Leah e Bella escrita por Cássia Andrade


Capítulo 13
Capítulo XII


Notas iniciais do capítulo

Oi! Como estão? Então, gostaria de dizer um carinhoso obrigada a July Cullen pela recomendação! Obrigada! Mas, quero dizer um doce obrigada aos comentários anteriores. Já disse que são minha base de inspiração? Obrigada!
Boa leitura!



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CAPÍTULO XII

― Oh meu Deus! ― Sue cobriu a boca com as mãos quando Quil e Jared entraram aturdidos dentro de sua casa. Seth estava rangendo os dentes ao máximo; segurando ao máximo os gemidos de dor enquanto sentia suas costelas quebradas. ― O que aconteceu com ele?

― Sanguessuga. ― Quil e Jared ajeitaram Seth da forma mais confortável no sofá. De uma forma segura e correta, que não aumentasse a dor do amigo. Sue segurou as emoções e ajoelhou-se ao lado de Seth, acariciando seu cabelo negro.

― Ah, Seth... ― Seth soltou um sorriso dolorido e forçado, tentando ao máximo convencer a mãe de que estava bem.

― Relaxa... Mãe... ― Seth gemeu de dor quando tentou se mexer. Sue olhou para Jared, os olhos negros ferozes e a expressão enraivada.

― O que está esperando para chamar o Randy? ― Jared assentiu inumeras vezes e saiu correndo, estourando a porta com brutalidade na saída. Randy era um médico da reserva, o único que poderia cuidar do caso de Seth, afinal, nenhum médico ficaria muito convencido de que tantas fraturas foram feitas em um tombo guiado por pura desatenção.

― O que vocês estavam fazendo na floresta? ― exigiu saber Sue. ― Leah mandou?

― Não ― Quil passou a mão pela testa. ― Estávamos de bobeira quando ela apareceu.

― Ela? ― um amargo surgiu na boca de Sue com a palavra.

― Sim ― falou Quil, puxando Sue de seu breve devaneio. ― Mas não se preocupe tia Sue, vamos pegá-la da próxima vez.

― Vocês tem de avisar Leah. ― Sue ergueu-se do chão. Seth respirou pesado e passou a língua pelos lábios, tentando recuperar o fôlego. ― Eu sei que ela não quer mandar em vocês, mas Quil ― Sue ergueu as sobrancelhas. ― Vocês estão sozinhos agora. Querendo ou não, vocês montaram uma nova matilha...

― Eu sei, tia Sue. ― Quil sentou-se no chão, como uma verdadeira criança.

― Sam estava lá? ― perguntou ela.

Quil riu baixo, uma risada amarga.

― Quase brigou pelo espaço.

― O que aconteceu com Sam? Ele não era assim antes...

― Dor de corno... ― mesmo dolorido, foi impossível para Seth segurar a piada. Sue revirou os olhos e Quil riu.

***

― Eu disse que tomar café comigo seria algo maravilhoso. ― gabou-se Leah. Bella riu e sentiu um rubor gostoso subir por seu rosto, mas não era constrangimento, era um rubor saudável.

― Você não usou o termo ótimo? ― comentou Bella em dúvida. Leah sorriu de canto e piscou para Bella.

Realmente, tomar café ao lado de Leah foi uma ótima experiência. Leah e Bella haviam conversado naturalmente, sem nenhum gelo. O assunto? O mesmo tema da noite anterior: o que você gosta? E era gostoso ficar conversando com Bella assim, a fio, sem nenhuma vergonha. Bella perguntava, Leah respondia. Leah perguntava, Bella respondia. E no meio dessas perguntas, havia comentários, risadas e principalmente, uma troca de olhares carinhosos e apaixonantes. Leah, pela segunda vez, notou que Bella mais brincou com o pedaço de torta do que comeu.

― Então… ― Leah olhou para Bella que estava sentado ao seu lado. ― Por que você não gosta de comer?

― O que? ― Bella franziu sutilmente a testa.

― Você atira o pedacinho para um lado e depois para o outro, e não come. ― acrescentou Leah. Bella mexeu na alça da xícara azul e deu de ombros.

― Eu não sei… Isso é ruim? ― Leah assentiu e Bella suspirou.

― Viu? Temos outra atividade para fazermos juntas! ― Bella ergueu as sobrancelhas e Leah continuou: ― Cozinhar, experimentar pratos em diferentes restaurantes.

― Eu entendo que você quer o meu bem, Leah ― Bella abaixou o tom de voz para um sussurro. Leah inclinou-se levemente na direção de Bella; mesmo que não precisasse da proximidade para escutar os sussurros de Bella.― De todas as formas possíveis e impossíveis nesse mundo ― Bella lembrou-se do imprinting e Leah mexeu a cabeça. ― Mas eu não preciso de nutricionista. Eu estou bem assim. ― Bella olhou na expectativa para Leah, esperando que a jovem loba se derretesse com seu olhar castanho.

― Você amará o cupcake que eu faço. ― Bella revirou os olhos.

― Você não me contou que era teimosa. ― resmungou Bella, mantendo o olhar fixo em sua xícara. Leah passou uma mecha do cabelo de Bella para trás da orelha.

― Não fique brava comigo, ok? ― Leah deslizou carinhosamente a mão pelo pescoço de Bella, causando um arrepio gostoso por todo o corpo da garota. Leah sorriu e correu a mão até a nuca de Bella.

Bella respirou profundamente, o mais discreto possível.

― Vai me beijar agora? ― questionou ela quase ao tom do inaudível quando o nariz de Leah roçou no seu.

― Por quê? ― a voz rouca e baixa de Leah a fez ter arrepios por todo o corpo. ― Está com vergonha? ― Bella discordou com um movimento da cabeça.

― Não. ― murmurou e Leah concordou, grudando a boca na de Bella.

O beijo começou lento e delicado, como um roçar. Em seguida, Leah não conseguia mais conter o desejo sedento de ter a boca de Bella na sua. Era viciante. Prazeroso e maravilhoso. E Bella, tanto quanto Leah, desejava mais daquele beijo terno e doce. Mas apesar da ferocidade dos lábios delas, era um beijo apaixonante. Tão apaixonante que era impossível desviar o olhar. Leah voltou a mão para o rosto de Bella, acariciando com o polegar a bochecha rosada dela. Finalizou o beijo com beijinhos curtos e voltou a sorrir outra vez para a garota de olhos castanhos.

Ah, Deus... ― de esguelha Leah e Bella enxergaram uma mulher velha e sardenta se levantar da cadeira, tão atrapalhada que derrubou o saleiro no chão. O estouro repercutiu o café inteiro como se fosse um tiro alto. Uma garçonete baixinha e rechonchuda olhou surpresa para a mulher e caminhou na direção dela, o olhar preocupado.

― Senhora... ― a mulher ruiva puxou da carteira uma quantia grande de dinheiro e atirou sobre a mesa, arrumando a bolsa no braço e logo depois, olhando para Leah e Bella. O olhar azul era amargo. Odioso. Demonstrava nojo, descrença. Ela franziu os lábios para as garotas e negou aquilo a si mesma, virando as costas e saindo do café. Bella puxou o ar e Leah deixou a mão cair do rosto de Bella.

― Hey... ― Bella abaixou o olhar e respirou profundamente outra vez. ― Você está bem?

― Sim. ― Leah olhou para a porta de vidro do café. Ainda sentia a saída cheia de 'razão' da velha sardenta.

― Esquece aquela vaca velha ― Leah afagou o joelho de Bella. Bella ergueu o rosto e escorou o cotovelo na mesa pequena, coçando a têmpora. ― Não foi para nós.

― Foi sim. ― Leah bufou. ― Você sabe disso...

Quer que eu vire homem? ― Leah fez uma careta e Bella entreabriu os lábios, incrédula com as palavras da loba. ― Não posso fazer isso, sinto muito.

― Eu não quis dizer isso, Leah ― Bella sentou-se mais reta. ― Eu apenas estou dizendo que é incrível o poder que o ser humano tem para a ignorância.

― Eu sei ― Leah estalou a língua sobre os dentes da frente. Mesmo que não estando o rosto irritado, Leah sentia a irritação na postura ereta demais de Isabella Swan.― Me desculpa.

***

Aquilo havia sido um princípio de briga ou fora apenas impressão de Bella?

Três beijos e um princípio de briga? Mas não havia sido tão ruim... Leah pedira desculpas e o assunto fluira com a mesma naturalidade de antes. Bella mexeu os ombros, nervosa com aquele pensamento e desligou o forno. O cheiro do frango já estava começando a ficar ardente demais: tudo que Bella menos precisava agora era por fogo no jantar.

Leah desejou eternamento poder dedicar o resto de sua noite para pensar apenas nesse pequeno ato com Isabella, mas quando chegou em casa sentiu como se uma barreira impossibitasse seus pensamentos. Jared estava sentado no sofá, zapeando de canal em canal, entediado. Quil continuava sentado no chão, olhando sem emoção para a televisão.

― Caramba... Vocês não tem casa? — Leah fechou a porta de casa. Jared desligou a televisão e Quil virou o rosto, olhando Leah com neutralidade. ― O que vocês estão fazendo aqui?

― Acho que temos... ― Quil pigarreou. ― Que tratar de alguns assuntos.

― Que assuntos? ― Leah puxou um copo do armário e ligou a torneira, começando a o encher de água.

― Estávamos na floresta... ― esclareceu Quil. Quil se levantou do chão e Jared levantou-se do sofá, ambos caminhando na direção de Leah.

― Uh... ― Leah sorriu debochadamente. ― Não sou mãe de vocês.

― Não é isso Leah ― Jared falou cuidadosamente: conhecia Leah o suficiente para imaginar a possível reação dela. ― Estávamos conversando quando ela... Quer dizer, a ruiva passou. ― a expressão de Leah paralisou e aconteceu um segundo de silêncio antes do copo de quebrar na mão de Leah e seu sangue escorrer pelo ralo da pia.

― Leah... ― começou Quil quando percebeu a respiração errática de Leah.

Se Seth tinha raiva de Victoria, Leah conseguia ter mais. Muito mais.

Leah não queria saber se Victoria havia tido apenas uma parte na morte de Harry, não importava se ela havia colocado apenas um dedo naquilo, a culpa era dela e Leah, queria a cabeça de Victoria. Mas ao contrário de todos os lobos, Leah jamais havia sentido sequer o cheiro ruim da sanguessuga.

Leah se virou. A mão já estava totalmente curada e a torneira desligada.

― O que aconteceu? ― quase rosnou Leah.

― Achamos que era certo lhe contar ― disse Quil.

― O que ela fez? ― falou Leah. Jared olhou para Quil e Leah semicerrou os olhos. ― Onde está Seth? ― e sem mais delongas, Leah entendeu mais uma parte da mensagem. ― O que ela fez com o meu irmão?

― Ele está melhor agora ― garantiu Quil. ― Quebrou algumas costelas, mas Randy já cuidou dele.

― O que mais?

― Nada.

― Nada? ― Leah ergueu uma sobrancelha. ― Seth quebrou as costelas por nada?

― Ele foi atrás dela. Apenas isso, Leah. ― Leah fechou os olhos e apertou a ponta do nariz por alguns segundos. Lentamente, a cabeça de Leah foi se enchendo de palavras desconexas mas que tinha um grande significado, cheio de questionamentos, de perguntas sem respostas.

Sanguessuga.

Morte.

Pai.

Seth.

Corrida.

Por que a sanguessuga estava aqui novamente?

O que ela queria?

Por que queria?

O que desejava?

― Por que Seth correu atrás dela? ― questionou Leah em voz alta, estando nesse momento apenas preocupada com as fraturas do irmão mais novo.

― Era o certo a fazer. ― respondeu Jared. ― Você correria também. ― afirmou ele.

Era óbvio de que Leah correria atrás de Victoria se estivesse no lugar de Seth, mas agora... Leah só conseguia sentir raiva. Não podia sair pela floresta correndo atrás da ruiva, não agora. Não poderia xingar Seth. Ele estava machucado, mas havia feito o certo. O que ela faria? E por mais enraivada que Leah estivesse de toda aquela situação, ela por dentro, estava feliz por Seth ter corrido atrás da ruiva. Por Seth saber o que é certo a fazer.

― O que você vai fazer, Leah? ― disse Jared.

― Quero o controle da situação ― disse Leah, firmemente. Quil sorriu pequeno. ― Não quero mandar em vocês, mas...

― Entedemos ― interrompeu Quil, visivilmente satisfeito com a decisão.

― Ótimo ― afirmou Leah. ― Começamos amanhã a ronda.


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Notas finais do capítulo

Princípio de briga? Sim ou não?
Preocupante a visitinha da ruiva? Sim?
Bom? Ruim?
Beijinhos!