Viva La Vida escrita por Doce de Lua


Capítulo 14
I'm here with you.


Notas iniciais do capítulo

Yaaay! Adivinha quem conseguiu fazer esse capítulo por apenas duas horas e trinta minutos??? Eu aqui! Sério, nem acreditei. Eu estava pensando no que iria fazer nesse capítulo já faz alguns dias (mas eu só pensava no início) e depois eu me dei conta que tinha feito o capítulo inteiro de uma vez só! Ah, que felicidade kkkkk.
Enfim, apesar disso, tenho que dizer a vocês que estou meio chateada pelo retorno que estou tendo. Mesmo eu tendo colocado em minha cabeça que não iria cobrar muito de vocês (já que não acho justo por todo tempo que fiquei parada), o número de comentários têm sido muito inferior do que eu tenho de leitores e vizualisações. Por favor, eu preciso da opinião de vocês, desanima muito não ter a presença dos leitores :c E eu imaginava que o capítulo anterior vocês ficassem mais quietinhos por causa do personagem novo e por não ter aparição de Natsu e Nathan, mas não se preocupem, vocês ainda terão muitos momentos divertidos com eles e fofos do casal e do nosso baby favorito!

Espero que gostem, boa leitura!
PS: Qualquer erro me avisem!



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Autora POV on:

No fim da tarde daquele mesmo dia em que Lucy trabalhara pela manhã, a temperatura caiu e o tempo fechou-se. O vento fazia uivados, e oura ou outra, as lufadas levantavam consigo folhagens secas e poeira. Acontecimentos típicos de outono.

Natsu e Nathan observavam em silêncio a figura da loira em bom metros de distância. Ela ao menos fazia ideia de que os dois se encontravam ali. Enquanto ambos rosáceos encontravam-se de pé – desconsiderando que o pequeno estava no colo -, Lucy estava sentada na terra, sem importar em sujar-se, enquanto segurava algumas flores brancas em suas mãos.

— Papai, onde estamos? – Nathan murmurou deitando o rosto no ombro de Natsu, sentindo-se confuso ao não reconhecer o local. Nunca havia visto nada que existia em sua volta antes, e isso só ajudou para que não se sentisse confortável ali. Já era de se esperar, afinal, não era um ambiente que crianças pudessem estar.

— Irei lhe contar quando estiver mais velho. – O rosado respondeu sem desafixar o olhar da loira, que aparentava estar arrasada. Mesmo de costas Natsu tinha certeza disso, afinal, conseguia enxergar perfeitamente seu corpo balançando de vez enquanto, quando Lucy soluçava.

A resposta que Natsu havia dado ao menor, não o satisfez. Suas palavras apenas serviram para que um grande bico contornasse seus pequenos lábios, mas dessa vez preferiu não insistir. Ainda existia outro questionamento que estava o deixando mais curioso.

— Por que mamãe está chorando? – O garotinho voltou a falar, dessa vez ainda mais baixo. Além de estar muito surpreso, não entendia nada do que via. Era a primeira vez que presenciava um adulto chorar.

Após Nathan perguntar, Natsu nada respondeu. Soltou um longo suspiro, que podia ser compreendido por um sentimento de tensão. O rosado apenas ajeitou o capuz do garotinho após sentir o vento gelado impactar sua nuca, e então, rumou em direção onde Lucy se encontrava.

Seus pensamentos estavam perdidos. Era como se tivesse uma divisão entre “o que iria fazer” e “o que havia o feito parar ali”. Ao caminhar em passos lentos, tornou a lembrar-se de todas as coisas que aconteceram durante o dia, e assim, suas ponderações viajaram longe do espaço físico que estava.

10:00 AM.

Pela manhã, Natsu e Nathan já se encontravam muito bem-dispostos e alimentados. O mais velho estava em seu quarto, separando as roupas limpas e dobrando-as devidamente, enquanto o pequeno encontrava-se em algum canto qualquer do apartamento brincando. Pelo menos era o que Natsu imaginava.

Mas a verdade é que a criança estava apenas começando mais uma de suas façanhas. Apesar de já ter sido orientado diversas vezes por seu pai, o menino caminhava livremente pela cozinha, observando atentamente o armário embutido que havia no alto da parede. Ao ficar em frente a porta do meio, Nathan parou e a observou atentamente por alguns segundos.

“O biscoito está ali! ” Era a frase que estampava em seus pensamentos. Sua idade certamente não media sua esperteza, pois havia prestado atenção nas últimas compras que Natsu fizera e recordava-se perfeitamente o local que o mesmo guardara cada mantimento do seu agrado.

Não foram precisos mais que meio minuto para que o pequeno se desse conta de que não conseguiria alcançar àquela altura sem ajuda de alguém. Virgo ainda não havia chegado, então não poderia lhe chantagear mais uma vez para conseguir comer um biscoito. Natsu estava fora de cogitações, já que o rosadinho tinha certeza de que teria seu pedido negado.

Após fazer essa análise, Nathan observou precisamente cada canto do pequeno apartamento. Estava tudo em silêncio e devidamente em seu lugar. Mesmo assim, achou que verificar onde Natsu se encontrava era extremamente importante.

O menino então caminhou vagarosamente à cada cômodo que lá existia, até que chegasse no quarto principal, e ali deparou-se com o mais velho realizando as mesmas atividades de minutos atrás.

— Yo garotão! – Natsu saudou o menino com um sorriso acolhedor em sua face ao perceber sua presença. Nathan nada respondeu, ao menos esboçou alguma reação. Permaneceu alguns segundos encostado no batente da porta e em seguida deu alguns passinhos para trás. Logo em seguida correu em disparada à cozinha novamente. – Já disse que não é para correr! – O mais velho o repreendeu dentro do quarto, sem romper a tarefa que estava fazendo.

Voltando ao lugar que cometeria o “crime” Nathan já sabia exatamente o que fazer. Seria preciso apenas o auxílio de uma cadeira, que seria posta bem próxima ao balcão que tinha embaixo do armário, no espaço em que se encontrava portinha que continha o biscoito. E assim o fez, tentando fazer ao máximo possível que nenhum ruído soasse. Mesmo que com um grande esforço, por achar a cadeira extremamente pesada, rapidamente conseguiu fazer o que queria.

Agora bastava subir à cadeira e se esticar o máximo que conseguisse para alcançar o armário. Com um pouco de dificuldade e falta de equilíbrio, ficou de pé no estofado do assento, mas a altura que estendia seu braço não era o suficiente para que conseguisse abrir a porta.

Frustrado e com um enorme bico em sua face, Nathan parou para observar o local novamente. O menino só pensava no biscoito, e não iria desistir tão fácil. Pensou em colocar uma cadeira por cima da que estava de pé, mas achou que não conseguiria subir. Pensou em colocar qualquer coisa alta em cima da cadeira, mas não havia nada que pudesse lhe ajudar em sua visão.

Desistir era de fato o melhor caminho, mas sua perseverança era muito maior. Sem encontrar nenhum objeto que pudesse lhe ajudar, voltou a pousar seus olhinhos ao armário que tanto queria abrir. Em seguida uma brilhante ideia surgiu em sua mente, deixando o menino extremamente empolgado.

A altura que estava não era suficiente para chegar ao armário, mas era o bastante para conseguir subir no balcão. Dessa forma, Nathan colocou seus pezinhos na superfície de madeira e ao levantar os braços, percebeu que conseguiria abrir o armário. Nada havia o deixado tão animado como agora estava.

Abrindo a porta, logo deu de cara com o vidro de biscoitos que estavam guardados. Bastava apenas retirar algumas embalagens de alimentos que não lhe importavam, para que conseguisse pegar. Sendo assim, jogou tudo que não era de seu interesse no chão, sem ao menos importar com o barulho que fazia.

Após alguns segundos finalmente tinha em suas mãozinhas o vidro recheado de biscoitos em seu interior. Seus olhinhos brilhavam intensamente e a felicidade que sentia era tão grande que um sorriso enorme esboçava em seu rosto. Cuidadosamente virou-se de costas para o armário, tentando sentar no balcão que estava de pé. Mas o equilíbrio o faltou, o pote era muito pesado, e assim, acabou escorregando de suas mãos, caindo diretamente no chão.

O vidro se estilhaçou, fez um barulho estridente e todas as guloseimas foram perdidas. Imediatamente Nathan pode escutar passos apressados aumentarem cada vez mais em sua direção. Um arrepio correu sob seu corpo observando toda a bagunça que havia feito, o doce espalhado em sua volta e por fim, a pior imagem de todas. Natsu estava parado na entrada da cozinha, com uma expressão furiosa em seu rosto.

O garoto sem saber o que fazer, sem saber para onde olhar e por ter ficado extremamente triste por ter tido todo aquele esforço em vão, começou a chorar fortemente. No mesmo instante, Natsu se aproximou sem aquela mesma fisionomia horripilante ao olhar do garoto. Dessa vez parecia estar extremamente preocupado.

— Nathan, você se machucou? Onde está doendo? Deixe-me ver seus braços! – O mais velho soltava as frases rapidamente enquanto examinava o garoto de cima a baixo desesperadamente. Aquilo tudo apenas serviu para deixar o menino ainda mais assustado, coisa que ajudou para que o choro se intensificasse.

— Eu só queria um biscoito... – O menino murmurou inconformado enquanto soluçava.

13:30 PM.

No início da tarde o rosado encontrava-se atrasado, caminhando em direção à escola. Depois de ter juntado pacientemente cada caquinho de vidro do chão, colocado cada alimento em seu local adequado e jogado fora todos os biscoitos que haviam tido contato com o chão, o menino ainda demorou quase meia hora para parar de chorar e se acalmar. Além disso, Nathan ficara extremamente manhoso após o acontecimento, coisa que acabou fazendo com que o rosado tivesse dificuldades em sair de casa após a chegada de Virgo.

Quando finalmente chegara ao colégio, Natsu rapidamente notou uma atmosfera incomum entre os funcionários. Diferente de todos os outros dias, Erza estava séria e concentrada aos atendimentos solicitados, e não sorridente de maneira costumeira, ou passeando pelo pátio fazendo qualquer coisa que não fosse relacionada ao seu trabalho.

A sala dos professores fora o local onde o rosado mais notou irregularidade, já que não havia conversas e qualquer tipo de contato entre os colegas de trabalhos. Todos encontravam-se aplicados nos planejamentos de suas aulas, provas ou trabalhos, sem algum ruído sequer.

Por mais que estivesse se sentindo estranho no meio daquela seriedade não habitual, o rosado manteve-se quieto e registrou sua chegada. Após alguns minutos escutou a sineta soar, fazendo com que pouco a pouco, o número de pessoas no local fosse diminuindo. Só então o rosado percebeu a ausência de alguém. A loira não estava presente, e certamente havia um bom motivo para isso. Sem compreender muita coisa, o rosado apenas rumou em direção a primeira turma que daria aula.

Na metade do terceiro período de aula, o rosado fazia anotações em sua planilha de notas, com base no rendimento de cada aluno. A turma era do 1º Ano – B, uma das mais participativas em atividades físicas. Os meninos se dividiram em times de basquete, enquanto as meninas usavam a quadra de vôlei tranquilamente, assim, praticamente todos os espaços que o rosado preenchia eram com sinais de positivos.

— Sr. Dragneel. – Fora interrompido pelo chamado de Diretor Macarov, fato que lhe deixou apreensivo de imediato.

— Pois não? – Natsu parou o que estava fazendo, guardando os materiais em sua mochila, enquanto mantinha contato visual com o velhinho.

— Poderia me acompanhar até minha sala? – O baixinho fez o pedido e o rosado apenas assentiu em resposta, sem preocupar-se em deixar a turma, já que estavam concentrados nos esportes a um bom tempo.

Após a chegada na sala de Macarov, a conversa havia sido curta e direta. O assunto deixou o rosado extremamente surpreso e contribuiu para que entendesse a seriedade que todos estavam no início da tarde. Jude Heartfilia, pai da Lucy, havia sofrido um acidente de carro no meio da manhã, e fora preciso que a loira saísse de imediato para o hospital em que haviam o levado. O Diretor e os demais ficaram no aguardo de notícias, e minutos atrás souberam que Jude não havia resistido.

— Precisava de alguém que pudesse apoiar Srta. Heartfilia nesse momento, mas em sua ficha pessoal não constavam nenhum outro parente que não fosse seu pai. Por isso precisei recorrer à ciclos de amigos, e você me pareceu o mais próximo dela nesses últimos meses. Poderia encerrar seu dia de trabalho e dar suporte a ela? Você não será descontado e não será preciso fazer atividades para cobrir as horas que faltarão.

— Claro que sim. – Com a resposta instantânea, Natsu anotou o endereço do hospital e rumou rapidamente para casa, levando Nathan consigo. Assim que agasalhou o pequeno, chamou um táxi e fora em direção ao hospital.

17:30 PM.

Após a chegada na clínica, fora informado pela recepcionista que já haviam feito a autópsia de Jude e que o corpo fora encaminhado para o cemitério. As informações de que o velório e o enterro seriam feitos no mesmo dia foram dadas por um dos colegas de trabalho do falecido, que estava no hospital em responsabilidade de receber o atestado de óbito.

Apesar de Jude ser o Diretor de uma empresa, e que todos os funcionários não tinham uma boa relação com ele, decidiram que toda a situação ficaria sob suas responsabilidades, já que perceberam que Lucy não estava em condições emocionais para cuidar de tudo sozinha.

O cemitério ficava em uma distância não tão longa do hospital, por isso o rosado decidiu ir a pé. Quando chegou no local que fora lhe informado, surpreendeu-se com a rapidez da realização da cerimônia, pois apenas Lucy ainda se encontrava em frente à lápide de seu pai.

E foi assim que as lembranças do dia nada regular vieram à mente do rosado.

— Mamãe... – Nathan deixou escapar no momento em que se aproximaram da loira, que ainda permanecia de joelhos na terra. Lucy assustou-se ao perceber que não estava sozinha no local e no mesmo instante parou de soluçar. A loira virou o rosto na direção dos dois rosados e soltou um longo suspiro no ar.

Natsu nada disse, apenas estendeu a mão que não estava ocupada segurando o pequeno. Um aperto no peito lhe atingiu, pois sabia exatamente a dor que ela estava sentindo. Levantando-a do chão, o rosado puxou-a para um abraço apertado, fazendo com que seu choro aumentasse ainda mais.

— Não se preocupe... Eu estou aqui com você.


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Notas finais do capítulo

Eu disse nas notas finais do último capítulo que vocês talvez ficassem chocados com o que aconteceria nesse, não é? Do nada eu matei o Jude!!! Vocês nem imaginam o que a cabecinha louca aqui conseguiu pensar pra essa história, eu fiquei muito surpresa com minha capacidade KKKKKK
Então meus amores, por favor comentem, eu prometo que a fic tomará um enredo maravilhoso daqui pra frente! Beijinhos >.<'