Renascer escrita por Ana C


Capítulo 10
O convite


Notas iniciais do capítulo

Olá, meninos e meninas! Finalmente voltei de viagem!

Vou começar dizendo que: Meu Deus! A páscoa veio pra mim em forma de comentários! Foram 15! E TODOS super carinhosos! Não sei nem como agradecer a todos vocês, é realmente um prazer poder ter contato com gente tão especial!

Como vocês agora são muitos, vou agradecer nominalmente às novas leitores Raquel e Estrela Everdeen e oferecer pra vocês que comentaram e voltaram a comentar este novo capítulo! Muito obrigada por tudo!

Não exijo leitores nem nunca vou exigir. A leitura é livre e tem que ser um prazer. Por isso é tão bom tê-los me acompanhando. Você que acompanha, favorita, mas não comenta, também é muito importante pra mim!

Chega de papo. Capítulo curto, narrado pela Katniss, mas romântico que só. Ele na verdade é uma ponte para os próximos 5 capítulos, mais ou menos. Espero que gostem! A overdose de fofura começa agora!



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Entre mesas e cadeiras que se multiplicam, bancadas que são preparadas para receber as mais doces delícias do Distrito 12 e da decoração delicada e convidativa, me sinto confortável e feliz de ver o sonho do meu namorado se tornar realidade. Ainda me dói usar essa palavra. Nunca fomos namorados, este termo simplifica de uma forma ridícula o que nós somos um para o outro. Nós somos as metades encontradas, no entanto explicar isso para as pessoas é um tanto difícil. Assumir um namoro é suficiente para que as todos fiquem radiantes e Peeta também.

Desde que estamos juntos outra vez, tenho participado ativamente nos preparativos para a abertura da Padaria, que agora está mais próxima do que nunca. Talvez em três semanas possamos abrir as portas do estabelecimento, para que todo mundo possa aproveitar do prazer que, por enquanto, só eu e os que trabalham com a gente tem acesso. Ultimamente Peeta tem experimentado novas receitas e eu tenho a impressão que vou explodir com tanta comida. Não reclamo. Todas as receitas são muito bem elaboradas, saborosas e ajudam que ele se lembre cada vez mais de um passado que ainda está um pouco nublado em sua mente. É nos momentos em que ele está mais afundado em seus experimentos, que sua mente parece buscar preencher os vazios deixados pelas teleguiadas. Lembro de uma de nossas últimas conversas, enquanto estávamos em casa:

– Nós fomos amigos antes dos Jogos, Kat? - Ele me pergunta, enquanto inventa um novo tipo de recheio para um de seus bolos

– Não, Peeta... Nós nunca fomos amigos. Não até termos sido selecionados para os jogos e, mesmo assim, eu demorei muito a entender que você era realmente a pessoa mais generosa do mundo.

– E o que te faz pensar isso?

– Bom, você confessou que me amava na frente de todos naquela entrevista com o Ceasar e a minha reação foi te bater - eu respondo. Ele ri e eu me alivio por ele ter tido essa reação.

– Eu estive muito tempo em dúvida se isso tinha acontecido mesmo ou não. Eu não consigo conceber que tenha sido tão idiota a ponto de ter feito isso... Você odeia demonstrações públicas de afeto!

– Não se arrependa de ter feito. Se você não tivesse dado aquela entrevista, não estaríamos vivos hoje. E se não fosse verdade tudo o que você disse, EU não estaria viva...

– Então eu fico feliz de ter falado tudo aquilo- Ele me oferece uma colher do que eu acho ser um tipo de geleia de frutas vermelhas. Eu provo e solto o ar pesadamente, cheia de satisfação. Ele volta para o fogão satisfeito com a reação obtida

– Você está ansioso para voltar a trabalhar? - Questiono ao vê-lo tão ativo

– Muito! Sempre amei o que fazia, nunca me preocupei em ter que ir trabalhar, mesmo sendo muito novo. Minha mente parece ficar quieta quando eu trabalho, acredito que seja uma sensação muito parecida a sua, quando você está caçando...

– A diferença é que isso não é trabalho, eu não ganho dinheiro com isso e só vou nos dias que quero...

– Nós não precisamos nos preocupar com isso, Katniss. Continuaremos recebendo dinheiro suficiente do governo para nos mantermos. E nós merecemos cada mísero centavo dele. Além do mais, essa loja vai demorar para render algum lucro. Nosso distrito continua sendo um dos menos abastados e, por mais que ele esteja em expansão, não posso cobrar destas pessoas muita coisa. E nem quero. Jamais quero ver nos olhos de alguém o desespero que vi nos seus, quando éramos crianças.

– Eu sei que você nunca deixaria ninguém passar fome, Peeta. O que estou dizendo é que devo trabalhar também. Talvez eu possa acompanhar você na padaria, posso ajudar Delly a atender os clientes. Tenho certeza que ela sozinha não dará conta de tudo, mas, além de tudo, eu quero participar também! - resmungo e ele meneia a cabeça, sorridente.

– Vai ser um prazer tê-la ao meu lado todos os dias, ainda que eu ache que esse interesse todo é mais por causa da nossa amiga do que por mim...

– E se fosse? - Pergunto, querendo saber se meu ciúme o irrita ou não

– Eu ia me sentir muito bem! - Ele responde, imediatamente

– Pois então eu vou estar lá amanhã e todos os outros dias, afastando qualquer menina bonitinha de perto de você! - Eu termino de falar e a gargalhada de Peeta ecoa pelo ambiente.

– Posso saber do que tanto sorri a linda senhorita? - A voz me Peeta me faz voltar do mundo dos meus pensamentos.

– De nada em especial... Estou lembrando nós dois... - Suspiro

– Sempre bom lembrar de coisas boas. Mas nós dois estamos aqui, nos olhando, então que tal aproveitarmos nossa companhia?

– Eu acho uma ótima ideia. E eu tenho uma proposta ainda melhor para fazer pra você... - E espero que ele aceite, não vou fazer essa oferta duas vezes...

– Mal posso esperar para ouvi-la. Eu quero dizer que aceito desde já, mas não confio nem um pouco em você, Kat. - Ele arqueia a sobrancelhas

Sei que ele está brincando comigo e por isso rio. Porém, acredito que ele é muito são em não confiar totalmente em mim.

– Bom, eu ia te convidar para ir a floresta comigo agora a tarde. Sei que hoje é o dia de colocar o piso novo na cozinha e que não é você que vai fazer isso, então pensei que você podia me acompanhar hoje até a floresta. Você gostaria?

Peeta está surpreso. Jamais chamei-o para acompanhar-me nos passeios que faço até a floresta. Pressuponho que ele ache que lá é o lugar em que guardo as minhas lembranças, as que não quero dividir com ninguém. Não é algo totalmente errado de se pensar, mas não penso em nada que eu não queira dividir com ele nesse momento. E acho que mostrar o meu lugar preferido para ele é uma forma de dizê-lo o quanto o quero em minha vida.

– É claro que eu gostaria! Vou perguntar a Jake e a Delly se eles podem supervisionar tudo no meu lugar... Quando saímos?

– Assim que você estiver pronto - digo, ansiosa.

– Me dê só um minuto, então... - Ele responde e ruma rapidamente para a cozinha.

Acabamos por sair meia hora depois de Peeta ter aceitado meu convite. Tive que esperá-lo deixar tudo em ordem antes de sair e pegar alguma coisa para comermos, visto que passamos a manhã trabalhando e não comemos nada. Durante a caminhada até a floresta, fui contando a ele algumas coisas sobre meu pai, sobre o hábito que nós criamos juntos de caçar, sobre tudo o que ele me ensinou sobre as plantas do lugar etc. Peeta me observava atento, como se me pudesse descobrir por aquelas palavras. Talvez sim. Grande parte do que eu sou, devo ao meu pai, assim como Peeta. E cada vez mais descubro que não foi somente a dor e o medo que nos uniu.

A floresta me recebe tão bem como em todas as vezes em que nela me abriguei. Acolhe também meu convidado, com seu cheiro de mato fresco e todos os sons que ela produz. Decido que vamos parar em alguns pontos específicos antes que cheguemos a nossa parada principal. Primeiro, decidimos sentar à sombra de um salgueiro para podermos tomar água e consigo mostrar a Peeta que ali perto há alguns tipos de plantas, flores e frutos que ele pode colher e usar em suas aventuras culinárias. Depois, paramos no ponto em que eu mais gosto de caçar. Peço para que ele fique imóvel, já que ele não sabe ser silencioso. Consigo pegar um coelho e percebo que ele não gosta de ver o bicho sendo morto. Há, porém, algo de admiração em seu olhar:

– Não me olhe assim. Nós precisamos comer! - repreendo-o, me sentindo mal por ter assassinado o coelho.

– Eu sei disso, Kat. Não estou te olhando por causa disso... Na verdade eu acho muito sexy ver você caçando, não há como não te observar!

Eu realmente não esperava por isso. Meu corpo não pensa da mesma forma. Sou imediatamente tomada por um calor que irradia por todas as partes do meu corpo e olhar o homem sentado à minha frente não está me ajudando a conter essa sensação. Eu não sou sexy, mas eu posso tentar ser, por ele. Somente por ele. Decido não repreendê-lo desta vez, ofereço, ao contrário, um dos meus mais enigmáticos sorrisos e peço que sigamos adiante. Peeta me atende prontamente.

Finalmente chegamos à beira do lago onde meu pai me ensinou a nadar, me contou seus melhores dias e me ensinou a cantar, Aqui é meu lugar favorito, meu refúgio, meu segredo e meu palácio. E eu estou oferecendo-o ao homem que eu amo.

– Esse lugar é simplesmente fantástico! - Exclama Peeta, embevecido - Não consigo acreditar que vivi todo esse tempo no Distrito 12 sem saber que o Paraíso estava tão perto!

– Você realmente gostou daqui? - Questiono

– Como não gostar! Tudo aqui é tão bonito! Da próxima vez que viermos aqui, tenho que lembrar de trazer meu bloco e alguns lápis. É um desperdício não pintar esse lugar...

Fico extasiada com a sua proposta de voltar de um lugar do qual ele nem mesmo saiu. Mostra o quanto Peeta gostou do cenário e que eu não preciso ter reservas com ele. As minhas defesas estão se quebrando cada dia mais e me sinto ligada a ele de uma maneira irreversível. Como ele mesmo me disse uma vez, não há futuro em que eu me imagine sem Peeta. Em que ele não supere minhas expectativas, em que ele me conforte e me tire do eixo ao mesmo tempo...

Comemos nosso pequeno lanche abrigados embaixo do telhado de uma pequena cabana que reside naquela parte da floresta desde a minha tenra infância. O chuvisco fino que cai constantemente foi inesperado e ficamos mais tempo do que havíamos planejado perto do lago. Nossos corpos se aninham e observamos o espetáculo que a natureza está proporcionando- nos, a tranquilidade da tarde, o céu voltando a adquirir a coloração azul típica dos dias de primavera, para depois começar a cobrir a copa das árvores com o tom alaranjado que Peeta tanto gosta. Está na hora de irmos. Dou até logo àquela pequena construção de madeira, que por grande parte da tarde me serviu de lar e sigo para a cidade, serena, como nunca me senti.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Eu acho que esse capítulo ficou fooooofo (eu sou a louca que elogia os próprios capítulos, hahahaha)

Não sou de dar spoiler nos capítulos, mas vocês merecem... E esse é tão curtinho que até vale a pena. No próximo capítulo Peeta Mellark faz aniversário! O que vai acontecer, só lendo pra saber!

Mil beijos e até o próximo!