Como não havia nada para fazer, coloco o primeiro par de roupa que encontro no guarda-roupa. Coloco o celular no bolso do casaco, pego as chaves e tranco o apartamento.

Ao sair, dou uma olhada em volta e me pergunto em que direção devo ir.

Acho que vou na casa do Piko.

***

Depois de andar algumas quadras, aperto a campainha da loja dele. E o mesmo aparece.

– Finalmente você veio!

Esse é o lugar de sempre.

Dou um longo suspiro e deixo os sapatos na porta. Subimos as escadas e entramos na sala, onde estava SeeU, Meiko, Gumi, Akaito e Big Al.

– O aniversariante chegou!

Dizem todos muito animados.

Sento entre Akaito e SeeU.

– Ei! Eu estava sentado aí!

Esbraveja Piko.

– Sinto muito, mas não vou ficar ao lado da mulher viciada em sakê.

– Ei! Eu ouvi isso, ok? - Diz ela bem irritada. - Além do mais, ainda não comecei a beber.

– Que milagre...

Murmuro.

Então, SeeU tira algo da sua bolsa. Um presente.

– O que será que é?!

Pergunta Piko fitando o presente.

– Eu não sei, irei abri-lo mais tarde.

E todos ficam chateados.

Então, começa a "festa". Todos me entregam um presente. Meiko apenas me dá uma garrafa de sakê com uma fita vermelha amarrada. Logo, estavam todos cantando no karaokê, em pouco minutos Meiko acabou deixando SeeU bêbada e a loira dizia besteiras.

– Yuumaa~... case-se comigo!

– Meiko, sabe como ela é fraca com a bebida.

Repreendo a mais velha entre nós.

– Cale a boca! Você é um estúpido...

E Meiko acaba caindo de cima do sofá, onde fingia ser uma famosa cantora.

O tempo se passara e a noite chega. Piko que era o único que não bebia, me acompanhou até a porta.

– Até!

Diz ele, então Gumi aparece cambaleando.

– Ah, acho que vou ter uma longa ressaca.

– Volte para a sua cama.

Os dois eram grandes amigos, dividiam o emprego e a casa. Dou um tchau e resolvo passar em um mercado 24 horas.

Compro algumas batatas fritas, sorvete e algumas cervejas. Ao sair, me deparo com uma garota sendo despejada.

– O horário já se passou Senhorita!

Dois homens robustos, enxotaram uma garotinha porta a fora da casa. Colocaram uma placa na porta e a trancaram. E saíram sem prestar ajuda a garota.

Me aproximo e ofereço um pouco de sorvete.

Ela olha pra mim um pouco receosa.

– Você viu, não é?

– Digamos que... sim. - Digo. - Vai querer ou não?

Ela pega o sorvete, mas não o abre.

– Você... tem quantos anos?

Pergunta ela bastante desconfiada.

– Hoje completo 19 anos. - Suspiro. - Olhe, eu não sou nenhum criminoso, apenas ofereci um sorvete, não estou pedindo para morar comigo.

– Mas eu posso?

– O que?

– Morar com você!

...

– ESTÁ MALUCA?!

– Só por está noite então! Por favor!!

Analisei ela dos pés a cabeça. Seus olhos azuis eram brilhantes e ela me encarava com muita confiança.

– Está bem... apenas por essa noite, amanhã irei manda-la para um orfanato...

– Ei! Eu não sou uma criança! Eu tenho quase 17 anos!

– Uhum...

Então, a levo para casa.

– Que lugar... bagunçado. - Diz ela com a mão sobre o nariz. - Está fedendo também... você nunca limpa esse lugar?!

– Ah, pra quê, ninguém nunca vem aqui. Sinta-se a vontade. - Vou tomar um banho. - Faça o que quiser.

Então, quando começo a entrar na ducha, alguns barulhos esquisitos começam a vir. Ficando um pouco preocupado, saio apressadamente do banho e vejo a garota arrumando toda aquela bagunça.

– Eu disse para fazer o que quiser, mas... não achei que iria mesmo!!

Exclamo.

– Mesmo sendo apenas uma noite, não suporto ficar em um lugar assim. Tenha um pouco de dignidade. Por favor.... ponha uma roupa.

Disse ela corada, então coloco uma roupa bem folgada e... de alguma forma, comecei a ajuda-la.

– Ah... estou exausto.

– Quanto sedentarismo! Veja, não ficou tudo mais bonito? - Ela suspira e diz: - Ah, aproposito! Meu nome é Kagamine Rin!

– Kunshu Yuuma.

– Você deve estar na faculdade, né? Qual você faz?!

– Eh? Faculdade? Puff~... eu não to nem aí pra faculdade, eu fico em casa o tempo todo e raramente saio de casa. - Me jogo no sofá e pergunto: - E você loirinha, vai a escola?

– Que tipo de homem é você?! E quem você pensa para me chamar de "loirinha"?!!!

– Credo! Você só sabe gritar? Enfim, vai tomar um banho... você está fedendo...

Ela cheirou a manga da sua blusa e fez uma careta esquisita, foi correndo para o chuveiro.

Definitivamente, vou coloca-la em um orfanato... ela é barulhenta demais.

***

No dia seguinte, sou acordado por um barulho estridente.

– Mas que droga...

Levanto frustrado, vou em direção ao barulho. Vem do quarto da garota. Abro a porta abruptamente e...

– AAAH!

Acabo chegando na hora errada... a loirinha estava se trocando. Então ela vem correndo em minha direção e me acerta um chute nos países baixos e fecha a porta.

Que garota sem coração!! Aah... essa dor é pior ainda...

Duas horas se passaram - são 11:00 horas, quando foi a última vez que acordei nesse horário...? - e agora estou levando ela para um orfanato, mesmo sendo contra sua vontade.

– Eu não vou para um orfanato! Me recuso!!

Mesmo ela dizendo isso, ela continua me acompanhando.

– Então pode dar meia-volta e morar debaixo de uma ponte.

– Tsc...

Ouço ela soltar um pigarro... então, chegamos no primeiro orfanato.

– Desculpe mas estamos lotados.

No segundo.

– Estamos em reforma...

Terceiro...

– Desculpe, mas está sendo fechado.

E então, todos os orfanatos da região estavam com algum problema.

– Minha vida... ela está completamente arruinada...

– O que está falando? Você não faz absolutamente nada, você mesmo disse.

Essa pirralha...

– Caham, como não tenho outra opção, irei deixa-la morar comigo. Até que complete seus 18 anos.

– Sério!! OBRIGADAAAA!!

Então, ela se joga em minhas costas agradecendo.

Nota 1: Adolescente são um saco.