Crônicas de uma Vida Ninja escrita por Lindsay Mistam


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Olá! Aqui vem mais um capítulo da história. Espero que gostem.
Boa leitura!



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Capítulo 7

 

Corria rapidamente pela floresta, saltando pelos galhos das árvores e tentava ignorar a raiva que sentia no momento.

O indivíduo observou se havia sido seguido e, ao constatar que não, prosseguiu então em sua viagem, divagando em seus pensamentos.

Uchiha Sasuke. O que ele fazia ali? Logo quando iria colocar mais uma parte de seu plano em prática, o mesmo tinha que estragar tudo.

Não podia contaminar aquele rio na frente daquele imbecil. Não venceria um combate direto com o mesmo, já havia ouvido falar da forma do Uchiha.

Aqueles olhos amaldiçoados.

A pessoa suspirou entediada, revirando os olhos diante da insatisfação. Aquele dia estava bastante quente e o indivíduo já estava transpirando de tamanha maratona. Agachou para descansar no alto de uma das árvores, porém tinha de ser breve. Voltaria logo ou geraria suspeitas.

Passou a mão pelos cabelos e indo até o pescoço, percebeu um vazio incômodo ali. Onde estava seu colar?

Droga.

Agora era tarde, não deixaria que aquele pequeno equívoco sacrificasse todo o esforço que havia tido. Ponderou a possibilidade de ser descoberta com esse pequeno detalhe. Todavia, não se afligiu. Faria o que tinha de fazer. Nem que para isso precisasse eliminar Uchiha Sasuke.

Não seria tarefa fácil, admitia. Contudo, não havia sido escolhido nessa missão por acaso. Tinha de seus métodos.

Olhou novamente sua retaguarda, parece que não seria tão simples assim livrar-se daquele infortúnio.

 [...]

 

Estava decidida. Depois de tanto estudar e pesquisar, finalmente havia conseguido os argumentos necessários para convencer os anciãos de seu Clã do mais sensato em sua opinião, e de pessoas que possuam um órgão que bombeia sangue chamado coração, a respeito das relações entre as famílias.

Suspirou imaginando como seria a conversa com eles. Com certeza haveria uma tremenda repulsão e indignação por parte daqueles velhos acomodados em costumes do passado, e a pior parte: seu pai. Aquele seria seu pior desafio. Não sabia de onde arrumaria coragem o suficiente para aquilo.

Falar com os anciãos, que não possuíam nenhuma proximidade com a morena seria uma coisa. Agora, ser rejeitada e humilhada pelo seu próprio pai, sangue do seu sangue, seria outra.

Já deveria ter parado de se martirizar e esperar algo em retorno do patriarca da família principal, mas seu coração mole sempre a fazia ter esperanças.

Como sempre a ingênua Hinata. Quando finalmente iria ser forte? Odiava a si mesma por sempre agir daquela maneira. Seria tão bom se Neji estivesse ali para apoiá-la, como sempre fazia. O primo era realmente alguém com que podia contar.

Andava relutantemente pelos corredores da mansão Hyuuga, apesar dos fortes objetivos que carregava consigo. Maldita insegurança a sua. Não importava quanto tempo passasse, ou as experiências adquiridas, parece que esse sentimento não vai embora de si e esse é um dos motivos que mais a inibem de mudar, de não ser humilhada novamente.

No fim seu maior inimigo era o seu subconsciente.

Chegou então ao jardim do Clã e pode finalmente aspirar o ar fresco de fora de seu quarto e das bibliotecas de sua casa. Havia ficado infortunada o dia inteiro ali.

Levantou a cabeça e encarou o céu límpido azul. Aquela coloração era tão bonita, vívida. A fazia lembrar-se de certo alguém. Balançou a cabeça a fim de evitar certos pensamentos desnecessários. Já havia passado por maus bocados o suficiente por uma vida.

Ao longe avistou seus companheiros de time aproximando-se da entrada de seu Clã. Sorriu fracamente. Os dois haviam lhe ajudado bastante nesses últimos meses em que treinavam juntos, desde o fim da guerra ninja. Principalmente Kiba, que se mantinha sempre por perto, disposto a ajudá-la. Realmente possuía ótimos amigos.

Percebendo que a morena já tinha os avistado, Kiba acenou para a morena e foi prontamente correspondido, enquanto vinha na direção dos dois. O moreno possuía um sorriso bobo no rosto. Adorava estar com a morena.

 Sempre arrumava alguma desculpa que exigisse sua presença e pudessem passar mais tempo juntos. O mesmo esperava que não estivessem tão óbvios seus sentimentos em relação à Hinata.

 Espera, era isso mesmo que desejava?

No fim, apenas não queria acelerar demais as coisas com a garota, sempre tão tímida e ingênua. Queria que a mesma entendesse seus sentimentos e quando sentisse que eram recíprocos, investiria mais. Contudo, não seria possível enquanto a mesma mantivesse envolvida com certo loiro. Mas aquilo iria mudar.

Enquanto permanecia imerso em seus pensamentos (o que vinha acontecendo com certa frequência) encarava a mesma que conversava animadamente com Shino (embora as respostas do mesmo não soassem assim tão animadas, devido ao seu jeito de ser), alheios a tudo que o Inuzuka planejava mentalmente.

Às vezes era difícil se controlar, mas tinha que respeitar o espaço da garota. Só gostaria de saber até quando.

— Kiba, você não vem? — Shino perguntava, enquanto mantinha as mãos nos bolsos (ato rotineiro) e encarava o companheiro de equipe com as sobrancelhas levemente arqueadas. Ato que passou despercebido pelos demais, devido aos óculos e capuz que o mesmo vestia. Hinata ia um pouco à frente e parou no momento em que percebeu a situação.

Percebendo que estava ficando para trás, o mesmo acordou de seu transe e simplesmente acenou positivamente, acompanhando os outros dois.

Shino apenas pensava em como o amigo conseguia ser mais estranho que ele mesmo às vezes.

[...]

 

Tsunade encarava o laudo que lhe fora entregue com a feição preocupada. Desde o início sabia que daquilo não viria boa coisa. Suspirou mais uma vez naquele dia, perguntando-se de onde ainda vinha tanto ar para seus pulmões.

Sakura entendia a tensão na expressão da mais velha, pois a mesma já havia lido as informações contidas naquele papel.

— E então, Tsunade-sama? — Perguntou após um longo momento de silêncio naquela sala do prédio Hokage. As mesmas não estavam sozinhas, Shizune acompanhava tudo em pé ao lado de Tsunade.

— Como eu imaginava... Há um culpado por trás disso tudo. — Massageava as têmporas, em uma tentativa inútil de apaziguar a dor de cabeça que sentia durante toda aquela semana, atenuada enquanto lia notícias nada animadoras no laudo que lhe foi entregue.

— Naruto precisa ter conhecimento disso imediatamente.

As duas pupilas da Hokage encararam-na surpreendidas com o sobressalto da Hokage. Imediatamente prestando atenção no que viria a seguir.

— Providencie um falcão para enviar uma mensagem imediatamente o notificando sobre essas informações.

— Hai, Tsunade-sama. — Shizune imediatamente movia-se a fim de acatar as ordens da Hokage.

— Sakura, preciso que volte imediatamente ao hospital e reúna outros ninjas médicos habilidosos. Vocês finalmente poderão desenvolver um antídoto para esse veneno que está contaminando a água do País do Fogo.

A rosada assentia lentamente. Shizune já havia se retirado da sala, a fim de acatar as ordens de sua superior. Entretanto, Sakura permanecia imóvel, apesar de saber o que tinha que fazer. Fato este que intrigou Tsunade, que a encarou com um olhar sugestivo como se questionasse o porquê daquilo.

— Alguma suspeita do responsável? — Sakura estava preocupada com a suposição que mantinha em sua mente.

— Ainda não, mas teremos de trabalhar nisso. Não se preocupe. — Tsunade exibiu um sorriso sincero, como se soubesse o que a rosada estava pensando, para tranquilizar a garota.

Sakura que mantinha a feição baixa encarou a mestra e sorriu timidamente.

— Hai, tudo dará certo. — Disse tentando convencer a si mesma. Retirou-se então da sala, sob o olhar curioso de Tsunade.

Ao perceber que estava sozinha, levantou-se de sua cadeira e pôs-se a observar o monte Hokage, lembrando-se imediatamente do loiro.

Como estaria a missão?

[...]

 

Sasuke já estava naquela há alguns dias sem nem mesmo dormir e ainda não havia conseguido informações muito concretas.

Do que tudo aquilo se tratava? Pessoas doentes, morrendo. Não queria nem pensar em como estaria a situação de Konoha, porém não temeu. Sakura estava lá e confiava nas habilidades médicas da garota, embora jamais houvesse admitido aquilo em voz alta nem para si mesmo antes.

Relembrou então, do indivíduo que havia perseguido antes. Sabia que estava envolvido de alguma forma com os eventos atuais; era suspeito demais. Continuou seguindo o indivíduo por várias horas, mas tinha de admitir: aquela pessoa não era qualquer uma. Odiava-se por ter se deixado enganar tão facilmente (na opinião do Uchiha) e perder seu maior suspeito de vista.

Seguindo as pistas deixadas, foi levado a uma cidade localizada ainda no país do Fogo, chamada Kokoyashi.

Naquele momento encontrava-se em um bar, sob o capuz negro, enquanto tentava ouvir dos homens que se abarrotavam de bebidas alguma informação que lhe fosse útil naquele caso.

Enquanto mantinha-se sentado e encostado no balcão do estabelecimento, um dos homens bêbados esbarrou em si e foi de encontro ao chão, devido ao estado deprimente no qual se encontrava. O moreno não pode evitar revirar os olhos diante de tal façanha do indivíduo em questão.

Reprimiu o desejo interno de ativar seu amaterasu no homem e, levantando-se do balcão, decidiu que era o momento de retirar-se dali. Afinal, não seria daquela vez que conseguiria a informação que procurava.

Deixou o dinheiro do que havia consumido em cima do balcão e quando estava saindo do lugar, ouviu, ao longe, uma conversa que lhe chamara atenção.

É, parece que sua intuição sobre aquele lugar não estava tão enganada assim.

[...]

 

Naruto já não sabia como proceder. Já fazia um tempo que Aiko não retornava da vigília e o loiro não podia deixar de se preocupar. Não que a ninja fosse fraca, ou algo do tipo. Já havia mostrado o suficiente para deixar claro que sabia se defender.

Entretanto, aquele sumiço era realmente suspeito. Quando finalmente deixava suas dúvidas de lado e saia para averiguar, a ninja da vila da Pedra retornava. A mesma apresentava um aspecto diferente do habitual e só serviu para atenuar as suspeitas do loiro. Contudo, a preocupação pela companheira falou mais alto naquele momento.

Aiko mostrava-se cansada e abatida fez o loiro pensar no quanto a garota estava se esforçando para realizar a missão. Era realmente uma pessoa em quem podia confiar.

— Aiko! — O loiro chegou a tempo de segurar a garota que por pouco não caíra de encontro ao chão, devido ao cansaço.

— Naruto... — A garota falava, quase que em um sussurro, até dar-se conta da situação no mínimo constrangedora na qual estava ao ter aquele loiro idiota a segurando. — Eu estou bem! — O sobressalto da ninja havia surpreendido o Uzumaki, que estava tão apreensivo com a situação.

A garota não poderia se submeter aquilo, feria seu orgulho feminino. Era uma mulher forte, não precisava depender de nenhum espertalhão.

O loiro coçava a nuca, sorrindo sem graça perante a situação e só pôde suspirar.

— Hai, hai. Você sumiu o dia inteiro, onde estava? — Indagou o loiro retomando a compostura.

— E desde quando lhe devo satisfações? — Rebateu presunçosamente a morena, sorrindo em seguida.

O loiro esboçou um sorriso calmo, mas suas dúvidas ainda não haviam sido sanadas.

Por que a ninja estava naquela situação?

— Realmente... Já é noite, não? Perdi a noção do tempo. O que acontece é que aquelas pessoas... Não podia deixar de ajudá-las. — Dizia a garota, observando então o céu e admirando as estrelas, perdida em seu mundo particular.

Naruto realmente sentia-se um imbecil, era óbvio o que a ninja estava fazendo, apenas cumprindo a sua missão. Passou a observar a mulher a sua frente, com a cabeça levantada ao céu e só então notou o pescoço da jovem.

— Hey, Aiko.

— Hum? — A morena deixou de lado o seu passatempo, imersa em pensamentos, para observar o loiro, aguardando-o prosseguir.

— Seu colar... — Comentou o loiro, apontando para o pescoço da garota.

— Ah sim! Bem, sobre isso... Eu preferi guardá-lo. É muito importante para mim e não poderia me permitir perdê-lo. — Disse observando o horizonte, nostálgica.

Naruto, ao perceber o olha triste da ninja, preferiu não insistir no assunto. Não era do feitio do Uzumaki se meter nos assuntos alheios.

— É melhor nos retirarmos agora, amanhã será um longo dia. — Esboçou um sorriso, tentando passar confiança a Naruto, contudo, o mesmo sabia que apesar de se fazer de forte, a mesma não estava tão bem assim. Ela realmente se esforçava para proteger os cidadãos daquele martírio. Concordou então com a garota e seguiu para a pousada em que estavam hospedados.

[...]

 

Os anciãos e representantes de ambas as famílias encontravam-se agitados. De um lado a tremenda curiosidade diante aquela convocação no salão principal da mansão Hyuuga e do outro a insatisfação e descrença dos membros da família principal em ter membros inferiores naquele ambiente em posições tão importantes.

É claro que apesar de seus pensamentos repletos de preconceito e ufanismo, ninguém ousava dizer aquilo em voz alta. Preferiam manter as aparências e falsidades, enquanto por trás de toda aquela imagem que passavam de que faziam tudo aquilo pelo bem da família Hyuuga, era clara ali, para ambas as famílias, o que tudo aquilo significava.

Dominação de uns sobre os outros. Nada mais que aquilo.

Ninguém nunca ousava contrariar aquela situação que perpetuava desde os primórdios do Clã e os pouquíssimos que sequer esboçavam a menor insatisfação eram punidos ou até mesmo mortos e servidos de exemplo para o restante dos membros.

Apesar disso tudo, um dos membros não conseguia esconder sua insatisfação com aquela situação.

O que Hiashi estava pensando?

Cansado da espera, um dos anciãos da família principal, Hyuuga Tatsu, foi o primeiro a se pronunciar ao avistar uma das servas de Hiashi andando pelo salão.

— Mas afinal, por mais quanto tempo teremos de esperar? — Encarou então o outro lado da sala com o olhar de superioridade que viabilizava sua posição. — Ainda mais com companhias tão indesejáveis. — Completou o homem arrogantemente.

— Mais respeito com os outros membros da família, Tatsu-san. Eles também são pessoas, caso ainda não tenha percebido. — Repreendeu o membro mais novo do conselho do clã Hyuuga que, inclusive, era composto apenas de membros da família principal.

— Cuidado ao se dirigir a mim, moleque! Nem em cem anos alguém como você poderia ousar me dar ordens! — Falava o homem todo cheio de si. — Essa reunião é desnecessária. Eu...

O homem foi interrompido pela porta que se abriu com um rompante e de lá, saiu Hinata, surpreendendo a todos os presentes.

— Peço perdão pela demora. Vamos iniciar a reunião?

A hora de mudança finalmente havia chegado. A garota não pretendia sair dali sem a assinatura do decreto por todos aqueles representantes. Doa a quem doer.


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Notas finais do capítulo

E então? O que acharam?
Adoraria que comentassem. Beijos e até a próxima. ♥



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