Imortais escrita por kathe Daratrazanoff


Capítulo 20
Capítulo 19 : Lana




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Lana olhava atentamente para as garotas à sua frente, e não conseguia desviar o olhar. As asas delas eram grandes e chamativas, e ela percebeu que suas asas eram da cor de seus cabelos, todos coloridos.

—Oi. - Disse Lana, tentando ser simpática.

A garota mais próxima dela a olhou de cima a baixo, curiosa. Tinha os cabelos com as cores preto, verde e rosa.

—O que você é? - Ela perguntou.

Lana franziu a testa, em dúvida. O que deveria responder?

—Desculpe, mas não entendi a pergunta. Meu nome é Lana.

—Qual a sua Sede?

—Hum... Verde?

Lana testou essa palavra, Sede Verde. Se os humanos como ela faziam parte da Sede Verde, e pelo que tinha entendido, cada Sede tinha algum líder e um conselho, isso significava que talvez pudesse entrar pra esse conselho. Lana ficou imaginando isso, fazer parte de uma Sede.

—Meu nome é Mialee. Essas são Alleatha, Meladriel, Drusila, Saremes e Mari- A garota foi dizendo, apontando para cada uma das fadas. -Ah, com licença. -ela disse, enquanto andava em direção Caius e Gwylin;

Lana olhou para Caius e Gwylin, e parecia que os dois estavam em uma discussão séria. Olhou para as outras fadas, e por mais estranho que fosse, não se sentia tímida ou nervosa na presença delas. Talvez as fadas fossem seres que traziam paz e tranquilidade, porque era assim que se sentia.

Uma das garotas, Drusila, se aproximou, sorrindo.

—Oi. Muito prazer em te conhecer.

Drusila a abraçou forte, e Lana foi pega de surpresa. Sem querer, encostou na asa da fada, e se afastou. A garota a ficou olhando, confusa. Seus cabelos eram azul escuro com mechas pretas e verdes.

—Suas asas... Eu posso acabar te machucando. - Lana disse.

—Ah... Não machuca não, mas se preferir...

Drusila fechou os olhos, e suas asas se encolheram, no mesmo instante em que seu cabelo ficava mais colorido. O que pareciam ser mechas se espalhavam, e os fios, que pareciam brilhar de longe, ficaram com uma cor mais normal.
Sucessivamente, todas as fadas fecharam os olhos e suas asas encolheram, o cabelo ficou mais colorido e o brilho de antes diminuiu.

Drusila pegou na mão de alana e a levou até as outras fadas, e cada uma delas a abraçou.

—Ei, calma... - Pediu Lana, se sentindo esmagada. -Eu não estou acostumada a receber tantos abraços.

—Espere até os especialistas chegarem. - Disse Alleatha, dando pulinhos. - Eu AMO abraços!

A garota a abraçou novamente, e Lana começou a rir.

—Então, esses especialistas... Eles tem asas também? - Lana perguntou, olhando pro céu à procura de garotos voadores, e todas as fadas começaram a dar risadinhas.

Lana sorria também , mais e mais, e estava gostando cada vez mais das fadas. Elas tinham um sorriso contagiante.

—Claro que não. Eles não são fadas, são especialistas. Especialistas não tem asas, bobinha. - Falou Alleatha, enquanto se controlava pra parar de rir.

—Eles são de qual sede? - Lana perguntou, finalmente parando de rir.

—Da Sede Amarela, é claro. Você não sabe? - Perguntou Drusila, interessada.

—Desculpe, não. Não sei nada da Sede de vocês.

—Elfos, fadas, especialistas, gnomos e sereias, todos fazem parte da Sede Amarela. Nós somos muito ligados com a natureza, sabe? - Comentou Druslia, enquanto se dirigia até a beirada do penhasco.

As outras fadas a seguiram, e todas se sentaram ali, balançando os pés e rindo.

—Ei, você não vai se sentar conosco? - Perguntou Alleatha.

Lana se dirigiu até onde elas estavam, mas ficou com medo de cair, a distância dali até o chão era muito grande mesmo. Pra pessoas como ela, que não tinham dons ou asas, cair dali seria fatal.

—O que fazem aqui? - Perguntou Lana, ainda de pé.

As garotas cochicharam entre si, e Drusila deu de ombros.

—Houve um probleminha na nossa Sede. Resolvemos fugir. Você tem... - Druslia a olhou, pela primeira vez desconfortável. - Preconceito com fadas?

Lana abriu a boca, horrorizada.

—Oh, claro que não! Por que teria? Vocês são uns amores, tão fofinhas e bonitinhas.

As garotas sorriram pra ela, e Drusila a olhou nos olhos, como se pedindo desculpas.

—Tem seres que não gostam da gente. Eles fazem brincadeiras de mal gosto conosco, e nem quero repetir o que dizem.

—Bom, vocês não tem que se preocupar comigo. Eu jamais diria algo ruim de vocês.

Drusila sorriu, e Mialee voltou.

—Meninas, escolham o seu quarto, vamos passar a noite aqui!

As garotas se levantaram, animadas, e seguiram Mialee em direção as escadas. Gwylin procurou por Caius, mas ele não estava mais lá.

—Ele foi conversar com Jane. - Falou Gwylin atrás dela, a fazendo pular de susto.

—Uau... Poxa, não me assuste assim.

Gwylin deu um dos seus sorrisinhos brilhantes, e Lana logo se viu calma de novo, alegre, contente, como se nada de ruim pudesse acontecer.

—Como você está? -Ela perguntou, com a voz melodiosa que tinha. - Caius me disse que tentaram te prender.

Lana olhou pro chão, e para os seus sapatos. Tantas coisas tinham acontecido, tantas descobertas, tantas surpresas, e tantas dúvidas. Por que Liliane iria querer trancá-la? O que Justus queria com ela? O que estava acontecendo?
Estava bem? Sim, estava. Mas em choque.

—Eu estou bem. Feliz, até. Tanta coisa surreal acontecendo. É como se as páginas dos meus livros favoritos tivessem ganhado vida própria.

Gwylin acenou com a cabeça e se sentou na beira do penhasco, no mesmo lugar que as fadas estavam momentos antes.

—Não vai se sentar? - Perguntou Gwylin.

—Muito alto. - Ela respondeu baixinho, e Gwylin concordou com a cabeça.

—Não tem perigo. Se você cair, eu te seguro. Pode se sentar.

Lana se sentou, e apesar do medo, estava gostando do lugar. Podia sentir a brisa do vento gelada em seu rosto, ver as primeiras estrelas aparecendo e brilhando no céu, e se lembrou do outro lugar que tinha estado com Gwylin. Queria voltar lá mais uma vez.

—Por que as fadas sempre riem? Eu nem sei quantas vezes elas sorriram quando estavam aqui. É contagiante.

—Eu não sei. - Respondeu a fada, baixinho. - Talvez seja da nossa natureza. É normal pra nós sorrir. Gostamos de espalhar sentimentos bons, gostamos de energias positivas, e afastamos todas as negativas.

—Vocês choram? Não consigo imaginar vocês tristes.

Gwylin olhou pra ela por alguns segundos, e voltou a olhar para a paisagem.

—Uma vez aqui, outra ali, eu acho. Não temos motivos pra chorar.

Lana acentiu com a cabeça, concordando, e refletiu sobre isso. Não tinha motivos pra dizer que tinha uma vida ruim, tinha pais amorosos e carinhosos, havia finalmente terminado a faculdade, ganhado novos amigos. Sim, estava realmente feliz, apesar de tudo, e sorrir parecia ser a coisa mais natural a fazer.

—Sorrir é bom. - Falou, e levantou os braços. Por que não tinha começado a sorrir com mais frequencia antes?

—Sim, é. Muito bom.

As duas ficaram sentadas pelo que pareceu horas, apenas sorrindo e admirando o céu e as árvores, o rio, tudo o que a natureza oferecia.


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