Leah e Bella escrita por Cássia Andrade


Capítulo 12
Capítulo XI


Notas iniciais do capítulo

Oi!
Então... Muito obrigada pelos comentários! São simplesmente maravilhosos!
Aqui está mais um capítulo e atendendo ao pedido das leitoras, aumentei o tamanho, mas apenas um pouco... Ainda chegarei a capítulos com duas mil palavras (disso para mais) mas enquanto meu tempo está meio curto e fragmentado, chegará quase a dois mil.
Boa leitura!



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CAPÍTULO XI

― Ah, não… ― resmungou Leah quando abriu a porta de sua casa e viu na sua frente Jared e Quil, lado a lado, ombro batendo em ombro. Seu dia tinha tudo para ser bom. Na noite passada, havia conversado horas e horas com Bella, tão alegre que ria até do jeito que o vento soprava a brisa gelada da noite e para Leah, foi impossível não perder a expectativa de um dia melhor quando se deparou com Quil e Jared a sua porta. ― O negócio é o seguinte: fodam-se vocês e o recadinho ameaçador do Sam. ― Leah quase fechou a porta, se não fosse o pé de Jared. Leah bufou e abriu a porta novamente.

― Largamos a matilha por crer em seus ideais, Leah… ― reclamou Quil e entrou sem ser convidado, empurrando Leah que cambaleou levemente. Jared entrou e Leah fechou a porta, olhando os dois. ― Sam está pirando e achamos que você tem o direito de ficar com a garota e agora, somos da sua matilha. Fim de papo. ― Jared sentou-se na cadeira próxima a mesa enquanto Quil abria a geladeira, enfiava a cabeça para dentro e procurava algo para comer.

― Não tenho uma matilha. ― Leah cruzou os braços e Quil fechou a porta da geladeira, segurando na mão esquerda um prato amarelo com um pedaço grande de torta de framboesa.

― Onde tem garfos aqui? ― Quil ignorou a pergunta e seguiu a procurar os garfos, abrindo gaveta atrás de gaveta. Leah olhou acusadoramente para Jared.

― Ah, qual é Leah? Crie uma matilha! ― Jared se levantou e caminhou até Leah. ― Somos quatro, já somos uma matilha!

― O que você espera Jared? ― questionou Leah. ― Que eu invente um símbolo, faça vocês o desenharem na pele e saia por aí, cagando lei?

― Hum… Dois palavrões em menos de três minutos ― criticou Quil com a boca cheia de torta. ― Que deselegante lady.

― Cala a boca! ― Quil riu quase se engasgando e Leah voltou sua atenção para Jared que sorria e agora, depositava as mãos nos ombros da jovem loba.

― Se negamos a você, você reclama. Se damos a você, você reclama. ― Jared mexeu a cabeça, concordando consigo mesmo. ― Fique feliz e pare de reclamar da vida, mulher. ― Jared sacudiu Leah levemente e tirou as mãos dos ombros dela, voltando a sentar-se.

― Eu não vou comandar vocês de nenhuma forma. ― Leah descruzou os braços.

― Melhor ainda, uma sociedade onde a opinião será ouvida.

― Que sociedade? ― Sue estava parada na porta que dava da cozinha a sala, com um cesto cheio de roupas e com o cenho franzido. Jared crispou os lábios e Quil engoliu o pedaço de torta.

― Largamos a matilha para apoiar a causa da sua filha, senhora Clearwater. ― Jared ergueu a mão em punho, a sacudindo no ar por alguns segundos como se aquilo fosse um gesto feito durante um grito de guerra.

― E nessa sociedade, Quil Ateara tem direitos sobre minha geladeira? ― Quil sorriu amarelo.

― Somos todos uma grande família, tia Sue. ― Sue riu.

― Ah, claro que somos. ― Sue caminhou em direção à porta e Jared se levantou, abrindo a porta para ela. ― Obrigada, Jared. ― Sue passou e ele fechou a porta novamente.

― Viu? Sua mãe aprova! ― Leah respirou profundamente.

― Até parece que tem como eu dizer não…

― Na verdade, não tem mesmo. ― Quil abocanhou outra garfada cheia de torta.

― Vocês podem parar de agir como se nada estivesse acontecendo? ― Quil parou de comer.

― O que você quer que a gente fale Leah? ― disse Quil. ― Já largamos o Sam e não estamos fazendo piada quando falamos que somos da sua matilha agora, ok? ― Leah encarou Quil. ― Você tem direito de amar Bella. Sam não entende, mas nós entendemos… É apenas isso que você precisa ter em mente agora. ― Leah concordou discretamente. ― Estamos com você.

***

― Bella… ― Bella teve uma súbita vontade de sair correndo quando escutou a voz de Mike atrás dela, pronta para uma nova cantada e um novo convite, algum tipo de encontro do qual Bella acharia uma forma educada de dizer não. ― Como vai?

― Bem. ― Bella evitou perguntar como ele estaria; aquilo apenas aumentaria o dialogo com Mike.

― Você parece bem hoje ― Bella assentiu. ― Aconteceu algo?

Claro! Eu tive uma noite ótima ao lado da garota que eu estou apaixonada. Mas, Bella mordeu a língua e apenas sorriu, falando:

― Conheci alguém especial. ― e para Mike, foi impossível conter o muxoxo. Mentalmente, Bella dava pulos e cambalhotas… Talvez as palavras fizessem Mike cair na real e ver que Bella não queria nada com ele.

― E a pessoa… É legal? ― o tom de voz de Mike era desanimado. Bella arrumou a mochila no ombro.

― Muito legal… ― Bella sentiu as gotas finas e geladas da chuva escorrerem em seus cabelos. Ela deu um passo para trás, voltando para dentro do colégio. ― Você vai gostar.

― Bem… Isso é ótimo ― Mike forçou-se a concordar. ― Acho que tenho… ― Mike pigarreou, parecia constrangido e meio magoado. ― Acho que… Acho que… Jessica me chamou. ― Bella fez uma face que demonstrava toda sua compreensão (tão falsa naquele instante quanto à desculpa de Mike para sair) e observou silenciosamente Mike sair e quando ele saiu, ela se limitou a sentir-se aliviada e a puxar o capuz, atravessando a fina chuva e entrando na picape, atirando seus livros no banco do passageiro e tirando o capuz.

No mesmo instante em que Bella terminou de encaixar a chave na ignição, o celular tocou e ela não evitou a animação quando viu que era Leah.

― Oi. ― sua voz saiu suave e levemente, carinhosa.

Já saiu da aula? ― perguntou Leah.

― Sim. ― Bella pôs o celular no alto-falante e colocou o celular sobre o banco, ligando o carro e dando a ré. ― Por que a pergunta? Seth continua mal em citologia?

Na verdade, ele tentou fazer o cálculo de quantas células são necessárias para formar uma mão humana. ― Bella riu e saiu do estacionamento do colégio, entrando na autoestrada.

― Uau… Qual foi a resposta? ― Leah riu.

Algo entre “sou muito inteligente” e “odeio matemática!” ― Bella mordeu os lábios, segurando a risada. ― Então, vai estar ocupada agora?

― Não. ― Bella aumentou apenas um pouquinho à velocidade e olhou pelo espelho retrovisor.

O que você acha de nós duas sairmos para tomar um café?

― Café?

Tomar um café, comer algo doce e fofo, ainda tenho muito que descobrir de você.

― Me parece ótimo.

E será. ― Leah sorriu do outro lado da linha.

***

Pela milionésima vez naquela tarde, Quil quis voltar para casa, para simplesmente deitar no sofá e olhar tevê. Jared revirou os olhos e continuou a brincar com as patas na terra molhada, deixando marcas e tentando fazer desenhos que nunca davam certo graças ao tamanho descomunal das patas dele.

“Pare de reclamar, Quil” ― Quil bufou quando escutou o pensamento de Jared que agora, parava de tentar desenhar na terra. “Você sabe que a essa hora só está dando na televisão aqueles programas que ensinam crianças a fazerem barquinhos de papel.”

“Eu não sei fazer barquinhos de papel” ― Seth se pronunciou pela primeira vez no assunto, rolando na terra e ficando totalmente sujo. Seth havia ficado extremamente alegre com a entrada de Jared e Quil na suposta matilha de Leah, ele sentia falta dos amigos e saber que agora podia confiar neles outra vez era incrível. “Sempre quis aprender.”

“Concordo com Seth. Devíamos voltar e olhar o programa.” ― Jared revirou os olhos. “Nós três sempre odiávamos ficar de vigia na ronda, por que estamos aqui?”

“Porque…” ― Jared se interrompeu quando sentiu a brisa úmida passar pelo seu focinho, em especial, deixando impregnado ali um cheiro desagradável, cheiro de vampiro. “Sentiram esse cheiro?”

“Eu sei que você é fedorento, Jared. Não precisa me lembrar.” ― disse Seth que agora, começava a gargalhar com Quil. Jared rosnou e ficou em pé.

“Calem a boca!” ― Seth se levantou, ainda rindo e Quil se ergueu entediado. “Sintam isso.” ― E pela segunda vez, o cheiro surgiu e dessa vez Quil e Seth sentiram. Um vulto totalmente borrado e avermelhado passou diante dos olhos deles e Jared soltou um latido, começando a correr. Seth e Quil foram atrás, esticando o máximo as patas.

“A… Ruiva?” ― o pensamento de Seth foi quase inaudível. Seth sabia pouco sobre Victoria, a única coisa que sabia era que ela tinha parte na morte de Harry e fora isso, jamais havia enxergado a cabeleira vermelha da sanguessuga.

“Sim!” ― berrou Jared e de imediato, Seth congelou. Mas aquilo durou por alguns curtos segundos, pois em seguida, Seth voltava a correr, sentindo uma corrente de raiva espalhando-se por todo seu corpo. Um sentimento doloroso e enraivado tomou conta de Seth e pela primeira vez em sua vida, ele teve o sentimento de vingança. Talvez, arrancar a cabeça de Victoria aliviasse sua dor, sua mágoa.

Victoria diminuiu o ritmo e pulou em uma árvore, ficando na ponta do galho, fitando Seth e Quil que agora, tentavam pular para alcança-la. Ela gargalhou e piscou para eles.

― Cachorros estúpidos. ― e então, voltou a correr. Seus pés eram tão rápidos que nem pareciam encostar-se ao chão. Ainda com a adrenalina correndo nas veias, Seth ultrapassou Quil e Jared, soltando rosnados ásperos e ruídos assustadoramente altos.

Em um átimo, Victoria pulou sobre uma pedra e olhou de soslaio para Seth, soltando o melhor de seus sorrisos debochados antes de seguir em frente, correndo de um lado para o outro, tentando confundir os lobos e fazer daquele jogo, o mais interessante. Sam uivou.

“Isso não é da conta de vocês!” ― gritou Sam, mentalmente. Quil olhou de esguelha para Sam, que corria a cerca de duzentos metros dele no lado esquerdo e mostrou os dentes, em uma ameaça.

Seth rosnou altíssimo quando atingiu a mesma velocidade de Victoria, estando separado dela agora por meros quinze metros. Victoria olhou para trás e Seth pulou em sua direção, já podendo imaginar como seria a sensação de ter a cabeça da sanguessuga entre seus dentes. Victoria virou-se e agarrou Seth por trás do pescoço, o atirando contra uma pedra.

O corpo de Seth estalou alto contra a pedra e ele ganiu de dor, sentindo alguns de seus ossos se quebrarem. Victoria virou-se mais uma vez para os lobos e de repente, sumiu da vista deles.


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Notas finais do capítulo

Bela imagem!
Gostaram do capítulo? Ou ficou ruim? Precisa de melhorias? Sim, não?
Beijos da Cássia.