Crônicas de uma Vida Ninja escrita por Lindsay Mistam


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Olá, como estão? Desculpem pelo atraso, mas aqui está o capítulo.
Gostaria de dedicá-lo a keirozfa que recomendou a fanfic! Fique imensamente feliz com isso, muito obrigada!
Capítulo curtinho, mas espero que gostem. Boa leitura!



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Capítulo 5

 

Batidas puderam ser ouvidas na porta.

O patriarca da família principal direcionou a atenção, que anteriormente era destinada aos papéis em sua mesa, para a porta.

—Entre. – Disse em sua forma autoritária de sempre.

—Outou-san, o senhor queria…

—Hum, até que enfim decidiu ouvir uma ordem minha não é? Quem você pensa que é Hinata, para simplesmente agir como uma pirralha imatura quando eu finalmente achei que você tinha salvação? Por acaso achou que sua pirraça iria ser ignorada? – Aproximou-se da garota, que embora seu cérebro gritasse e seu orgulho quase a fizesse implodir por dentro, deixou o medo e a insegurança apoderar-se de seu corpo naquele momento. Coisa que havia prometido a si mesma não se repetir. Recuou então um passo cada vez que o mais velho se aproximava de si, desferindo as palavras cruéis que mais temia ouvir. –Eu sou seu pai!

A mesma recuou até que estivesse inteiramente encostada na porta da sala do patriarca da família principal.

—Do-do que o senhor está falando, e-eu... – Foi interrompida com um tapa forte em seu rosto, que a fez ficar desorientada devido ao choque e a força contida no ato inesperado. A azulada encarava o chão com os olhos arregalados, ainda sem acreditar no que havia acontecido.

Sentia ódio, medo, confusão. Raiva não somente do monstro que seu pai era consigo, mas de si mesma, porque mais uma vez havia permitido que Hiashi tivesse o controle da situação e o pior, havia deixado transparecer o quão aterrorizada estava, diante da superioridade que o atual líder do clã insistia em impor.

O que faria então? Iniciaria uma luta com seu próprio pai? Nem duvidava que essa fosse a intenção da mente doentia do mais velho. Embora não lhe faltasse vontade, não iria deixar a situação chegar a esse ponto.

Permaneceu então, encolhida no canto em que havia caído, com o impacto do golpe que recebera no rosto.

Eu espero que você entenda o seu lugar e não tente me desafiar novamente. – Diz o mesmo passando as mãos por seu kimono, a fim de tomar a compostura anterior e, em momento algum, retirou o desprezo do olhar, enquanto desferia as palavras cruéis e protagonizava o episódio da agressão anterior.

Hinata mantinha as lágrimas nos olhos, mas se recusava a derramá-las. Não daria esse gostinho a ele. Mas do que isso adiantava afinal? Já estava humilhada o suficiente. Era agredida, rebaixada, oprimida. E não podia fazer nada contra isso naquele momento. Lastimou profundamente com esses pensamentos. Mas todos esses sacrifícios teriam de valer à pena.

Não entendia a necessidade constante que Hiashi, vulgo seu pai, tem de lhe humilhar constantemente. Não se podia dizer um gênio no estilo de luta, como seu primo Neji era, mas estava dando seu melhor para se integrar nos assuntos do clã e de como um líder deveria agir.

Por que era tão difícil?

As lágrimas que escorriam por seus olhos eram inevitáveis, diante da situação em que se encontrava. Não sabia como retomar sua força de vontade após aquilo, mas sabia que tinha que o fazer. Era seu dever.

Seria tão mais fácil se ele estivesse ali. Mas o que ela estava pensando? Naruto havia partido para sua missão e nem se quer havia se preocupado em dar-lhe alguma satisfação. Era realmente muito tola. Talvez por isso estivesse sendo punida.

Enquanto a mesma estava imersa em seus pensamentos, ainda com os braços envoltos nas pernas, encolhida, não conseguia nem mais ouvir os insultos que seu “amado” pai lhe diferia. Nem mesmo percebeu o momento em que o mais velho havia se retirado da sala. Ficou apenas ali, imersa em sua dor e solidão.

[…]

 

Naruto agora encarava a figura que, anteriormente, observava-o adentrar os portões da vila da Fumaça, local de encontro com a ninja que o auxiliaria em sua missão especial.

 

—Está atrasado. – A garota falava, enquanto exibia um sorriso de canto no rosto. O loiro suspirou vencido, encarando aqueles olhos cor-de-mel e o sorriso presunçoso familiar. Ao perceber que havia sido surpreendido. Esboçou um sorriso daqueles contagiantes e a cumprimentou.

—Hai, hai. Você venceu essa. – A garota então se virou em direção ao portão da vila. Sendo seguida então por Naruto que inicialmente não havia entendido a mudança repentina na atitude da garota.

—Você não vem? – Perguntou a garota, interrompendo a caminhada para encarar o loiro.

—Claro. – Naruto respondeu ainda um pouco atordoado com a beleza da jovem, que já havia visto antes; porém prontamente a seguiu. Afinal, acima de tudo, eles tinham uma missão a cumprir.

Os dois então caminharam em direção ao portão da vila. Naruto nem precisou se identificar e os ninjas que estavam de seguranças na entrada prontamente já o reconheceram. Somente Aiko teve que o fazer, mas conseguiu adentrar sem problemas. A mesma era conhecida por seu ótimo trabalho em sua vila. Não tanto quanto Naruto, mas, ainda assim, reconhecida.

Ao caminhar pelo local, não pôde deixar de notar as mudanças que haviam ocorrido após a Guerra. Já havia estado ali, em outras missões e aquele era apenas um pequeno vilarejo, sem muita estrutura.

Com o fim da Guerra e a aliança entre as vilas maiores, as adjacentes também foram beneficiadas. Parecia o início, embora gradual, de uma nova era ninja, com tecnologias jamais imaginadas tempos atrás.

As vilas eram tomadas por um número maior de casas e, com esperado, influenciou no surgimentos de edifícios um pouco maiores.

Apesar da gritante mudança visual, após esse quase ano pós-guerra, e dos tempos de paz que os países passavam, como uma tentativa do universo contradizer o significado de harmonia, as pessoas tinham que ser assoladas com essa terrível epidemia.

O número de vítimas afetadas e daqueles que não resistiram a praga não são nada animadores.

Naruto podia não ser um gênio perceptivo para certas coisas, mas ao se deparar com a quantidade inferior esperada de pessoas nas ruas daquela recém-desenvolvida vila da Fumaça, logo notou que algo estava errado. E era por isso que eles estavam ali.

Mais à frente, podia-se ouvir os gemidos de alguém que, aparentemente, estava sofrendo bastante. Não perdendo nem mais um segundo, Aiko dirigiu-se em direção a pessoa que, anteriormente estava apoiada nos ombros de seu velho marido. Infelizmente, a senhora que se apoiava não aguentou aquela posição por muito tempo, acabando por ser vencida pela fraqueza.

Utilizando de suas habilidade médicas, imediatamente a Uzuki se dirigiu até os idosos. Com o seu jutsu médico, pôde perceber que a situação daquela mulher não era das melhores. A mulher tremia pela dor e pela elevada temperatura de seu corpo, que ocasionava uma crescente perda de líquido pelo suor. Além disso, a mesma começava a perder sangue por suas extremidades. A morena suspirou com a situação. Não havia muito o que ela podia fazer naquele momento.

—Eu... eu sinto muito. – Pronunciou a ninja, quase em um sussurro. O loiro havia ficado bastante surpreso. Aquela mulher sempre tão altiva, extrovertida, naquele estado. A situação não podia ser boa e o loiro lamentou bastante por isso.

O senhor que acompanhava a mulher, que no momento estava em seus últimos momentos de vida, arregalou os olhos, não conseguindo acreditar que aquilo estava realmente acontecendo.

—G-gomem... – A garota tornava a repetir, afim de diminuir um pouco da culpa que estava sentindo.

Mesmo que brevemente, a ninja já se sentia responsável pela vida que havia sido perdida. E odiou-se por não ser boa o suficiente para evitar o ocorrido.

Naruto percebia o quanto a mesma estava abalada e por isso, afagou amigavelmente seu ombro direito e a estimou a se levantar.

—Não foi culpa sua.

—Se eu tivesse melhores habilidades, saberia mais sobre essa doença. – A mesma, sempre tão alegre e vibrante, encontrava-se completamente amargurada e desestabilizada. – Eu não sou boa o bastante. – Uma lágrima solitária escapou, escorrendo pelos traços de seu rosto pálido.

—Não diga isso! – Naruto exacerbou-se levemente. Afinal, não queria piorar ainda mais o estado da garota ou do senhor que segurava o corpo sem vida ao seu lado. Contudo, não podia vê-la se culpando por algo daquele tipo. – Você fez o que pode! – A garota levantou o rosto levemente bronzeado e retirava uma das madeixas roxas atrás da orelha, para encarar melhor o loiro a sua frente. Os olhos da cor meu começava a se inundar de lágrimas.

Não importava se fosse uma pessoa que acabara de conhecer, aquele seria o jeito de Naruto agir. Ainda mais de alguém tão prestativa como Aiko. Viu o seu esforço e a diferença que a mesma havia feito na guerra.

A morena o encarou e não pôde deixar de exibir um sorriso tímido diante das palavras determinadas do Uzumaki. Limpou as lágrimas e levantou-se, pondo-se ao lado de Naruto e observando o senhor aos prantos.

—Arigatou.

A garota sobressaltou-se com o susto que tinha levado ao ouvir o homem proferir aquelas palavras. Naruto permanecia imóvel e estava confuso igualmente.

—Como? – Aiko decidiu perguntar e se certificar-se era coisa de sua cabeça ou se era aquilo mesmo que estava ouvindo.

—Arigatou por se importar com nossa situação. Vi que fez o que pode para salvá-la. – O senhor possuía os olhos marejados, do recente choro, mas exibia um sorriso nostálgico em seu rosto o que, de certa forma, fez o coração de Aiko se acalmar.

A garota ficou feliz ao ouvir aquilo, mas simultaneamente confusa. O velho homem falava como se aquele tipo de atitude fosse completamente incomum naquela cidade. Preferiu não pensar muito naquilo por enquanto.

Naruto queria ajudar o homem a carregar o corpo de sua esposa, mas foi impedido por Aiko, que afirmava ser necessário um selamento para que a doença não fosse transmitida a outros a partir daquele corpo.

O agora viúvo, não se preocupou com isso e até ofereceu que o corpo de sua esposa fosse utilizado em uma autópsia para ajudar na descoberta de uma cura para aquela doença. Os dois ninjas ficaram surpresos com o quão forte aquele velho homem era e agradeceu, porém não seria capaz de fazer aquilo. Deixou que o homem passasse pelo luto e pudesse enterrar o corpo de sua amada esposa onde melhor lhe conviesse.

Naruto observava tudo e sentia um aperto no coração ao observar a situação que aquele homem passava e por imaginar que outras pessoas também estavam naquele estado. Cerrou os punhos e jurou que o responsável por aquilo teria de pagar. Não era um gênio na parte da medicina, mas sabia que aqueles tipos de sintomas não eram de uma doença comum e era por isso que eles estavam ali, para trazer de volta a paz, na vida daquelas pessoas que já haviam perdido tanto.

[...]

 

O moreno caminhava, sem rumo, a fim de enxergar mais do mundo. Poderia ser chamado de andarilho, não seria algo como o sinônimo de livre, não depois de tudo que havia feito. Mantinha sua identidade em segredo e não se aproximava de ninguém em especial, ninguém que pudesse novamente machucar.

“Eu... Eu sei do fundo do meu coração que não há nada que eu possa fazer...”

As memórias de meses atrás inundavam sua mente novamente e era o suficiente para fazer toda a sua estrutura abalar. Psicologicamente falando, é claro. Nunca foi bom de esboçar qualquer sentimento externamente.

“Mas não importa o quanto eu tente, não consigo deixar de te amar...”

Por que ele era tão estúpido? Nem ele mesmo conseguia entender o motivo de suas atitudes inconsequentes naquele dia, ainda mais de sua covardia em fugir depois que Sakura, apesar da humilhação em que havia passado ao se declarar novamente para ele, ainda salvou sua vida.

Ele não queria mais fazer ninguém sofrer por sua causa e por isso, fugiu, mais uma vez.

Foi interrompido de seus pensamentos (felizmente) e deparou-se com os três ninjas que já o seguiam durante um tempo em sua caminhada. Os mesmos saltaram de uma árvore de trás dele. Suspirou, era rotina aquilo agora. Só porque era um homem de capa, maltrapilho perdurando pela estrada, sozinho já era motivo para esses desordeiros tentarem saqueá-lo? Que tempos de paz que nada.

Apesar do olhar triunfante dos três homens que acreditaram tê-lo pego de surpresa, foram facilmente derrotados por alguns golpes certeiros de Sasuke. O Uchiha era bastante habilidoso com a espada, não dando nenhuma chance dos outros revidaram. Tolos.

O mesmo mantinha o olhar inexpressivo e estava esperando algum dos homens proferirem alguma coisa, mas pareciam machucados demais para conseguir reagir. Guardou sua Kunasagi na cintura e ia virar para retirar-se daquele lugar, quando percebeu um deles segurar sua perna direita. Ia deferir mais um golpe, mas o que veio a seguir o surpreendeu.

—Nos ajude...

Sasuke surpreendeu-se, já que o homem perdia bastante sangue pela boca, mas não havia dado golpes tão fortes ao ponto do mesmo estar naquele estado. Não só ele, mas os outros homens também apresentavam sintomas como esse.

O que estava acontecendo ali?


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam? Sasuke parece estar mais perto do que esperávamos, não?
Comentem e me digam suas opiniões {=
Beijos e até o próximo.



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