Imortais escrita por kathe Daratrazanoff


Capítulo 9
Capítulo 8 : Lana




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Lana estava sentada em uma das cadeira do fundo de uma enorme sala, lotada de gente. As pessoas discutiam sobre algo que ela não entendia, e preferia não entender. Embora não quisesse admitir, estava com medo, e a vontade que tinha era de sair correndo daquele lugar.

A garota que a tinha levado até ali, Liliane, parecia ser muito simpática, embora tenha falado pouco e baixinho.

—Pra onde está me levando? - Lana tinha perguntando a certa altura, enjoada daquele silêncio.

—Para uma reunião, senhorita.

A garota andava apressada pelos corredores, como se quisesse fugir.

—Qual é o seu nome?

—Liliane.

—Você não é de falar muito, não é?

A garota parecia prestes a dizer algo, mas apontou para uma porta preta escrita "auditório" e se afastou.

—É aqui, senhorita.

—Não vai entrar comigo? - Lana perguntou, apreensiva.

—Não, eu não posso entrar. Somente pessoas autorizadas podem. - A menina deve ter percebido o medo no olhar de Lana, porque sorriu amistosamente e continuou. -É só entrar e se sentar. Logo, logo te chamam.

Lana entrou na enorme sala e se sentou. A sala era tão grande e com tantas cadeiras que lembrava as salas do senado onde deputados discutiam sobre o país. Lana ficou observando as pessoas que estavam ali até que se cansou disso, e ficou esperando que, seja o que fosse aquilo, terminasse logo.

Um homem de talvez cinquenta anos entrou na sala e todos se calaram e voltaram aos seus respectivos lugares. Os lugares próximos ao de Lana estavam vazios.

O homem que acabara de entrar subiu no que parecia um palco e pegou um microfone. Olhou pra todos no recinto e quando passou os olhos em Lana, se demorou um pouco mais nela do que nos demais, com um olhar intrigado.

—Senhores... Gostaria de dar as boas vindas da casa a todos. Peço desculpas pelo chamado urgente, mas cá estamos nós novamente em uma situação delicada. Estamos vivendo tempos de insanidade, e precisamos tomar providências quanto aos últimos fatos imediatamente. A nossa sede se orgulha...

Lana tentou se concentrar no discurso dele, mas começou a sentir sono. O homem parecia estar falando por horas sobre coisas que Lana não compreendia, e ela tinha um certo probleminha quanto a pessoas mais velhas falando, ela sempre pegava no sono. Quantas vezes não tinha sido pega dormindo nas aulas do professor Rubens?

Lana começou a pensar na faculdade, no seu professor chato e rabugento, nos alunos da sua ex sala de aula e em Christiane, e em como ela tinha sido desprezível.

De repente, e mulher sentada a sua frente a cutucou e Lana abriu os olhos. Devia ter cochilado.

—An? -Lana perguntou, entre um bocejo.

—Estão te chamando, mocinha. Lá na frente.

Lana se levantou, desajeitada, e foi andando até a frente do recinto. O homem em cima do pequeno palco acenou para que ela sentasse num banco alto de frente pra todos, e Lana se sentiu envergonhada. Não estava acostumada a ver tantos olhares em cima dela.

—Lana Frankin Rey?

O homem perguntou, e Lana confirmou com a cabeça.

—Responda sim ou não.

—Sim.

Lana procurava um lugar específico pra olhar, pra tentar desviar a sensação de tantos olhos em cima dela.

—Você conhece Cecília Ewan Cirsyvell?

Lana o olhou confusa, pois Cecília nunca tinha dito seu nome completo.

—Sim, eu acho. Ela é minha amiga.

Houve um burburinho na platéia, e o homem bateu um martelinho na mesa.

—Silêncio, silêncio. Lana Rey, você sabe que sua amiga desapareceu?

—Não. - Lana engoli em seco.

—E sabe quem a levou?

—Não. Ela desapareceu?

Houve mais um burburinho e mais um martelar na mesinha. Lana não gostava de mentir, e agora que começara tinha que fingir cara de surpresa.

—Você viu algo estranho de ontem pra hoje?

Parecia que todas as pessoas tinham se inclinado pra frente, todos para ver sua resposta.

—Não.

—O que aconteceu ontem na boate?

—Eu não sei, aconteceu algo? Eu não estava me sentindo bem e saí mais cedo do que previsto. - Mentiu.

—E como veio parar aqui?

Lana pensou rápido.

—Eu não sei, só me lembro de ter estado muito bêbada. Eu nem sei o que estou fazendo aqui. O que está acontecendo?

O homem acenou para uma mulher sentada na frente e cochichou algo com ela, que concordou com a cabeça. Os dois olharam de solaio para Lana e a mulher se sentou novamente.

—Pode se sentar, Lana. Quando esta sessão acabar nós a chamaremos.

Lana saiu rapidamente e voltou para os fundos da sala. Como detestava aquele tipo de situação, como se fosse a atração de algum show. Geralmente Cecília se encarregava de faze-la passar por essa humilhação, mas a amiga não estava ali. O que Cecília acharia se soubesse que Lana andara mentindo? No ponto de vista de outras pessoas podia ser uma mentirinha, mas Lana nunca mentia. O que seus pais diriam?

O homem voltou a falar, e Lana já estava pensando em cochilar de novo quando foi cutucada nas costas.

—Psiu. Psiu.

Lana olhou pra trás e viu Caius agachado atrás dela.

—O que está fazendo aí? - Perguntou. -Pensei que só pessoas autorizadas pudessem entrar.

—Estou aqui para ajudar. Quer sair dessa chatisse?

Lana concordou com a cabela.

—Quero, mas não posso sair. Eu acho.

—Claro que pode. Saia daí sem chamar atenção.

Caius sumiu do nada e Lana, sorrateiramente, foi até a porta e a abriu, e deu de cara com os dois.


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