Imortais escrita por kathe Daratrazanoff


Capítulo 10
Capítulo 9 : Lana




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/487047/chapter/10

—Olá de novo. - Jane disse, sorrindo.

—O que estão fazendo aqui? Eu realmente acho que não deveria sair assim, sem mais nem menos. - Lana disse.

Embora quisesse muito sair daquele lugar que tinha se tornado insuportável, não achava certo sair sem sem liberada.

—Eles já fizeram as perguntas, não é mesmo? Você está livre. Venha com a gente. Vamos, me dê sua mão.

Caius e Jane deram as mãos um pro outro, e Lana deu a sua também. Os três formaram um círculo e começaram a girar cada vez mais rápido, até que tudo sumiu. Era como se os três estivessem flutuando em um nada, e de repente caíssem.

Lana estava se preparando pra levar um tombo, mas simplesmente apareceu em pé em cima da grama: estavam do lado de fora da enorme casa.

—Como? Mas... A gente estava lá - Lana apontou para a casa - E agora estamos... aqui.

—Isso é um dos truques de mágica que posso fazer. - Caius falou enquanto limpava uma sujeirinha imaginária da roupa. - Vamos.

Caius foi indo em direção a floresta, com Jane logo atrás. Lana pensou em os seguir, mas ficou com receio.

—Você não vem? - Jane se virou e perguntou. - Vamos te responder a algumas perguntas.

Lana os seguiu. Quanto mais avançavam pela floresta, mas escura ela parecia, e Lana estava com medo de acabar se perdendo.

—Pra onde estamos indo? - Perguntou depois de um tempo.

—Pro nosso esconderijo. E saiba que não levamos qualquer um pra lá, somente os vips entram. - Caius respondeu.

Jane revirou os olhos e os três continuaram andando. Chegaram a um amontoado de rochas e Caius começou a escalar as pedras.

—Consegue subir, certo? - Ele gritou lá de cima.

—Claro que sim.

Lana começou a subir, e se lembrou de quando era mais nova. Amava escalar em lugares altos, mesmo tendo certo medo de altura. A adrenalina era maravilhosa, a ansiedade e o medo juntos, era sempre algo que gostava. Ela sabia que podia se machucar, mas sempre valia a pena o risco. Mas isso foi a muitos anos atrás, antes de se trancar em quartos e bibliotecas e se interessar pela leitura.

Quando Lana terminou de subir, Caius a olhava com admiração e Jane com desinteresse.

—Você subiu bem rápido pra uma verde. Você tem coragem, gostei disso. - Caius deu um tapinha em seu ombro e Jane a encarou, séria.

—Precisamos ter uma conversinha. Nós estamos entrando no nosso esconderijo secreto, onde ninguém além do nosso pequeno grupo entra. Você entende que não pode dizer sobre isso a ninguém?

Lana pensou um pouco, indecisa. Não podia contar nem pra sua amiga?

—Cecília, é claro, você pode contar, já que ela faz parte.

Lana arqueou as sobrancelhas, surpresa. Quantas outras coisas a sua amiga não tinha contado?

—E o que é esse grupo? - Lana perguntou, curiosa.

—Nada específico.

—Tudo bem.

Caius entrou dentro do que parecia ser uma caverna escura, e quando Lana ia segui-lo Jane a parou.

—O que foi?

—Outras pessoas fazem parte do nosso grupo. Se por acaso eles estiverem lá, não fique encarando eles ou fazendo perguntas, eles não gostam.

Lana confirmou com a cabeça, sem saber o que dizer. Não estava entendendo nada.

Jane e Lana andaram até a caverna e Lana levou um susto: a partir do momento que pisou no lado de dentro o local não era mais escuro. As paredes eram brancas, e a luz parecia vir delas. O teto era alto, completamente preto. Lana podia jurar que conseguia ver estrelas nele.

Passaram por esse enorme corredor branco e viraram numa curva. Havia uma cachoeira de um lado, e se podia ver a grama de fora.
—Ali é outra passagem pra entrar aqui. Existem várias entradas e saídas, e somente quem sabe onde elas estão conseguem enxergá-las. Entende?
—Mais ou menos. - Confessou Lana.
—Uma pessoa pode passar na frente de uma das entradas e não enxergá-la. Ela teria que estar prestando atenção naquele determinado ponto, senão ela não veria. O que você viu quando entramos aqui?
—Uma caverna escura.

—Hum, nada mal. Mas na verdade uma pessoa que nunca a viu antes só veria um pedaço da parede um pouco mais escura que as outras.

—Por que isso acontece?

—Porque esse lugar é enfeitiçado.

Desceram mais algumas escadas e entraram em uma aconchegante sala, cheia de almofadas e cobertores.

—Olha só quem chegou.

Caius estava deitado folgadamente no sofá, mexendo num controle remoto. Lana se sentou numa almofada perto dele e olhou pra televisão.

—Como o sinal pega aqui? -Perguntou.

Caius deu de ombros e Jane se sentou ao lado dela.

—Onde está Prada? - Jane perguntou a Caius, que deu de ombros.

—Deve ter ido dar uma volta.

Lana prestava atenção na teve. Estava em um canal de notícias, e a manchete dizia que uma boate tinha sido incendiada. A repórter andava por cima dos destroços, explicando a situação do local.

—Esse lugar me parece familiar. - Cochichou Lana. -Espera, é a boate! Foi onde a Cecília sumiu! Minha nossa, o que aconteceu naquele lugar?

Caius aumentou o volume e a repórter começou a falar.

"Uma boate pegou fogo no centro da capital, e até agora não se sabe o motivo. No dia do acidente, a boate teria sido fechada pra limpeza..."

—Espera um minuto, ela não foi fechada coisa nenhuma. Eu estava lá. E você também! -Lana apontou para Caius, e pegou o celular do bolso.

"De acordo com os bombeiros, uma mangueira de gás teria vazado, provocando assim o incêndio. Nenhum ferido foi encontrado".

—Alô? - Lana falou ao celular, e Jane pegou o aparelho da mão dela e o quebrou no chão.

—Você quebrou o meu celular! Por que você fez isso? -Lana resmungou, indignada. -Olha só pra ele, está em pedacinhos!

—Você é quem ficou maluca! Porque estava ligando pra eles?

—Porque eles estão errados. Tinha gente sim lá.

Jane a olhou com raiva, depois se sentou.

—A memória deles foi apagada. - Caius disse, como se estivesse comentando algo sobre o tempo.

Lana o olhou boquiaberta.

—Não de todos, só a de alguns verdes. E o gerente é um dos nossos, então...

—De novo esse verde. O que é um verde? -Lana perguntou.

—Um verde é uma pessoa que nem você. Humana, sabe.

Lana deixou de olhar Caius e olhou para Jane.

—Ele não está falando sério, está?

—Sim, por incrível que pareça ele está falando sério.

—E vocês, por acaso, não são humanos? -Lana perguntou, fingindo falsa ironia. -Por favor, me digam que vocês são humanos.

—Claro que nós somos, garota. Mas não como você. Somos diferentes.

Lana ficou pensando por um tempo, tentando digerir isso.

—São vampiros? Vão sugar meu sangue?

Os dois começaram a rir da cara dela, e Lana ficou observando, sem saber o que achar disso. Lana se levantou e pensou embora, quando Jane a puxou de volta pra baixo.

—Sério mesmo que essa é a primeira coisa que vem na sua cabeça? Céus, não, não somos vermelhos.

—Querem parar de falar em enigmas e começar a me explicar o que está acontecendo?

Os dois finalmente ficaram sérias, e Caius desceu do sofá e ficou do lado de Cecília.
—Você fala ou eu falo?
—Você sabe que nós vamos estar bem encrencados, mais do que já estamos.
Os dois ficaram se encarando por longos segundos, até que Lana resolveu falar.
—Encrencados por que?
—Nós temos um reitor. Ele é responsável pela sede branca.
—Sede branca? É aquele casarão?
—Tipo isso. Nós somos divididos em cores. Pessoas como você são verde. Os vampiros fazem parte da Sede vermelha, e assim por diante. Somos da Sede Branca. -Caius disse, sem desviar os olhos de Jane.

—Caius... - Jane o censurou, mas ele continuou.

—Cada Sede tem uma espécie de líder, ou reitor. Nós temos um reitor, Justus, aquele que te interrogou. E é graças a ele que estou encrencado. Ele está sempre procurando um motivo pra me expulsar da Sede Branca.

Lana se levantou e começou a procurar a saída.

—A onde você vai? - Caius perguntou, desviando do olhar de Jane e olhando pra ela.
—Sedes? Cores ? Vampiros? O que vem depois, lobisomens e zumbis?

—Os lobisomens são da Sede marrom, e os Zumbis fazem parte da vermelha também.

Lana o olhou assustada, e começou a subir as escadas.

—A onde você vai?

—Vou pra casa. Pra mim já chega. Eu vou procurar pela Cecília, que a essa altura já deve estar tendo ataques pelo meu sumiço.

Caius a segurou pelo braço e a parou.

—Me escuta. Cecília não está lá fora te esperando. Você precisa entender que o que estou dizendo é verdade, é real, e que Cecília faz parte desse mundo. Cecília desapareceu, e precisamos esperar ela voltar.

—Se ela desapareceu, porque estamos esperando ela voltar? Deveriamos estar procurando por ela! - Lana, gritou, com raiva. - Chega dessa palhaçada. A minha melhor amiga sumiu, e eu preciso achá-la. Você pode não se importar com ela, mas eu me importo.

—O que a faz pensar que eu não me importo com ela? - Caius gritou.

—Deixa eu pensar... A maneira que você fala dela? Acha que não percebi? Vocês dois não gostam dela. Na verdade, parecem sentir nojo.

Caius a soltou e se virou de costas. Jane foi até ele e o abraçou, olhando com puro ódio pra Cecília. Cecília se virou e recomeçou a correr, querendo sumir dali


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Imortais" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.