Crônicas de uma Vida Ninja escrita por Lindsay Mistam


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Até quem enfim o capítulo. Boa leitura.



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Capítulo 6

 

Naruto continuava em sua busca em sua dupla missão, ao lado de Aiko, que se mantinha atenta a qualquer novo sintoma que aparecesse em seus pacientes.

 A mesma, depois de descobrir o desleixo no qual o senhor do fogo lidava com aquele vilarejo — e ela acreditava que com outros também — não pôde ficar parada e deixar a situação se agravar ainda mais. Isso só influenciou para que a admiração de Naruto pela morena crescesse ainda mais.

Os dois alternavam entre pesquisas sobre a missão rank S, a qual foram submetidos, a fim de solucionar esse problema que assolava o país do Fogo e em suas outras atividades pessoais: Naruto na busca incansável por Sasuke e Aiko queria não só punir o responsável, —  àquela altura já estava intrínseco a eles que a causa do avanço desenfreado daquela epidemia não era devido a causas naturais — mas também diminuir o máximo possível o sofrimento das vítimas daquela enfermidade. Não somente isso, a mesma persistentemente trabalhava em uma cura para tal doença, mas ainda não havia obtido sucesso.

Suspirou novamente. Aquelas semanas não estavam sendo fáceis. Ainda bem que tinha uma pessoa agradável para ajudá-lo na missão. Não sabia o que faria se a mesma não fosse tão prestativa e bondosa.

Os dois ninjas já caminhavam por vários vilarejos que haviam sido contaminados, mas ainda não haviam coletado informações concretas. Contudo, Naruto tinha suas suspeitas do responsável sobre isso.

Como estaria a vila de Konoha? Era o que o Uzumaki possuía em mente no momento.

— Não adianta. — Aquela frase foi o suficiente para que Naruto acordasse de seus devaneios.

— O que?

— Não percebe que estamos andando em círculos? O responsável está por aí a solta e não obtivemos nenhum progresso nesses meses. — O loiro abaixou a fronte e não pôde pronunciar nada que justificasse sua clara incompetência naquela missão.

Era assim que pretendia se tornar Hokage?

Percebendo a expressão que o loiro esboçava, a morena arrependeu-se de falar daquela maneira, porém tinha de ser dito.

— Gomen. A ninja médica aqui sou eu, mas mostro-me completamente inútil. Deveria ser minha chance de mostrar que estou à altura de realizar uma missão com o herói do mundo ninja. Como todo mundo supôs, não estou.

Naruto que permanecia cabisbaixo, não pôde acreditar no que estava ouvindo. Era óbvio que sua incerteza e incapacidade de salvar um grande amigo da escuridão estavam refletindo em seu fracasso na realização dessa importante missão e, consequentemente, jogava em sua cara a inaptidão para tornar-se Hokage.

A garota encontrava-se agora com os olhos âmbar cheios de lágrimas, que pretendiam transbordar a qualquer momento e já possuía a respiração mais acelerada.

Ficou um tempo encarando o que aquela bela jovem dizia e surpreendia-se cada vez mais como uma mulher tão habilidosa podia ter tão baixa autoestima. Sentia um misto de admiração, compaixão e amizade pela mesma. Por isso, teve o ímpeto de esboçar um ato um tanto incomum, até mesmo para ele, de abraça-la.

 A garota arregalou um pouco os olhos e possuía a boca entreaberta com o ato inesperado. Retribuindo imediatamente o feito e aconchegando a cabeça no peitoral do mais alto.

— Nós vamos conseguir Aiko, pois temos você na missão. Não conseguiria imaginar pessoa mais qualificada que você na mesma. — Aquilo foi o suficiente para arrancar um sorriso do rosto da garota, que não foi notado por Naruto, devido a diferença de altura. Era surpreendente o talento natural do rapaz em transmitir aconchego às outras pessoas.

O loiro percebeu que a mesma havia se acalmado um pouco e sua suspeita apenas confirmou-se ao sentir a mesma abraça-lo com um pouco mais de intensidade e ao ouvir a resposta, embora fraca, da garota.

— Arigatou.

Os dois então permaneceram naquela posição e nada mais importava naquele momento para Aiko. Já Naruto mantinha os pensamentos em outro alguém.

[...]

 

Já havia perdido a conta de quantas vezes havia socado aquele tronco. Já repetia tanto o movimento que já era possível observar uma notável quantidade de sangue em seus punhos, resultante do constante atrito realizado.

Somente parou quando o pedaço de madeira não mais resistiu às investidas e cedeu, estraçalhando-se no chão da área de treinamento. Visto o que havia acontecido, a morena permitiu-se cair desajeitadamente no chão e aspirar pesadamente. Já estava naquilo há horas.

Aquilo vinha sendo seu refúgio para sua dolorosa realidade. Descontava a raiva fisicamente e, além disso, podia tornar-se mais forte para defender aquilo em que acreditava.

 Suspirou exasperada. Estava tão centrada em sua raiva que havia esquecido que combinou com seu colega de equipe Kiba de encontrar-se em frente a sua casa para treinar. Não entendia a insistência do mesmo em continuar a estar com a morena.

Tudo bem que ambos eram companheiros de equipe e Shino não era lá exemplo de sociabilidade, mas a atitude do Inuzuka era um tanto incomum. Não se importou, afinal o considerava alguém forte, e quem era ela para descriminar alguém em sua vida depois de tudo que já havia passado?

Quando a mesma dava uma pausa de seu treinamento, percebeu a aproximação de alguém. Era Sakura.

— Yo, Sakura-san. Há quanto tempo! — A morena esboçava um sorriso calmo, que não deixava de transparecer o cansaço de seu recente treino. Sakura pôde notar isso.

— Olá, Hinata. Atrapalho? — Questionou Sakura, sentindo-se levemente envergonhada por intrometer-se daquela maneira.

Tal sentimento originou-se do lado oposto da moeda dessa vez, não? Ironizou mentalmente a situação e pôs-se a dar atenção novamente à garota a sua frente.

— De forma alguma. Posso ajudar em algo? — Era incrível como o tempo passava e mesmo assim alguns hábitos permaneciam. Ainda surpreendia-se com a sutileza e delicadeza que Hinata agia. Bem diferente de si. Contudo, algo no olhar da morena não passou despercebido pela rosada.

— Que isso, Hinata, não precisa de tantas formalidades. Somos amigas, não somos? — A mesma exibia um sorriso que, para alguém com o sexto sentido aguçado, poderia jurar ter segundas intenções. A verdade é que a mesma não sorria verdadeiramente fazia um tempo, mas isso não era relacionado a interesses desonestos e sim a alguém.

— Mas é claro...

— Então, como estão indo as responsabilidades no seu clã? Soube que você tinha assu...

— Está tudo bem, Sakura. — Aquilo deixou Sakura um tanto surpresa. Era um tanto inesperado vindo logo de Hinata. Então aquela sensação de quando a avistou não era coisa de sua cabeça.

As duas haviam adquirido uma maior proximidade após a guerra. Isso ocorreu como forma de ambas se apoiarem em seus casos amorosos, que, até então, não haviam feito muito progresso.

Ao perceber o desconforto adquirido na conversa, preferiu então não proferir o questionamento que a moveu até ali. Preferiu então seguir seu caminho, escapando com a melhor desculpa que conseguiu pensar.

— Bem, eu estava à procura de Ino, você a viu? E por coincidência acabei te encontrando aqui. Já fazia algum tempo que não nos falávamos.

— Hai, Sakura-san, fico feliz de tê-la encontrado.

— Haha, pelo jeito você não muda mesmo, Hinata. — A rosada já estava na iminência de locomover-se dali, mas lembrou de algo.

— Ah, já ia me esquecendo. Kiba apareceu no hospital, pois Akamaru não estava se sentindo bem. Por isso, o mesmo não pôde comparecer ao treino. Como eu já vinha para cá, aproveitei para trazer o recado.

— Oh! Arigatou por isso, Sakura-san. — A mesma exibia um pequeno sorriso em agradecimento, mas não escondia o semblante preocupado. Agora estava explicado o sumiço do moreno, após tamanha insistência.

— Bom, até, Hinata. — Despediu-se a rosada, acenando e caminhando para fora daquela área de treinamento. Hinata retribuiu o aceno e permaneceu pensativa.

Era somente aquilo mesmo que Sakura desejava? Preocupou-se momentaneamente com a rosada, mas imediatamente retomou seu treinamento. Seu dia ainda seria longo.

[...]

 

Encostou-se novamente na cadeira, suspirando exasperada. Não importava se eram tempos de paz ou não, aquela montanha de papéis para serem lidos, assinados e revisados ainda estaria lá, esperando por ela. Não via a hora de se aposentar desse trabalho cansativo. Não que não amasse sua vila ou ajudar as pessoas dali. Muito pelo contrário. Apenas não podia culpar-se por detestar aquele trabalho tão entediante.

Se bem que não poderia chamar aqueles tempos de tão pacíficos assim. Com isso em mente, lembrou-se de um dos motivos responsáveis por tirar seu sono à noite: a razão que levou Naruto a sair em uma missão rank S.

Tomou mais um gole de sua garrafa de sakê, companhia essa que havia se tornado mais frequente do que gostaria (ou não) ultimamente. Olhou para o copo e percebeu que aquele gole havia sido o último. Pegou a garrafa, que se encontrava no mínimo espaço daquela mesa abarrotada de papéis, e tentou enchê-la. Em vão, a mesma encontrava-se vazia.

Ouviu então batidas na porta, antes pudesse proferir (mentalmente) mais uma de suas lamúrias. Proferiu um breve entre.

— Até quem enfim trouxe a ga... — Interrompeu-se ao se deparar que não se tratava de Shizune na porta e sim Sakura. — Oh, Sakura.

— Olá, Tsunade-sama.

— Então, do que se trata sua visita a minha sala? Alguma notícia sobre os pacientes infectados?

— Bom, o que quero falar tem a ver com isso...

— Prossiga então. — Dizia a loira, esboçando um sorriso sugestivo à rosada, a fim de encorajá-la a continuar.

— Soube que Naruto saiu em uma missão e sei que é relacionada a essa onda de doentes... Por que não fui requisitada?

O sorriso que se mostrava no rosto da loira foi diminuindo gradativamente a cada palavra proferida por sua pupila. Suspirou. A garota era esperta, logo desconfiaria.

— Como assim, Sakura? Existem outros ninjas médicos também capacitados e, além disso, a alianç...

— Por favor, me diga a verdade! Tem algo a ver com o... — A Haruno permanecia cabisbaixa ao tentar pronunciar o nome que tanto queria esquecer.

— Não, Sakura. É apenas uma missão. Não que ela não seja importante, muito pelo contrário. Além disso, você é responsável pelo hospital agora. — A mesma tentou soar feliz e confiante ao dizer isso, mas era difícil esconder a preocupação com a garota perante o assunto de que tratavam.

— Está tudo bem, Tsunade-sama. Apenas me preocupo com Naruto. Como membro do time 7, eu deveria ter sido informada sobre isso, mas entendo.

— Sakura...

— Mas esse não é o único motivo de eu ter vindo aqui. — A rosada imediatamente alterou o assunto e Tsunade sobressaltou-se um pouco com a revelação e retornou a postura não de Tsunade, amiga e mestra, mas a Hokage. A mesma fez um gesto e a rosada entendeu que era para que continuasse.

— O resultado da autópsia está pronto.

— Hai, claro. — Sendo assim a mesma levantou-se de imediato da cadeira de seu escritório e ambas se dirigiram então ao hospital.

[...]

 

Não podia negar, estava bastante preocupado. Não era algo tão surpreendente sentir-se assim após o que havia visto nesses últimos dias. Pensou se Konoha estaria sendo afetada por aquilo. Era óbvio, afinal, de acordo com os boatos e informações que coletou aquela praga estendia-se por todo o país do Fogo e ia até os limites dos outros países. Algo bastante incomum.

Vestia seu sobretudo acinzentado, que escondia seu braço e sua deficiência, que de nada delimitava sua habilidade em combate. Sentia-se mais confortável assim, como uma forma de esconder-se do mundo.

Os cabelos negros caíam por seu rosto, escondendo parte do mesmo, cujo lado estava o Rinnegan. Ergueu a cabeça e observou a posição do sol; já passavam de meio-dia. Decidiu então que era um bom momento para descansar e, de acordo com sua experiência de viajante, estaria perto de um rio.

Caminhou mais um pouco e não demorou muito para avistá-lo. Uma estranha sensação apoderou-se sobre si, colocando logo seu braço no cabo da Kunasagi. Escondeu-se atrás dos arbustos e pôs-se a observar o rio, encontrando uma pessoa que se mantinha agachada em frente ao rio, oculta sob o manto negro.

O indivíduo, ao perceber que estava sendo observado, imediatamente levantou-se. Sasuke percebendo que o mesmo estaria prestes a fugir revelou então sua presença. Contudo, era tarde demais. A pessoa saiu correndo e Sasuke pensou em segui-lo, mas o mesmo apenas desapareceu em uma nuvem de fumaça. O Uchiha lamentou e se dirigiu ao local em que, anteriormente, era ocupado por uma presença bastante misteriosa.

Aproximou-se do local, embora decepcionado por ter perdido o suspeito de vista e observou então que havia um objeto no chão. Um colar. Mas o que mais chamava atenção era a coloração incomum do mesmo. Era uma joia amarela, com um aspecto incomum.

Quem seria aquela pessoa misteriosa?


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Notas finais do capítulo

Mil perdões pela demora! O próximo sairá logo e espero que continuem acompanhando.
E então, o que acharam?



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