Always With Me escrita por Menta


Capítulo 18
You'd Better Free Your Mind Instead - Parte Um.


Notas iniciais do capítulo

Olá, queridas leitoras!
Para quem sentiu saudades, venho com dois capítulos do Sirius! Dois, pois é! Acho que só consigo postar em dupla, é foda HAHAHAHA! Não consigo escrever pouco, é um mal sério meu... Então, brindo vocês com dois capítulos novinhos, com duelos (sim, sim! É isso mesmo, duelos) de magia, uma conversa entreouvida por James e Sirius, um pouco mais de Remusy e seu probleminha peludo, e, na continuação... Um Sirius com seus pensamentos e emoções atribulados, de uma maneira bem Sirius Black mesmo (ou seja, puto da vida), e... Sirilia! Uhuuuul! O final desse capítulo tem uma linda renderização feita pela leitora Lune Noire, a qual agradeço muito!
Dedico este capítulo as leitoras Little Moon, que recomendou a fic (aliás, um presente te aguarda lá embaixo da parte dois do capítulo)! Dedico também às leitoras LaurenPS, Lena18, Lune Noire, Luana Gomes, LariZG, tia voldy e duda fap, minhas maravilhosas leitoras-amigas que comentam sempre e me deixam cheia de alegria por escrever estes humildes escritos! =D Espero que as fantasminhas se animem a comentar, já que a fic agora conta com 44 leitoras e 20 favoritações, além de cinco recomendações! Oba! Obrigada mesmo por tudo. Aguardo comentários nas duas partes, POR FAVOR! Campanha: façam a Menta feliz! A Menta que está quase sempre postando capítulos duplos para a alegria de todos! =P
Dito isso, beijos e boa leitura!
E que a magia flua em todas vocês!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/487289/chapter/18

A manhã de domingo começava sonolenta, com alguns modestos raios de sol adentrando as janelas quebradas e estilhaçadas da Casa dos Gritos, naquele quarto apertado no qual acabara de acordar. Muitos móveis quebrados, destruídos pela metade ou em vários pedacinhos, dispunham-se ao longo do que antes era um dos muitos aposentos deste local que um dia fora a moradia de algum bruxo. Um colchão depenado, mordido por diversos animais diferentes estava caído ao chão, um relógio antigo de corda estava partido em diversos pedaços, a corda mordida e babada por saliva canina, bem como diversos outros móveis espalhados pelo chão daqueles aposentos.

Sirius Black moveu suas orelhas caninas, erguidas a postos para qualquer ruído repentino, e farejou o ar matutino. Cheiro de suor, madeira e mofo esparramava-se pelo ar da pequena sala daquele casarão abandonado, e ele bocejou, sentindo seu forte maxilar de cachorro estalar levemente. Farejou mais uma vez, e sentiu três odores de seres vivos próximos, fortes, intensos.

O cheiro de Prongs, Moony e Wormtail.

Sirius sentia fome, sede, e uma forte dor de cabeça acima de seus olhos despertos.

Logo em seguida, levantou-se em suas quatro patas, espreguiçando seus músculos de cão, pronto para um novo dia que começava, suas orelhas relaxando-se também com o movimento. Caminhou até o corpo já novamente humano de Remus Lupin, e, propositalmente, deu-lhe uma longa lambida no nariz, cheia de saliva.

As sobrancelhas do rapaz licantropo franziram-se, enquanto Sirius Black se desviava da mão de Lupin que protetivamente tentara afastar o que quer que tenha molhado seu rosto. Latiu alto e possante, para propositadamente provocar o amigo.

Suas orelhas tremeram enquanto escutava o som agudo de pequenas patas correndo assustadas pelo chão, e viu uma sombra esconder-se debaixo de uma escrivaninha puída, disposta ao longo do corpo de Remus. Acordara Wormtail, que antes dormia, correndo para longe em forma de rato.

Patas mais fortes passaram a ribombar pelo chão, quando um cervo também recém-acordado se aproximou do corpo adormecido de Moony, cutucando suas costas com seus chifres. Sirius pôs propositalmente suas patas dianteiras acima de um dos braços do rapaz, que dormia de bruços. Abaixou-se até sua orelha e latiu ainda mais potente, seu latido grosso ecoando pela sala e corredores próximos da Casa dos Gritos.

– Puta que pariu! – Remus Lupin acordou xingando, empurrando o cachorro de pelagem negra e grande porte para longe de si. Sirius latiu rindo, ouvindo pequenos guinchos simpáticos vindos debaixo da escrivaninha, junto a sons agudos do cervo a sua frente.

Era no mínimo curioso rir em forma de animais.

Em segundos, James transformou-se em si mesmo, seus cabelos despenteados e selvagens pegando o lugar dos chifres que antes se localizavam acima de sua cabeça, quando transformado. Sirius seguiu o exemplo de Prongs, e logo voltou a assumir sua forma original, coçando o pescoço que ardia como se algum animal o houvesse mordido. Sentiu falta de suas garras caninas que aliviariam melhor a sensação. Pulgas de novo é pra foder.

– Bom dia, lobo mau! Não comeu nem a vovó nem a Chapéuzinho ontem, mas quase mordeu a gente! – Prongs, que de vez em quando se aventurava pelo mundo trouxa, gritou alto para torrar ainda mais a paciência de Lupin, que acordara aos sobressaltos. Referia-se a um dos contos de fadas das crianças trouxas, as versões dos contos de Beedle, o Bardo, para eles. Piadas acerca de um lobo mau que seduzia garotas inocentes eram recorrentes saídas da língua afiada de James Potter.

– ...Bom dia. – Lupin se levantou um pouco nervoso. – Eu tentei atacar vocês? Atacar a sério mesmo? – Ele perguntou, seu rosto se contraindo na expressão desagradada que sempre apresentava ao falar de seu “problema peludo”, como James se referia ao seu lado lobisomem.

– Nada além do de sempre. Ou seja, destruindo todos os móveis ao seu redor. – Sirius respondeu, parecendo indiferente, enquanto Wormtail tentava se transformar em humano mais uma vez. Porém, tolamente, o fizera embaixo da escrivaninha, batendo seu cocoruto com força na madeira ao voltar à sua forma original. Os amigos riram, divertindo-se graças à burrice de Peter, que agora portava uma expressão tímida em seu rosto gorducho e repleto de espinhas.

– Se Paddy não tivesse te dado esse chupão, talvez você tivesse roído todos os móveis da sala. Estava bastante temperamental ontem. – Prongs debochou, levantando as sobrancelhas, apontando para uma leve marca de mordida no pescoço de Remus Lupin. O rapaz de cabelos castanhos claros com algumas mechas grisalhas olhou o próprio pescoço refletido na vidraça escura, e aparentemente pôde ver os contornos da marca.

– E nem te pagou um jantar antes. – James continuou a debochar, olhando para Sirius com um perfeito olhar de repreensão no rosto.

– Meu toque é irresistível. – Sirius entrou na brincadeira, passando as mãos pelos cabelos compridos até a altura de seu ombro, para depois coçar um de seus braços. – Nada que uma mordidinha de amor no pescoço não resolva. Domo qualquer fera. – Ele debochou, piscando um dos olhos para Moony, e jogando-se no colchão furado ao lado do amigo. Penas voaram pelo ar enquanto seu peso caía em cima do leito.

Apesar das piadas dos amigos, Remus não parecia sorrir. Seu olhar cansado, repleto de olheiras pesadas, refletia o estado de espírito recente do rapaz que acabara de terminar o curto envolvimento que tivera com uma garota pela qual nutria algum tipo de sentimento. Continuava sentado, apoiado em seus braços, suas pernas esticadas.

Sirius se irritava com o sentimentalismo de Moony. Não tivera nada relevante com Dorcas, apenas um par de noites bem aproveitadas, e ainda assim o amigo parecia sofrer daquele jeito. Não entendia como ele e James poderiam se deixar levar emocionalmente dessa forma. Sexo era sexo, era bom, e pronto. Essas babaquices de romance e relacionamentos eram apenas recheadas de encheção de saco, dores de cabeça, cobranças, compromissos, para depois acabar em nada, apenas em mágoa e rancor. Para que se sujeitar a isso? Que valor tinha algo fadado a acabar?

– As coisas vão melhorar, Moony. – Prongs se aproximou, sendo mais desenvolto com esse tipo de situação do que Sirius. – Logo, logo, você arranja outra Chapéuzinho Vermelho para devorar. – Ele debochou, piscando um dos olhos para o amigo, dando-lhe um apertão carinhoso em seu ombro esquerdo.

– Prefiro não pensar nisso. É melhor que nem aconteça de novo. – Remus Lupin respondeu, sério.

– Olha o drama, meu caro amigo de matilha. – Prongs respondeu, seu tom de voz brando e divertido. – Muitas mulheres ainda cairão em suas garras afiadas. – Ele assegurou, ajeitando seus óculos redondos.

– Para de merda, Moony. – Sirius Black retrucou, já sem paciência. – E agora vai inventar de ficar sem transar a vida inteira? Seu pau vai explodir de tanta punheta. – Ele respondeu grosseiramente.

Prongs levantou os olhos para a janela, e Padfoot percebeu que o amigo achou que fora inconveniente. Foda-se. Não tenho paciência para isso. Remus soltou um leve suspiro, como se duvidasse da capacidade de compreensão de Sirius e não quisesse discutir. Aquilo o deixou ainda mais irritado, e logo se pôs de pé de uma vez.

– Amigos, amigos... – Prongs intercedeu, enquanto Wormtail se arrastava para fora da escrivaninha, com a qual ainda duelava por ter ficado preso embaixo do vão que havia entre ela e o piso de madeira daquele quarto. – É domingo, e o último dia de lua cheia. Já se morderam demais ontem a noite para ficarem rosnando um pro outro hoje. Já estou de saco cheio de aplacar essas brigas de dois pulguentos, enquanto Pete foge de vocês com medo de virar brinquedo com sabor de carne. – James troçou mais uma vez, enquanto Lupin se levantava devagar, sacudindo a poeira de suas roupas rasgadas e marcadas por mordidas, arranhões feitos por si mesmo, e patas de animais diversas.

– Dez a zero escrivaninha. – Sirius provocou, permitindo se divertir com as tentativas fracassadas de Pete de sair debaixo do móvel. Lupin, em seguida, ajudou o amigo gorducho a sair debaixo do móvel, empurrando a escrivaninha para trás.

– O que faremos então? – Peter perguntou, ansioso, limpando-se das teias de aranha e grossas camadas de poeira que ficaram em suas calças após o contato “íntimo” com a escrivaninha.

– Algo divertido. O resto dos estudantes só chegará de Hogwarts por volta do meio-dia. Calculo que seja por volta das nove e tantas da manhã, temos algum adiantamento. – James disse, pensando rápido. – Acho que encher o bucho é uma boa ideia, e depois comemorar o aniversário de Sirius em alguma cidadezinha trouxa próxima daqui. Podemos sair dos limites do vilarejo antes que qualquer estudante sequer desconfie que o fizemos. – Potter falou, parecendo satisfeito com a própria ideia.

– Ir para as cidades trouxas não. Já disse que isso faz parte do seu presente de aniversário. – Sirius retrucou, desaprovando a ideia, lembrando-se de que James Potter faria aniversário dia 27 de março, apenas seis dias depois dele. – Vamos comemorar juntos no próximo final de semana, já que Remus não tem condições físicas de sair direito hoje. – Padfoot disse, avaliando o estado físico deplorável do amigo. – Podemos esperar o pessoal da grifinória chegar, e fechar algumas mesas do Três Vassouras. Depois podemos ir aos fundos, aproveitar um pouco disso daqui que eu trouxe com algumas gostosas – Sirius tirou um saco de papel de um dos bolsos de sua jaqueta de couro preta, mostrando o conteúdo repleto de guelricho e uma espécie de papel de seda para os amigos. James sorriu largamente, seus olhos faiscando ante a ideia, e Pete concordou entusiasmado com a cabeça, enquanto Remus soltou um leve suspiro de desaprovação. Fumar guelricho era contra a lei, bem como cultivar a erva sem autorização. Certinho como era, Remus Lupin não aprovava o uso da droga pelos amigos. – E aí fazemos uma pré-comemoração. – Sirius logo terminou a proposta.

Os amigos acataram a ideia, parecendo agradados. Desceram as escadas, e antes de saírem para fora da Casa dos Gritos, James Potter voltou-se, parando no meio do caminho. Sirius trombou contra ele, seu queixo quase batendo contra o couro cabeludo de James, de costas para si. Sirius Black era alguns centímetros mais alto que o amigo, e também era o mais alto do grupo.

Ao girar nos calcanhares, seus olhos escuros faiscaram por trás dos óculos redondos, como se lembrando de algo hilário.

– É hoje que você vai beber essa merda. – James riu de antemão, e pôs a mão em um dos bolsos do casaco que usava. De lá, tirou uma poção de cor rosada, que Sirius reconheceu imediatamente.

– Você roubou e eu nem percebi, seu ladrãozinho filho da puta! – Sirius riu, também divertido, enquanto via de esguelha Moony e Pete parados mais atrás, olhando curiosos por cima de seus ombros para o que James mencionara.

– Ah, a poção celta. – Remus compreendeu. – Não sei se é uma boa ideia... – Ele disse, desconfiado.

– Qual foi, Moony?! – James Potter bradou, divertido, abrindo a porta para os amigos. – Você está todo acabado. Essa tal de poção do vigor vai te fazer bem também! – Ele sugeriu debochadamente.

– Não vou me arriscar. – Ele respondeu, sensato, enquanto Sirius e James rolavam os olhos ao mesmo tempo e Pete fechava a porta dos fundos da Casa dos Gritos. Já caminhavam pelas ruas de Hogsmeade, falando sobre outras banalidades, quando James resolveu voltar ao assunto.

– De qualquer forma... A MacLearie não deve estar muito satisfeita com o seu desempenho para te dar uma poção do vigor. Acho que seus tempos de arrasador de corações acabaram, Paddy. Sinto muito! – O amigo bateu debochadamente nos ombros de Sirius, fazendo uma piada debochada sobre uma possível impotência sexual de sua parte.

– Ainda não concretizei a aposta, mas também não tentei de fato. – Sirius Black respondeu, convencido, balançando levemente a cabeça para tirar alguns de seus fios de cabelo de seus olhos. – E ainda assim consegui muito mais em uma semana do que você com Lily em seis anos. – O amigo provocou James, que fez uma expressão de fingida ofensa.

– Lily bate bem da cabeça, essa loira da sonserina, não! Só assim para você ter pegado ela tão fácil. – James respondeu.

– E é justamente por não ser maluca que Lily nunca te deu chance. – Remus respondeu, surpreendendo os amigos. Momentos em que Moony decidia tirar uma com a cara de alguém eram raros e geralmente com o timing preciso, como esse. Os amigos riram, enquanto James se silenciava, derrotado.

Andando pela rua principal do vilarejo escocês próximo da escola, Remus e Peter decidiram se separar de James e Sirius para ir à Dedos de Mel tomar um chocolate quente e café para acordar. Estavam muito cansados com a noite de ontem, na qual os ataques de Remus foram ainda piores por seu rompimento recente com Dorcas e como isso deixou seus instintos mais agressivos, e sua personalidade mais amargurada.

– Vocês são muito baitolas mesmo. – James debochou. – Ao menos tomem o café estilo escocês! – O amigo debochou, dando um leve empurrão em Peter e Remus. O café escocês consistia em um café normal, porém regado a uma boa quantidade de whiskey de fogo.

Em seguida, Sirius e James rumaram em direção ao Três Vassouras, bem mais ao centro de Hogsmeade, enquanto Remus e Peter seguiam para uma rua à direita. No final da rua em que caminhavam, antes de virar a esquina, James segurou o ombro de Sirius, seus olhos parados na direção de um bar de aspecto sujo e maltrapilho.

O famigerado Cabeça de Javali.

Sirius e seus amigos já haviam tido muitas noites divertidíssimas naquele bar, ao longo de seus três anos de visita à Hogsmeade. Muitas vezes saíam da própria escola em finais de semana nos quais as visitas não eram permitidas e dirigiam-se aquela espelunca, quase nunca frequentada por professores e funcionários de Hogwarts em geral, permitindo-lhes maior segurança em seus gestos arriscados de burlar as regras do colégio.

Alguns desses finais de semana foram inclusive lendários, como um em que Remus conseguira ficar com uma estranha bruxa, muito mais velha do que os três, porém ainda bonita. Era tagarela além do suportável, e dizia ter se formado em Durmstrang, não falando quase palavra alguma de inglês, o que fizera Sirius, James e Peter quase rolarem no chão de rir ao ver os esforços do amigo em tentar parecer atencioso e compreensivo ao que ela dizia, com um forte e hilário sotaque.

Ou um outro sábado em que entraram em um jogo de apostas com pedras repletas de runas desconhecidas de um bruxo irlandês que apostara cem galeões e três leprechauns com os garotos. Ao fim do jogo, ao perder para Sirius, o único que restara contra o bruxo irlandês, os leprechauns se rebelaram contra seu “dono”, rasgando com todos os esforços possíveis um saco no qual o bruxo os mantinha capturados, e o atacando furiosos. Os amigos estavam às gargalhadas até minutos depois de quando o bruxo fugira, os três duendes da Irlanda furiosos em seu encalço.

O mais recente final de semana legendário que se passara com o grupo de amigos fora um em que Sirius finalmente conseguira concretizar seu sonho púbere desde que tinha 13 anos de idade. Pegar Rosmerta, a garçonete mais nova do Três Vassouras, apenas seis anos mais velha do que os garotos, e gostosa até dizer chega.

Tinha seios tão lindos e firmes que Sirius sentia vontade de morder o próprio maxilar ao deitar seu olhar nos decotes amplos que a bruxa gostava de usar. Naquele dia, ela estava bebendo uma cerveja amanteigada no Cabeça de Javali, de tarde, jantando antes de seu turno no Três Vassouras começar, parecendo claramente não querer ser importunada. Sirius usara todo o charme que dispunha e horas e horas de conversa mole, para ela enfim ceder. Quando a mulher fora trabalhar e Sirius voltara à companhia dos amigos, sentia como se estivesse voltando com a taça mundial de quadribol em mãos, tamanho o olhar de admiração nos olhos de James, Remus e Peter.

Porém, naquele domingo do dia 23 de março de 1977, não era uma figura atraente como Rosmerta que despertara a atenção e o interesse de James, e o fizera parar o amigo.

Mas sim, o reflexo de Snivellus, seu nariz adunco e inconfundível brilhando oleoso como seus cabelos sujos por trás das vidraças empoeiradas do Cabeça de Javali.

– O que ele está fazendo aí tão cedo? – James perguntou, atiçado. Sirius podia sentir a excitação do amigo crescente, sabendo que Prongs pensava que poderia “sacanear” Snape sem ser flagrado por Lílian Evans, e logo evitar que pudesse piorar sua derrocada para conquistá-la.

– Boa coisa não pode ser. – Sirius Black respondeu, vagamente. – O que sugere? – Perguntou para o amigo.

– Vou preparar uma surpresinha para ele quando sair. Vamos entrar pelos fundos. – James respondeu, e Sirius compreendeu rapidamente o plano do amigo. Não tinham dificuldade nenhuma em se compreender mutuamente. Por vezes Sirius e James pensavam tão parecido que poderiam aparentar terem habilidades invejáveis de legilimência.

– Te espero lá atrás. Seja rápido. – Sirius disse, e furtivamente foi até a porta dos fundos do bar.

Ao chegar à porta de madeira carcomida, repleta de latas de lixo fedorentas ao seu redor, reparou que lá havia um estranho bode que quase conseguiu atacar Sirius, desviando-se por pouco de uma chifrada certeira. Em seguida o rapaz tirou a varinha da jaqueta de couro que usava e apontou para uma única janela suja próxima da porta. Manteve a posição, aguardando, até que sentiu um cutucão em seu ombro. Olhou para os lados, e viu a mão de James, próxima, saindo debaixo de um tecido como se flutuasse sozinha pelo ar.

Prongs já estava ali, do lado, vestindo a capa da invisibilidade.

Reducto! – Sirius Black exclamou, e a janela se estilhaçou em mil pedacinhos, a potência do feitiço aparentemente destruindo também uma prateleira dentro do que era a cozinha do bar. Teve apenas tempo de ouvir uma voz idosa e grossa xingar inúmeros palavrões diferentes, para entrar dentro da capa de invisibilidade, apertando-se debaixo do tecido com James, no último momento que tinha antes que pudesse ser visto. Um segundo depois, um idoso de barba grisalha abriu a porta com força invejável para a idade que aparentava, chutando uma das latas de lixo que derrubou seu conteúdo para perto da capa de James, quase a sujando. Saiu andando pelo pequeno quintal atrás do bar, passando longe de Sirius e James, tentando encontrar o vândalo que destruíra sua janela.

Aproveitando que a porta continuava aberta, Sirius e James entraram no bar, esgueirando-se por um corredor com forte cheiro de bode e álcool até o salão no qual eram servidos os clientes da espelunca.

Ao ver o rosto de Snivellus, acompanhado de alguns alunos que mal conhecia de nome, Sirius sorriu um sorriso maldoso, divertindo-se já de antemão. Entretanto, ao ver um rapaz que se sentava ao canto da mesa, apoiado em uma cadeira contra a parede, seu sorriso arrefeceu de imediato.

Latrell Graeme, um completo babaca como sempre, encontrava-se em uma reunião com tipos como Severus Snape, Alijah Avery, Barty Crouch Jr. e Jack Travers, o último do sétimo ano da sonserina, assim como Graeme. Todos portavam roupas impecáveis como as usadas pelos familiares Black de Sirius. Exceto Snivellus, que, reconhecidamente mais pobre, usava roupas que pareciam descuidadas, velhas, de segunda mão. Sentiu de súbito uma vontade quase irrepreensível de quebrar a cara de Graeme, mas não estava certo se o impulso era apenas devido à sua pela-saquice sonserina de sempre, ou algum outro motivo a mais.

– Mas que porra é essa? – James sussurrou ao seu lado, parecendo irrequieto e incomodado.

– Reunião de Comensais. Ou de pela-sacos de Comensais da Morte. – Sirius murmurou, seguro do que dizia, mesmo que ainda não tivessem ouvido a conversa.

– Caralho. – James retrucou, e uma seriedade súbita pairou entre eles, escondidos debaixo da capa.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Leiam a continuação! Heheheheh! Aguardo reviews nesta parte também! Sejam fofas e comentem nas duas, por favor! =D



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Always With Me" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.