Vini:– Manu? Eu tava mesmo querendo falar contigo.

Manu:– Ah tava? - Sorri cinicamente. - Então a gente vai conversar, só que antes eu queria te fazer uma perguntinha.

Vini:– Pode perguntar. - Ele deu de ombros.

Manu:– Então Vinicius, quando tu pretendia me contar que foi atrás do Fred pedindo... - Eu ri. - Ou melhor, exigindo que ele se afastasse?

Vini:– Manu, eu...

Manu:– Ah eu já sei, tu não ia me contar né?

Vini:– Eu posso explicar Manu.

Manu:– Ah pode? Então fala, quero só ver. - Sorri e sentei na cama dele.

Vini:– Sério? - Ele arregalou os olhos.

Manu:– É, tu não disse que pode explicar?! Vai fundo então.

Vini:– Tá, eu vou explicar. Eu admito, eu fui atrás dele e eu pedi pra ele se afastar de ti, porque eu não quero ele perto de ti, aquele moleque não presta Manu, ele... - Interrompi ele.

Manu:– Não, cala a boca Vinicius, agora tu vai me escutar, eu ouvi a tua explicação, agora me escuta. Eu vou te mandar a real, desde o começo eu achei que isso fosse só uma marcação que tu tivesse com ele, mas quando tu me falou que tinha um motivo eu acreditei. Mas porra Vinicius, pedir pra ele se afastar de mim? Não, olha eu vou ser sincera, eu acho que tudo isso é só uma marcação que tu tem com ele, porque eu passei quase quatro dias com ele e sinceramente? Eu achei ele perfeito, não tem como um menino daquele ter algum problema Vinicius, ele foi um fofo comigo esse tempo todo, eu sinceramente não sei como é que um menino desse pode ser tão ruim a ponto de eu precisar me afastar dele. Então por favor Vinicius, não faz isso de novo, não vai mais atrás dele, não me pede pra ficar longe dele, aliás, não me pede mais nada. - Levantei e saí do quarto.

Vini:– Manu, espera, vamos conversar direito, me escuta.

Biel:– O que aconteceu?

Manu:– Nada Gabriel, nada. E não Vini, eu não vou te escutar, nem hoje nem nos próximos dias. Não me procura por enquanto por favor. - Saí de lá batendo a porta.

Saí correndo sem rumo e achei um parque que eu já conhecia há um tempo, sentei em um banco vazio e fiquei parada por um tempo assimilando tudo. Só quando eu me acalmei e já não tinha tanta vontade de arrancar o pescoço do Vini, eu fui pro shopping me encontrar com a galera.

Como nós combinamos de nos encontrar no Mc Donalds eu fui direto pra lá, vi o Rodolfo, a Van, o Luc e a Ju lá. O Rodolfo fez uma cara estranha quando me viu, cara que eu só fui entender bem depois.

Ficamos conversando um pouco, só que teve uma hora que eu fui ajeitar meu brinco, acabei derrubando e fui procurar debaixo da mesa e foi aí que tudo começou a dar errado porque eu não achei o brinco, mas achei outra coisa, a realidade:

Art:– Rodolfo, cara, eu, meu Deus, o meu filho, eu vi o meu filho e ele, cara, ele é tão fofinho. - Ele disse isso por que não me viu e não tinha como porque eu ainda estava abaixada procurando o brinco, só quando ele terminou de falar foi que eu levantei.

Vi pela expressão que ele queria um canto pra se esconder, eu fingi que não ouvi pra diminuir o constrangimento.

Art:– Manu?

Manu:– Oi Art. - Tentei sorrir.

Art:– Tudo bem?

Manu:– É, tô indo. - Dei de ombros.

Ele sentou na mesa com a gente e acabou ficando um silêncio quase fúnebre, por sorte a Nanda chegou e voltamos a falar "normalmente", terminamos de comer e fomos comprar os ingressos, por sorte a fila não tava tão grande. Pegamos a primeira sessão, que era 20 minutos depois. Ficamos só charlando pelo shopping até dar a hora. No fim foi dinheiro gasto á toa porque eu nem prestei atenção no filme, e acabei saindo na metade "pra ir no banheiro".

Eu já ia voltar pra sala quando recebi uma mensagem, abri e vi que era do Fred.

"Se anima pra uma festa hoje?"

E aquela mensagem fez eu me sentir melhor, porque meu dia já tinha sido uma porcaria, então talvez aquilo pudesse amenizar a porcaria que foi meu dia.

"Claro, onde vai ser?"

"Se preocupa com isso não, eu passo pra te pegar, mas tu tem que tá pronta 21:00."

"Beleza, te espero lá em casa."

Saí sem nem avisar a ninguém que eu ia sair, fui direto pra casa, por sorte meus pais tinham um jantar de negócios e eu não ia precisar dar explicações. Subi pro quarto e fui me arrumar, vesti um vestido azul de manga longa curto e um salto alto bico fino azul também. Peguei uma bolsa de mão preta também e desci pra esperar o Fred, ele chegou 10 minutos depois que eu desci.

Ele me cumprimentou com um abraço e um beijo na bochecha, mas que eu virei o rosto e acabou sendo um selinho, porque naquela noite eu estava afim de arrebentar a boca do balão. Demoramos quase 30 minutos pra chegar na festa e pelo que eu vi era num bairro meio barra pesada, mas não me importei muito, ele fez questão de pagar minha entrada.

Quando nós entramos estava tocando I love it do Icona Pop, fomos direto pra pista dançar, obvio que rolou vários beijos.

Fred:– Manu tu tá bem?

Manu:– Ahh, tô, não é nada, só uns problemas que me desanimaram.

Fred:– Eu tenho a solução perfeita pra isso, mas depois, agora eu tenho que falar com um amigo.

Manu:– Eu vou contigo, não quero me perder de ti.

Fred:– Tá bom, vamos.

Fomos pra uma parte mais afastada da boate, onde tinha umas pessoas fumando, e não era cigarro. Eles tinham os olhos vermelhos de tanta droga.

Fui acompanhando o Fred, sem entender porque de ele estar indo até ali, no começo achei que ele era usuário, mas no decorrer da conversa dele com o que parecia ser o dono daquele "point" eu entendi tudo.

Fred:– Então Leo, cadê meu dinheiro?

Leo:– Então Fredzito, eu não tenho...- O Fred agarrou ele pela camisa.

Fred:– Eu acho que eu não ouvi direito, eu devo estar enganado, só pode. Até amanhã à noite Leo, eu quero meu dinheiro até amanhã à noite, um minuto a mais e... - Ele fez um gesto com o dedo cortando a garganta.

Leo:– Po-pode deixar, eu vou te pagar tudo amanhã.

Depois disso nós saímos e sentamos perto do bar.

Manu:– Então tu... - Deixei a frase no ar.