.

― Leah. ― Bella sentiu a falta de honestidade no início da frase de Leah. Leah bateu (não muito forte) as mãos na pia. Ainda estava entre as pernas de Bella e suas mãos estavam pousadas uma de cada lado da pia. ― Eu juro que não queria acabar com esse clima, mas por favor.

Leah fechou o rosto. Enraivada. Se enxergasse Jacob naquele momento, perderia a conta de quantos socos daria no rosto dele.

― Por favor. ― pediu Bella à Leah, que olhava para o chão.

― Eu larguei a matilha de Sam ― ela encarou Bella, sem desviar os olhos dos dela nem por um único segundo. ― Porque eu te amo e ele não me deixava ficar com você.

― O que... ― a voz de Bella sumiu antes dela mesma conseguir completar a fala. Mentalmente, Bella ficou contente que sua voz tenha sumido naquele momento: tudo que ela menos queria era discutir com Leah.

― Eu não conhecia você, mas sabia que não conseguiria ficar longe de você. ― Bella permaneceu em silencio. ― Lembra aquele dia na praia? Quando você perdeu a pulseira? ― Bella assentiu. ― Depois disso eu larguei a matilha. É isso.

― Então, você está sozinha nessa? ― perguntou Bella, tomada pela curiosidade.

― Não ― falou Leah. ― Seth saiu pouco depois de mim. Quil e Jared saíram a uma semana.

― Você é a alfa? ― Bella não precisou de mais explicações para entender mais da história. Leah mexeu a cabeça, em uma concordância silenciosa. ― Quando... Quando que você ia me contar isso tudo? ― foi impossível conter a irritação no tom de voz.

― Olha ― Leah franziu o cenho novamente. ― Eu realmente sinto muito se você ficou ressentida com isso tudo, mas eu só queria lhe agradar. ― Leah abaixou a voz. ― Poxa, Bella, seu ex é um sanguessuga! ― exclamou Leah. ― Eu só queria acertar tudo com você e poupar você mesma disso tudo!

― Sabe que isso tudo... ― Bella pôs uma mecha do cabelo curto de Leah para trás da orelha. Leah ficou mais relaxada, porém, o cenho continuava franzido. ― Vampiros. Lobisomens. Isso tudo é inevitável na minha vida, certo? ― Leah concordou. ― Então, não precisa esconder esse tipo de coisa para me agradar. ― Bella continuou: ― Vai apenas atrapalhar o andamento de tudo não me contar.

― Eu só...

― Queria agradar ― completou Bella. ― Eu entendo, não se preocupe. Mas não precisa fazer isso para me agradar. ― Bella sorriu para Leah, que sorriu de canto. ― Você já me agrada, Leah. ― Bella passou os braços pelos ombros de Leah, puxando-a para um abraço. Leah apertou Bella contra si, e respirou o máximo que pode, absorvendo todo aquele cheiro de morangos de Isabella. Bella se inclinou e deu um beijo na bochecha de Leah. Leah deu um passo para trás e Bella pulou da pia.

― Não há mais nada? ― Leah revirou os olhos.

― Você sabe que existem coisas que você realmente não precisa saber? ― Leah sentou-se à mesa. Bella puxou os copos secos e os guardou na prateleira. Em seguida, puxou a tigela de vidro e abriu o armário, procurando espaço para guardá-la.

― Leah.

― Eu não poderia ter tido o imprinting por uma garota menos curiosa? ― Leah meio que imitou Bella.

― Agradeça a Deus por não ter tido o imprinting por Jessica Stanley. ― Bella empurrou uma outra tigela para o lado, tentando encaixar a outra ali.

Leah apertou a ponta do nariz e fechou os olhos.

― Uma sanguessuga estava passando por aqui a alguns dias. ― Bella empurrou outra.

― Como ela era? ― Leah abriu os olhos.

― Você não está me perguntando isso. ― resmungou Leah.

― Estou sim. ― insistiu Bella.

― Ela era... Uma ruiva vadia. ― a tigela caiu da mão de Bella, causando um estouro alto que repercutiu toda a cozinha.


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Notas finais do capítulo

Bom?? Ruim??
Obrigada e milhares de beijinhos da Cássia!