~~~~~~~~~~~~~~~ 3 anos depois ~~~~~~~~~~~~~~~

Posso dizer que minha vida estava perfeita, três anos namorando o Art e nós estávamos muito felizes. Eu já considerava o Gui meu filho e nosso namoro ia de vento em popa. Eu tinha arrumado um emprego em uma agência de fotografia, tinha comprado um carro e saído da casa dos meus pais pro meu próprio apartamento, tudo na minha vida ia muito bem. Como nós estávamos fazendo três ano de namoro (sem contar com o namoro antes da priranha) o Art me chamou pra jantar na casa dele. Ele que ia fazer o jantar, o Gui ia dormir na casa da mãe dele e eu pretendia fazer uma surpresinha pra ele. Quando deu 20h00min eu cheguei à casa dele e ele me atendeu com uma calça jeans, uma blusa preta justa e um sorriso de deixar qualquer uma babando. Ele me disse pra entrar e me serviu um vinho:

Manu:– Uau. Já tô adorando essa noite.

Art:– E olha que ela tá só começando. – Ele me olhou com uma cara maliciosa.

Manu:– Mas gente... – Eu sorri.

Eu senti um cheiro delicioso vindo da cozinha e o Art se levantou do braço do sofá, onde ele estava sentado, pra terminar de ajeitar tudo. Eu fiquei só lá sentada pensando em como tudo aquilo, apesar de simples me fazia tão bem. Mas na verdade eu sempre gostei de coisas pequenas, nada de grandes provas de amor, muitos ‘eu te amo’ em um dia. Sempre gostei mais dos ‘ouve essa música’,‘lembrei de ti quando vi isso’,‘minha anã’, sempre preferi que ele me desse uma simples barra de chocolate ao invés de presentes caríssimos. E mesmo fazendo coisas tão simples, o Art sempre me fazia tão feliz, acho que esse era um dos vários motivos que me fazia o amar.

Ele me chamou da sala de jantar e quando eu cheguei lá fiquei mais boba ainda. Ele estava encostado na parede, com as mãos no bolso e uma mesa toda arrumadinha, nada daquelas velas bonitinhas, porque ele sabia que eu morria de medo de fogo. Ele só tinha arrumado a mesa pra um jantar normal, mas tinha uma violeta ao lado do meu prato. Ele sorriu pra mim e encarou o chão. Eu fui pra perto dele e falei:

Manu:– Tá tudo muito lindo.

Art:– Assim como quem preparou. – Ele riu.

Manu:– Convencido. – Ri também.

Art:– Tenho mais é que ser convencido sendo dono de TUDO isso. – Ele fez um gesto na minha direção.

Manu:– Idiota. – Falei e beijei ele.

O pior é que mesmo depois de quatro anos eu ainda precisava ficar na ponta dos pés pra beijar ele. E eu até que gostava disso.

Art:–Sem muito atiramento, dona Manuela. Vamos jantar.

Manu:– Atirada? Ah faça-me o favor, Arthur. – Retruquei levantando a sobrancelha.

Art:– Besta. Vem logo. – Ele puxou a cadeira pra eu sentar.

O jantar estava perfeito, ele fez bife á milanesa e de sobremesa serviu palha italiana, que ele sabe que eu amo com todas as minhas forças. Depois a gente foi pra sala e ficou “conversando”, e outras coisinhas mais, enquanto tomava vinho. Depois de muita conversa jogada fora, o clima começou a esquentar e ele foi logo tirando o meu vestido. E ficou meio babando quando viu o que eu tava usando por baixo do vestido.

Ele foi me puxando pro quarto e me jogou na cama dele. Foi uma noite perfeita e o melhor de tudo é que por mais que eu já tivesse ido com ele pra cama, e olha que não foram poucas vezes, eu sempre sentia o mesmo tesão todas as vezes. Quando nós dois chegamos ao ápice e me joguei ao lado dele e nós dois ficamos encarando o teto em um silêncio cortados só pelas nossas tentativas de recuperar o fôlego.

Depois de finalmente termos recuperado o fôlego, ele passou o braço por baixo de mim e eu me aninhei no peito dele:

Art:– Isso foi... indescritível.

Manu:– Com certeza. – Rimos. – Aliás, feliz três anos de namoro pra nós dois né?!

Art:– Verdade. Aliás, eu ainda não completei meu presente. – Ele falou se levantando.

Manu:– Tem coisa melhor que essa bunda maravilhosa. – Falei enquanto babava na bunda dele que tava bem no meu campo de visão quando ele se abaixou pra pegar a calça jeans.

Art:– Gente, que tarada. – Ele me olhou e riu. – Ainda bem que é minha.

Manu:– Toda sua. – Sorri maliciosamente.

Ele levantou com as mãos atrás do corpo.

Art:– Então, Manuzita, meu amor, minha princesa, minha anãzinha. Eu sei que a gente já passou por muita coisa juntos, já superamos coisas que faria qualquer casal desistir na primeira. Mas tu pra mim foi tipo aquela música do Charlie Brown que tocou quando a gente anunciou pra todo mundo na festa da Ju que tava namorando. – Então ele pegou o violão e começou a tocar e cantar, porque a voz dele era muito linda. – “Ela não é o tipo de mulher que se entrega na primeira, mas melhora na segunda e o paraíso é na terceira, ela tem força ela tem sensibilidade, ela é guerreira, ela é uma deusa, ela é mulher de verdade, ela é daquelas que tu gosta na primeira, se apaixona na segunda e perde a linha na terceira, ela é discreta cultua bons livros e ama os animais. Tá ligado, eu sou o bicho! Minha mente nem sempre tão lúcida, fértil, me deu a voz. Minha mente nem sempre tão lúcida fez ela se afastar, mas ela vai voltar...” – No finalzinho da música ele colocou o violão de lado, se ajoelhou e me mostrou o que ele tava escondendo.

Era um anel... de noivado.

Art:– Sei que esse não foi o pedido de casamento mais romântico que alguém já fez, mas eu fiz com todo o meu coração e posso te mandar a real?! Eu pretendo te amar desde o primeiro dia do nosso casamento até o último dia da minha vida e talvez até depois dela, porque mesmo que eu morra, eu ainda vou te proteger lá de cima. Eu prometo que eu vou fazer de tudo pra te fazer feliz todo dia e mesmo que eu não consiga, pelo menos tu vai saber que eu tentei. Então... aceita ser minha anãzinha oficial?

Manu:– Óbvio que eu aceito, seu idiota. Mas tu tem que aceitar ser minha bunda oficial. – Nós rimos.

Art:– Cara, como é que eu amo uma menina tão tarada?

Manu:– Mas tu adora isso.

Art:– Pior que eu adoro. – Ele disse e me beijou.

~~~~~~~~~~~~~ Algum tempo depois ~~~~~~~~~~~~~

Não vou dizer que fiquei super nervosa pro meu casamento, na verdade, eu fiquei super de boa, comi feito uma desgraçada e não engordei nem um pouco, drama eterno da minha vida. Nossos padrinhos foram nossos amigos, claro, o Rodolfo e a Nanda, junto com a Ju e o Kaio e a Samantha (irmã do Art) e o namorado dela foram os padrinhos do Art. O Vini e a Déh, o Pepe e a Pâmela junto com o Luc e a Van foram os meus padrinhos.

As meninas fizeram de tudo pra me deixar nervosa, mas não adiantou, nem quando o meu vestido que era lindo por sinal ficou preso na porta do carro eu me permiti ficar nervosa.

O festa em si foi um sucesso, a Mirella, a Megan e o John vieram de Londres pro meu casamento. Fiquei muito feliz, principalmente quando eu soube que o John estava finalmente namorando com o Tyler. No final da festa eu tava muito cansada, mas foi perfeita. E pra surpresa de todos quem pegou o buquê foi a Van, a última pessoa que a gente vê compromissada. Os meninos, claro, zoaram muito com o Luc. Mas no geral, foi tudo perfeito e correu muito bem.

~~~~~~~~~~~~~~~~ Dias atuais ~~~~~~~~~~~~~~~~

Muito tempo se passou desde a época que essa história toda aconteceu. Hoje eu sou uma senhora de 87 anos, com quatro filhos, o Gui, o Enzo, a Íris e a Alice. Além de duas noras, dois genros e oito netos. Três desses são filhos do Gui, a Ariela, a Lis e o Levi. Já a Débora e o Felipe são filhos do Enzo. A Íris é mãe só da Yasmim, enquanto a Alice me presenteou com o Murilo, que não é filho biológico dela, mas eu considero meu neto assim mesmo, e a Rafaela.

Aliás, foi a Rafaela que me ajudou a fazer a minha história com o Arthur chegar até vocês.

Não posso dizer que a minha vida foi perfeita, mas chegou bem perto. E só não foi perfeita porque eu tive que passar por muito perengue antes de ficar definitivamente com o Art. Mas valeu muito a pena, o nosso casamento foi maravilhoso, tive meus filhos e os amei com todas as minhas forças. E eles me deram netos que eu também amo. Eu tive a sorte de encontrar o amor da minha vida e mais ainda eu tive a sorte de conseguir ficar com ele apesar de tudo. A Van pra nossa surpresa foi a primeira a casar e com o Luc, mas infelizmente nunca tiveram filhos porque a Van era estéril. Pouco tempo depois a Nanda e o Rodolfo também se casaram e tiveram um casal de gêmeos, Julia e Jonas. E a Ju, que todos imaginavam que seria a primeira a casar, infelizmente acabou terminando com o Kaio, mas eles se tornaram amigos. Ela acabou casando com um garoto que ela conheceu na balada (whaaaaat?!?!), os dois tiveram só um filho, o Samuel. E o Kaio ficou solteiro até os 30 até conhecer uma garota muito simpática com quem ele casou e teve uma filha, a Natália. Que para a nossa surpresa engatou em um namoro com o Samuel e acabaram se casando.

O Art? Infelizmente me deixou há algumas semanas, mas tenho certeza que ele ainda cuida de mim lá do céu, assim como ele me prometeu no dia em que me pediu em casamento, até porque ele sempre cumpriu todas as promessas que me fez. E eu também. O fato é que eu nunca desisti do meu amor por ele e vice-versa.

E você também não devia desistir dos seus amores. Quando tudo parecer estar perdido é na verdade uma chance de fortalecer mais ainda o seu amor, na vida não tem essa de não foi feito pra dar certo. Se você ama alguém, corra atrás, lute, porque pode ser o amor da sua vida ali.