Viva La Vida escrita por Doce de Lua


Capítulo 15
I can't leave these days get heavy.


Notas iniciais do capítulo

Hello queridos.
Já vou deixando claro que essa demora de pouco mais de um mês se deve ao fim do trimestre. Felizmente já fechou, então acho que postarei com mais frequência novamente!
Sobre os comentários, fiquei feliz que o número aumentou, mesmo sendo pouquinho. Por favor, continuem colaborando comigo, a opinião de vocês é o que me motiva a escrever...
A revisão desse cap ficou bem "pobrinha" e eu notei que tenho feito muitas repetições de palavras. Pretendo nos próximos dias revisar toda a fic e fazer as correções necessárias, mas se encontrarem algo que não está legal, por favor me avisem!
Eu empaquei por dias no fim do capítulo, aí decidi escutar algumas músicas que me ajudassem, e o título, além de uma das falas no final, surgiu com uma frase que escutei, mas dei uma adaptada. Fica aí a tradução pra quem quiser: "Não deixarei que esses dias sejam pesados".
Boa leitura! :D



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Autora POV on:

— Então você já conhecia a Lucy antes de vir trabalhar aqui? – Gray tornou a puxar assunto após alguns segundos de silêncio. Em uma praça próxima ao apartamento de Natsu, estavam os dois, juntamente de Juvia e Nathan que brincavam no escorregador mais à frente.

A semana havia se passado chuvosa, e assim, o menino não saíra de casa uma vez sequer para brincar. O sábado amanheceu ensolarado, o que fez o rosado levar a criança para fora. Por coincidência, acabaram encontrando o casal que da mesma forma aproveitava o bom tempo para dar um passeio descompromissado.

— Eu? Não, conheci no primeiro dia de trabalho. Foi ela quem me deu auxilio sobre as primeiras coisas que deveria fazer. – Natsu não havia entendido muito bem o motivo do questionamento, e a feição que se estampou na face de Gray logo em seguida de sua resposta, lhe fez deduzir que ele também estava confuso.

— Então por que Nathan chama Lucy de “mamãe”? – O azulado franziu a testa completamente desorientado. A nova pergunta fez com que o rosado sentisse suas bochechas esquentar, mas parecia que o homem ao lado nada havia percebido.

Natsu soltou um suspiro pesado, acompanhado de uma profunda observação ao céu azulado, límpido, sem uma nuvem sequer. Podia contar nos dedos quantas eram as pessoas que sabiam o que havia acontecido nos últimos três anos. Sem contar os familiares, que ficaram totalmente contra o rosado além de o culparem, Lucy foi a única com quem ele se sentiu confortável em comentar, mas não havia especificado detalhes sobre o assunto.

Descartando a loira, entre todos os outros professores que tinham um ótimo convívio e amizade com ele, Gray era o que mais tinha afinidade e gostos comuns aos seus, apesar de que na maior parte do tempo ambos estão em meio a longas discussões sobre assuntos variados. Não era como se o rosado não gostasse de tocar no assunto simplesmente, mas também, a forma que as pessoas reagiam e as palavras que ouvia, lhe deixavam ainda mais doído. Apesar de ser um caso complicado e extremamente pessoal, não encontrava problemas em explicar os fatos. Sua vida havia mudado completamente nos poucos meses em que passou na nova cidade e na nova escola. E além de estar completamente satisfeito, Natsu sentia-se tão confortável, como se todos fossem uma família.

— Não é algo que eu costumo contar para todo mundo... Mas eu já fui casado. – O rosado começou a abrir o jogo e inconscientemente começou a mexer os dedos no anel que usava na mão direita. Gray já tinha o visto algumas vezes, mas era tão simples e discreto, que jamais pensou ser uma aliança. Fora que não entendia muito bem sobre o assunto... – Minha esposa foi assassinada no fim da gravidez. Eu fiquei sabendo do que estava acontecendo somente algumas horas depois, quando já tinham a encontrado e a levado ao hospital. Além da preocupação com ela, os médicos precisaram fazer com que o bebê sobrevivesse, por isso tiveram que fazer um parto induzido. Ela já havia perdido muito sangue, então não se sabe ao certo qual dos dois casos influenciaram mais para ela ter falecido. Acredito que cada coisa se desencadeou por outra, mas no registro de óbito consta que foi assassinato.

O azulado escutava atentamente cada palavra que Natsu dizia e sua expressão de surpresa e culpa por ter o feito falar sobre isso não passava em branco. Jamais imaginava que o rosado tivera tolerado tantos momentos complicados como ele o descrevia em fala.

— Nossa cara... Eu sinto muito. Nem sei o que dizer. – Gray realmente estava aborrecido além de aparentar. O rosado apenas respondeu com um simples balançar de cabeça e deixou o assunto se dissipar pelo ar. – Sabe, Lucy também passou por alguns momentos difíceis nessa mesma época em que estava acontecendo isso tudo que você acabou de falar. Na verdade, ela teve a infância conturbada, mas a pouco tempo atrás ela teve um longo período de depressão profunda.

Natsu estava surpreso com o que Gray havia lhe dito. Lucy era uma mulher extremamente animada e feliz com o que fazia e com tudo ao seu redor. Não imaginava que a loira também havia passado por complicações constantes em sua vida, e isso só serviu para lhe deixar incomodado de certa forma. Desde o dia em que Jude faleceu, a loira não apareceu e sequer deu notícias, simplesmente acabou isolando-se de todos.

 [...]

Passando-se alguns minutos, Gray e Juvia resolveram ir embora, assim como o rosado, que percebeu que logo a hora do almoço chegaria. Sendo assim, Natsu e o menino retornaram ao apartamento para que fizessem a refeição. Após comer, Nathan foi sinalizando sonolência em suas ações, e o mais velho tinha certeza que ele não passaria das 14:00 horas da tarde em pé. Bastou lavar a louça e assistir alguns desenhos com o rosadinho, que o mesmo acabou dormindo no sofá.

O menino foi carregado para a cama, e certamente mais tarde se questionaria como havia parado lá. Natsu acabou sorrindo ao lembrar-se das outras vezes que o deixara dormindo em seu quarto após “desmaiar” na sala, afinal, as expressões de surpresa do pequeno eram extremamente engraçadas e fofas, por pensar que acabava em sua cama magicamente.

Deixando o garoto no quarto, com a porta entreaberta, Natsu retornou à sala. Ao ver os ponteiros do relógio suspenso na parede da cozinha, viu o quão cedo estava. Passava-se das 14:30 e não havia nada para se fazer, foi então que resolveu ligar para Virgo, torcendo para que houvesse possibilidade de ela passar o resto da tarde com a criança.

A conversa que tivera com Gray acabou por deixar o rosado encabulado. Nos dias sucessivos à morte de Jude, não havia uma vez em que ele não tentara entrar em contato com a loira, mas assim como todos os outros, suas ligações e mensagens foram completamente ignoradas. Por isso, antes de se despedir do casal, o rosado pediu o endereço da residência da loira. Precisava vê-la, nem que fosse somente por alguns segundos.

Para sua sorte, Virgo lhe atendeu e disse que não havia problemas em ficar com Nathan até que o rosado resolvesse o que fosse preciso. Natsu se achou no direito de lhe dar explicações, por isso contou detalhadamente o que estava acontecendo, e generosamente, a mulher compreendeu, afirmando que estaria lá em meia hora ao máximo.

Dito e feito. Virgo chegou e Natsu deixou o apartamento. Ao menos avisou o rosadinho, pois tinha certeza que o mesmo não se assustaria ou ficaria frustrado. Nathan adorava a companhia de sua babá e ficava extremamente à vontade com ela, pois sempre faziam atividades diferentes ao longo do dia.

Com o celular em mãos, o rosado certificou-se que o endereço não era tão longe de onde morava. Assim como seu apartamento, ficava a apenas algumas quadras da escola, porém na direção contrária, dessa forma, não se incomodou em ir a pé, já que o percurso seria feito em apenas alguns minutos.

Natsu não tinha certeza de que Lucy estivesse ao menos com o celular carregado. Se nem mesmo por ligações ele tinha algum contato com ela, perguntava-se como faria para conseguir entrar em sua casa, já que nem mesmo Erza, Levy ou Juvia tinham cópias da chave. Se não tivesse alguma janela aberta, todo o seu esforço para chegar lá teria sido em vão.

Chegando ao local em que havia salvo em suas notas, o rosado se deparou com uma casa grande, mas de apenas um andar, com paredes, janelas e a porta principal em tons neutros. O número 741 era destacado pela coloração preta, em uma altura no qual fosse possível se enxergar de longe caso estivesse escuro. A parte da frente do terreno tinha cerca de três metros de um gramado bem cuidado, apenas para dar distância ao portão da casa. Não haviam objetos decorativos ou plantas espalhadas pelos cantos, era apenas um espaço simples, de forma que não chamasse muita atenção.

Com um suspiro cansado, Natsu observou atentamente cada canto do recinto que pretendia invadir, e é claro, revistou antes se a rua estava muito movimentada. Apesar de estar no meio da tarde de um sábado, ora ou outra avistava um carro passar.

O rosado estava apreensivo e inseguro de certa forma. Não fazia ideia de como passar o portão, que além de alto, continha inúmeras lanças na ponta. Como seria possível pular aquilo ali? Foi então que por instinto levou a mão até a maçaneta da portinha, descrente em conseguir abri-la, mas para sua surpresa, ocorreu exatamente o oposto do que esperava. Não foi preciso esforço físico maior do que aquele, coisa que apenas serviu para deixa-lo parcialmente irritado. O que Lucy tinha na cabeça para deixar simplesmente aberto? Se um ladrão ou algo do tipo tentasse adentrar a casa, bastava agora pular uma das janelas da frente, que estava escancarada. E foi exatamente isso que o rosado fez, e em menos de 30 segundos, estava parado na sala de estar.

Observou ao seu redor brevemente, sem prestar muita atenção no local desconhecido. Seu objetivo era apenas encontrar a loira e certificar-se que a mesma estava bem. Antes de dar um passo à frente, escolhendo que direção tomar, o rosado deparou-se com o celular que pertencia a Lucy, jogado em um canto do sofá, e recordando-se dos gelos que havia tomado em todas as suas tentativas de comunicação, Natsu resolveu checar como o aparelho estava. Sem se surpreender, avistou o Smartphone com bateria extremamente fraca, lotado de mensagens e ligações de contatos variados.

Sem perder mais tempo, arriscou a ir até um corredor, que parecia ser o ponto principal em ligar aos outros cômodos da casa. Haviam algumas portas que direcionavam à diferentes áreas, Natsu escolheu seguir caminho onde apenas existia uma extensão maior, sem locais específicos, como cozinha ou banheiro. Caminhou por alguns instantes sem pensar em avisar que estava dentro de casa, não se preocupando com o possível susto que a mulher poderia levar.

Em seguida, deparou-se com mais duas portas brancas bem próximas, do qual uma delas estava apenas encostada, sendo possível enxergar parte de seu interior pela fresta. E foi justamente esta que o rosado decidiu entrar, empurrando delicadamente, sem fazer muito barulho.

Ao abrir totalmente a porta para que conseguisse visualizar o quarto e checar se a loira lá estava, Natsu encontrou com um amontoado de cobertas na cama, que estava posta ao centro do local. Aliviou-se ao mesmo tempo que se entristeceu, pois escutou leves soluços e suspiros de quem ele mais precisava ver. A atmosfera do ambiente era triste e pesada, não havia um feixe de luz que adentrava o local, descartando a claridade que agora surgia levemente da porta.

— Lucy... – O rosado sibilou seu nome baixinho. Não queria que alguma reação negativa viesse da loira, independentemente de ser um susto, raiva ou vergonha por vê-la em tal estado. – Você tem ideia de como fiquei preocupado? – Quase que sem perceber, o homem continuaria suas palavras que estavam saindo ríspidas e nervosas, mas após vê-la levantar o rosto de baixo das cobertas, estremeceu-se completamente, calando-se e indo em sua direção.

A loira nada disse após a aproximação de Natsu. O mesmo não se sentia no direito de sentar ao seu lado, já que havia invadido sua casa. Algum tempo se passou, no qual ambos apenas ficaram se encarando. Ora ou outra, Lucy suspirava pesado, deixando o rosado cada vez mais aflito. Ele podia lembrar exatamente de como momentos assim eram dolorosos, mas mesmo assim não podia se comparar a ela. O que diferia a situação de cada um, é que o homem à sua frente tinha alguém muito importante para lhe dar suporte, mesmo sendo um recém-nascido. Já Lucy estava sozinha, por isso ele estava determinado a estar ao seu lado o tempo que fosse necessário.

— Eu sei o quanto esses dias têm sido pesados para você, e conheço bem a dor que está sentindo. – Natsu começou nervoso, soltando as palavras exatas que estavam em sua mente, enquanto passava uma das mãos na franja da loira sutilmente, tirando-a dos olhos. – Todos estão muito preocupados... E sabe, não me importo de lhe repetir quantas vezes for preciso, você nunca estará sozinha. – O rosado foi articulando palavras que a acalmassem e a fizesse se sentir confortável. Passou por alguns minutos a tranquilizando, até o momento em que a loira se confortou em seus braços, pousando sua cabeça em seu peito, respirando com leveza pela primeira vez em três dias.

— Só não vá embora. Eu preciso de você. – Foram essas as primeiras palavras que ele ouvira soar desde que se despediu dela, no dia em que Jude havia falecido. Os olhos achocolatados, ainda pouco vermelhos, lhe fitavam intensamente. No fundo de sua íris, Natsu podia perceber os sentimentos de insegurança e medo que lá existiam. Baixou vagarosamente sua face, assim um beijo acolhedor e carinhoso no topo de sua testa.

— Não irei te abandonar. Prometo cuidar de você.


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Notas finais do capítulo

O capítulo não ficou tão grande, mas na realidade deveria ter quase 3.000 palavras. Resolvi cortar por que não sei se uma leitura extensa agradaria. Por favor me digam se gostam!
Ok, prestaram atenção na última fala do Natsu?? Tirem suas conclusões do que está por vir hihihi... Só posso dizer que vocês irão gostar cada vez mais e nosso casal irá finalmente desenvolver!
Então, venho reforçar novamente o quanto os comentários de vocês são importantes. Não acho certo eu ficar "mendigando" depois de ter ficado tanto tempo sem postar, mas não ter retorno desmotiva muito... Então por favor, pode ser somente um "ficou bom" ou "melhore isso". Eu amo interagir com vocês.

Aaaah! Quase esqueci. Tenho usado muito o Snapchat ultimamente, se quiserem me adicionar para terem informações de novos capítulos sintam-se a vontade! Deixarei o user em meu perfil, mas não esqueçam de avisar que são leitores para que eu possa atualizá-los :D
É isso, até mais! Kisses.



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